Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 46
Capítulo 46: Ladrões?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, espero que vocês gostem! Foi escrito com muito amoor! kkkk :D



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Por João Lucas
( alguns meses depois...)

Entro em casa, depois de um dia cansativo de trabalho, e a primeira coisa que vejo é Eduarda e meus filhos brincando na sala.

Fiquei muitas semanas de cama, sem poder pega-los no colo, então assim que chego, faço questão de embalá-los em meus braços um pouco.

Eles já estão começando a engatinhar, eu e Du ficamos olhando-os, como dois bobões.

Me sento no tapete da sala, onde os três estão, e minha esposa me pergunta:
Du: Como foi o trabalho hoje?
JL: Chato, como sempre... - Digo, pegando Martinha e dando um beijo em sua bochecha. - To com saudades de ficar aqui, o dia inteiro de cama...
Du: Credo Lucas, nem fala uma coisa dessa. Já faz meses que ta tudo ótimo com a gente, nem inventa de ficar doente!
JL: É que as vezes é preferível... Ta uma zona aquela empresa, todo dia tem briga!
Du: Que novidade, né?! - Diz sorrindo pra mim. - Mas pelo menos amanha já é sexta-feira...
JL: Graças a Deus! E o melhor, não vou ir pra empresa amanha. Já resolvi tudo que tinha que fazer...
Du: Então amanha você é só nosso? - Diz olhando pra nossos filhos.
JL: Só de vocês... - Pego uma boneca e dou para minha filha, ela segura com suas mãozinhas, mas logo taca no chão.
Du: Ta vendo? Puxou a mãe... Eu também nunca gostei de bonecas!

Sorriu para Eduarda, e continuo a brincar com meus filhos.

Apesar deles serem gêmeos, estão cada dia mais diferentes um do outro. Não só na aparência física, mas também na personalidade. Martinha tem um gênio forte igual a mãe, já Alfredinho é mais calmo...

Enquanto brinco com as xuxinhas no cabelo de minha filha, Eduarda me diz:
Du: Tava pensando, a gente podia levar eles pra passear amanha, né? Dar uma volta...
JL: Beleza, eu topo!

O telefone toca e eu vou atender. Do outro lado da linha escuto a voz de meu pai.
JA: Lucas meu filho, que saudades...
JL: Oi pai, ta tudo bem?
JA: Ta sim, só to ligando pra me despedir, vou fazer uma viagem, nem sei se eu volto...
JL: Como assim pai? Viagem pra onde?
JA: Ta bravo as coisas pra mim meu filho, complicadíssimas... Olha, eu tenho que desligar, só liguei pra dizer tchau! Te amo, viu?
JL: Também te amo p... - Antes de terminar a frase, escuto o "Tu... Tu.."
Du: Que foi? Ta com uma cara péssima... - Eduarda parece preocupada comigo.
JL: Não, nada... Meu pai com os mistérios dele!
Du: Ta muito estranho isso, faz uns 3 meses que ele saiu da nossa casa e não deu mais as caras!
JL: To preocupadão com o coroa, ta acontecendo alguma coisa, mas ele não pede nossa ajuda, não nos conta o que é...
Du: Você sabe como seu pai é, né?! Quer sempre resolver as coisas do jeito dele... E no final, dá sempre certo! - Ela fala isso, e logo ri.

Du tem razão, meu pai sempre usa métodos meio tortos, mas no fim tudo dá certo.

Me sento novamente no tapete, dessa vez mais perto de Eduarda, e ficamos abraçados vendo nossos filhos brincar.
JL: Daqui a pouco eles já vão estar andando...
Du: E falando também... Imagina?! No dia que algum deles falar mamãe, eu vou chorar! Sério! - Diz rindo.
JL: É, mas ele vão falar papai primeiro...
Du: Vão nada! - Diz rindo. - Eles que não se atrevam...
JL: São nossos filhos, vão ser rebeldes que nem a gente. Eles vão contrariar a lógica e falar papai primeiro, escreve aí! - Digo sorrindo, enquanto mexo em seu cabelo.
Du: Se for assim, eles vão falar vovô então!
C: E se eles falarem Carmem, em? - Diz a baba, vindo da cozinha com duas mamadeiras nas mãos.
Du: Se os bebes falarem seu nome, demito você e deserdo eles... - Diz séria.
C: Era brincadei...
Du: To zuando! - Diz, soltando uma gargalhada.
C: Que susto dona Du...

A baba entrega uma mamadeira para Eduarda, e minha esposa pega Alfredinho no colo e se senta no sofá para dar de mamar a ele.
JL: Por que não dá papinha? Adoro ver a bagunça que eles fazem comendo...
Du: Mas eu já dei mais cedo... To dando leitinho porque eles gostam de tomar a essa hora!

Pego Martinha, e me sento ao lado de Du. Carmem me dá a outra mamadeira e eu alimento minha filha.

Quando os dois acabam, nós os levamos para seu quarto, e descemos para o jantar.

Comemos uma deliciosa comida, e ao acabarmos, vamos para sala. Assistimos um filme juntos, uma comédia romântica daquelas bem bobinhas, e depois subimos pro nosso quarto.

Eduarda vai no banheiro escovar os dentes e eu vou junto com ela. Enquanto Du passa creme dental na escova, eu a empurro pro lado e digo.
JL: Me dá um espacinho ai... - Sorriu. Pego a minha escova de dentes, e depois a pasta das mãos de Eduarda.

Escovamos os dentes juntos, um pertinho do outro, até que minha esposa começa a rir. Ela lava sua boca, e me diz sorrindo.
Du: Olha o nível de intimidade?! Dividindo a pia do banheiro... O que vai ser depois? - Fala rindo.

Enxáguo também minha boca, e ao enxugar meu rosto, falo.
JL: Você tomando banho, enquanto eu uso a privada... Esse é o nível máximo de intimidade de um casal! - Digo, também rindo.
Du: Acho melhor a gente evitar isso, ok?
JL: Ah, por que? Com você eu divido tudo, até banheiro...

Puxo Eduarda para mais perto de mim, e lhe dou um beijo.

Com uma mão seguro sua cintura e com a outra a sua nuca. Eduarda desliza seus dedos por meus braços, e ficamos assim em um longo beijo.

Quando paramos, para recuperar o ar, ela me diz:
Du: Beijo refrescante...
JL: Sabor menta!

Dou novamente um beijo em minha esposa, e dessa vez vou com minhas mãos até sua cintura, e arranco sua blusa.
JL: Sabe do que eu to morrendo de saudades? - Falo beijando seu pescoço. - Dos dias em que você me ajudava a tomar banho...
Du: Aé? - Diz mordendo os lábios. - Então acho que a gente podia matar essa saudades...

Eduarda também tira minha camisa, e nós vamos até debaixo do chuveiro com as nossas bocas grudadas.

Assim que terminamos de tirar nossas roupas, as jogamos no cesto.

Du liga a água, e começa a me esfregar. Ela passa o sabonete delicadamente por meu corpo, indo até nas partes mais íntimas.

Eu a puxo para ficar mais próxima de meu corpo, e ela fala com um sorriso malicioso no rosto.
Du: Não era só banho que tu queria?
JL: Com você eu quero tudo, tu sabe disso!

Nos beijamos novamente, e começamos a nos amar debaixo d'água.
Eu a seguro imprensada na parede, enquanto Eduarda está com as pernas entrelaçadas em mim.

Saímos do banho, e não paramos. Pego Du no colo, e vou com ela em direção a cama. É muito bom fazer isso novamente, fazia tempos que não conseguia carrega-la.
Du: Vamos molhar todos os lençóis!
JL: Não tem problema, água seca!

Eu a jogo na cama, depois fico por cima. Beijo todo seu corpo, e gosto de ouvir quando ela geme de prazer. Entro dentro de Eduarda, e nos amamos mais uma vez.

Depois disso, Du deita sua cabeça sobre meu peito e, nós pegamos no sono.

No outro dia, acordamos relativamente cedo e descemos pra tomar café da manha juntos.

Sentamos á mesa, e logo nosso café é servido. Eu dou comida na boca dela, e nós dois ficamos rindo e brincando um com o outro, até que vemos a cara de tristeza de Ana.
Du: Aconteceu alguma coisa? - Eduarda lhe pergunta.
A: Comigo não... Sei lá, fiquei mal com essa tragédia.
JL: Que tragédia?
A: Vocês ainda não viram? Parece que dois prédios desabaram... Sabe esses apartamentos que moram muita gente dentro? Então, acabou caindo em cima de outro, que também morava milhares de pessoas!
Du: Ai que horror...
A: É sim, muitas morreram e milhares estão feridas. Os hospitais desse Rio de Janeiro estão lotados hoje...
JL: Nossa, que triste... Caramba, nem dá mais vontade de comer!
A: Me desculpe, é que vocês perguntaram...
Du: Não, tudo bem!

Ana vai pra cozinha e eu fico a sós com Du, isso me deixou mal mesmo.
JL: Magina você estar em casa, tranquilo, e acontece uma coisa dessas?
Du: Nem fale... Deus me livre!

Depois do café, tentamos assistir televisão. Mas a TV só fala disso. Parece que os hospitais estão precisando de sangue urgentemente, o estoque não está sendo o suficiente.
JL: Você deveria doar... Seu sangue é universal!
Du: É verdade... Faz quanto tempo que doei pra você?
JL: Mais de 5 meses...
Du: Então já posso doar de novo! Vamos passar lá agora, e depois voltamos pra casa pra dar uma volta com nossos filhos! - Diz se levantando do sofá - Você também podia doar...
JL: Claro!

E é isso que fazemos.

Eu e Eduarda vamos doar sangue e ficamos muito felizes ao ver que mais pessoas estão fazendo isso. A humanidade ainda tem jeito!

Voltamos pra nossa casa, e nossos filhos já estão limpos e de banho tomado. Já nos acostumamos com a mordomia de ter uma babá.

Saímos com eles e vamos passear em uma pracinha perto de casa. Nem pegamos o carro, revolvemos ir apé mesmo.

Estou empurrando o carrinho, quando sinto uma leve tontura. Avisto um banco, e logo vou me sentando.
Du: Quê que foi? Ta passando mal? - Diz preocupada.
JL: Acho que minha pressão caiu um pouco... Mas já ta passando! Deve ter sido por causa da doação!
Du: Ué, mas eu to ótima...
JL: Cada um tem seu organismo, né Du!
Du: E o seu é muito mole! - Diz rindo. - Pelo menos a gente fez uma coisa boa. To me sentindo um heroína!
JL: É, eu também...

Brincamos com nossos filhos na praça, e depois de algum tempo o calor fica insuportável e decidimos voltar pra debaixo do nosso ar condicionado.

Eu empurro o carrinho até em casa, e ao chegar perto dela estranho ver um carro preto parado em frente. Será que temos visitas?

Quando entramos na sala, há um estranho silêncio.
Du: Cadê todo mundo dessa casa?
JL: Não sei, devem estar na cozinha...
Du: Os bebes suaram, vou chamar a Carmem pra me ajudar a dar banho neles...
JL: Ok... - Me sento no sofá, e fico empurrando o carrinho com o pé.

Ligo a TV, e depois de alguns segundos, escuto um grito vindo da cozinha. É a voz de Eduarda!

Corro até lá, e ao entrar no cômodo me deparo com todos os empregados da casa amarrados e amordaçados. Olho para Eduarda, e ela está sobre a mira de um revolver.
JL: Ladroes... - Sussurro para mim mesmo. Ainda não assimilei.
M1: Ladrão nada, matador de aluguel...

O homem encapuzado está companhado de mais três comparsas. Eles estão com as armas apontadas pra nós, e fazem sinal para que eu erga as mãos.
M1: Cadê o Comendador, Bonitinha? - Diz se dirigindo a Eduarda.
Du: Meu nome é Du! E não tem Comendador nenhum aqui, ele ta morto. Tu não lê jornais? - Diz ríspida.
JL: Eduarda! - Grito, a repreendendo.
M1: Eu fui pago pra acabar com ele, não me faz de trouxa bonitinha, eu sei que o José Alfredo está vivo... To atrás desse bosta a meses! E já que eu não consegui o encontrar, resolvi fazer ele mesmo me achar! Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé, né? - Diz chegando mais perto de Du, e esfregando a arma em seu rosto.
JL: Calma cara, a gente não sabe onde ele tá...
M1: Aee, gostei de você mermão! Então ele ta vivo mesmo, né?! - Diz rindo. - Acredito que tu não saiba onde, mas tenho certeza que o José Alfredo aparece se eu levar a familiazinha dele comigo...

Ele veste uma touca preta na cabeça cobrindo todo seu rosto, eu só consigo ver seus olhos, mas mesmo assim é aterrorizante. Esse cara parece ter feito esse tipo de coisa mil vezes, se vê que é uma pessoa que não reluta em dar um tiro na cabeça de alguém.

O homem encapuzado, que se identificou como "Matador de Aluguel", parece ser o chefe. Ele olha pros outros caras, que também estão armados até os dentes, e dá ordens para que eles nos leve até o carro.

Rapidamente sou imobilizado por um cara, nem tentei resistir, vi que não conseguiria.

Enquanto caminho até a porta, escuto o barulho de alguém se debatendo, viro o rosto e vejo Eduarda tentando se soltar dos braços de um homem gigantesco.
Du: Me solta, não vou pra lugar nenhum!
JL: Eduarda, fica quieta, tu ta querendo morrer! - Grito, desesperado.
M1: Escuta teu maridinho! - Diz indo até minha esposa, e colocando o revolver novamente em sua cabeça. - Você é bonitinha, mas eu não tenho muita paciência não! Pra mim estourar os seus miolos, é daqui pra li! Você já ta me estressando, é melhor colaborar, ou o seu cabelo não vai ser a única coisa vermelha nessa sala!

Vejo uma lágrima caindo dos olhos de Du, e nesse instante começo a chorar também. Eu não posso defende-la, não posso fazer nada...
M1: Vai colaborar? - Diz ainda apontando a arma pra sua cabeça.
Du: Vou sim... - Fala com a voz tremula.
M1: Boa garota...

Estamos passando pela sala, quando olho de lado e vejo o carrinho com meus filhos.

Eles nem viram os bebes. Ou não sabem da existência deles, ou não se lembraram...

Quando estamos quase na porta, Alfredinho começa a chorar. "Não meu filho... Por favor!" Isso não pode estar acontecendo, Dinho é sempre o mais quieto, por que foi chorar justo agora?

O homem encapuzado vai até perto do carrinho de meus filhos e sorri quando os vê .

Não foi um sorriso de felicidade, foi um de alguém que acabou de ter uma ideia.

Olho para Eduarda e ela está atônita.

O homem ainda encara nossos filhos, e eu começo a me desesperar. Meu choro já está com soluços.

Ele teve alguma ideia em relação aos meus filhos e tenho certeza que já sei qual é.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Tem muito coisa pra acontecer nos próximos capítulos, comentem suas opiniões! :D