Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 84
O que fazer?


Notas iniciais do capítulo

Eu acordei as 5:30 da manhã e não dormi até agora, então me desculpem qualquer coisa. Espero que tenha ficado bom!



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Por João Lucas

Quando juntamos 1 com 1, logo ligamos para polícia, não podíamos deixar ela fugir, se bem que, a essa hora Alzira já deve estar longe... Pedimos para Ana ir passear com meus filhos, pois os dois não precisam saber o que está acontecendo e, minutos depois deles terem saído, os oficiais chegaram.

Assim que o último policial sai de nossa casa, após fazer inúmeras perguntas e tirar algumas fotos do quarto, Eduarda me questiona.
Du: E agora? O que a gente faz? - Enquanto ela fala, sinto muita raiva em seu tom de voz. Se Du cruzasse com Alzira na rua, certamente voaria em seu pescoço, elas acabariam rolando pelo chão, e isso não me parece uma boa ideia.
JL: Agora nós ligamos para Ana e esperamos nossos filhos voltarem! - Respondo, tirando o telefone do gancho e me sentando no sofá da sala.

Minha mulher se senta a meu lado e, após eu fazer a ligação, diz:
Du: Sério Lucas, o que fazemos? Não podemos deixar a Alzira fugir, ela matou a avó dos nossos filhos, a nossa amiga... E tudo isso por dinheiro!
JL: Eduarda, a gente não pode resolver os problemas do mundo! Nós vamos ficar aqui, quietinhos na nossa casa, esperando a polícia agir!
Du: O que? - Ela se espanta. - Você não tá falando sério, né? - Seus olhos parecem me repreender, Du está brava. - Nós devemos isso a Maria, ela nos ajudou quando os gêmeos foram sequestrados, deu amor para eles e também pra nós dois durantes todos esses anos, se mudou de país só para ficar perto da gente... - Minha esposa joga os fatos na minha cara, como se quisesse me fazer acordar.

Não é que eu não queira fazer algo, só acho que isso é muito perigoso. Ela já mostrou que é capaz de tudo, temo que possa fazer mal a Eduarda. Além do mais, o que faríamos para acha-la? Alzira pode estar em qualquer lugar do Brasil, ou quem sabe nesse instante dentro de um avião a caminho da Europa, da Asia, Oceania, sei lá...
JL: Não sei se tu esqueceu desse fato, mas a senhora está grávida! Não vou deixar você colocar a sua vida e a do nosso filho em risco! A ex empregada da Maria já mostrou que é capaz de matar! - Eduarda faz silêncio, talvez esteja começando a considerar o que digo. - E mais uma coisa: Nós não sabemos onde ela está, não dá pra fazer nada...
Du: Já bancamos os detetives várias vezes, talvez se tentássemos...
JL: Tá bom Du! - Respiro fundo. - Nós encontramos ela e depois fazemos o que? A puxamos pelo braço até a delegacia mais próxima? Acha que é simples assim? Que ela vai ficar de boa, que não tentará fugir, que não vai nos ameaçar nem jurar vingança?!
Du: Não, eu sei que não vai ser fácil! E eu confesso que até sinto um pouco de medo, mas... - Ela faz uma pausa. - Mas eu não posso não fazer nada Lucas, não sou assim... Nem você! O que tá acontecendo? Cadê teu espírito justiceiro?
JL: Eu amava a Maria, de verdade Du, adorava aquela senhora... Mas nada que fizermos vai trazer ela de volta, nada! - Digo tudo devagar, quero que ela absorva cada palavra. - Nós estamos vivos, bens, saudáveis, lá do céu ela deve nos ver e estar feliz por isso. Não quero estragar as coisas!
Du: Pois pra mim você tá sendo um covarde, só pensando nos seus medos! - Ela diz, se levantando do sofá e subindo as escada.

Eduarda tem razão, eu realmente estou com medo, não por mim, mas por ela! Vou atrás de minha esposa e, quando termino de subir o último degrau, dou de cara com Du no corredor.
JL: Sabe qual é o maior medo da minha vida? - Ela me olha e espera que eu mesmo responda. - Perder você, meus filhos... Não suportaria isso! Se algo acontecer com vocês três... Quer dizer, com vocês quatro, eu morreria. Sério, todos os dias uma parte de mim ia quebrar, sangrar, doer, até que não restaria mais nada do Lucas. É claro que eu queria achar essa mulher, arrastar ela pelos cabelos e joga-la atrás das grades, mas nós não podemos resolver todas as coisas a nossa maneira! Já fizemos nossa parte, a polícia vai procura-la, vai achar suas joias e a Alzira será presa, não só por esse crime, como também pelo assassinato da Maria!
Du: E se não acharem? E se nada ficar comprovado? Não quero as minhas joias de volta, só que ela pague pelo que fez...
JL: Vamos pensar que tudo vai dar certo! - Me aproximo dela e enxugo uma lágrima que começava a descer por seu rosto. - E mesmo que nunca a encontremos, saiba que ela já vive presa dentro de uma jaula de: Egoísmo, ganância e ódio... Ninguém é feliz desse jeito!
Du: Então é isso? A gente vai ficar aqui parado mesmo?
JL: Sim! - Falo, colocando a mão em sua barriga. - Vamos pensar no futuro, na nossa filha... Na nova Maria!
Du: Lucas, não sabemos se é menina! - Ela diz, um pouco chateada. - As vezes fico pensando que se for menino você não vai gostar!
JL: É claro que vou! - Digo, puxando Du para um abraço.

Sinto sua respiração quente no meu pescoço, suas mãos me apertando e, em seguida escuto sua voz dizendo:
Du: Pelo menos uma coisa eu preciso fazer... - Ela se afasta de mim e entra no quarto.

Sigo Eduarda e a vejo pegando seu notebook. Du se senta sobre a cama e abre o aparelho.
JL: O que tu vai fazer?
Du: Eu acho que tenho alguma foto da Alzira por aqui, uma que ela saiu atrás da gente enquanto visitávamos a Maria...
JL: Pra que você quer uma foto dela?
Du: Eu sou famosa, esqueceu?! Tenho muitos seguidores, não só no Brasil, como pelo mundo! Vou perguntar se eles viram essa mulher, contar o que ela fez! Quem sabe alguém não cruzou com ela?
JL: É uma boa ideia! - Digo, me sentando ao seu lado. - Mas se descobrirmos algo, vamos ligar para polícia, não ir correndo atrás dela! Ok?
Du: Ok, tudo bem... Se conseguir ajudar nisso, já vou ficar feliz!
JL: Jura?
Du: Eu prometo! - Não sei se acredito na sua sinceridade, ela nem sequer olhou pra mim para jurar, não tirou os olhos do note nem por um segundo.

Eduarda acha uma foto em que estamos Eu, ela e nossos filhos sentados em um sofá na casa de Maria e, Alzira aparece no fundo. Cortamos a imagem, para aparecer apenas a nossa fugitiva e minha esposa posta em todas suas redes sociais. Espero que isso dê resultados...

Já está anoitecendo, a polícia demorou bastante aqui!

Escutamos um barulho na sala, vozes de crianças, e percebemos que nossos filhos chegaram. Não conversei com Du sobre isso, mas acho que nem preciso: Eu não quero contar a eles, ela certamente também não, vamos tentar fingir que nada aconteceu.

Descemos as escadas, eu me esforçando para parecer alegre e ela tentando esconder sua tristeza atrás de um sorriso.

Nós nos despedimos de Ana, e vamos fazer algo para comer.

Nossos filhos se sentam em algumas cadeiras na cozinha e esperam a comida ficar pronta. Precisamos contratar uma cozinheira, eu e Eduarda não somos muito bons nisso... As vezes, quando tínhamos tempo de cozinhar juntos, coisa que foi muito rara, transformávamos esses momentos em engraçados, divertidos. Esquecíamos as coisas no fogão, queimávamos a nossa comida, tudo por estarmos distraídos um com o outro.

Hoje, nossa cabeça também não está aqui, mas o motivo não é muito feliz...
M: Mamãe, carvão é de comer?
Du: Hã? - Minha esposa pergunta.

Martinha aponta para uma panela e vemos que a janta que fazíamos agora está queimando. Dois adultos a frente do fogão e, nenhum deles prestou atenção no fogo.

Eduarda até tentou socorrer nossa janta, mas não teve jeito, foi pro lixo.
A: Agola a gente podia come pizza, né? - Alfredinho pergunta, com um sorriso no rosto.
Du: É o jeito, né? - Ela diz, imitando a forma que ele falou.

Du vai para sala pra fazer o pedido e meu filho a acompanha. Puxo uma cadeira e me sento, é difícil fingir que está tudo bem quando você se sente tão mal.

No fundo, me sinto culpado por não ajudar a achar Alzira... Mas é isso que uma pessoa responsável deve fazer, não é?
M: Ta tudo ok? - Minha filha pergunta, com sua voz infantil.

A coloco sentada sobre minha perna e lhe dou um abraço.
JL: Não, mas se você me apertar bastante pode ficar!

Marta envolve meu corpo com seus pequenos braços e me aperta o mais forte que pode. Minha filha não tem muita força, mas mesmo assim seu esforço me tira da fossa em que eu me encontrava.
M: Pronto, now você já pode ficar bem! - Ela sorri e, foi inevitável pra mim não fazer o mesmo.

Vamos todos pra sala e esperamos nossa pizza. Para nossa sorte, ela não demorou muito, minha barriga já estava colada nas costas, não ia aguentar esperar muito. Comemos todos juntos e por alguns minutos percebo que Eduarda consegue se sentir bem, da mesma forma que eu.

Após o jantar, nossos filhos ainda assistiram um pouco de TV, mas logo em seguida foram dormir. Foi um dia cansativo pra eles, primeiro a praia, depois outro passeio...

Eu acho que os ares do Brasil fizeram bem pras crianças, em NY os dois dormiam em quartos separados, mas aqui, mesmo cada um deles podendo ter um quarto só seu, eles insistiram para colocarmos suas camas em um só. Marta ainda implica com o irmão, mas agora vejo mais carinho por Alfredinho em seus olhos! Claro que ela não admite isso, disse que só quis e aceitou dividir o quarto com ele porque assim seria mais fácil para mim contar historinhas de dormir pra eles.

Assim que termino de ler "Chapeuzinho Vermelho", os dois já estão capotados na cama. Dou um beijo em suas testas e vou para minha suite. Quando abro a porta, encontro Eduarda com um Ipad na mão, já de banho tomado e, super concentrada.
JL: Descobriu alguma coisa?
Du: Tem um monte de comentários, mas a maioria é de idiotas... Uns tão dizendo que ela é feia, que devia gastar as joias em maquiagens, outros ficam comentando: Segue que eu sigo de volta, e blá, blá, blá...
JL: É, bem normal isso... - Sorriu. - Vou tomar um banho, tá? - Queria convida-la para vir comigo, mas acho que não é um bom momento.

Continuo do mesmo jeito que cheguei da praia, estou imundo. Entro no banheiro, mas vejo que minha toalha não está lá. Volto para pega-la e, antes de encostar a porta, fico observando minha esposa: Ela está tão concentrada, determinada a ler algo que a ajude, tenho medo de que Du quebre sua promessa...

Por Eduarda.

"Segue? sigo de volta!"

"sdv?"

"Tôi không nhìn thấy..." Que língua é essa?

"Troco likes."

"I love you!" Eu tenho fãs, isso é estranho!

"Troco elogios!" Hã?

"Que mulher feia." Imbecil...

Quantos comentários desnecessários!

Atualizo a página toda hora, sinto que vou conseguir descobrir algo, não é possível que ninguém a tenha visto.

O chuveiro ainda faz barulho, Lucas entrou a pouco tempo, quero que ele demore no banho pois certamente quando sair vai pedir para dormirmos, para que eu pare de mexer na internet...

Continuo a ler o que as pessoas escreveram debaixo da foto que postei, até que finalmente encontro algo útil.

"Eu acho que vi essa mulher agora a noite na minha cidade, lá na rodoviária, e se não me engano ela tava indo pro Paraguay... Mas não sei! Essa tal de Alzira tem uma bolsa de mão bem grande, de tom nude? Pois a mulher que vi usava isso"

A bolsa dela era dessa cor? Caramba, eu reparei que era grande, mas da cor não me lembro agora! Corro até o banheiro e abro a porta de supetão fazendo Lucas se assustar.
JL: Que foi? Aconteceu alguma coisa? Ta tudo bem? - Ele pergunta, abrindo a porta do box ainda com o corpo todo ensaboado.
Du: Era nude? Eu não tenho certeza... Acho que era, mas preciso ter certeza! - Digo, mostrando toda minha ansiedade.
JL: Nude? Du, do que você está falando?
Du: Ah, era sim! - Falo, puxando pela memória. A cor era realmente essa, acho que descobri para onde ela foi.
JL: Eduarda, dá pra me explicar do que estamos falando? - Ele enxágua seu corpo rapidamente e pega a toalha.
Du: Da bolsa nude! - Sorriu.
JL: Tu está comprando uma pela internet?
Du: Lucas, para de ser lesado! Eu to falando da Alzira, acabei de ler uma pessoa dizendo que a viu na rodoviária, indo pro Paraguay! - Faço uma pausa. - É até meio óbvio, ela precisava sair do país, por que não ir para um que faz divisa com o nosso? De lá, a desgraçada vai pra qualquer canto do mundo...
JL: Ótimo! - Ele abre um sorriso. - Agora vamos ligar para polícia e passar essa informação, eles que a achem!
Du: Não Lucas, o Paraguay é pertinho, a gente pega um avião até um lugar mais próximo, depois alugamos um carro e atravessamos a... - Me empolgo, mas ele me corta.
JL: Não Du, não! - Ele grita. - Você prometeu que não ia fazer nada!
Du: Eu sei, mas tá difícil de cumprir! Sinto que posso achar ela e...
JL: Eu te proíbo de ir! - Ele enrola a toalha por sua cintura e fica me olhando, esperando minha reação.
Du: Eu te amo Lucas, mas tu não manda em mim, eu faço o que quiser, você não é meu pai! - Respondo, calma.
JL: Seu não, mas sou do bebe que tu está carregando agora! Se você pegar um carro ou avião e sair para ir procurar essa mulher, nós vamos ter um problema muito grande, mas vai ser no nosso relacionamento!

Eu não acredito nisso, ele quer brigar? Sei que Lucas está preocupado com nosso filho e comigo, mas eu não sou o tipo de pessoa que fica parada quando vê que pode ajudar. Por mim, por meus filhos, pela Maria, eu vou achar Alzira!


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Notas finais do capítulo

A Du tem ou não que ir?



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