Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 15
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Hello, Hello...

Não reparem no título. TuT

Finalmente, depois de tanta confusão consegui terminar esse capítulo. Infelizmente, ficou pequeno. Eu queria fazer grande para recompensar vocês, mas minha ansiedade em postar falou mais alto. Gostei da forma que estás e trouxe para saborear junto com vocês. Espero que gostem!! *U*

OBS: Capítulo não revisado.

Boa Leitura~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575919/chapter/15

NATHANIEL

Quando entramos no prédio, Charles e Suellen, os recepcionistas nos cumprimentaram euforicamente. Deveria ser proibido pessoas de bom humor as sete horas da manhã. Era “bom dia” para cá e para lá; sem contar que esses dois sempre elogiavam a minha gravata. Era uma cisma com minhas roupas. Meu humor estava uma merda, agora só piorou.

Ambre era a única a dialogar com o eles; ainda compartilhavam assuntos pessoais. Fiquei surpreso quando Suellen disse que gostaria de almoçar de novo, de novo, com minha irmã. Incrível como éramos diferentes nesse quesito. Nunca me aproximei dos empregados, e essa era minha filosofia, embora me sentisse um idiota por “as vezes” invejar Ambre com a sua facilidade de lidar com t-u-d-o.

Enquanto esperávamos o elevador, eles continuavam a conversar. O dia mal tinha começado e já queria que acabasse. Suspirei. Estava prestes a pedir para que calassem a boca até que Charles disse:

— A nova secretária do chefe é diferente dos padrões das mulheres antigas.

— A menina é bastante elétrica. Acho que o Sr. Nathaniel vai ter um braço direito oposto da sua personalidade.

Odiava essa intimidade que achavam que tinham comigo. Ambre ficou na espera de minha resposta, talvez, achando que iria dar corda a conversa deles ou entrar nessa brincadeira de amiguinhos, contudo ordenei ríspido:

— Charles e Suellen, voltem a recepção, visto que temos clientes a espera. Se ouvir alguma reclamação a respeito do atendimento de vocês, acho que não nos veremos no próximo mês.

Ambos trocaram olhares e voltaram aos seus postos de bico calado. Meu humor melhorou um pouco após finalizar o papo fiado. Finalmente, entramos no elevador e Ambre começou a infernizar.

— Você adora manter esse clima estranho na empresa, não é? — Ela colocou as mãos na cintura.

Não respondi.

Ambre suspirou desanimada, comentou:

— Você falava tanto do papai, porém agora é cópia dele.

Meus punhos se cerraram, estava prestes a explodir quando a porta do elevador se abriu. Minha irmã saiu pisando forte e fui logo atrás. Enquanto caminhava pelo corredor, pensei sobre ter me tornado a cópia do nosso falecido pai. De fato, o que Ambre tinha dito era verdade. O passar do tempo me fez ficar assim. Não é apropriado afirmar que era amadurecimento, mas ser como o eu de antes, um mero covarde... se eu ainda fosse aquele covarde, não teria conseguido manter a promessa que fiz a Júlia.

Procurei afastar estes pensamentos. Percebi que a minha volta estava um silêncio; o que não era costume. A mesa que Armin ocupava estava bagunçada, ou seja, ele tinha chegado, mas devia estar jogando em algum canto escondido. Esse rapaz, em todos os momentos livres, corre para alimentar esse vício maluco. Ambre deveria estar no banheiro retocando a maquiagem, sendo assim fui para a minha sala. Estava prestes a abrir a porta quando escutei do outro lado uma voz feminina familiar:

— Ele está zangado? — Era Anne. — Eu sei quando o boy está com raiva porque ele fica com uma ruga enorme na testa. Aquilo acaba com o charme dele.

Boy? Pelo visto, tem andando bastante com o Alexy e não fico com a testa enrugada. Da onde ela tirou isso?

— O chefe está na flor da idade, mas tem humor de quarentão. — Armin teve a audácia de comentar.

— Ele está um porre hoje, amiga. — Foi a vez da minha irmã.

— Aposto que quando ele ver essa doidinha aí, vai ficar todo manso. Eu já vi ele olhando uma foto dela no computador.

— O quê? — Ambas indagaram juntas.

— Conte mais, Alexy moreno! — Anne pediu com enorme curiosidade.

Respirei fundo, contei até três mentalmente. Primeiro: Tentaria entender o motivo de Anne estar ali. Segundo: Enforcaria Armin por me entregar, depois jogaria seu corpo para os porcos rolarem por cima.

Abri a porta com tudo e os três ficaram pianinho.

— Ui, olha o diabo aí. — Expôs Armin e levantou-se da minha cadeira. Depois, certificarei de ter uma conversa a sós com esse aí.

Ambre mostrava os dentes com um sorriso orelha a orelha, enquanto Anne parecia que estava vendo um fantasma. Observei-a melhor. Fazia tempo que não a via, estava tão diferente. Usava batom vermelho e as pontas do seu cabelo estavam onduladas. Sempre achei sexy o uniforme de secretária; a saia preta colada e curta em conjunto com a blusa social, mas não sei porque achei um absurdo ela está usando aquilo, afinal estava mostrando muito as suas pernas e na empresa havia vários homens e... Que diabos estou pensando?

— Bom dia, Sr. Nathaniel! — Me cumprimentou.

E essa forma de chamar-me? Achei estranho, mas precisei de alguns segundos para encaixar as peças. Os comentários de Charles e Suellen, as indiretas da Ambre... então, seria ela o meu braço direito? Não fiquei zangado. Era como se dentro de mim estivesse um gelo e, apenas com presença dela este se derreteu. Nunca tinha sentido algo tão brega, mas satisfatório. Talvez, seria uma boa ideia mantê-la por perto. Sem pensar duas vezes, respondi:

— Bom dia, Srt. Anne.

Percebi pelo canto do olho a surpresa de Armin. Como não conseguia ficar de bico calado, fez uma observação desnecessária:

— Engraçado que nunca responde os meus cumprimentos. Muito bonito, chefinho!

Ignorei.

— Estou aqui para substituir a sua antiga secretária e... Eu... então, né... — Ela olhou para Ambre como se procurasse por socorro. Notável que tinha decorado um texto, mas a sua memória curta lhe fez passar por esse momento típico: ela havia esquecido suas falas.

Sorri comigo mesmo. Só Anne para passar por uma situação dessa, então para amenizar o seu constrangimento, disse sem pensar:

— Estou contente por tê-la aqui... comigo.

Suas bochechas ficaram vermelhas. Adorava esse seu jeito de menina. Era ciente que iria ter vários obstáculos, mas não era esse o meu principal pensamento, e sim, o fato de poder passar mais tempo ao seu lado.

Infelizmente, não estávamos a sós, então para estragar o clima, escutei o cochicho dos dois retardados atrás de mim:

— Não disse que a doidinha aí deixaria ele manso!

— Meu irmão não consegue admitir, mas está louco por...

Antes que a diaba terminasse a frase, interrompi:

— Vamos trabalhar?

Ambre e Armin deram de ombros e saíram da sala. Olhei mais uma vez para Anne.

— Estou curioso para vê-la em ação, Senhorita.

~x~

Uma hora depois.

— Chefe, a Senhorita Anne derramou o café nos documentos. E agora?

— Senhor, os cálculos feitos por essa garota estão todos errados. Isso é um absurdo!

— Senhorita Anne está ajudando na limpeza, não era para ela está aqui marcando as reuniões? Falta de profissionalismo.

Escutei diversas reclamações. Isso era para abalar meu humor; até que abalou um pouco. Fiquei com raiva deles por reclamarem da Anne. Agora, a garota estava encolhida do meu lado e Ambre andando de um lado a outro, indignada.

— Por que eles não são mais compreensíveis? — Disparou.

Era exatamente isso que eu pensava.

Escutei batidas na porta.

— Entre!

Era Armin e pelo sorriso, trazia boas notícias.

— Chefe, o Senhor Robert fechou o contrato e quer jantar com você hoje à noite. Ele também quer conversar com a Sr. Ambre, pois quer ver a líder feminina da empresa.

Senhor Robert, sempre pensando com a cabeça de baixo.

Suspirei aliviado. Minha irmã abraçou Anne de alegria, contudo as palavras de seus colegas de trabalho afetaram-na tanto que a mesma nem demonstrou emoção.

— Vamos, chefe! O jantar está marcado para as sete e já são seis e meia.

Olhei para Anne, depois de soslaio encarei Armin, e por fim para Ambre. Ficamos em silêncio, visto que pensávamos a mesma coisa. Seria um jantar importante e isso causaria muita pressão em Anne. Ela não estaria pronta, então fiquei pensando num método para explicar isso, mas a mesma se manifestou primeiro.

— O que estão esperando? É um assunto importante. Vão e aguardo por boas notícias! — Anne enunciou com alegria.

Quis acreditar em sua euforia e acabamos deixando-a para trás. Seria só dessa vez porquê da próxima ela me acompanharia sempre.

~x~

Passava das nove quando retornamos ao prédio. Os funcionários já tinham ido embora, restando apenas os guardas noturnos.

Ambre e Armin me acompanhavam, mas pedi:

— Deixem-me conversar com a Anne a sós.

Minha irmã fez uma cara de susto, provavelmente pensando que eu iria brigar com sua amiga, mas para conforta-la, garanti:

— Não vou demiti-la e nem gritar.

Quando consegui me livrar dos dois, fui direto para a minha sala. Fiquei uns segundos parado na frente da porta. Me senti um miserável. Deveria ao menos tê-la liberado para ir para casa. A fiz esperar esse tempo todo, sozinha.

Passei a mão nos cabelos e entrei. Não tinha ninguém.

— Anne?

Comecei a andar pelo espaço. Quando cheguei ao fim do sofá, avistei-a sentada no chão. Ao me aproximar, percebi que tinha chorado. Quando seus olhos se encontram com os meus, estavam vermelhos e sua maquiagem estava borrada. Me sentei ao seu lado e mantive uma distância razoável para respeitar o seu espaço pessoal.

— Me desculpe pela confusão que causei hoje. — Ela fungou o nariz — Não fiz por mal. O senhor deve estar zangado comigo, não é?

— Não estou zangado. — Assegurei, de fato, era verdade.

— Sr. Nathaniel, obrigada.

— Me chame de Nath, como sempre me chamou.

— Eu não posso, porque está no artigo 401 que devo chama-lo de...

Incrível como tinha a habilidade de falar coisa com coisa, então a interrompi:

— Neste caso, ordeno que me chame de Nath.

Seus olhos se arregalaram. Anne tentou manter a pose, então insistiu em conversar sobre o que não me interessava.

— Como foi o jantar? Conseguiu fechar o acordo?

Fui direto ao assunto.

— Você tem passado bem? A casa do Kentin é confortável?

Era tanta coisa. Queria saber como anda a situação entre eles, então não consegui me segurar e deixei minha emoção falar mais alto.

— Isso é assunto pessoal, sendo assim não interessa ao Sr. Nathaniel. —Respondeu na simplicidade.

Meu queixo caiu. Anne me encarou e ainda disse:

— Por favor, não insista em perguntar sobre minha vida pessoal, pois não irei responder.

Ela estava levando a sério esse negócio de que não pode haver aproximação entre empregado e chefe.

— Então vai ser assim, Senhorita?

Com um bico formado nos lábios, ela assentiu, sentindo-se a dona da razão. Sorri ao vê-la fazendo charme e ela sorriu também.

— Você quer ser minha secretária mesmo? — Perguntei sereno.

— Sim!

— Depois, não reclame das consequências. — Não consegui me conter e mostrei-lhe um sorriso de lado.

Sua expressão demonstrou que não entendeu a referência da minha sentença, mas seria melhor assim. Aos poucos, quebraria essa barreira de chefe e empregado; visto que cisma que esse é a relação que devemos ter, nos pensamentos dela.

Tinha tanto coisa para dizer-lhe. Queria aproveitar esse momento a sós, porém para a minha desgraça surgiu a melodia de um celular. Pensei que era o meu, entretanto Anne era uma caixinha de surpresas naquele dia.

— Quem te deu esse celular? — Indaguei. A curiosidade falou mais alto.

— Sua irmã.

Fiquei aliviado porque pensei que poderia ser presente de um certo alguém. Tentei não parecer óbvio, mas queria saber quem era a pessoa do outro lado da linha, ainda mais quando Anne finalizou dizendo:

— Que preocupação desnecessária! Tchau!

— Ambre não saí do seu pé, né? Ela age assim comigo também.

— Não era ela, e sim o Kentin.

Nem me lembrava mais desta peste. Nunca senti tanta vontade de esmagar um inseto como agora.

— Já estou liberada? Está tarde e ele está preocupado comigo.

— Preocupado?

— Algum problema, Sr. Nathaniel?

Forcei um sorriso amigável.

— Nenhum, Senhorita. Vamos, eu te levo em casa.

— Não precisa! Ele está me esperando lá embaixo.

Senti como se um monte de flechas me acertasse de uma só vez.

Meu bom humor foi embora em um piscar de olhos. Fiquei de cara fechada e acompanhei a bonita até a saída do prédio. A frente, avistei o carro do Kentin. Não tive forças de ir até lá.

— Até amanhã, Sr.

Fiquei incrédulo com a sua naturalidade em se despedir. Então, não sentiu nada a me ver depois de semanas? Sua indiferença me deixou sem chão. Anne entrou no carro dele e foi embora.

~x~

Quando cheguei em casa, nem tive a chance de ficar em paz. Assim que acendi as luzes, meu coração acelerou quando vi aquela figura sentada no sofá, era Ambre. Levei alguns segundos, até me acalmar e conseguir dizer:

— Vá assustar outro na casa do caralho.

— Ué, cadê a Anne, maninho?

Começou com esses joguinhos. Estava se divertindo em me ver naquela situação. O sorriso esboçado por minha irmã, a denunciava. Adorava brincar comigo.

— Está na casa do namorado dela. — Me joguei no sofá.

— Como você é infantil; que eu me lembre, ela mora lá, não é? E isso aconteceu por culpa sua, querido.

Estava esgotado. Não aguentei. Me levantei e peguei o braço dela com força.

— O que está fazendo?!

— Fora!

— Me larga, Nathaniel!

Entre alguns protestos, consegui arrastar minha irmã para fora de casa.

Voltei para o sofá e enchi a taça de vinho, virei-a de uma só vez. Estava agoniado. Andei de um lado a outro. Passei a mão em meus cabelos. Estava prestes a explodir e o meu celular tocou, na tela o nome: Kentin.

— O que você quer? — Perguntei rude.

— Precisamos conversar sobre a Anne.

Quinze minutos que durou a nossa conversa. Quando desliguei o celular, apertei o aparelho com toda a minha força. Algumas frases que Kentin havia dito impregnaram-se na minha consciência: Você não sabe controlar as suas emoções; quando se trata dela você se torna infantil; estou disposto a lutar por ela e acho que estou um passo na sua frente.

— É apenas o começo, meu caro Ken. Não cante vitória antes de eu entrar para valer nessa batalha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?
Eu tive dificuldade em desenrolar a narração do Nathaniel. É complicado para mim, pois a narração dele é bastante diferente da Anne, então foi complicado. UuU
Ah e me desculpem também se a narrativa tiver ficado cansativa e repetitiva. Irei corrigir isso depois. Foi a ansiedade, gente... Queria postar logo. TuT
Mas espero ter agradado. *o*

Aceito sugestões. KKKkkk

Beijos~
Dependendo da reação de vocês, acho que logo minha inspiração aparece de novo e o quanto antes estarei aqui novamente. o/