Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 88
Perdão e Império.


Notas iniciais do capítulo

Eu não estou bem com o fim de Império, foi difícil escrever esse capítulo, só consegui agora, as 1:52 da manhã. ;´(



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Por Eduarda.

Ele já desmatou praticamente metade da Amazônia, tamanha é a quantidade de papeis em que escreveu, leu, não gostou e jogou no lixo.

Lucas está tentando criar um discurso desde ontem, pediu minha ajuda e desde então estamos pensando em alguma coisa.

Ele dá sugestões eu as critico. É o que basicamente aconteceu...

"JL: O problema é começar, depois vai fluindo..." O novo Imperador falou.

"É com muita satisfação que aceito esse cargo e..." Não, isso não!

"Respeitável público..." Você não vai apresentar um espetáculo de circo, menos.

"Prometo que vou cuidar, amar e honrar essa empresa e..." Tu não está indo casar com ela!

"Isso é a realização de um sonho, nunca pensei que chegaria até aqui..." Lucas, você não vai ganhar o Oscar!

No fim, ele falou: Caramba Du, mas tu também não gosta de nada!

Ontem o tempo correu, o dia anoiteceu, a tarde passou voando e agora estamos os dois nos arrumando, ainda sem discurso, quase prontos pra festa da nova coleção.
JL: Como eu posso ser o presidente da empresa se nem consigo fazer um discurso?
Du: Você só está nervoso, aposto que na hora as palavras vão vir na sua mente...
JL: Não, na hora eu vou congelar, gaguejar e querer sair correndo!
Du: Até parece que você nunca fez isso antes... Já perdi as contas de quantos discursos ouvi tu fazendo, não só lá na sua empresa, como também aqui! Lembra quando você fez um no aniversário de 1 ano dos nossos filhos?
JL: Mas aquele dia foi fácil! - Ele sorri, enquanto dá o nó na sua gravata. - Eu sabia o que dizer, era só colocar pra fora meus sentimentos... E eu não estava tão ansioso assim!
Du: Então é isso, tenta se acalmar e na hora diz o que você estiver sentindo, bota pra fora o que seu coração quiser falar!

Me aproximo de Lucas e ajeito sua gravata. Ele já está acostumado a vestir roupas sociais, mas ainda não aprendeu e nunca aprenderá a fazer um nó como o meu. Meu marido fica olhando minhas mãos ajeitando o que ele acabou de fazer, e então diz:
JL: Está vendo? Sozinho eu consigo, mas com você fica melhor... E eu nem estou falando da gravata! Te amo! - Ganho um selinho.
Du: Por que ta dizendo isso?
JL: Porque eu senti vontade! - Ele sorri. - A vida é tão incerta, a partir de hoje vou falar o que sinto, não importa a hora. As vezes pensamos que temos todo tempo do mundo, que é eterno, mas na realidade não é isso que acontece, né? Todo dia é hora de dizer que ama, que sente falta, de se declarar...

Termino de ajuda-lo a se arrumar e respondo.
Du: Eu que estou grávida e você que fica sensível! - Sorriu e reviro os olhos.

Já estou pronta e uso um longo vestido roxo, que deixa bem evidente a minha barriga. Mal posso esperar para ver o rostinho do meu filho, para conhece-lo... A única coisa que sei sobre ele é que é bem agitado, vive chutando minha barriga.

Escolher o nome se tornou uma tarefa difícil, primeiro pensamos em Mario, para ainda homenagear Maria, mas depois lembramos daquela brincadeirinha:

"Mario, que Mario? O que te comeu atrás do armário."

E decidimos que preferíamos evitar bullying na vida do nosso filho.

Apareceram vários outros nomes na nossa cabeça, mas no fim decidimos esperar, conhecer ele primeiro para só então nomeá-lo. Tem gente que tem cara de Fernando, outros de João... Quero ver ao que meu filho lembrará.

No cômodo ao lado os gêmeos estão sendo arrumados por Carmem, eu que escolhi suas roupas. Minha filha vai usar um vestido vermelho e Alfredinho um "mini terno". Ele não gostou muito da roupa, mas lhe caiu muito bem.
JL: Bora? - Ele pergunta, animado.
Du: Nós nos arrumamos muito cedo, dá tempo de ficar de bobeira por aqui...
JL: Ok... - Ele se senta na cama e fica me olhando.

Nunca tinha o visto tão ansioso, parece que vai infartar a qualquer momento. Depois de alguns milésimos de segundos de silencio, Lucas já se levanta dizendo:
JL: Ah, não dá não Du! Se eu ficar aqui parado por mais tempo, meu coração vai parar também...
Du: Ok, como eu não pretendo ficar viúva tão cedo assim, vamos nessa! Só acho que iremos chegar primeiro que todo mundo...

Vamos buscar meus filhos em seus quartos e então caminhamos até a garagem. Lucas acha que gravidez é doença, fica o tempo todo em cima de mim, não quer que eu faça nenhum esforço, até para entrar no carro ele me oferece ajuda, me sinto um neném, e no fundo gosto disso.

Quando somos cuidados, a pessoa que nos agrada demonstra carinho, é bom sentir isso... Apego, amor e proteção nunca é demais.

Ele liga o automóvel e começa a dirigir. As crianças estão conversando entre si, meu marido presta atenção no caminho e eu fico calada olhando pra fora. Tem uma música tocando, ela está baixa, mas percebo que é uma das minhas favoritas: Love Someone

Oh, ain't it nice tonight we've got each other: Oh, não é legal que esta noite temos um ao outro

And I am right beside you: E eu estou bem ao seu lado

More than just a partner or a lover: Mais do que um parceiro ou um amante

I'm your friend: Sou seu amigo

Essa música é minha e do Lucas, não importa pra quem ela foi escrita, ou quem a escuta, pertence a nós dois... Combina tanto com a gente!

Acho que isso acontece com todos, quando estou dentro de um veiculo em movimento, ouvindo uma canção e olhando pra fora, me imagino em um vídeo clip... É tão normal ser bobo!

As ruas estão cheias hoje, acho que Lucas tinha razão de querer vir mais cedo, sinto que enfrentaremos um trânsito. Está de noite, mas nenhuma estrela aparece no céu, vai chover a qualquer momento.
JL: Que tal: Eu trabalhei muito até chegar aqui, sinto que estou preparado para mais essa etapa da minha vida, sei que sou capaz de administrar a Império tão bem quanto meu pai!
Du: Muito presunçoso! - Respondo, voltando a prestar atenção nele. - Só agradeça ao Comendador, prometa dar o melhor de si e pronto... Não precisa ser um discurso longo!
JL: Mas eu queria deixar todos com uma boa impressão de mim... Tu sabe, a primeira é a que fica! Se você parecer inteligente ao conversar com uma pessoa pela primeira vez, dificilmente ela te achará burro! Então, se pensarem que eu sou um bom líder e capaz de comandar a Império, ficará mais fácil...

Paramos em um sinal vermelho, então escutamos gostas de água caindo sobre o carro, os pingos começam a escorrer sobre os vidros e a intensidade vai aumentando.
JL: Desse jeito vai ter muito trânsito... - Ele reclama.

Dificilmente vamos chegar atrasado, mas o problema não é esse, é que ele deseja estar lá o mais rápido possível.

Volto a olhar pra janela e vejo uma igrejinha evangélica bem convidativa. Ela está aberta, mas não tem ninguém entrando... Não deve ser dia de culto.

De repente um homem sai pela porta, muito bem vestido, e fica olhando o movimento pela calçada, que é quase nenhum. Ele tenta entregar folhetos, mas as pessoas passam correndo em sua frente sem olha-lo. Ninguém quer tomar chuva. Apesar de tudo, tem um sorriso que não sai de seu rosto e mesmo de longe enxergo seus olhos brilhando.

O reconheci na hora, mas parecia tão diferente que demorei a aceitar que era ele. Talvez fosse uma miragem, um engano, porém não, é realmente quem estou pensando.

Sinto a necessidade de me aproximar, não que eu esteja com saudades, mas a curiosidade me consome.

O que aconteceu com ele durante todos esses anos? As vezes fico curiosa pra saber o destino das pessoas que passaram por mim, pela minha vida.

O sinal abre, Lucas ia arrancar com o carro, mas antes disso eu tirei meu sinto e abri a porta.
JL: Que foi? - Ele se assusta e freia bruscamente, o automóvel atrás do nosso quase bate na nossa traseira.

Assim que desço do veículo quase sou atropelada por uma moto, ela passa do meu lado, sinto um ventinho batendo em meu corpo.

Ainda chove, minha roupa está molhando, meu cabelo perdendo o volume, minha maquiagem com certeza vai borrar, mas na hora nem pensei nisso. Só precisava atravessar a rua.
JL: Du? Onde você está indo? - Os carros atrás dele buzinam e os do lado não param de passar.

Escuto a porta se abrindo e em seguida sendo fechada, olho para trás e Lucas está correndo até mim.
JL: Desse jeito você vai ser atropelada! Entra no carro...
Du: Eu preciso falar com ele!

Uma motorista para e então eu finalmente consigo atravessar a rua. Escuto algumas pessoas xingando Lucas, afinal ele está atrapalhando o transito, e não ouço seus passos me seguindo... Melhor assim!

Ele não está mais ali na porta, talvez tenha entrado... Assim que chego na calçada, corro pra dentro da igreja e lá um homem vem me receber, mas não é o mesmo que vi...
C: Boa noite irmã! - Ele sorri. - Eu sou Cleber, você veio conhecer a nossa igreja?
Du: Não... - Respondo, olhando tudo em volta. Eu o vi, cadê ele?– O homem que estava ali na porta, onde está?
C: O Pastor Fábio?

Oi? É o nome do meu pai, o homem que vi parado na porta, mas a palavra antes do seu nome me deixou em dúvida.
F: Oi minha filha... - Sinto suas mãos em meu ombro, ele estava atrás de mim.

Me viro e vejo uma pessoa diferente da que conheci e convivi a vida toda. Ele está bem vestido, tem um semblante calmo, sereno, feliz...
Du: Você virou Pastor? - Pergunto, assim que o olho.

O cara que me atendeu se afasta, então ficamos apenas nós dois.

Da ultima vez em que eu o vi, ele estava na delegacia se entregando pra polícia. Meu pai me ajudou, não por me amar, mas por um motivo louco da sua cabeça... Anos se passaram, nunca mais tinha ouvido falar dele, e agora estou aqui parada em sua frente. E o pior, eu que vim a seu encontro.

Nem sei porque fiz isso.
F: Quem diria, não é? Na cadeia conheci Jesus, ele me mostrou um novo caminho... Sua mãe também se converteu! Agora dedico a minha vida a salvar almas!
Du: Então tu mudou de profissão... De traficante, pra mensageiro de Deus! - Ele sabe que não estou acreditando na sua boa intenção, nenhuma pessoa muda desse jeito.
F: A cadeia transforma as pessoas, eu mudei de verdade!
Du: Mudar é uma coisa, agora virar outra totalmente diferente já é impossível!
F: Eu sei que te fiz muito mal, que você nunca vai me ver como um pai, ou uma pessoa boa, de caráter, mas juro que sou um ser humano melhor...
Du: Sabe o que eu acho? Isso aqui é o seu novo negócio, o jeito que você arrumou de arrancar grana das pessoas! O dízimo aqui é de quanto? 50%?
F: Isso é preconceito com a minha religião e com os pastores!
Du: Não, é contra você mesmo!
F: Se não acredita em mim, no meu arrependimento, na minha mudança, por que veio me procurar? - Ele me questiona calmamente.
Du: Eu não vim até aqui pra te ver, só estava passando em frente e então meus olhos te encontraram. Não sei porque, mas senti uma necessidade enorme de falar contigo, mas acho que foi uma péssima ideia.. - Olho para mim, estou toda molhada. - Só consegui estragar a minha roupa e maquiagem...
F: Acredita em destino? Todas as vezes que você veio ao Brasil eu pensei em te procurar, mas nunca tive coragem! Pensava em te implorar um perdão... Imaginava nós dois finalmente conseguindo ter um bom relacionamento de pai e filha! E agora você está aqui... - Ele me olha pela primeira vez com carinho, mas eu continuo fria.- Acho que isso nunca vai rolar, né?
Du: Não, nunca... - Respondo, é impossível.

Fabio já estava morto e enterrado na minha vida, eu nem ao menos pensava nele, por que apareceu hoje?
F: Existia dois seres dentro de mim, um anjo e um demônio! O lado ruim era forte, eu o alimentava mais, ele aparecia com maior frequência, se exibia para as pessoas, as reprimia, não tinha piedade nem amor. Porém aqui dentro! - Fabio coloca a mão sobre seu peito. - Também tem um anjo... Que não era exaltado, nunca aparecia, vivia dormindo, estava quase morto... Um dia ele resolveu lutar pra crescer, quis deixar de ser submisso ao mal! As coisas ruins que eu fazia me davam felicidade: Eu adorava ser traficante, ganhar dinheiro fácil. Amei a possibilidade de ficar rico doando sangue pra você... Mas aquilo era tudo falso, o lado bom dentro de mim descobriu que eu mereço mais! Ser feliz de verdade, mesmo quando não há motivos. Eu vivo sorrindo hoje em dia, porque sei que meus caminhos são guiados por um cara que sabe tudo! - Ele coloca a mão sobre minha barriga. - Eu vi na internet que vai ser menino, provavelmente não vou conhecer esse neném, e nem mereço... Mas torço pra que ele tenha muita saúde, pra que você saiba o educar, e pra que se torne um bom homem! Eduarda, sei que nunca vou ser chamado de pai por você, pois em toda minha vida jamais agi como um, me arrependo, sofro e condeno minhas atitudes... Compreendo que ainda me odeie, mas será que um dia você poderá me perdoar? Queria ter essa esperança!

Eu o odeio? Não sei...

Nunca mais tinha pensado nele, preferi deletar de minha memória... Mas no fim, sempre senti falta de falar que tenho um pai, de poder pensar em um e não sentir raiva. Mesmo que eu não o odiasse até hoje, no fundo ainda sentia uma coisa ruim, se parasse para lembrar da sua pessoa, haveria uma mágoa.

Os ciclos dos rios não são fechados completamente se sobrarem um espaço para água passar. Ainda há um enorme buraco entre nós dois, que deixa muita coisa entrar em mim, mesmo que eu não percebesse, isso não me fazia bem.
Du: Você tem razão! Tu não merece que eu te chame de pai... Mas pra falar a verdade, eu acho que não te odeio. Na verdade nem pensava em você.... - Ele faz silêncio. - Mas eu não fazia isso, porque sabia que iria doer! Há um tempo atrás, meus filhos perguntaram da minha família... Eu disse que todos haviam morrido!
F: É isso que você sente? Que eu morri na sua vida?
Du: Não, mas era mais fácil mentir! Dizer de ti trás dor, me lembra um passado ruim... Sinto que você é a personificação de tudo que me fazia mal na infância. Eu me sentia um lixo em casa, uma pessoa que não era amada! Quando engravidei, pensei que nunca ia conseguir amar meus filhos, porque não recebi esse amor, no entanto hoje eles são as coisas mais importantes da minha vida. Ninguém me ensinou ou mostrou o que é esse sentimento, eu simplesmente o encontrei, conheci.

Ele está chorando, e parecem lágrimas sinceras.
F: Você pode não acreditar, mas sofro por isso todo santo dia. E também pelo mal que te causei depois, quando tu cresceu...
Du: Eu acredito! - Pego em sua mão. - Quando fui mãe, não compreendi como você podia não me amar... É um sentimento que simplesmente surge, é inexplicável!
F: Eu não era tão bom como você!
Du: Nunca vou te amar como os meus filhos amam o João Lucas... Nem te considerar o meu super herói! Mas do fundo do meu coração, eu te perdoou! Não guardo mágoas, nem ressentimentos!

Ele me abraça. Acho que esse foi o primeiro que demos, o único com algum sentimento verdadeiramente bom envolvido.

Quando me falarem o nome de Fábio, não pensarei mais mal, nem sentirei raiva, isso me lembrará a perdão.
F: Obrigada, minha filha!
Du: Por nada... - Respondo. - Eu to fazendo o certo: Vai que preciso de sangue de novo? - Brinco, tentando quebrar esse clima tão bonito e estranho entre nós dois.
F: Pode confiar, não irei cobrar nada... - Fabio ri.

Não sinto amor nem carinho por ele, mas agora estar ao seu lado não doe, nem causa medo.
Du: Eu tenho que ir agora... - Olho para fora, a chuva parou.
F: Vai lá em casa me visitar qualquer dia desses...
Du: Quem sabe? - Sorriu.
F: Eu ia adorar conhecer os gêmeos pessoalmente... As vezes fico olhando as fotos deles na internet! Se um dia você deixar, queria ver meus netos ao vivo, toca-los!

Quem dera ele tivesse esse brilho no olhar a vida toda.
Du: Quando o bebe nascer, você pode ir visita-lo!
F: Jura?

Balanço a cabeça e saiu da igreja.

Acho que carregava um peso que nem eu mesma sabia. O meu vestido ainda está molhado, a minha maquiagem borrada, meu cabelo vai armar, mas eu nunca estive tão bem.
JL: Eduarda! - Escuto Lucas gritando meu nome.

O procuro e vejo nosso carro estacionamo a alguns metros de onde estou. Caminho até ele e meu marido vem ao meu encontro.
JL: O que foi isso? Eu não podia ir atrás de você, tinha que ficar com as crianças...
Du: Eu estava fazendo as pazes com o meu passado! - Sorriu. - Foi libertador!

Entro no carro e ele não me pede explicações, mas amanhã com certeza terei que dar todas. As crianças até tentam perguntar algo, mas eu desvio o assunto.

Quando chegamos na festa, entramos pelo fundo. Precisava retocar a maquiagem e arrumar o cabelo.

Felizmente água seca, depois de alguns minutos já ficou quase imperceptível que meu vestido havia molhado.

Os convidados foram chegando e a ansiedade de meu marido aumentando. Ele não parava de andar de um lado pro outro e, só se acalmou quando fomos nos sentar em nossos lugares. Todos estão em silêncio, sabem que o comendador vai falar, dando inicio ao desfile.

Meu sogro está de pé ao lado do seu clássico trono e minha sogra encontra-se ao seu lado. Juntos ou não, ela é e sempre será a sua Imperatriz.
JA: Hoje a nova coleção será lançada... É um grande dia, mas não só por esse motivo. - Ele olha para Lucas.- Decidi passar a minha coroa, deixar que outro Imperador faça história. Mas para explicar melhor isso, gostaria de chamar meu filho ao palco, por favor...

Lucas se levanta e começa a caminhar até ele. Olho pro lado e vejo seu irmão, José Pedro, fazendo o mesmo.

O Comendador avisou a família que passaria o trono pro Lucas? Tenho a impressão que não...

Pedro chega primeiro e praticamente rouba o microfone das mãos do Comendador.
JP: Eu realmente não esperava por isso... - Ele tem lágrimas nos olhos. - Muito obrigada pai , vou honrar a sua confiança.

Lucas, que estava subindo as escadas, me olha: "O que eu faço agora?"

Não tenho ideia...
M: Mamãe, não era pra ser só o papai lá em cima? - Minha filha, que está sentada a meu lado, pergunta.

Sim, era só ele! Algo me diz que isso não vai acabar bem...
JP: Eu vou fazer a Império crescer muito, darei o meu melhor, podem confiar... - Ele continua a discursar.

José Alfredo pega o microfone de suas mãos e tenta fazer uma piada.
JA: Filho errado!– Ele sorri para Pedro. - É o João Lucas meu sucessor, não que você não seja um ótimo adm...
JP: O que? - Ele se assusta. - Mas eu sou o primogênito!
JA: Aqui não é lugar... - Meu sogro parece envergonhado.
JP: Dane-se! Eu que tenho que te substituir, não esse bosta do Lucas!

Meu marido termina de subir as escadas e vai até seu irmão.
JL: Do que você me chamou?
JA: Do que tu merece ser chamado! É um bosta, não soube nem administrar a própria empresa e agora quer comandar a da família!
JL: Eu sei que você está abalado com tudo que te aconteceu, mas não vou aceitar que fale assim comigo.

As pessoas fazem silêncio, todos prestam atenção na conversa. Meu filhos parecem chocados, talvez tanto quanto eu.
JA: Eu trabalhei a vida toda aqui, mereço sentar naquele trono!
JA: Já chega, José Pedro e Lucas, vamos resolver esses problemas longe daqui!
JP: Nosso problema vai se resolver quando você decidir não colocar esse idiota na presidência da empresa!
JL: Idiota é você, pelo menos o filho que a minha esposa carrega na barriga é meu! - Ele provoca.

Todos que estão presentes na festa soltam um risinho, vejo o rosto de José Pedro se enchendo de ódio e então o barulho de um soco.

Lucas cai e seu irmão voa pra cima dele. Meu marido lhe dá um empurrão e logo se coloca de pé.

Eu me levanto de onde estava sentada e começo a gritar.
Du: Parem com isso! - Imploro.

Vejo José Alfredo chamando os seguranças, mas enquanto eles não chegam a briga continua. Os dois estão atracados, trocando socos, se xingando... E eu desesperada.
A: Mamãe! - Escuto a voz de meu filho, ele não podia estar vendo isso. - Você fez xixi na roupa?

Sinto um líquido quente escorrendo por minhas pernas, olho para baixo e tenho a confirmação.

Minha bolsa estourou.


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Notas finais do capítulo

LucaDu é e foi amor, aconteceu na mesma forma. Não sei explicar quando fui envolvida, quando percebi eles já faziam parte de mim. Nosso casal não teve o espaço que merecia na novela, mas ocupou um gigante em todos os corações dos fãs, e continuará aqui ( pelo menos no meu) pra sempre.
É difícil dizer adeus pras coisas que amamos, mas foi tão bom te-los conhecido, que vale a pena sofrer agora.
Sério, meu coração tá apertado de saber que não verei mais cenas novas deles, e principalmente porque o Eu te amo não rolou... Claro que eu sei que eles sentem isso um pelo outro, demonstraram, mas queria ouvir!



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