I'll take care of you escrita por Bianca Scariot


Capítulo 3
3♡


Notas iniciais do capítulo

Oiiie amoras e amores >...
Boa leitura '3'



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–Desculpa, não queria te acordar. –Peeta fala baixo. Sento me na cama e sinto os raios de sol contra meu rosto. Coso os olhos, ainda não racionando bem, vejo ele mexendo em alguma coisa no guarda roupas –Você parecia tão tranqüila dormindo, tava tão bonitinho. –Ele dá uma risadinha.

–Que horas são? –Pergunto.

–Dez e meia, acho.

–Nossa, eu dormi bastante até.

–Pode dormir mais, eu só precisava pegar umas coisas. –Ele falou, olho para o lado e o vejo mexendo em minha mala.

–Que coisas?

–Conversei com o Dr. Aurelius hoje, e ele me deu uma lista de remédios que você deveria tomar, quero ver quais você já tem e quais ainda precisam comprar. –Ele fala sem olhar para mim, apenas remexe em minha mala.

–Era o que me faltava ter que ficar tomando remédinho. –Falo em voz baixa, mais pra mim do que pra Peeta.

–Era o que me faltava você não querer tomar os “remédinho” –Ele faz sinal de aspas com os dedos. – Bom, já que você esta acordada, vou trazer alguma coisa pra você comer.

–Ah, sem chances. Não vou comer. –Faço birra.

–Hoje você acordou do contra em.

–Não quero ficar vomitando de novo.

–Você não vai. –Ele fala com convicção.

–Você disse isso da ultima vez. –Falo enquanto o vejo sair do quarto.

Depois de pouco tempo, ele volta. E da porta eu já reconheço o que ele traz em mãos só pelo cheiro.

–Pão de queijo! –Eu digo com um pouco de surpresa.

–Quentinhos. –Ele completa.

–Isso é golpe baixo.

–Pra fazer você comer eu dou até golpe subterrâneo. –Ele fala sorrindo, enquanto se senta ao lado da cama.

Ele coloca a cestinha em meu colo, e eu logo levo minha mão para pegar um.

–Cuida que ta quente. –Ele fala. –Faz assim ó, pra não termos nenhum problema, come devagar e vai despedaçando em pedaços pequeninhos. –Eu balanço a cabeça afirmando, enquanto faço o que ele recomendou.

Como devagarzinho, e ele me observa comer, e então quebra o silencio.

–Haymitch veio falar comigo hoje. –Olho para ele confusa.

–Haymitch antes das duas da tarde? Pra mim é novidade.

–Pois então né, também fiquei surpreso. Ele veio me pedir desculpa por ontem, o que me surpreendeu mais. Ele vive fazendo essas piadinhas, e nunca pediu desculpas. Ele pediu pra vir pedir desculpas pessoalmente pra você, eu falei que estava dormindo.

–Por mim tanto faz, já faz tempo que eu não me importo mais com o que ele diz.

–Ah, conta outra. –Ele olha pra mim, como se o que eu tivesse dito fosse uma piada.

–É sério.

–Claro que é, eu vi o quanto você nem ligou ontem. –Ele falou enquanto se levantava e saia.

–Peeta, eu realmente não me importo. Ótimo, me deixou falando sozinha, padeiro idiota.

Termino de comer, o jeito em que Peeta havia me dito pra comer, calmamente. E então, experimento levantar um pouco. Estou um pouco melhor do que ontem, mas também, pra ficar melhor que ontem não precisa muito, já que ontem eu estava completamente acabada. Mas ainda não recuperei minhas forças a ponto de ficar de pé sem me apoiar em nada. Começo a caminhar até a porta, me apoiando em tudo ao meu redor. E então, caminho pelo corredor até chegar a escada. Antes de descer, escuto uma parte de uma conversa, e descido sentar-me para escutá-la inteira.

–Eu achei eu fosse ser mais fácil. –Escuto a voz de Peeta. – Esta sendo tão difícil pra mim. Eu achei que já estivesse curado, mas essa noite que passei cuidando dela me fez perceber que não estou. Enquanto estava com ela, as vezes me vinham a cabeça pensamentos ruins e alguns flashbacks. Eu estive a ponto de ter um ataque ontem. Ela caiu, e eu cuidei do machucado dela, enquanto isso eu fui rude com ela, ela chorou, foi bem ruim. Haymitch, eu estou morrendo de medo de machucá-la.

–Você não vai. –Ele respondeu com certa convecção, e então olhou para cima, diretamente para meus olhos.

–Como pode ter tanta certeza?

–Eu sou seu mentor, eu te conheço.

E então vejo Haymitch levantar se e sobe as escadas. Quando chegou até mim, ele me ajudou a me levantar, e me apoiou até o quarto. Quando chegamos, ele fechou a porta nas suas costas.

–Quando percebeu que eu esta ouvindo? –Perguntei quanto me sentava na cama.

–Assim que você chegou. Mas eu achei que fosse bom você ouvir um pouco.

–Para eu me sentir culpada?

–Não, apenas pra você ter um pouco de noção de tudo o que Peeta faz, abre mão, e sacrifica por você. Isso ta acabando com o psicológico dele, mas mesmo assim ele esta aqui, cuidando de você.

–Eu não pedi pra vocês irem me buscar. –Falo seca.

–Essa não é a questão Katniss. E você sabe que ele prefere mil vezes ser machucado se for para poder te manter bem. –Lagrimas silenciosas molham minha bochecha. Ele se senta em minha frente, e segura as minhas mãos, eu não consigo o encarar. –Docinho, por favor, não chora. Ele não queria que você soubesse a sua situação, mas eu achei importante te mostrar. Vocês já passaram por tantas coisas juntos, já superaram tantas coisas. Essa não vai ser diferente, ele vai cuidar de você e vai te curar dessa depressão e você vai ajudá-lo a se desintoxicar da capital completamente.

–Por que tem que ser tudo tão difícil?

–Por que infelizmente, se fosse fácil ninguém daria valor. –E então ele me abraça forte. De um jeito meio engraçado, eu sempre me sinto super acolhida em seus abraços, eles parecem ter uma forma estranhamente paterna.

–Obrigada. –Eu murmuro.

–Bom vejo que com você eu consegui me redimir. Difícil vai ser realmente me redimir com Peeta.

–Por quê? –Eu me solto de seus braços e o olho confusa.

–Eu pisei feio na bola com ele ontem. Eu falei que eu o ajudaria a cuidar de você, para que ele não ficasse tão atordoado, mas no fim eu o deixei completamente sozinho.

–Eu me sinto tão inútil sendo jogada de um lado para o outro assim, como um estorvo.

–Verdades precisam ser ditas, realmente, se você tivesse se cuidado direitinho poderia ter evitado bastante coisa. Mas agora já foi, e agora não adianta mais você se arrepender, por que você não vai conseguir se cuidar sozinha. E não adianta mais chorar pelo que já aconteceu, você precisa focar em melhorar logo.

–É por isso que eu gosto de conversar com você, por que você não fica cheio de frescura, simplesmente vai lá e fala o que precisa ser falado, o que as pessoas ficam enrolando.

–Na maior parte do tempo, agradeça a bebida. –Ele ri, e me arranca um leve sorrisinho.

–Alias, estou estranhando uma coisa, você não esta com nenhuma garrafa grudada na mão e seu hálito não esta tão forte. Resolver parar de beber? –Eu o provoco.

–Por incrível que pareça, eu não consigo beber quando me sinto culpado. E isso é meu maior mal.

Continuamos a conversar sobre coisas sem muita importância, quando Peeta adentra o quarto.

–Chegou a sua hora favorita Katniss, a hora de comer. –E fala forçando animação.

–Ah não, eu acabei de comer um montão de pãezinhos de queijo. –Peeta vira sua cabeça até o criado mudo onde ficou a cestinha com os pãezinhos.

–Aham, um monte, to vendo que você só comeu um. Alias, nem terminou de comer aquele ali. –Ele fala, e então se vira para Haymitch. –Almoça conosco?

–Ah, não, vou ir para casa beber. Agora que eu não me sinto tão culpado. –E então ele se levanta e sai.

Peeta, caminha até mim com a feição confusa.

–Nem perde tempo perguntando. –Eu logo falo.

–Isso tudo é presa pra ir comer? –Ele ri, eu nada respondo.

Ele me entende a mão como apoio e eu a aceito. Quando estou de pé, ele passa meu braço por seu pescoço, tornando bem mais fácil de caminhar. E quando chegamos na escada, ele me pega no colo.

–“nem perde tempo”, você que acabou de dizer. –Ele dá um risinho.

–Agora já pode me soltar. –Eu digo ao chegarmos no pé da escada.

–É mais pratico te soltar só na cozinha. –Ele responde com um tom de indiferença.

E então ao chegarmos lá, ele me senta em uma cadeira.

–Eu realmente não estou com fome.

–Então vai ter que fazer um esforcinho. –Ele diz enquanto começa a encher meu prato de comida.

Peeta começa a se servir agora. Comemos em silencio, bom, pra falar a verdade só ele que come. Eu fico enrolando, ganhando tempo, e brincando com a comida no prato. E então o telefone toca, e Peeta vai ao seu encontro. E então, o escuto me chamar.

–Katniss, é pra você. Pode vir devagar. –Ele fala, mas mesmo assim, me encontra no meio do percurso para poder me ajudar.

–Alo...?

–Como esta minha paciente favorita? –Reconheço a voz.

–Aposto que o Dr. fala isso para todas.

–É, tem razão, eu falo. Mas para elas eu estou mentindo. –Ouço uma gargalhada do outro lado da linha. –Então, como esta se sentindo?

–Estou muito bem, me sinto disposta a participar de mais um dos jogos, ou até mesmo liderar mais uma rebelião. –Vejo Peeta ao meu lado revirar os olhos.

–Não é o me contaram.

–Então só posso dizer te que as suas fontes estão te mentindo. –Viro me para olhar para Peeta.

– Como anda a sua alimentação?

–Nunca esteve melhor. Acabo de comer variados tipos de saladas, carboidrato... Tenho procurado comer tudo o que você havia me dito para comer.

–Katniss, agora é sério. Nós precisamos ter uma consulta séria, ou se não... –Já estou de saco cheio, desligo o telefone na cara dele.

Caminho até o sofá, que não esta nada longe. Peeta não se oferece para me ajudar, então percebo que ele esta irritado.

–Katniss, o que foi que você fez? –Sinto a impaciência em sua voz.

–Tive uma consulta por telefone, ué.

–Não, você agora acabou de arranjar uma passagem só de ida para o hospital da capital. –E então o vejo voltar para a cozinha, batendo pé.

Eu não tinha pensado nisso, como sou burra, como sou burra, eu não acredito no que eu acabei de fazer. Claro, se eles pensarem que eu não consigo me cuidar sozinha, viram me buscar. Minha mãe, que trabalha lá, será a primeira a aprovar. Eu não quero voltar para lá, não, eu não vou voltar. Levanto me do sofá e caminho até a porta da frente, abrindo a, saindo, e fechando a porta nas minhas costas.

O que é que eu vou fazer agora? O que é que eu vou fazer... Eu não vou voltar pra capital. Caminho rapidamente até minhas Primroses. Cambaleio o caminho inteiro, quase caio inúmeras vezes, praticamente me arrasto até elas. Minha cabeça dói muito, vejo o chão praticamente rodar. Sento me escorada na lateral da minha casa.

Arranco as flores, sinto os espinhos penetrarem minha pele, mas estou tão atordoada com o fato de estar praticamente a voltar para o inferno, que nem me importo com a dor física.

Desconto toda a minha raiva despedaçando as Primroses. Ainda não consigo entender como eu pude ser tão estúpida a ponto de fazer o que acabei de fazer. E então, olho para as minhas mãos vermelhas por causa do sangue, agora estão cheias de pedaços esmigalhados de Primroses.

–Prim... –Murmuro enquanto me descontrolo chorando.

Eu a matei. Eu a despedacei. Eu acabei com as memórias bonitas dela.

Ouso Peeta correndo até mim. Estou completamente fora de mim, de modo que nem viro a cabeça para vê-lo.

–Katniss, Katniss. –Ele se agacha ao meu lado e me abraça forte. Puxando me contra seu corpo, me roubando do choque que me encontro.

–Não deixa Peeta. Não deixa ele me levarem. Não deixa! –Falo desesperadamente.

–Eu não vou deixar, não vou. Ninguém vai te levar, nunca. Eu não vou deixar.

Descolo-me de seu corpo, para poder olhar mais uma vez para as minhas mãos.

–Suas mãos, elas estão –Ele não chega a completar a frase, pois é interrompido pela chegada de Haymitch.

–O que foi que aconteceu? –Ele fala assustado.

–Eles querem me levar...

Foi a ultima coisa que eu disse, e então cai na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, como a fic esta no começo, é super importante o comentário de vocês. Como já disse anteriormente: critica, elogios e ideias novas são super bem vindas.



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