Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Eu sei que tem muita gente acompanhando, por isso eu peço: apareçam fantasminhas hahaha Eu preciso saber o que vocês estão achando da fic... Críticas são bem-vindas e eu não mordo, não precisam ter medo! hahah
Boa leitura!



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– Cobra, a gente já conversou sobre isso. - Respondeu Gael, de cara fechada. - Você ainda não tá pronto.

– Não tô pronto? Mas eu já coloquei vários dos teus alunos para beijar a lona, inclusive o Duca! - Cobra já estava alguns decibéis acima no tom de voz. - E eu ainda não tô pronto?

– Você tem razão, sua técnica é perfeita, mas você ainda não tá psicologicamente pronto. - Gael tentava manter a calma. Ele é seu aluno, Gael!, lembrou-se o professor. - E a prova disso é essa conversa. Foi só você ouvir um não e perdeu o controle.

– Se eu não tô psicologicamente pronto, como eu consegui ajudar a prender a Khan, hein? Como eu consegui suportar quieto todos os olhares de nojo que eu recebi, quando eu comecei a treinar aqui de novo? - Cobra se levantou e o Mestre fez o mesmo.

– Você conseguiu tudo isso mesmo, meus parabéns aliás, mas é pouco. Você precisa aprender a se controlar, Cobra. Se eu não tivesse evitado, você podia ter matado aquele garoto que beijou a Jade. Você tem consciência disso? - Gael olhava para Cobra como quem olha para um filho e isso fez o lutador parar e pensar.

– É que ele resolveu machucar a pessoa errada...

– Eu entendo Cobra, mas você pode esperar um pouco, não é? Um tempinho a mais, só para amadurecer? - Ele tá me chamando de infantil? Perdeu a noção?, pensou Cobra. - Por que tanta pressa?

– Porque eu quero dinheiro. - Respondeu friamente o lutador. Parecia até o Cobra de antigamente. - Eu quero ser campeão.

– Calma, Cobra! A sua hora vai chegar, garo...

– Assim como chegou a sua, Mestre? - Gritou Cobra, se aproximando de Gael. Ironicamente, ele prosseguiu: - Com todo o respeito, mas eu não quero terminar sendo um Mestre sem grana de uma academiazinha qualquer. - Assim que terminou de falar, Cobra se arrependeu. Ele devia ser grato ao Gael, no final das contas. Poucos seriam aqueles, que aceitariam alguém com o seu currículo. Porém, assim como "desculpa", "gratidão" era uma palavra nova na vida do lutador, e ele ainda não sabia usá-la muito bem. Cobra conseguia ver a raiva tomando conta do Mestre, enquanto ele dizia:

– Cobra, pega teus equipamentos e vai treinar... Antes que eu me esqueça que você é um dos meus alunos e te dê um murro na cara, para você aprender a ter respeito!

Lentamente, Cobra fez o que o Gael mandou. Apesar de arrependido, ele ainda estava furioso. Para Cobra, o fato do Mestre dizer que ele ainda não estava pronto era apenas mais uma desculpa para engrandecer o magnífico caráter do Duca. Ele estava também preocupado. Sem o dinheiro do prêmio do campeonato, como ele ajudaria Jade?

Por coincidência, assim que ele pensou na bailarina, a bela imagem dela apareceu na porta da Fábrica e ele se esqueceu de tudo. Ainda mais quando ela veio correndo na sua direção.

– Bom-dia, vagabundo! - Disse, alegre, enquanto envolvia seus braços no pescoço do lutador. Antes que ele dissesse alguma coisa, ela o beijou. Alguns instantes depois, quase sem folego e completamente surpreso, ele conseguiu dizer:

– Bom-dia, minha dama! Nossa... Quanta felicidade à essa hora da manhã! - Comentou, ainda segurando Jade pela cintura com um braço. Com a outra mão, ela colocava o cabelo da garota para trás da orelha. - Posso saber o motivo?

– Pode... Eu tava dando uma pesquisada e vi que uma escolinha de balé aqui perto tá precisando de professora... Tudo bem que eu não sou formada, nem nada, e que trabalhar com um monte de crianças não deve ser a melhor coisa do mundo, mas pelo menos eu vou ter um salário! - Ela estava realmente feliz. - Agora eu só preciso convencer o diretor de que eu sou uma pessoa bondosa, divertida e paciente, ou seja, a professora perfeita para um bando de pirralhos!

– É... Vai ter que se esforçar bastante... - Brincou Cobra, recebendo pequenos tapas da garota.

– Seu idiota! - Eles riram. - E o pior é que eu ainda sou menor de idade... Bom, mas isso eu me preocupo na minha entrevista hoje de tarde... Agora eu quero fazer outra coisa... - Concluiu, beijando-o novamente.

Na porta da Fábrica, Ruiva comentava com a Bianca:

– Essa Jade não muda... O corpo da Lucrécia mal esfriou no caixão e ela já fica aí, se agarrando com o Cobra... Todo mundo sabia que o professora era contra o rolo desses dois...

– Ah, sei lá... Eu acho até que o Cobra tá mudando, sabe? Pelo que o meu pai disse, ele ajudou a prender o pessoal da Khan e tal...

– Pode até ser, mas eu nunca vou esquecer o que ele fez comigo. Sério, Bi, aquele foi um dos piores dias da minha vida! - Entristeceu-se Bárbara.

– É, mas agora você tá aí, toda feliz com o Wallace e eu quero mais é que a Jade seja feliz também, de preferência bem longe do meu namorado...

– Como assim? Você e o Duca voltaram, amiga? - Antes que a Bianca respondesse, as duas ouviram o grito do Gael, bem perto do Cobra e da Jade, que ainda estavam aos beijos.

– Isso aqui é uma Academia de Muay Thai! - Os dois se afastaram, assustados. - E não ponto de encontro de namorados!

– Desculpa, Gael. - Disse Jade, envergonhada.

– Pois é, mocinha... A sua aula não é no andar de cima? - Jade afirmou. - Então vai de uma vez! - Enquanto a garota subia as escadas, Gael começou a falar com Cobra, que ainda acompanhava com o olhar a silhueta da garota: - E você... Primeiro limpa aqui, ó... - Levou a mão ao canto da boca. - Porque tá escorrendo a baba... Isso... Agora, vai treinar!

***

Pela tarde, quando chegou na sala de espera da escola de balé, Jade viu que as outras candidatas já eram verdadeiras mulheres, certamente com muita experiência. Ela, que já estava nervosa, ficou mais ainda. Esperou por cerca de meia hora e ouviu seu nome ser chamado.

Chegou na sala do diretor e encontrou um senhor alto, careca e muito magro. Com o olhar questionador, ele já foi logo despejando o seu interrogatório:

– Nome?

– Jade Gardel.

– Idade?

– Dezessete anos.

– Menor de idade? - Não, não, imagina..., teve vontade de responder a garota.

– Pois é...

– Trouxe o currículo?

– Sim... Na verdade, ele é bem pequeno. Eu faço aula de... de dança, teatro e música na Ribalta, uma das melhores escolas de arte do... Rio de Janeiro. Ah, e eu também já fui protagonista em um clipe... de funk. - Jade gaguejava, por estar nervosa e também por ter notado que aquele velho não tirava os olhos da sua boca.

– Funk?

– Sim. - Jade respondeu.

– Ok, vamos direto ao ponto. Você sabe que, com esse currículo, não tem a mínima chance. Mas você tem uma beleza que me agrada e se fizer uma coisa para mim, eu considero a hipótese de te contratar... - Ele se levantou e Jade começou a tremer. O que ele vai fazer comigo, meu Deus? Ele chegou ao lado da cadeira da bailarina e passou a mão pelo seu braço. Com o olhar malicioso ainda fixo na boca da garota, ele continuou: - Que tal rebola... Digo, dançar, a coreografia desse clipe... só para mim?

O coração de Jade ameaçou sair pela boca e sua respiração estava descompassada. Assim que sentiu um nó apertar na garganta, decidiu agir. Antes que aquele asqueroso se me mexesse novamente, ela levantou o braço e desferiu um tapa na cara do diretor.

– Sem-vergonha! Nojento! Sabe quando eu vou fazer alguma coisa, para ou com, alguém como você? Nunca! - Saiu da sala a passos firmes, sem nem olhar para as perplexas senhoras que ainda esperavam sua vez.

Quando alcançou a rua, deixou que algumas lágrimas rolasse. Nunca, em toda a sua vida, havia se sentido tão humilhada. Ele a tratou como um objeto, como uma vagabunda qualquer, bem diferente do que era acostumada, afinal, ela era uma dama. Decidiu que precisava refrescar a cabeça, por isso decidiu ir a pé para casa.

Já era noite quando chegou no seu apartamento e caiu exausta na cama. Pegou o celular e mandou uma mensagem para Cobra, ainda chorando um pouco.

"De: Jade

Para: Cobra

Ah, vagabundo... :(

Tô precisando de você... Tem como dar um pulo aqui no apartamento?

Beijos,

Sua dama"

Esperou durante algum tempo pela resposta, mas ela não veio. Cobra estava ocupado demais tomando decisões importantes.

***

No início da noite, Cobra decidiu colocar o lixo para fora. Quando voltou, encontrou uma pessoa sentada de costas para a entrada, em uma das cadeiras da loja.

– Desculpa aí, cara, mas a gente já encerrou por hoje.

– Eu vim falar com você, Cobreloa.

– Lobão? - Perguntou Cobra, surpreso. - Você não tava preso?


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Notas finais do capítulo

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