You're Always Here - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 22
Capítulo 22 - Rumo ao Distrito 13


Notas iniciais do capítulo

AEAEAEAEAEAE!

Consegui um tempinho pra postar! Vou tentar postar o próximo nesse fim de semana, se tiver tempo, porque tem cosplay novo chegando e o evento já é na semana que vem! xD

Mas enfim, não quero abandoná-los, deixando-s esperar por séculos por um novo capítulo (até porque nem eu gosto disso), então vou deixá-los com esse capítulo que ta bem leve :)

Nos vemos nas notas finais!

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO XXII

Estou sozinha num compartimento do aerodeslizador. Pedi um momento solitário quando Haymitch me largou do abraço que me deu após entrarmos. Ele sentia por Portia, mas não como eu. Nunca como eu. Meus olhos estão inchados e ainda soluço vez ou outra.

Minha cabeça gira e começo a sentir o sono chegar. Preciso de descanso.

Não consigo sonhar. Não consigo ter pesadelos. Não consigo ter nada além da escuridão.

Acordo um pouco atordoada. Minha cabeça ainda dói um pouco, mas é uma dor leve. Não sei há quanto tempo estamos voando, nem se já resgataram os tributos. O que me desperta, na verdade, são as batidas na porta.

– Effie - é a voz de Haymitch. Me levanto e vou até ela, abrindo-a para que ele entre. - Está bem?

– Mais ou menos - respondo com a voz fraca. - Como estão as coisas?

Haymitch suspira antes de responder. Ele se encaminha até a cama onde eu estava e se senta. Faço o mesmo, olhando-o com atenção.

– Conseguimos resgatar os tributos - ele diz e finalmente algo me tranquiliza entre toda essa confusão. - Mas... não conseguimos salvar Peeta. Ele ficou.

– Ele está...?

– Não sabemos, Effie - ele diz, interrompendo-me. - Espero que não, mas não é uma certeza. Não temos como saber agora.

Meu olhar está preso num ponto distante. Começo a imaginar mil formas de ver Peeta morrendo naquela arena, sozinho. Tento imaginar como Katniss está agora.

– Como está Katniss?

– Está desacordada - ele responde. Olho para ele desentendida. - Tivemos que contar sobre Peeta e ela ficou alterada. Plutarch a dopou e ela está dormindo.

Percebo que ele parece mais preocupado do que deveria estar. Algo mais o está perturbando, tenho certeza disso. Suas marcas de expressão estão mais visíveis. Ele está suando. Aposto que também esteja sedento de álcool.

– Tem mais alguma coisa, não tem? - indago um pouco receosa.

Haymitch respira fundo e fecha os olhos. Ele abaixa a cabeça por alguns instantes.

– O Distrito Doze foi destruído.

A fraqueza presente na sua voz mostra que está se contendo para não chorar. Há grandes chances, ou melhor, é quase certo que sua casa tenha sido destruída.

Pouso minha mão em cima da dele e passo o polegar de leve em cima dela.

– Sinto muito - é só o que consigo dizer. Sua vida já era uma droga até agora. Sem casa, então, foi de mal a pior.

Passamos os minutos seguintes em silêncio.

Eram raros esses momentos de sensibilidade de Haymitch. Mesmo tendo desfrutado disso mais do que qualquer outra pessoa, não deixava de ser uma raridade, pois ele sempre teve a sua mania de quebrar todo o clima formado falando bobagens. Às vezes era só para me fazer rir, outras vezes para me provocar. Nada muito sério. Típico dele.

Passo os meus braços ao seu redor num abraço. Trago-o para mais perto e beijo o topo da sua cabeça, encostando-a no meu colo. Depois de alguns minutos, sinto o peso dele sobre mim aumentar, então percebo que Haymitch caiu no sono.

Com cautela, me movo lentamente até que Haymitch fique deitado, com a cabeça sobre minha perna. Levo um pouco de tempo para fazê-lo, já que o peso de Haymitch não colabora com a minha ausência de forças. Assim que consigo, passo a acariciar seus cabelos até sentir o sono chegar para mim também e, aos poucos, meus olhos se fecham e eu durmo sentada, encostada na parede.

Acordo num salto, após ter sonhado que estava caindo da cama. Provavelmente acabo acordando Haymitch na mesma hora, pois ele levanta a cabeça e me fita com seus olhos inchados de sono.

– Por que você fica se assustando? - ele indaga com sua impaciência rotineira.

– Só foi agora, Haymitch - protesto. De fato, acordei assustada.

– Ah, não foi mesmo, queridinha - ele se vira e senta ao meu lado, esfregando as mãos nos olhos para tentar despertar. - Você vive fazendo isso.

– Não é verdade - respondo sem ter certeza. Sei que já acordei algumas vezes dessa forma, mas todo mundo tem esse tipo de sonho às vezes.

– É sim - ele insiste. - Você fica tendo esses "sustos", fica tremendo às vezes... é assustador.

– Então por que não me acorda quando faço isso?

– Porque também é engraçado - ele diz em meio a risos. Bufo e cruzo os braços, mas ele se curva para frente e olha para mim. Encontro seu olhar por um instante e vejo-o se aproximar, beijando-me delicadamente em seguida. Haymitch puxa as minhas pernas para cima das suas, então pouso uma mão no seu rosto. Assim como nosso primeiro beijo, exatamente assim.

Quando nos afastamos, Haymitch passa um braço ao meu redor e assim permanecemos por um bom tempo. Apesar de toda essa delicadeza que ele demonstra, percebo o excesso de cansaço que os seus olhos aparentam. Seus lábios estão secos. Ele sente falta de álcool. Faria qualquer coisa para ter pelo menos um copo de whisky nas mãos.

Depois de mais alguns minutos, Haymitch diz que vai procurar saber quanto tempo temos até chegarmos ao Distrito 13 e sai pela porta. Ele está tentando se ocupar com qualquer coisa que o distraia, que não o faça pedir por bebida. Imagino como deve estar sendo difícil para ele. Mesmo quando estávamos juntos no centro de treinamento, mesmo quando eu lhe dava broncas, ele bebia um pouco. Era como se a bebida já fizesse parte dele, como se fosse o seu oxigênio.

Tento reorganizar minha mente, mas sei que é uma perda de tempo. Há algumas horas eu estava na Capital e agora... bem, eu não sei exatamente. Estou num aerodeslizador indo em direção ao Distrito 13. Uma guerra está para acontecer e minha vida estaria correndo perigo se eu tivesse ficado lá. Não faço ideia de como serão as coisas daqui para frente e acredito que nenhum dos que estão aqui sabem. Estamos quase às cegas, na esperança de termos mais chances de viver.

Plutarch entra após bater na porta e eu avisar que está aberta. Ele está com uma seringa numa mão e um pacote na outra, e parece um pouco apreensivo. Não entendo o porquê deste objeto estar sendo portado por ele, mas também não pergunto de imediato. Ele se senta numa cadeira e olha para mim.

– Está bem? - indaga e eu balanço a cabeça positivamente. - Ótimo. Não quero que se sinta ameaçada.

Plutarch estica a mão com o pacote e me entrega.

– Por que ninguém me contou antes? - pergunto com a voz fraca. É quando percebo que quase não comi desde que entramos aqui. Abro o pacote e vejo que ele me trouxe comida.

– Não sabíamos se o melhor para você seria vir conosco ou ficar - ele explica. - Como cidadã da Capital, você poderia ter certa "imunidade" se ficasse, não correndo riscos. Mas Haymitch parecia preocupado e decidiu não arriscar em deixá-la, já que não teria ninguém com você - percebo que quando ele toca no nome de Haymitch, ele dá certa ênfase e me olha um pouco diferente. Estaria ele sabendo de nós também?

Tive tempo de comer um sanduíche enquanto ele falava.

– Eu vim avisá-la de que no Distrito Treze há um "uniforme padrão" para os habitantes. Então... não vai poder usar suas roupas da Capital.

Suspiro com a notícia. Confesso que já esperava por não poder usar minhas tão amadas roupas, mas "uniforme padrão" me causou calafrios.

Imagino um espaço com centenas de pessoas usando a mesma roupa, nas mesmas cores, ou pior, sem cores. Uma uniformidade de ausência de cor, um tom morto. Sem direito a modificações. Que horror!

– Como vai ser quando chegarmos?

– Bom - ele diz, juntando as mãos em frente ao corpo, seus cotovelos apoiados nos joelhos - seremos recebidos pela Presidenta Alma Coin e cada um terá seu próprio compartimento. Talvez ela nos receba depois para podermos começar reuniões e tudo mais.

Penso em como o nome dessa mulher é estranho. Mas minha ansiedade me impede de rir.

– Terminou de comer? - ele pergunta e assinto com a cabeça. Plutarch ainda parece apreensivo. Ele mexe na seringa rapidamente e então concluo que ele irá aplicar o que tiver em seu interior em mim.

– O que é isso? - indago sem tirar os olhos da seringa. Plutarch se levanta e se aproxima de mim.

– Estamos chegando ao Treze dentro de alguns minutos - ele começa. - Será mais fácil para você se não enfrentar toda a confusão quando chegarmos. Isso aqui - levanta a mão que está com a seringa - é só para você dormir.

– Não sei se é uma boa ideia... - minha voz soa trêmula. Percebo que estou segurando o lençol com cada vez mais força. Tenho pavor a seringas.

– Confie em mim - Plutarch diz suavemente. - Sou seu amigo, Effie. Sabe que pode confiar em mim.

– Eu sei, mas... é uma seringa!

Plutarch acaba rindo um pouco. Minha cara de medo deve estar hilária. Não duvido disso.

– Effie! - Plutarch fala firmemente. - Você vai dormir, só isso. Acredite: vai ser melhor que não esteja acordada quando chegarmos. Assim você irá diretamente para o seu compartimento e logo nos encontraremos novamente.

Enquanto suas palavras fluíam, senti que ele inseria a agulha no meu braço direito. Estava apenas tentando prender a minha atenção para que eu não percebesse qual a sua real intenção no momento. A dor foi pequena, mas ainda fiz uma careta antes de ouvir apenas o eco da sua voz falando algo desconexo e, em seguida, a escuridão.


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Notas finais do capítulo

Não fiquem com raiva do Plutarch PELO AMOR DE GOKU ♥

A partir daqui vamos ter umas partes do filme, já que no próximo a Effie já vai estar no seu lindo e maravilhoso compartimento do D13. Como ela vai lidar com aquelas roupas "maravilhosas", hein? Qual vai ser a reação?

Deixem seus comentários e façam a Lovett feliz! ♥