Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 65
Óbvio.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem!
Me deixem suas opiniões, afinal o que mê dá mais ânimo de continuar são vocês!



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Por Eduarda:

As luzes estão apagadas, apenas a televisão ilumina a sala, Fábio está parado na minha frente sem se mexer e eu sinto minhas pernas tremerem. Só estamos eu e ele agora. Não há ninguém para me defender caso Fa seja um louco e tente algo contra mim. Penso em correr, mas não posso, preciso saber de Lucas.
Du: Cadê meu marido? - Digo, fazendo esforço para não gaguejar.

Ele olha para mim, abre um sorriso e começa a cantar.
F: Nessa longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar...– Fábio ri, e vai entrando em minha casa.
Du: Tu não ouviu o que eu perguntei? Cadê o Lucas? - Grito.
F: Calma! - Ele caminha até o sofá cambaleando. Fábio está bêbado. - O Lucas tá lá no carro, não aguentei trazer ele. - Fa me encara e começa a rir de novo. - Acho que bebemos demais...

Ao ouvir isso vou correndo até a garagem. No momento, estou torcendo para aquilo ser verdade. Encontrar Lucas bêbado vai ser uma ótima visão, já estava pensando besteira.

Quando chego perto do carro de meu esposo, o vejo dormindo nos bancos de trás. Abro a porta e tento acorda-lo: Lucas apenas resmunga.

"Irresponsáveis..." Os dois completamente bêbados, como podem ter pegado o carro e vindo até aqui? Pelo jeito quem dirigiu foi Fábio, ele parece estar melhor que Lucas, mas mesmo assim seu estado não permitiria entrar num veículo e guia-lo até a minha casa. Não sei como esses dois chegaram inteiros!
Du: Vamos lá Lucas, acorda logo... - Ainda estou tentando desperta-lo.
JL: Ah, me deixa mãe... - Ele abre os olhos e ao me ver grita meu nome: - Eduarda, meu amor...
Du: Cala boca, quer acordar a vizinhança inteira? - Digo, ríspida.
JL: É que eu te amo, me dá um abraço? - Ele me puxa pra dentro do carro e eu caiu sobre seu corpo.
Du: Caramba, vai me machucar assim... Sai, me larga! - Falo, e em seguida me levanto.

Estou brava com ele, não acredito que Lucas se embebedou. Não era essa a intenção do seu encontro com Fábio, muito pelo contrário... Porém não vou brigar, não hoje. Não adiantaria nada, meu marido nem se lembraria da conversa de tão bêbado que está.

Junto minhas forças e tiro Lucas do carro. Coloco sua mão em volta do meu pescoço e o levo até a entrada de casa. Essa cena me lembra de quando ele apanhou no baile funk, mas pelo menos dessa vez sei que ele está bem, ou melhor, que ficará bem...

Quando entro em casa, grito por Fábio. Preciso de ajuda para levar Lucas até o quarto, não sei se consigo sozinha. O chamo várias vezes, mas fico sem resposta. Ele está dormindo, ou melhor, praticamente desmaiado no sofá. Pelo menos é o que parece.
JL: Segura o tcham, amarra o tcham... - Lucas começa.
Du: Pelo amor de Deus Lucas, cala a boca. Se for pra ser bêbado, seja um de bom gosto. Canta outra música... - Reclamo.

Meu marido começa a rir e me abraça jogando todo seu peso em cima de mim. Quase caiu para trás, mas consigo desvencilhar seus braços de meu corpo e no fim ele acaba caindo sozinho. Ele continua rindo e eu acabo caindo na risada também. Não sei se de raiva, ou por aquele ditado: "Rir para não chorar."
Du: Já tinha me esquecido de como você fica retardado quando bebe... - Falo me abaixando até ele. - Anda, tenta levantar... Não consigo te carregar!
JL: Deixa eu dormir aqui! - Ele resmunga.
Du: No chão? Até parece...
JL: Eu quero dormir aqui, me deixa! - Ele fala colocando a mão sobre o rosto.
Du: Vai dormir aqui o cacete, levanta logo desse chão! - Grito, mas logo me arrependo. Não quero acordar meus filhos.

Lucas me obedece e começa a tentar se erguer. Ele quase cai novamente, mas eu não permito: O seguro antes. Subo as escadas com muita dificuldade e quando chego no corredor paro para descansar. Ele está em forma, mas músculos também pesam.
JL: Cuidado! - Ele diz me encarando e parecendo assustado.
Du: Com o que? - Olho rapidamente para trás. Não há ninguém, nenhum perigo a minha volta.
JL: Seu cabelo ta pegando fogo! - Ele começa a passar as mãos por minhas madeixas vermelhas e deixa meu cabelo revirado. - Apaguei.

Meu marido gargalha e eu fico o olhando sem reação. Respiro fundo e tento não brigar. Estou brava, mas no fundo também sinto vontade de rir. Bobão...
Du: Amanha a gente conversa! Agora só tenta ficar caladinho...

Entramos em nosso quarto e eu o levo até o banheiro. Lucas precisa de um banho gelado, quem sabe assim não se recupera.
Du: Tira as roupas aí...
JL: Ta querendo meu corpinho nu? - Ele ergue a camisa e fica tentando me seduzir com o olhar. Até conseguiria, se não tivesse caído sentado em cima do vaso sanitária.
Du: Eu vou te ajudar... - Vou até ele, e o ajudo a tirar suas roupas.

Jogo sua calça, camisa e cueca no cesto de roupa suja e depois o levanto da privada e o coloco debaixo do chuveiro. A água está fria e respinga muito em mim. Vou sair desse banho ensopada, mas não posso deixa-lo tomar a ducha sozinho, ia acabar caindo de novo e quem sabe se machucando. Não vou correr esse risco.

"Ainda bem que na terapia eu aprendi a ver o lado bom das coisas..." Penso, enquanto o ensaboou. Quando acabo de dar banho nele, começo a enxugar seu corpo. O enrolo e levo até perto da cama e então vou procurar algo para Lucas vestir no closet

Pego uma cueca e calça moletom e volto para perto de meu esposo. Ele está dormindo de barriga para baixo com a toalha cobrindo sua bunda e com um biquinho na boca. Olho bem aquilo, quero gravar aquela cena na minha mente.
Du: Te amo até quando tu está bêbado assim... - Falo, me sentando ao seu lado na cama e acariciando seu rosto.

Perdi o sono, não vou conseguir dormir agora. Levanto e pego uma toalha no closet. Vou tomar banho, preciso trocar de roupa, a que uso está toda encharcada! Prendo meu cabelo, para que ele não molhe, e entro em baixo d'água. Encho minhas mãos com as gotas que caem do chuveiro e lavo meu rosto. "Que dia cansativo..."

Não só cansativo, como estressante. Primeiro foram todas aquelas fotos, depois o mistério sobre o Fábio, agora o Lucas bêbado...
Du: Cacete! - Me lembro de uma coisa. - O Fábio tá lá em baixo ainda...

Desligo o chuveiro e me enxugo rapidamente. Corro pro closet e pego a primeira coisa que vejo para vestir. Ando até as escadas e desço os degraus lentamente. A televisão está desligada, não me lembro de ter feito isso. "Talvez Fábio tenha acordado..." Penso.

Chego perto do sofá e não encontro ninguém. Vou até a cozinha e ela também está vazia... Será que ele subiu para os quartos?

Corro até lá em cima e abro todas as portas do corredor, inclusive a do quarto de meus filhos: Ele não está aqui. Onde esse cara de meteu?

Fecho a porta do quartinho dos meus filhos e quando já estava voltando pro meu, decido trancar a porta. Não quero correr o risco de que Fa entre aqui, não confio nele.

Volto para minha suite e também tranco a porta. Fábio aparentava estar tão bêbado, como conseguiu acordar? Será que foi embora?

Saí da fase do medo, agora o que mais sinto é curiosidade.

Deito ao lado do Lucas, que está do mesmo jeito em que o deixei, e tento dormir também.

Amanhã ele precisa me contar direitinho o que aconteceu.

( no outro dia)

Por João Lucas:

Antes mesmo de abrir os olhos sinto uma forte dor de cabeça. Meu estômago está um pouco embrulhado e meu corpo dói. Minha boca está seca, estou morrendo de sede. Me levanto para ir beber água e percebo que estou pelado: "Eu tomei banho?" Não lembro de nada...

Dou alguns passos, olhando para baixo, até que vejo os pés de Eduarda. Levanto os olhos para olha-la, e ela me encara brava.
JL: Bom dia! - Digo, quase sussurrando. Minha cabeça dói, não quero falar.
Du: Está sendo bom pra você? - Ela me questiona. - To esperando uma explicação: O que foi aquilo ontem? A gente todo preocupado com o cara, e você toma um porre com ele? Vai voltar a ser irresponsável?
JL: Do que se tá falando? Cara, minha cabeça ta estourando, não to conseguindo raciocinar direito. Deixa eu lavar o rosto, vestir uma roupa, depois conversamos...
Du: Ok, eu vou trazer um café pra você!
JL: Não, prefiro água e...
Du: Vou trazer café! - Ela sai do quarto.

Pelo jeito fiz algo errado ontem, mas o que? Não consigo me lembrar. Sei muito bem quais são os sintomas da ressaca, estou sentindo agora, porém por mais que puxe pela memória, não consigo me recordar de ter bebido... Não mais que 2 chopps.

Lavo meu rosto na pia do banheiro e volto pro quarto. As janelas estão abertas, a claridade me incomoda! Fecho a persiana e vou para o closet pegar algo para vestir. Me sento na cama e olho no relógio: são 10 horas da manha. Queria dormir mais, estou morrendo de sono, mas acho que Eduarda não vai deixar...
Du: O seu café... - Du entra no quarto e me entrega o líquido preto em uma xícara. - Trouxe também uma aspirina. Tá com dor de cabeça né?
JL: Muita... - Respondo. Minha esposa se senta na cama e eu a olho me sentindo culpado. - Fiz alguma coisa errada ontem?
Du: Se andar com um bêbado dirigindo um carro for errado...
JL: Como assim?
Du: O Fábio veio te trazer em casa, mas ele estava tão bêbado quanto você. Tá lá deitado no nosso sofá, roncando igual um urso!
JL: Ele tá aqui? Por que você deixou ele posar na nossa casa?
Du: Você queria que eu fizesse o que? Chutasse ele?
JL: É você ta certa...
Du: Me conta aí, o que rolou ontem?
JL: Não me lembro de muita coisa... - Digo, após dar um gole em meu café.
Du: Fala o que se lembra né!
JL: Ok! Eu fui com ele em um barzinho, a gente começou a conversar e eu tentei fazer algumas perguntas sobre ele mas o Fa nunca respondia certo, sempre enrolava.
Du: E então?
JL: Dai nós bebemos um chopp e continuamos a conversar...
Du: Depois tomaram mais um, depois outro e outro e outro...
JL: Não, eu juro que não. Depois eu pedi uma água e ele insistiu em buscar pra mim. Tomei, bebi mais um chopp, e daí não lembro de mais nada!
Du: É, a bebida e seus efeitos de amnésia...
JL: Mas eu não bebi! Não posso ter esquecido...
Du: Cara, você estava bêbado ontem! Eu vi...
JL: Desculpa Du, não sei o que aconteceu! - Eu a puxo para um abraço. - Eu virei um chato?
Du: Você disse que meu cabelo tava pegando fogo! - Ela ri.
JL: Hã? Aff... Nunca mais vou beber, to me sentindo péssimo. Além da ressaca normal, estou com a moral também. Não é esse exemplo que quero dar pros nossos filhos!
Du: Foi até engraçado, mas nunca mais quero te ver naquele estado.
JL: Não vai ver!
Du: Ok... Mas mudando de assunto, o que a gente faz com o Fábio lá em baixo?
JL: Deixa ele dormir...
Du: Continuamos sem saber nada sobre ele! Quanto mistério!
JL: Vamos descer e tomar um café da manha, quem sabe a comida me ajuda a lembrar de alguma coisa! - Sorriu.

Descemos juntos e sentamos a mesa. Hoje é o dia de folga da maioria dos empregados, só a Ana que está trabalhando.
A: Bom dia dona Du, seu Lucas... - Ela me serve ovos mexidos.
Du: Bom dia.- Minha esposa responde.

Ana fica parada em frente a mesa, como se quisesse perguntar alguma coisa, então a questiono:
JL: Tá tudo bem?
A: Ah sim... Posso fazer uma pergunta? - Nós assentimos. - Esse Fábio aí, eu já vi ele frequentando a casa varias vezes... Ele é seu amigo?
JL: Sim, quer dizer, sei lá... Não sei! - Sorriu. - Por quê?
A: Achei ele estranho! Cheguei cedo hoje para poder acabar o serviço logo e ir embora para casa, mas quando entrei na cozinha encontrei o Fábio lavando uma caneca de café, eu o cumprimentei e ele pareceu ficar muito assustado!
Du: Café? Mas por que esse cara ia querer café?
A: Eu não sei, e o pior é que ele deve ter feito uma garrafada, porque em cima do fogão tinha uma chaleira e na pia o pó usado...
JL: Esse cara é estranho demais...
Du: Obrigada por nos contar isso!
A: De nada. - Ela sorri. - Vou ir acabar meu serviço, com licença.

Ela sai e Eduarda e eu começamos a colocar os miolos para funcionar.
Du: Ele chegou aqui ontem aparentando estar muito bêbado, caiu no sofá e apagou. Por que tomaria café? Ainda mais tanto assim?!
JL: Só se quisesse ficar acordado!
Du: Ontem a noite eu desci para ver como ele estava e não o encontrei em canto algum. Fui na cozinha e não tinha ninguém!
JL: Talvez ele tenha feito o café depois disso!
Du: Mas também não faz sentido, ele não ia conseguir fazer o café, estava muito bêbado... Há não ser que...
JL: Que o quê? - Eduarda pensou em algo.
Du: Se ele estivesse bêbado mesmo não ia ter conseguido trazer o carro até aqui!
JL: Tu tá dizendo que ele fingiu? Por quê?
Du: Para poder dormir aqui! Talvez não quisesse ir para casa, não sei...
JL: To me cansando disso! Acho que não quero mais saber quem ele é...
Du: Sério que tu vai desistir? Vai deixar uma pessoa que não conhecemos na nossa vida?
JL: Claro que não! Sabe o que acho? Vou deletar esse cara na minha vida, das redes sociais, do meu celular, de tudo!
Du: E será que ele vai deletar você? - Eduarda começa a rir. - Talvez ele seja gay e esteja apaixonado por tu. Te embebedou para tentar abusar do seu corpo...
JL: Credo, bate na madeira! - Minha esposa ri ainda mais.
Du: Vai saber?! Ele é todo sensível, frágil...
JL: Não, nunca... - Faço uma pausa. - Será?
Du: Se for, eu vou mostrar pra esse aí que o boy magia já tem donA! - Nós dois rimos.
JL: Eu sou "Boy Magia" é? - Ela assenti. - Você também é girl magia, talvez ele queira você...

Dou um beijo em sua boca, mas somos interrompidos por alguém:
F: Quem quer o que? - Nós nos assustamos e nos afastamos rapidamente.
JL: Hã? Nada!
F: Você disse que alguém quer a Eduarda!
JL: O pão! - Sorriu. - O pão quer a Eduarda mas ela não que comer...
Du: É... To tentando ficar mais magra pro desfile! - Ela disfarça.
JL: Como se precisasse... Tu é perfeita assim!
F: Meu amigo tem razão! To morrendo de fome, posso comer um ovo mexido também?
Du: Claro, vai lá pedir para Ana fazer!
F: Não, eu mesmo faço! - Ele sorri e sai.

Eduarda se vira para mim e começa a cochichar:
Du: Você viu? - Ela pergunta sorrindo.
JL: O que? - Eu não vi nada demais nele...
Du: As olheiras dele! O Fábio tá com cara de quem passou a noite inteira em claro e ainda por cima não parece estar de ressaca!
JL: É, não mesmo... Mas o que ele pode ter feito nessa noite? Meu Deus! - Sorriu. - To me sentindo aqueles detetives policiais de filme americano!
Du: Menos Lucas, bem menos... Eles já teriam descobrido bem antes o mistério!
JL: Acho que temos quase todas as peças do quebra cabeça, só falta montar!

Vemos Fábio voltando para mesa, já com seu ovo mexido, então mudamos de assunto. Estamos conversando, quando Eduarda pergunta para ele:
Du: E então, você já fotografou muitas campanhas publicitárias?
F: Ah sim, muitas. Já até perdi a conta... E modéstia a parte, todas fizeram sucesso. - Ele sorri para Du, e devora seu desjejum.

Acho que minha mulher pensou o mesmo que eu: Se Fábio é um fotografo conhecido, por que não aparece nada sobre ele no Google? Terminamos de tomar café da manha e ele se levanta da mesa dizendo:
F: To indo embora, acho que vamos ficar uns dias sem se ver, já acabei meu trabalho aqui...
Du: Aqui? - Eduarda questiona. - Como assim?
F: As suas fotos! Já acabei elas... - Ele sorri. - Vou viajar e só volto para cobrir o desfile da Império. Serei o fotografo oficial do evento!

Ele que parecia não conseguir viver sem falar conosco todos os dias, hoje parece tão indiferente...
F: A gente se vê qualquer dia desses...

Ele vai rumo a porta, mas antes de sair se vira e me diz:
F: Quando tiver seu número novo me manda.
JL: Número novo? Por quê?
F: Tu não se lembra? Você perdeu seu celular ontem...
JL: Perdi?! Meu Deus, meu contatos...
F: A gente deu uma passadinha na praia, deve ter caído na areia. Duvido você achar! Bem, agora tenho que ir. Adeus!

Ele bate a porta e tenho a sensação de que nunca mais o verei aqui. Sensação de que ELE nunca mais vai querer vir aqui...

É oficial, não sei mais de nada.
Du: É... Acho que ele se cansou da gente! Você percebeu a alegria dele na hora que disse: Adeus! Não foi tchau nem até logo. Foi ADEUS! - Du fala, com os olhos arregalados. Ela parece estar feliz.

Felizmente não estou mais com dor de cabeça, a aspirina fez efeito. Subo para os quartos pra brincar com meus filhos, porém tenho em consciência que não posso ficar muito. Trouxe trabalho para casa, pretendo acabar ainda hoje.

Depois de algum tempo brincando com Dinho e Martinha, dou um beijo em Eduarda e vou para o escritório.

Entro na minha sala e vejo aquela montanha de papeis. Devia ter feito isso ontem, aceitar sair com Fábio não me levou a nada. Abro os documentos e uma preguiça me consome: A tarde vai ser muito longa...

Por Eduarda:

Estou entediada.

Meu marido está trancado em seu escritório a horas e agora meu filhos já estão cansados de brincar. Acabaram cochilando... É uma coisa rara, na maioria das vezes eles não dormem a tarde: "Justo hoje que não tenho nada para fazer ele resolvem dormir." Penso, olhando pro berço.

Desço as escadas e ligo a televisão: Não há nada que vale a pena assistir. A desligo e pego meu notebook, faz tempo que não jogo, isso ajuda a passar o tempo.
A: Du, eu acabei por hoje. Posso ir? - Escuto a voz de Ana.
Du: Claro, obrigada viu? Até segunda! - Digo, sem tirar os olhos da tela do note. Não quero pausar o jogo.

Alguns minutos passam e a campainha toca. "Essa pessoa não podia ter chegado antes?"
Du: Já vou! - Grito, e fecho a tampa do meu notebook.

Vou até a porta e quando a abro encontro meus sogros me encarando.
JA: Cade o irresponsável do Lucas?
MM: Não fale assim Zé, ainda não sabemos o que aconteceu... - Marta diz.

Os dois entram em minha casa e percebo que o Comendador está furioso. Ele grita por meu marido!
Du: Calma, ele tá no escritório. Os gêmeos estão dormindo, assim você acorda eles!
JA: Ok... - Ele fala, e vai até onde Lucas está.

Marta e eu o seguimos.

Meu sobro abre a porta do escritório já brigando com Lucas.
JA: Tá feliz com o que você fez?

Meu marido olha para seu pai assustado, e em seguida me encara. Sinto que me pergunta o que está acontecendo. Eu também não sei...
JL: Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa?
JA: Ainda pergunta? Tu não acessou a internet hoje?
JL: Na verdade não...
JA: As fotos que você tirou da Eduarda estão em todos os sites de moda desse país! Amanha mesmo todas as lojinhas de camelo vão estar fazendo copias. As nossas concorrentes vão estar fazendo jóias parecidas a menor preço... Irresponsável! Falei para não mostrar a ninguém, para apagar as foto depois!
JL: Mas eu não mostrei, juro!
JA: E apagou elas? Aliais, cadê essas fotos?

Lucas fica em silêncio por alguns segundos, e depois de tomar coragem fala:
JL: Eu perdi meu celular, as fotos estavam lá... Quem achou deve ter enviado para alguém, não sei! Sinto muito pai!
Du: Sinto muito... - Ele imita Lucas. - O que eu faço com você em?!
MM: Por favor Zé, se acalme!
JA: Me acalmar? Como? - Meu sogro respira fundo, e se senta em uma cadeira- Sua sorte Lucas é que essas peças não são as mais valiosas da coleção. Eram caríssimas, mas não as mais valiosas...
JL: Pai, me perdoa. Não sei como isso pode ter acontecido!
JA: Mas eu sei! Foi burrice sua e minha também. Tu não tinha nada que tirar essas fotografias, e eu não podia ter deixado!
MM: Agora não adianta chorar sobre o leite derramado. Temos que pensar no futuro, o que vamos fazer?
JA: Vou adiantar o lançamento, antes que toda a classe c esteja usando uma joia parecida com aquelas!
Du: Isso quer dizer que o desfile vai acontecer antes?
JA: Sim, vou mexer meus pauzinhos e daqui uma semana você estará em uma passarela! - Fico atônita: Não sei se estou preparada. - E você Lucas, trate de acabar isso o mais rápido possível, envie hoje mesmo e aí de você se tiver algum erro! - Fala, olhando para os papeis em cima da mesa.

Levo meus sogros até a porta e Marta se despede de mim dizendo:
MM: Trate de treinar um pouco, nada de tropeçar na passarela! - Ela sorri. - Até mais minha queria...

Volto para o escritório e encontro Lucas tristonho.
JL: Pisei na bola com o coroa... - Ele diz, assim que me vê.
Du: Não foi culpa sua!
JL: Por que eu tirei aquelas benditas fotos?
Du: Agora não adianta pensar nisso, já foi! - Falo, chegando mais perto dele e colocando as mãos em seu ombro. - O melhor que você faz é acabar isso e enviar pros clientes!
JL: Eu já acabei... Não aguentava mais ver tantos números!

Meu esposo digita algumas coisas, olha para mim e sorri:
JL: É só enviar e vou poder curtir o resto do sábado com você!
Du: Oba! - Sorriu.

Lucas manda os anexos com as informações, referências e preços das jóias para os clientes e então me puxa para sentar em seu colo.
JL: To tão bolado por essas fotos terem vazado, será que alguém podia me consolar? - Ele faz bico.

Riu e começo a distribuir beijos por seu rosto até chegar em sua boca. Consola-lo não será nem um pouco ruim.

Lucas pega na minha cintura e me coloca em cima da mesa. Tira minha blusa e beija todo meu colo me fazendo sentir ainda mais desejo por ele.

Meu marido se afasta para tirar a camisa e eu o observo com um sorriso malicioso no rosto. Coloco minhas mãos para trás na mesa, e sinto alguma coisa colando.
Du: Você derrubou algo aqui?
JL: Hã? Não.. - Diz, voltando a me agarrar.
Du: Não, espera. - Eu o empurro. - Ta grudando aqui Lucas... - Falo, passando a mão pela mesa. - Alguém derrubou alguma coisa aqui e não limpou direito.
JL: Deve ter sido eu, sei lá. Tanto faz Du!

Levo minha mão até o nariz e sinto cheiro de café.

Café.

Isso!

A última peça do quebra cabeças.
Du: Meu Deus Lucas! - Digo assustada. - Como a gente é burro! Estava óbvio o tempo todo!
JL: O que? To boiando Eduarda!
Du: Lembra o que a Ana disse hoje cedo? O Fábio fez café! - Coloco minha mão em seu nariz e ele sente o cheiro.

Ele se afasta, me olha assustado e diz:
JL: Tá, acabei de sacar tudo!


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Notas finais do capítulo

Sacaram? O Lucas sim...
Segunda continuo, até lá. Espero que tenha ficado óbvio! kkkk :)