Lilian Evans;

Ah! Que manhã maaravilhosa. Hoje só fiquei com vontade de matar cinco pessoas putinhas, e isso já é um avanço. Fazia pouco mais de uma semana desde que James e eu tínhamos nos beijado, e dele ter saído gritando isso para todo castelo, mas ninguém parecia esquecer isso.

Todo dia durante as aulas eu tinha que escutar alguma piadinha a respeito disso e tinha dias que faziam até encenações, sem contar nas fãs dele, essas eram terríveis, sempre com ironia e humor bem acido. Putas! Bando de putas! E eu? O que fazia em relação a isso? Fingia que não era comigo.

Mas o pior é que logo virou moda um garoto ficar com uma garota e sair pelo castelo gritando que tinha ficado com ela. Já dava para formar um clube. O Potter não tinha feito só a mim de idiota, pois sendo ele o "Herói do quadribol" serviu de exemplo para vários outros idiotas repetir o que ele tinha feito.

"Pensa pelo lado bom Lily. Pelo menos agora não é só você que é a idiota."

Lene tinha me dito ontem à noite. E eu tentava olhar isso pelo lado bom, mas não conseguia porque eu sabia o que elas deviam estar passando, só que dependo de quem tinha feito, por exemplo, se fosse alguém que elas estivessem apaixonadas, ia ser mais doloroso.

Afastei desses pensamentos e me concentrei no dever de poções que estava na minha frente. Eu estava sentada no chão da sala comunal, que se encontrava vazia já que estava tendo aula de duelos, eu era uma das poucas pessoas que não fazia essa aula, não porque era contra violência, mas sim porque os duelos tinham se tornado só mais uma forma de brincadeira, ninguém os levava a sério, como se não percebessem o que está para acontecer. Idiotas!

Quando terminei meu dever e ia subindo para o dormitório feminino, James Potter descia do masculino ajeitando a gravata, e colocando a camisa por dentro das calças. Atrás dele vinha Elizabeth Roky, uma loira dos peitões, ela estava no quinto ano.

O cabelo dela estava todo bagunçado, e o batom borrado. Morrendo de ódio do que estava vendo subi as escadas para meu quarto. Não que fosse alguma surpresa, nos últimos dias James Potter estava mais galinha que em todos os anos anteriores juntos, e isso era muita coisa.

Alice dormia em sua cama quando entrei no quarto. Ela não fazia as aulas de duelo pelo mesmo motivo que eu.

Tomei um banho, e quando voltei para o quarto Alice estava com meus pergaminhos de poções copiando meu dever.

—Alice! Passei horas fazendo esse dever.

Ralhei com ela.

—Se você que é louca por poções demorou horas fazendo esse dever imagina eu, pobre bruxa, que não sei nem mesmo entender o que o livro está explicando.

Revirei os olhos para o drama dela.

—Se você parece de ficar conversando durante as aulas e prestasse atenção na aula aposto que entenderia os assuntos.

—É eu sei, mas o professor tem voz de sono.

—Sim é assim não sei por que continua a fazer essa matéria se está mais do que claro que não gosta.

—Porque minha querida amiga de cabelos flamejantes, o importante não é o lugar muito menos matéria que estamos fazendo e sim às pessoas e principalmente quem está fazendo a mesma matéria.

—Então resumindo toda essa filosofia barata, continua fazendo poções porque o Frank também faz?

—Claro! Frank assim como a sua senhoria adora poções, e tenho que ficar de olho no meu gato, o que não falta nesse castelo é garotas devassas querendo agarrar o homem das outras.

Reviro os olhos. Só a Alice mesmo para sentir ciúmes do Frank. Não que ele não fosse atraente, mas não fazia muito o estilo das garotas de Hogwarts, elas eram muito mais James e Sirius.

—Relaxa, é só às mandar atrás do James Potter, aposto quanto quiser que elas irão preferir ele ao Frank.

Alice me encarou por uns breves segundos e perguntou num tom preocupado.

—Viu ele com outra?

—Sim, quando eu estava subindo ele estava descendo do dormitório masculino com a Roky.

Digo como quem não quer nada, mas Lice me conhecia e sentiu a mentira da minha voz.

—Antes ele tinha o critério de não pegar garotas de anos abaixo do nosso ano, mas agora...

Ela comenta.

—Acho que é porque ele já deve ter pegado todas do nosso ano.

—É talvez... Frank me disse que ele e Sirius ainda não estão se falando direito.

—Eu sei. Remo me falou a mesma coisa. Será que a culpa é minha?

—Como poderia ser?

—Eles brigaram no dia depois de James e eu termos ficado.

—Isso não significa nada. Não fica casando motivo para se sentir culpada. Se eles brigaram, o problema é deles, não seu, muito menos a culpa.

—Eu sei. Sirius já me disse que eu não tenho nada a ver com a briga deles, mas eu tenho a sensação de que eu sou. Sei lá. Ultimamente não penso nada com nada.

—Se o Sirius já te garantiu que na tem nada a ver com você para que ficar se culpando? Além disso, se quiser minha opinião, eles não vão ficar muito tempo brigados .

—Isso é verdade. Aqueles dois não vivem um sem o outro.

Digo sorrindo.

—Ei Lice, será que é por causa da briga com Sirius que ele anda assim? Pegando qualquer uma? Sabe, ele tá pegando por ele e pelo amigo?

—É uma possibilidade, mas acho que não é por isso. Até porque Sirius não deixou de galinhar.

—Pensando por esse lado ate que você tem razão.

—Lily... Você, não está incomodada com essas atitudes do Jay não, né?

—Quê? Claro que não.

Desconverso. Ela me olha sem acreditar, mas não diz nada.

...

—Já estão sabendo?

Lene perguntou super animada para Lice e eu quando entra no nosso dormitório.

—Provavelmente não, já que passamos as ultimas horas dormindo no meu caso ou no caso da Lily fazendo dever de poções.

—Ô vida animada a de vocês duas ein!

—Vai contar ou não?

Pergunto um pouco ríspida demais.

—Calma, vou contar sim, não precisa ficar irritadinha não.

—Não estou irritada, só que não vejo graça em fofocas.

—Só por causa disso, vocês terão que procurar outra fonte, porque da minha boca não saberão nada.

—Ok, vamos perguntar para a Dorcs.

Digo.

—Tá bom, já que vocês imploraram tanto, eu vou contar.

—Nós não imploramos.

Alice diz sorrindo. Tanto ela como eu, sabíamos que Lene adorava ser a primeira a os contar alguma fofoca.

—Implorem, por favor, porque o que tenho para contar é simplesmente inacreditável.

Alice e eu nos encaramos.

—Sem mais delongas. Vou contar...

—Lene! Sem enrolações.

Alice pediu.

—O professor de duelo chamou Severo Snape para duelar com o Jay... e o Jay perdeu... E tem mais, perdeu sem conseguir acertar nem mesmo um feitiço no Snape.

—Isso sim é inacreditável.

Alice disse.

Eu estava pasma. Snape não era ruim em duelos, ele era ótimo em feitiços e já até inventou alguns, mas James sempre fora o melhor da escola.

—Se eu não tivesse lá juro que não ia acreditar. Depois que perdeu James saiu da aula, ninguém o viu depois.

Lene completou.

—Eu o vi, ele estava com uma quintanista. Saindo do dormitório dele. Acho que ele estava sendo consolado.

Digo.

—Seja como for, foi um golpe duro pra ele. Perder para um sonserino já é ruim, sendo o Ranhoso ainda por cima... (Alice para quando olha minha cara.)

—Desculpa Lily é que...

—Não, tudo bem Lice.

—Eu estou achando que o James vai ter que todas as garotas desse castelo e mesmo assim vai ficar com o ego ferido depois de ter perdido para o Severo.

Digo.

—Isso é verdade. Nem mesmo o troféu das casas nesse ano, ou o de quadribol vai ajudar ele a se recuperar. Isso sim que foi choque de realidade no James. Ele nunca tinha perdido nenhum duelo e a primeira vez que perde foi justamente para o maior rival.

Lene argumentar.

...

JAMES POTTER.

Oi pai, oi mãe.

Queria está aqui escrevendo que estou bem.

Mas isso não seria verdade. Eu não estou nada bem,

Para dizer a verdade a última vez que soube o que era está bem foi justamente no último dia de férias.

Não é nada demais, é só que estou com uma baita sensação de que não estou bem.

As coisas aqui continuam da mesma forma que sempre continuarão exceto que Sirius e eu brigamos, mas eu já estava me sentindo assim antes de brigar com ele.

A verdade é, que eu não sei porque estou triste, não estou nem mesmo me reconhecendo mais. Será que estou ficando louco? Não sei. Sei de pouca coisa nesses tempos, só sei que não o mesmo e não gosto da sensação de não saber quem sou.

Hoje perdi um duelo (Foi na aula de duelos então não esperem uma carta do Prof. Dumbledore) e não foi uma simples derrota, perdi para o Ranhoso (Tem como ser pior?), mas o problema não foi eu ter perdido e sim eu não ter conseguido me concentrar durante o maldito duelo.

Sei lá eu estou me sentido como se nada me adiantasse muito, nem garotas, nem bebidas (estou falando de chocolate quente mãe), nem mesmo a companhia dos marotos, ontem tive treino de quadribol e no final do jogo lá estava de novo essa sensação de que algo está fora do lugar, as vezes me pergunto se não sou que estou fora de lugar.

Já se sentiram assim? Perdidos em um lugar que vocês conhecem tão bem? Espero que sim, pois dessa forma vocês poderão me dar algum conselho sábio que mande embora essa sensação.

Sinto saudade de vocês, mas do que possam imaginar.

Carinhosamente James Potter.

Coloquei a carta em um envelope e entreguei a minha coruja, que saiu rapidamente para entrega-la aos meus pais. Eu podia imaginar eles sentados na sala de estar, Meu pai lendo um jornal ou um livro deitado nas pernas da minha mãe, enquanto ela fazia carinhos no seu cabelo.

Saí do corujal e fui em direção ao castelo, porém quando estou chegando perto vejo Lilian junto o Ranhoso conversando amigavelmente próximo a entrada. Uma fúria toma conta de mim, aquele bastardo já foi se vangloriar para ela. Ele deve está se achando o máximo mesmo. Idiota! E ela ainda tem coragem de falar com ele mesmo depois dele tê-la chamado de “sangue ruim”. E isso com toda certeza é pior do que o que eu fiz para ela. Se bem que eu não fiz nada demais. Continuei os observando e a visão dos dois me corroía por dentro, no momento em que ele colocou as mãos no rosto dela, acariciando a bochecha dela, eu corri em direção á eles. Não me lembro de quando decidir ir até lá, só lembro-me de ter ido.

Lilian me olhou com um olhar surpresa, mas a olhei muito. Ranhoso me olhava divertido, sorria com orgulho, e exclamou numa voz bem alta para quem passasse por perto pudesse ouvir.

—Olha só! Parece que James Potter quer uma revanche.

E antes que eu me desse conta, um circulo de alunos se formou ao nosso redor, todos curiosos para o que viria. Mas eu não preciso olhar ao redor para saber que Lilian não estava entre as pessoas, na verdade ela já devia esta dentro do castelo. Menos mal assim ela não veria o “Amiguinho” que a chamou de “sangue ruim” perder.

—Não vou duelar com você idiota.

—Medo, Potter?

—De você? Não tenho medo nem do seu Lordizinho muito menos de você, Ranhoso.

Ele colocou a varinha dele no meu pescoço.

—Ui, é só falar nele que você fica nervosinho?

—Não fale do que não sabe Potter.

—E quem vai fazer eu me calar, você? Por Merlim Ranhoso você não consegue nem mesmo lavar sem cabelo decentemente imagina fazer eu me calar.

—Eu consigo ganhar de você num duelo. E mostrei isso diante todo castelo.

—Guarde bem essa vitória na sua mente, porque acredite Ranhoso, ela vai ser a ultima.

—Prove. Vamos lutar?

—Hoje não. Mas em breve, quando você estiver lutando pelo seu chefinho e eu pela verdade, e então eu te mostrarei como ser um homem de verdade.

—Você não passa de um moleque Potter. Que vai correr para o colo do papai assim que as coisas começarem a ficar ruins, e elas vão ficar Potter. E como vão ficar;

—Ranhoso você me dá nojo.

Digo afastando a multidão e entrando no castelo, mas ainda escutei seu grito atrás de mim.

—Desculpe Potter, você não vai correr para o colo dos seus pais, até porque eles nem estarão lá pra você.

—Como é que é?

Digo me virando para ele novamente. Snape está com um sorriso cínico no rosto.

—Ops, falei demais? Cuidado com quem você se mete Potter. Mas se quiser esse conselho também serve para os seus amados paizinhos.

Sussurra ele no meu ouvido.

Após isso só me lembro dele jogado há alguns metros de distancia, os alunos ao meu redor me olha assustados. Sem me preocupar com o Ranhoso caído desmaiado no chão. E quando já estou bem longe percebo que minha varinha ainda estava no meu bolso