Happiness escrita por AndromedaSama


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui está, espero que apreciem :)



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Eu me pergunto... O que é a verdadeira felicidade?

Sierra, 6 anos.

-Ei! - As mãozinhas bateram no alto balcão, onde uma jovem moça falava ao telefone e ria escandalosamente, apesar do ambiente. - Moça da Biblioteca! - Eu gritara mais alto e finalmente tive sua atenção.

-Hã? Oh... John, desculpe, espere um segundo.

A moça loira me olhou com desdém, como se eu fosse uma pedra no seu sapato. Ela me encarou e sorriu falsamente.

-Posso ajudar, garotinha? - Ela disse com uma voz afetada.

-Estou procurando um livro... - Falei baixo, olhando-a diretamente nos olhos.

-O que? Você nem deve saber ler! Vamos, vamos, deixa a tia Brenda fazer o trabalho dela. - Brenda falava enquanto me enxotava com as mãos.

-Eu quero o livro.

-Ah, ah. - Ela suspirou cansada. - Qual livro?

-Um que me responda qual é a verdadeira felicidade. - Falei diretamente, e ela segurou um risinho.

-Vá até a quarta estante, terceira prateleira de baixo para cima. - Ela sorriu de um jeito estranho, ignorando isso, corri até a prateleira.

Brenda, bibliotecária, 17 anos.

-Ah, John? - A mulher loira voltou ao telefone, rindo.

-O que foi, Brenda? - A voz cheia de estática do outro lado da linha soou divertida.

-Ah, mandei uma garotinha para a sessão de tragédias. - Ela riu histéricamente. - Ela queria saber o que era a verdadeira felicidade! Há!

-Como você é má, Brenda! - O homem riu do outro lado da linha.

Sierra, 6 anos.

As mãozinhas não conseguiam alcançar a prateleira, e já com cãibras nos ombros quando finalmente ela alcançou um livro, de uma capa preta simples, e apenas uma palavra escrita em prateado.

Happiness.

Sierra, 24 anos.

-It's all the same for the dreamers, it's all the same for us... - A melodia saia da minha boca em forma de sussurro, tentando acompanhar a voz do cantor, que emanava dos fones em minhas orelhas. - ...Where butterflies never die....

Esperando o farol fechar para poder atravessar a avenida, eu continuava a cantar, e batia ansiosamente o pé no chão. Não que eu fosse uma pessoa inquieta ou algo do tipo, essa noite, um homem que estava ao meu lado, não desgrudava os olhos de mim.

Não sou uma menina atraente, nem me esforço para isso, então duvido que ele esteja interessado em mim.

O cheiro incrivelmente doce do seu cigarro, chegava até mim e embaçava minha visão. O tempo parecia passar muito devagar, e alguns segundos, pareceram horas, quando o sinal finalmente fechou, atravessei rapidamente a avenida, e comecei o sinuoso caminho pelos becos para chegar em casa. Não olhei para trás nenhuma vez.

Ele não poderia estar me seguindo.

Não sou bonita.

Não tenho dinheiro.

Não tenho família.

Nada que valha a pena perseguir, certo?

A poucos metros da minha casa, com o som da música estourando em meus ouvidos, minha respiração descompassada, pisei em falso, e quase caí.

Nunca na minha vida, eu quis tanto espatifar minha cara no chão. E quando eu senti aquela grande mão me segurar pela cintura, me impedindo de cair no chão, de alguma forma, eu soube que era o fim.

O estranho me levantou e me virou para ele, antes que eu pudesse perceber, uma arma estava apontada na minha cabeça.

Não conseguia tirar os olhos dele, o cigarro repousado nos lábios pálidos e finos, o rosto esguio e o nariz reto, os cabelos castanhos que batiam nos ombros, penteados para trás com gel, e olhos pequenos adornados por sobrancelhas inclinadas, olhos de um azul escuro como a noite refletida no mar calmo, pontiagudos e intensos, como os de um elfo. Uns dez centímetros mais alto que eu, e certamente, possuia um olhar, que poderia rasgar minha alma em pedaços.

E sem demonstrar nenhuma piedade sequer, aqueles olhos me fitavam, e senti minha boca ser pressionada por um pano com cheiro forte, que deixou minha vista escura, e antes de perder totalmente as forças, como o som de trovões numa noite tempestuosa, a última coisa que eu ouvi, foi sua impiedosa voz.

-Bons sonhos, Maria Diamond.

"Quem diabos é Maria Diamond?" Foi a última coisa que consegui pensar.

***

Sabe, há diferentes definições de felicidade.

Penso muitas vezes, que a missão de vida de qualquer ser, é encontrar a felicidade. Para alguns, assistir á um belo pôr do sol ao lado da pessoa amada, para outros, realizar um sonho de infância, e tem até aqueles, em que a felicidade, é fazer outras pessoas felizes.

Afinal, somos apenas alguns bobocas em busca de um sorrisso sincero, aquela sensação de preenchimento, aquele frio e quente, o doce porém amargo, a sensação de que você poderia sorrir para o resto da vida.

As pessoas, só tem formas diferentes de conseguir tal sentimento.

A minha forma, encontrei em um fino livro em uma biblioteca empoeirada, de um orfanato qualquer.

A minha verdadeira felicidade é: Viver na mais profunda solidão, ou indiferença, então, quando encontrar minha verdadeira felicidade, poderei aproveitá-la ao máximo. E morrer.

Sim, morrer.

Se eu conseguir a verdadeira felicidade, não ficarei nesse mundo para vê-la desaparecer, e ficar lembrando, pensando, o quanto queria que tal felicidade voltasse.

Foi isso, que o livro, Happiness, me ensinou, foi isso que Simon Robbins, o personagem principal me ensinou.

Infelizmente, pouco antes de eu conseguir terminar aquele livro, o orfanato pegou fogo, junto com a biblioteca, nunca pude saber o fim desse livro.

Me pergunto... Se Simon, encontrou sua verdadeira felicidade.


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Notas finais do capítulo

Então, eu sei que a história é bem tumblr haha, mas enfim, espero que gostem, sem sinal de vida, eu posto mais semana que vem mesmo assim.