– Pode me dar uma ajudinha? - Ele sorriu malicioso para mim e me fez lembrar da proposta da " Festinha Particular" e uma festa aconteceu dentro da minha calcinha, ajudei-o a levantar e seguimos para o salão conversando sobre assuntos do cotidiano e meu sorriso se desmanchou quando demos de cara com a Ruby.

Na mesma hora soltei minhas mãos das do Killian e olhei séria para a Ruby:

– Boa noite Ruby - acho que todos os meus músculos congelaram naquela hora.

– Não precisa de cerimônia, afinal um casal pode andar de mãos dadas tranquilamente - ela falou sorrindo.

– Eu não fui convidado mas... - o Killian se apoiou na muleta e esticou a mão para cumprimentá-la.

– Não precisa de convite ainda somos amigos - ela apertou a mão dele. - Aproveitem a festa.

E ainda sorrindo ela se afastou e eu pude finalmente encarar o Killian e respirar.

– Ela superou muito rápido - falei desconfiada e ele apertou minha mão outra vez.

– Ei, relaxa aproveita a festa está tudo bem. - O sorriso dele me convencia a qualquer coisa e segui seu conselho o deixei na mesa e fui retocar a maquiagem para voltar e lhe fazer companhia.

Killian estava rodeado de mulheres quando eu voltei e mesmo com raiva eu me sentei colada nele e vi as três mulheres se afastarem da mesa.

– Quem eram? - Falei desinteressada olhando para a taça de champanhe que estavam me servindo.

– Ciúmes? - Ele segurou meu queixo e me fez encarar seus olhos desconcertantes

– Não, só queria conhecer suas amigas.

– Nossa e eu achei que era impossível - ele falou apertando minha coxa por cima do vestido.

– O que era impossível? - Tentei me manter sóbria diante das caricias.

– Você conseguir me excitar ainda mais - ele subiu meu vestido com a ponta dos dedos e foi traçando uma caricia sem interrupções até a fenda da minha lingerie, e só nessa hora eu me dei conta do que ele pretendia fazer e puxei suas mãos dali.

– Killian... Por favor aqui não.- falei constrangida e ele sorriu malicioso

– Deixa de besteira, ninguém está olhando para suas coxas só eu - ele sussurrou no meu ouvido levando a mão por baixo do meu vestido outra vez.

– É sério, não gosto de aventuras - falei ofegante e ele mesmo tirou a mão e pousou em cima da minha antes de me dar um beijo na bochecha

– Tudo bem meu amor, eu espero com paciência.

A festa continuou a todo vapor mas algo estava me incomodando, a forma como tratei o Killian tinha deixado ele diferente, claro ele ainda estava atencioso e carinhoso comigo durante todo o tempo mas eu senti que ele esperava mais de mim naquela noite e eu devia uma boa conversa a ele por isso antes que a festa acabasse usei a desculpa que estava cansada e como ele tinha vindo de táxi eu fiz questão de levá-lo de volta para casa.

– Killian, se importa de irmos agora? Estou cansada. - ele me deu um selinho demorado e respondeu

– Vamos, também tenho que acordar cedo para a fisioterapia amanhã.

O caminho até sua casa foi tenso, nossos assuntos de repente não existiam mais e quando parei em frente ao prédio dele, tirei o cinto e ele entendeu que eu ia descer do carro também e deu um sorriso fraco para mim, o que não me abalou segui até o elevador em silêncio e assim chegamos ao apartamento em absoluto silêncio até que eu quebrei.

– Sobre hoje...

– Desculpe Emma, eu não sabia que ia te ofender era só um carinho - ele me interrompeu antes que eu terminasse a frase.

– Eu não me aborreci Killian- me aproximei dele e senti o peso do seu corpo se jogar no sofá aliviado e eu sentei ao sei lado - Eu só não esperava que fosse tão rápido assim e...eu faz tempo que não, enfim.

– Eu sei que ultrapassei as barreiras permitidas não deveria ter feito aquilo, e em público principalmente, só que eu fico louco quando te vejo - ele aproximou seus lábios do meu pescoço e começou a dar leves mordidinhas que estavam me deixando enlouquecida.

– Killian, antes que você se envolva comigo de uma maneira mais intensa, eu preciso te contar uma coisa - ele se afastou de mim e encarou meus olhos o que dificultou ainda mais a conversa, como eu contaria para ele do meu passado sem que ele me julgasse? E esconder isso dele seria impossível, sempre odiei mentiras então respirei fundo e falei:

–Killian, eu tenho um filho. - Era a primeira vez que tocava naquele assunto desde que comecei a trabalhar na delegacia, só a Ruby conhecia minha história e eu não tinha ideia de como ele ia reagir com essa bomba, talvez ele me odiasse pelo resto da vida, mas gosto de acreditar na teoria que ele vai me entender.

– Emma... Isso é... Você tem um filho? E aonde ele está? - Eu não sabia ao certo que tipo de reação ele estava passando, só entendi que ele estava confuso e não era pra menos.

– Ele não vive comigo, ele nem me conhece - baixei a cabeça e tentei segurar as lágrimas que insistiam em se formar nos meus olhos e meu autocontrole estava perdendo feio.

– Quantos anos ele tem? Ele foi adotado? Por que Emma? Por quem? - Isso estava parecendo um interrogatório mas era melhor passar por tudo isso agora do que futuramente ele descobrir que omiti esse pequeno detalhe da minha vida.

– Desculpa Killian, tem muita coisa sobre ele que eu realmente não sei, eu não sou mãe dele, só coloquei no mundo. Ele tem três anos e meio, e mora com meus pais eles que registraram e para termos oficiais ele é meu irmão, eu não tive condições de enfrentar tudo e todos e ficar com ele - nessa hora eu já estava desatando a chorar- e meus pais não queriam ficar longe do neto.

– E o pai? - Agora ele me olhava sério e eu honestamente não queria falar sobre isso.

– Ele nunca soube do nosso filho, bom na verdade soube que eu estava grávida no último ano da faculdade e ele... Bom... Ele sugeriu que eu interrompesse a gravidez, e daquele dia em diante eu não falei mais com ele, acredito que ele pense que eu realmente não tive esse filho e é melhor assim.

– Que Canalha! - Vi o rosto dele se enfurecer e me aproximei para saber se isso tinha abalado ou não nossa quase relação

– Já passou Killian, nós sobrevivemos, todos nós - coloquei minha mão sobre a dele e ele tirou.

– É melhor você ir, vai ficar muito tarde e as ruas são perigosas - ele deu um sorriso fraco e eu me levantei esperando que ele me acompanhasse.

– Não vai nem se despedir de mim? - Perguntei triste e ele levantou-se com dificuldade, se apoiou na muleta e beijou o alto da minha testa.

– Boa noite, se cuida - dito isto eu saí do apartamento, muito arrependida de ter contado a história para ele, eu não perdi o dom de afastar meus pretendentes.