O Diario de Paulina Martins escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 4
Capitulo 4 : A Usurpação


Notas iniciais do capítulo

Desejo a todas um lindo mas lindo lindo ano novo. Espero que tenham tido umas felizes festas e umas boas entradas. Desejo a todas que sejam felizes e haja sempre muito amor, saude, tebalho e dinheiro!
Agora, vamos ao que interessa, vamos ler o novo capitulo desta fic, mas antes, quero agradecer a cada uma de vocês que me seguem e comentam a historia, espero que continuem a gostar...



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Não queria ir ao hotel onde ela estava hospedada, não queria me prestar a essa classe de manipulações, mas continuava sem ter alternativas. Oh, Deus! Porque tinha que ser pobre? Porque tinha que a conhecer? E isto outra prova? O que terei que aprender com isto? A minha mãe me ensinou a ser humilde, é isto ser humilde? Essas tinham passado a ser as minhas perguntas quotidianas, mas continuava sem opter respostas.

No quarto dela, ela começou por me falar dos ocupantes da casa e da relação que tinha com cada um. Eram mais os que a desprezavam do que os que a queriam e ela nem se importava, ria-se disso. De verdade ela não queria saber disso ou fingia que não lhe afectava? En todo caso, eu fiquei enjoada com tanta barbaridade e mais fiquei quando contou que o seu cunhado Willy andava atras dela e ela lhe seguia a corrente, eu ja nem sabia o que pensar sobre ela, mas mais do que nunca começei a ter medo do papel que teria que fazer naquela casa.

Para poder saber mais sobre ela e a familia, Paola entregou-me o seu diario para que o consultasse sempre que pudesse. Um diario é algo intimo, mas sendo tão descarada, não me admirou que mo desse assim, so não sei se teria coragem de o abir, temia o que poderia la encontrar e descobrir sobre ela.

Logo me falou do seu marido, aparentemente dormem em quartos separados, acho que foi o unico alivio para mim, senão não sei se saberia lidar com a situação em caso contrario. Mas, se ele me procura, saberei o evitar? Ela disse que ele era um homem muito atractivo e facil de se apaixonar, mas também disse que era um cavalheiro e saberia me respeitar caso o enfrentasse. So podia esperar que realmente assim fosse e não fosse ter problemas com ele, se ele chegasse a descobrir, tudo estaria perdido e dessa vez não poderia escapar da prisão e a minha pena seria ainda maior do se fosse por roubo.

Durante seis dias fui a sua aluna, tive que aprender a ser a viva imagem dela, aprender a andar, endireitar os ombros, aprender a me sentar, a falar, a comer... até o meu cabelo e modo de vestir tive que mudar. Foram muitas mudança em tão curto tempo, não sabia se de verdade estava preparada para isso, se de verdade estava disposta a mudar de vida, a mudar de identidade, pois aquela Paulina não podia existir mais, durante um ano inteiro teria que ser, Paola Bracho!

Foram muitas mudanças, sim, e no final, de verdade parecia ser ela, o unico que não pude mudar, foi a minha voz, o que foi bom porque assim seria uma desculpa para não fumar. Tentei provar o cigarro, mas não pude, a minha voz mais clara que a dela, se iria notar, ter deixado de fumar, seria então a causa.

O septimo dia logo chegou, Cancun, minha casa, minha Terra, ficaria para tras e umas novas portas se iriam abrir para mim em México, aquela capital tão sonhada em visitar, sera que a iria desfrutar como sempre tinha sonhado? Teria liberdade para sair sozinha? Senhor! Quanto medo sentia por este futuro tão instavel...

Tinha estado nervosa durante toda a viagem, era a primeira vez que andava de avião e uma nova etapa da minha vida ia começar. Como seria aquela gente? Saberia eu actuar como a Paola e os enganar a todos? Teria eu essa capacidade de ser assim tão falsa? O futuro me parecia tão inseguro que tinha vontade de chorar, de fugir. Se não aparecesse naquela casa e fugisse, se mudasse de identidade e começasse tudo de zero, poderiam me encontrar? Tinha algum dinheiro em liquido que ela me deu, mas não seria o suficiente para uma nova vida, e como conseguir trabalho sem experiência? Definitivamente não havia alternativas, mas também não sei se teria o valor para semelhante aventura, nunca tinha estado sozinha e não saberia viver sozinha numa nova cidade ou num novo pais.

Cheguei ao aeroporto desnorteada, com o coração a me sair do peito, como os poderia reconhecer se nunca os tinha visto antes? No entanto, não foi preciso procurar muito, um menino moreninho de cabelos meios compridos gritou "mamã" e veio a correr até mim seguido por uma menina loirinha que se atirou aos meus braços.

Ao pegar nela, senti um reconforto que não esperava sentir, o meu coração reagiu violentamente ao ter aquele contacto, não sei se reagi assim pela maneira em como a Paola disse que os tratava, porque senti um instinto de protecção que nunca tinha sentido anteriormente. Não os conhecia, mas ja os queria, eles pensavam que era outra e teria que assumir dignamente o meu papel, pois aquelas crianças precisavam de mim. O que mais me preocupava, era saber que a eles também estaria a enganar e não era justo, so podia esperar não os fazer sofrer e ser uma boa... mãe... Deus! Ia ser mãe durante um ano, nem sabia se seria capaz de me comportar como tal!

O desespero desse pensamento não durou muito, Carlos Daniel se avançou sorridente - um sorriso lindo, discreto mas sexy, um sorriso que lhe chegava aos olhos e me chegou à alma - e me beijou tomando-me por sorpresa. Devia de o ter esperado, mas não estava pronta para esse recebimento, era suposto "estarmos" brigados, fiquei sorpresa, mas ele pareceu não o notar e me olhava com luxuria, nunca ninguém me tinha olhado assim, nem mesmo Osvaldo de quem até ja me tinha esquecido.

Aquele roçar de labios foi algo rapido, mas foi o suficiente para mexer com a minha alma, como o seu sorriso ja o tinha feito. Pude sentir o seu perfume, mistura de sabão, creme para a barba e odor a pinho, mas era um homem proibido e tinha que ter isso bem presente na minha mente, a pesar de ja saber que ia ser bem dificil...

Na rua, me olhou novamente nos olhos, olhou no mais profundo do meu ser, me cubiçando, e disse o que qualquer mulher que esteve fora gostaria de ouvir: "tive saudades tuas", "temi perder-te", e quis beijar-me de novo, mas não pude, não seria razoavel e me afastei deixando-o confuso. Ele pensava que com o meu regresso tudo ia voltar ao normal, mas sei que ainda o ia decepcionar muito mais porque seria ainda mais fria e distante do que a verdadeira Paola, ele ia ver muitas mudanças em mim, que elas fossem boas ou mas.

Apenas chegamos a casa, encontramo-nos com o Willy à nossa espera na rua, era a pessoa que não queria ver e foi justamente a primeira à nossa espera. Ja tinha uma ma opinião dele por tudo o que Paola me contou e ao ver aquela cara de mulherengo e cafajeste hipocrita ainda o despresei mais. Não estava na minha natureza detestar as pessoas, mas ja estava a ver que nesta nova vida, ia ser algo muito frequente que faria parte do meu dia a dia.

Continuava sem entender como podia ele ter uma mulher e a enganar assim debaixo do seu proprio teto e ainda por cima com a cunhada! Ele se atreveu a me falar com uma voz e sorriso melosos frente ao meu "marido" como se ele não estivesse là e a minha opinião sobre ele desceu de mais cinco pontos. Ignorei-o tão bem como pude e entramos. Como era de se esperar, as crianças pediram logo os seus presentes mas Carlos Daniel me fez escapar daquele momento dizendo a Lalinha para me acompanhar ao meu quarto e assim poder descansar da viajem. Era verdade que precisava de descanso, mas não so por causa da viajem, senão por tudo o que tinha estado a passar, como podia a minha vida ter mudado tanto em menos de um mês? Sempre tive uma vida pacata, quase modesta e todos os dias pareciam iguais, pedia a Deus para mudar a minha situação, mas nunca pensei que fosse ser esta a minha mudança. Seria este um castigo por ter desonrrado o Senhor por me queixar constantemente da vida que me tinha dado?

Queria estar sozinha, mas Lalinha queria fazer o seu trabalho e preparar o meu banho e arrumar as minhas coisas, não podia a mandar embora, mas temia falar de mais e deixar cair a mascara. A Paola deu a entender que a Lalinha era practicamente a sua sombra, e se alguém me descubrisse, ela poderia ser das primeiras. No entanto, sei que nunca diria nada a ninguém porque a Paola a compra para isso dando-lhe dinheiro e presentes, teria mesmo assim que andar com cautela, estar com Lalinha seria como pisar ovos.

Depois de tomar um banho que me relaxou um pouco, bateram à porta, não queria ver ninguém e muito menos ele.

– Você?! - Meu Deus, como pude ser tão burra e tratar ele por você?! Para quem queria ser discreta, começava com o pé esquerdo, iria aguentar mais de um dia naquela casa sem ser descuberta?

Sorpreendi os dois com esse "você", mas ele deixou passar esse lapso e me agarrou a mão para que me sentasse com ele. Senti novamente o meu interior remexer, era a primeira vez que sentia semelhante sensação com tão so me segurarem a mão. Começava a sentir muitas coisas estando perto de ele e não estava a gostar nada disso, não sabia aonde isso me poderia levar e não o queria descobrir.

Me levantei afastando-me assim dele mas ele fez igual e me garrou pelos ombros. Sera que com este homem tudo era à base de contacto? Ele não podia me dizer o que queria sem ter que me tocar constantemente? Não gostava disso, não gostava pela simples razão que o meu corpo reagia logo ao seu tocar. Toda a minha pele se arrepiou e a minha garganta se secou dolorosamente ao sentir o seu respirar tão perto de mim. Perdi o controle da minha respiração e os meus olhos se fecharam, queria sentir mais, muito mais, mas era impossivel, não podia me deixar levar por essa classe de sentimentos e sensações.

Voltei a me afastar e ele terminou por me dizer o que queria, queria me pedir ajuda com a Dona Piedad, queria pedir que não lhe desse conhaque quando me o pedisse. De facto, ela deu-me pena quando a vi, Paola a tinha estragado com o alcohol, mas Piedad era a dona daquela casa, e não seria eu a que a embebedaria de novo.

Tinha dado opiniões a Carlos Daniel sobre como a tratar e falei de um novo médico com novos métodos, mas acho que a Paola nunca deu assim a sua opinião e ele notou-me logo mudada, sei que o notou e novamente me senti em perigo, me senti insegura das minhas capacidades de actriz. Mas ele logo muda de atitude e ja não sei para que lado me virar. Ele pede carinho, diz que vai ser mais carinhoso e menos ciumento, ele a ama e ela o engana descaradamente. Da-me pena a situação dele, toda aquela familia me da pena, saberei endireitar o que a Paola fez desabar? Espero poder, e sobretudo espero poder evitar ele porque ele consegue quase sempre me apanhar por sorpresa querendo me beijar e essa vez quase me deixei levar mas fui salva pelo anuncio do jantar, mas serei sempre salva quando estarei nestas situações?


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem, comentemmmmmm
biagada, bigada, biagadaaaaa