Esparros escrita por Emme


Capítulo 10
Capítulo 10- Douglas


Notas iniciais do capítulo

Douglas foi o último membro a fazer parte do grupo, tudo isso devido ao amor que sentia por Izzy. Depois, os amigos dela também eram os seus. O décimo membro dos "Esparros" está preparado para nos entregar o seu coração apaixonado.



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Douglas estava no fim do corredor, perto do bebedouro, observando Lizzy entrar em sua sala de aula. Os cabelos dourados da garota estavam sempre bem alinhados, a pela clara e os olhos grandes e vivos, mesmo que com uma expressão de sono. O sinal tocou, indicando que as aulas deveriam começar, e Douglas, alto, magro (bem magro, por sinal) e desajeitado caminhou para a classe.

Havia terminado com sua antiga namorada há um bom tempo. O relacionamento entre eles não fluía como deveria, talvez pelo fato de Douglas sempre prestar mais atenção em Lizzy do que em sua própria namorada durante meses. Lizzy era sua paixão há dois anos e cada parte do seu corpo poderia gritar em afirmação.

Quando ela também terminou com o namorado da época (que tinha belos olhos azuis, inclusive), ele viu a chance de se aproximar dela e acabaram virando colegas. Mas Douglas não pode ser mais do que isso, visto que, um tempo depois, a bela garota loira estava cogitando a possibilidade de seguir em frente ao lado de Nicolas.

Lizzy e Nicolas já se conheciam há mais tempo. Sempre foram bons amigos, mas não era segredo nenhum que ela sempre gostara dele como um pouco mais. Quando se beijaram pela primeira vez e em alguns outros momentos depois, Lizzy estava disposta a tentar algo serio, mas Nic não. Ele era ciente de que iria se mudar e que não seria capaz de construir um relacionamento de longa distância.

Dito e feito. Quando Nicolas foi para São Paulo, deixando seus amigos, parentes e tudo mais para trás, Douglas soube que poderia novamente ter alguma chance com a garota que tanto gostava. E com muita dedicação, empenho e atenção, conseguiu beijá-la. E, alguns meses depois, estavam namorando. Muitas pessoas, quando souberam, acharam que ambos estavam indo rápido demais, mas o que eles tinham a perder? Eram jovens, estudavam juntos no mesmo colégio e curtiam desenhar.

Agora, era dever de Douglas tentar se enturmar com os amigos mais próximos de Lizzy, um grupo de onze ou doze pessoas de personalidades variantes e que se denominavam “Esparros”. Começou a passar o recreio com eles, tentando se aproximar deles, visto que era algo importante para sua namorada. Alguns, como Pedro e Diego, mantinham uma certa resistência, mas ele estava disposto a tentar.

Começou a fazer parte do grupo de whatsapp que eles possuíam, cujo nome era “Esparros da Madrugada” (bem sugestivo), e acabou sendo considerado oficialmente um membro. Interagir com os amigos da sua namorada não era, necessariamente, uma ideia que tinha total chance de dar certo, mas com o passar do tempo, Douglas e os demais ficaram bons amigos, e com uma exceção e outra, se tolerar.

A questão é que, quase um ano depois disso tudo, todos foram convidados para comemorar o aniversário de dezoito de Olívia. A festa seria intima e exclusiva para parentes e amigos mais próximos. A amiga morava um pouco mais longe do que os demais, e no caminho para sua casa, acabaram ficando um pouco perdidos.

Todavia, mesmo com todos os imprevistos, Douglas e Lizzy foram um dos primeiros a chegar, junto a Nick. Assim que entraram no recinto, foram surpreendidos por uma manifestação divina do deus das brincadeiras: Uma Maquina de Basquete! O objetivo é pegar as bolas que descem pela rampa e arremessá-las nas cestas. Lizzy mostrou um talento nato para tal, o que rendeu piadinhas irônicas e de duplo sentido sobre “ter talento com bolas”. Vick e Olivia também eram bons jogadores.

Douglas, por outro lado, era um desastre. Mira e agilidade não eram lá seus fortes. Ele preferiria uma olimpíada de computação a disputar aquilo com mais alguém novamente. Meia hora depois, os demais amigos chegaram. Helena, Sam, Hugo, Pedro... Apenas Diego e sua irmã, Maria, deveriam comparecer ainda mais tarde. Ele provavelmente teve algum jogo de vôlei no dia.

Independente disso, e após os abraços e cumprimentos gentis, todos se sentaram em um conjunto de mesas unidas especialmente para eles. Victor parecia intertido trocando mensagens com um “boy” que ressurgiu em seu whatsapp, mas deixou-o de lado para responder o Kevin, um boy do interior do nordeste que morou com Hugo.

A festa estava com um clima agradável. O calor da noite havia sido suprido pelo vento que soprava forte. Após os parabéns – e os gritos de “É com o Diego” no “Com quem será?”- Olívia partiu o seu enorme bolo de nutella e distribuiu. Assim, todos os amigos se juntaram na beira da piscina, comendo e conversando.

Diego se deitou em uma das duas cadeiras de praia, semelhante às de clube, e Vic na outra ao lado. Pedro ficou no meio deles, Helena também pegou um cantinho... Até que todos, exatamente todos haviam se deitado nas duas cadeiras. Em algum lugar daquela confusão, estava Douglas. Ele não sabia ao certo de quem era a bunda em seu pé, mas reconhecia as pernas de Vic em suas coxas e as mãos de Diego no seu ombro.

Ao fundo, os familiares de Olivia olhavam intrigados a cena, até se divertiam. Toda aquela juventude, energia e animação reunidas em menos de dois metros quadrados.

Era assim que Douglas queria permanecer.

Envolto por seus amigos e namorada. Ele estava feliz.


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