Trick Of Fate escrita por WIND Flower


Capítulo 1
Notando Sua Presença


Notas iniciais do capítulo

A minha forma de escrever estar bastante diferente, confesso. Acabei fazendo expressões extras na narração.
Aviso-lhes que a fanfic é narrada em primeira pessoa. Apenas no ponto de vista de Anne, a protagonista.

Espero que curtem e se divertam com uma história fofa.



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Talvez, eu seja uma Cinderela. Em alguns termos.

Essa é a minha história — Anne Fambolle

Tudo começou quando resolvi declarar o meu amor por Nathaniel. Fazia mais de dois anos que acompanhava a sua vida, mas ele por sua vez, não sabia da minha pobre existência.

Neste dia, tentei me produzir da melhor maneira. Roubei roupas, maquiagem e sapatos de um bazar. Estava apresentável. Uma blusa de manga rosa e uma saia preta com um tênis branco. Detalhe: Aquilo era menor que meu pé. Incomodava demais. Entretanto, tive que me virar para embelezar meu rosto. Resultado: Parecia uma palhaça. Pessoa que nunca se maquia quando se emperiquita na primeira vez, dá nisso! Não mexi no cabelo. Apenas deixei da forma que é. Cachos se formavam em suas pontas, seu tom negro realçava os meus olhos azuis e minha pele clara. Pelo menos o cabelo é bacana, né?

Quando pronta, parti como um pato andando. Achava que se movimentar demais a maquiagem saia. Que vergonha! Contudo fui bastante segura. Minha moradia era quinze passos até o meu destino. Morava no beco que tinha ao lado da mansão do loiro, devido a isto sabia tudo sobre ele. Mentira! Mas consegui ser uma boa stalkear. Não sou obcecada por ele, ok?

Era manhã. Aquele setor não tinha muito movimento, então a rua se encontrava silenciosa, assim como a enorme mansão. Havia um carro vermelho estacionado na frente do portão preto. Encostei ao muro branco e fiquei a espera. Sabia que em algum momento sairia para trabalhar. Gente, até o horário eu sabia. Que horror! O meu coração ansiava por aquele momento. Não sabia exatamente o que dizer para ele, mas precisava, pelo menos, fazer com que saiba que é importante para mim.

Naquele dia, Nathaniel estava atrasado O que estranhei. Já havia passado das nove e nada dele aparecer. Comecei a caminhar de um lado para o outro. Tentei olhar pelo portão, mas não consegui. Aquilo não tinha sequer uma brecha. Cacete! Passaram-se mais algumas horas. Já estava até sentada na calçada. Logo, escutei o ruído do portão se abrindo. Meus olhos brilharam. Levantei e passei a mão pelos fios rebeldes para acalma-los.

Nervosa. Meu coração palpitava muito forte que dava a sensação que iria pular peito a fora. De repente, vira a bela imagem dele surgindo. Estava a pé. Ao contrário do que estava acostumada a vê-lo — Sempre de terno. O mesmo vestia roupas caseiras. Uma blusa branca, short jeans e um tênis. O cabelo louro sedoso brilhava com o bater do sol. Ah como era (ainda é) um homem charmoso. Respirei fundo e quando dei um passo em sua direção, notei uma segunda pessoa saindo. Era uma mulher — E que mulher!

Ambos sorriam. Ela tinha um corpo em forma de violão. Busto grande, quadril e uma cintura fina. Era linda, de fato. O cabelo era longo caramelado. Usava um curtíssimo vestido preto e um salto. Chique, minha gente. Eles sequer notaram minha presença. Nathaniel a segurava pela cintura, toda hora a trazendo para perto de si. Ela soltava alguns gritinhos irritantes. Os dois flertavam na minha presença, assim virei as costas. A distância entre mim e o executivo era grande.

Caminhei cabisbaixa uns dois passos para a direção oposta de onde estavam. Escutei um grito feminino. Olhei para trás e avistei os dois assustados. Seguindo seus olhares, notei que assistiam uma criatura correr para longe. Quem? Castiel. Um conhecido meu. Nathaniel discava no celular e a mulher berrava desesperada:

— Ele roubou minha bolsa!

Acabei agindo por impulso. Resolvi correr atrás do ruivo ladrão. Como se eu nunca tivesse feito isso. Ai ai. Só sei que passei voando por ambos e senti que eles me olhavam confusos, talvez pensassem: “Quem é esta garota? Ah mulher maravilha?” Oh dó! Quando cheguei ao beco, comecei a gritar por Castiel; ele olhou para trás, me reconheceu e parou.

— Castiel, me dá esta bolsa!

— Fiz o trabalho sozinho, então trate de tirar o olho gordo daqui! — Exclamava enquanto examinava o conteúdo do acessório roubado.

— Me dá logo! Você vai se meter em problemas. Olha só quem você assaltou?! Eles estão... — Dizia seguindo seus passos.

— Ligando para a polícia, eu sei! Foda-se esses riquinhos. Eles tem muita grana. Por que fazer tempestade no copo d´água por causa de uma... Maldita bolsa que só tem cartão de crédito?!

— Oras, os “riquinhos” de hoje só anda com esses trecos, queridinho. — Debochei.

Castiel bufou e jogou a bolsa no chão.

— Pode ficar com essa coisa horrorosa. Aquela gostosa não tem nada que me interesse.

Assim, o revoltado sumiu pelo beco. Tive sorte, apanhei a bolsa e sorri. Segurei firme e dei meia volta, andando para a saída do beco. Talvez, ainda tivesse a sorte de pelo menos trocar uma palavra com Nathaniel. Era o que pensava.

— Olha ela ali! — Berrou uma voz feminina familiar.

— Ah? — Disse sem entender aquela movimentação.

Estava cercada. Três policias estavam parados a minha frente e a bonitona de braços cruzados me encarando ferozmente.

— Muito bem mocinha, você está encrencada! — Afirmou o oficial gordo.

— O que aconteceu com a mulher maravilha? — Pensei. — Mas não! Eu salvei sua bolsa, moça. Não a roubei! Pelo contrário, tomei do assaltante e estava... — Tentei explicar.

— Pegando ela para si. Acha que sou boba?

— Não! Pode examinar. Tá tudinho aí! — Comecei a ficar nervosa. Não poderia ser presa por algo que não cometi. Céus!

Assim, surgiu Nathaniel com as mãos enfiadas dentro dos bolsos. Sua expressão serena, então perguntou:

— Melody, quem roubara sua bolsa não foi um rapaz? — Sua voz era firme e grossa. — Que eu saiba ela saiu correndo atrás dele e recuperou sua bolsa como está dizendo.

— Nath, você vai acreditar nesse teatrinho? — A peituda querendo me ferrar.

— Examine a bolsa. Ela acabara de dizer que está tudo ok, certo?

A tal de Melody fez o que ele pediu. Apesar, que a sua expressão dizia estar confiante que não iria encontrar tudo certo. Depois de algum tempo a mesma soltou um suspiro e disse:

— Está tudo aqui, Policial.

— Caso resolvido. — Agora o oficial magro manifestou-se. — E você, mocinha... — Direcionou o olhar para mim. — Se outro problema lhe envolver, acho que não terá muita sorte como hoje.

— Sou a mulher maravilha, meu bem. — Murmurei.

— O que disse?

— Nada não, Senhor! — Respondi rapidamente.

Desta forma, os policias foram embora. Mas que belos oficiais, não? Sequer perguntaram sobre o bandido, mas pelo menos poderia poupar o Castiel.

Acabara restando apenas eu, Melody e Nathaniel. Na minha casa, povo! Estávamos no beco.

Era um clima horrível. Eu não sabia se era melhor sair de fininho ou usar a oportunidade, mas então o loiro quebrou aquele silêncio olhando atentamente para mim. Quase derreti.

— Você... Você brigou com o bandido?

— N-não. Por quê? — Questionei confusa.

— Seu rosto. Está com umas manchas.

Droga! A maquiagem! Maldição!

— Isso? Foi que cai na hora da correria. — Ofereci um sorriso sem graça. Sinceramente, o som foi semelhante a uma ovelha.

Percebi Melody revirar os olhos ao ouvir minha resposta. O que me deixou ainda mais sem graça. Minha presença realmente estava a incomodando. O que te fiz, tia? Ela nem me agradeceu, apenas deu as costas e pegou Nathaniel pelo braço e caminharam para a saída do beco. Claro, notei o loiro protestar no início, porém ele preferia a companhia de uma bela mulher ao em vez de uma mendiga como eu. Fato!

Bufei. Mal a conhecia e já não tinha ido com a cara dela. Tá que eu não tivera uma educação das melhores, mas a riquinha era uma rabugenta e mal agradecida.

— Talvez, terei outra chance. — Disse para mim mesma. Sabe, quando não queremos ser pessimistas? Tentei enxergar alguma luz em um buraco totalmente escuro.

Minhas coisas estavam jogadas no fundo do beco. Um colchão velho acompanhado de um edredom rasgado. Também tinha um espelho e as maquiagens, entretanto nada de comida. Acabara esquecendo de roubar ou implorar por alguns centavos, para assim tentar sobreviver por mais alguns dias. Eita! Como estava dramática, né?

Olhei mais uma vez para a entrada do beco e nada. Não tinha ninguém, estava novamente sozinha. Suspirei. Quem poderia estar ali, afinal? Fui até minhas bugigangas e abaixei para pegar o espelho. Fiquei encarando o meu reflexo. Meu rosto estava uma bosta e o meu cabelo uma juba de leão. Realmente, parecia que tinha levado uma surra. Naquele dia, alguém conseguira colocar meu auto estima para baixo.

— Anne, você tem que parar de sonhar alto. — Minha voz conduzindo minha mente. — Ou talvez não!

Pelo canto do olho notei uma sombra surgir. Era ele!


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Notas finais do capítulo

Mereço algum recadinho? ♥