Marinwaal: besties forever escrita por Miss Vanderwaal


Capítulo 10
Estamos bem, ou ao menos é o que parece.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho, mas só digo uma coisa: Haria! :3

Esse foi outro que escrevi com um olho em minha lágrima, mas enfim * - *



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Aquela tarde de sexta-feira estava estranhamente quente para uma segunda quinzena de outubro, o suficiente para querermos nos jogar em uma piscina depois da aula de educação física. Mas apesar de tudo eu me sentia relativamente bem, grande parte disso porque Aria viera me pedir desculpas na hora do almoço pelas farpas que trocáramos antes do início das aulas.

Eu estava em um dos bancos do pátio de Rosewood High esperando que as demais turmas saíssem de suas salas. Mordia uma maçã meio sem vontade quando a vi se aproximar. Ela estava encolhida e mantinha os braços junto ao corpo, caminhando um tanto desajeitadamente em seus sapatos de salto – Aria quase nunca usava saltos por um medo tosco de que talvez pudesse quebrá-los. Ela mordia o lábio inferior, visivelmente nervosa. Sua expressão dizia “por favor, não me odeie”. Parecia ainda menor e mais frágil do que de costume. Era realmente impossível permanecer com raiva de Aria.

– Oi – ela disse, tentando sorrir.

– Oi – eu fiz o mesmo, esticando o braço para jogar a maçã na lata de lixo atrás de mim.

– Podemos conversar? – perguntou, provavelmente querendo dizer “não vai mesmo pular no meu pescoço?”.

Eu assenti fracamente, olhando-a.

– Me desculpe – ela suspirou – pelo que eu disse mais cedo. Eu sei que você ainda nutre um carinho por ela e que está sendo difícil para você aceitar tudo isso.

Houve uma longa pausa. Aria tentava fazer contato visual mas eu fitava o chão.

– Nós não temos certeza de que foi ela quem me atropelou – consegui dizer, tristemente – Eu não a vi atrás daquele volante. Ninguém a viu. Pode ter sido qualquer um daquele maldito exército.

– Eu sei! – rebateu ela, prontamente – Eu não devia ter dito aquilo. E eu realmente sinto muito, Hanna, mas... eu não sei o que deu em mim – a respiração dela estava irregular e seus olhos se encheram de lágrimas – Quando soube que você estava se reaproximando dela eu simplesmente entrei em pânico. A única coisa que se passava diante dos meus olhos eram os últimos dois anos e eu tenho medo que aconteça tudo de novo. Muito medo.

Me aproximei mais dela, preocupada. Eu sabia do trágico histórico de Aria com ataques de pânico desde que éramos pequenas. Todas nós sentíamos que Aria era a mais sensível e que o divórcio dos pais – aparentemente a família-modelo perfeita – a havia deixado à beira do abismo.

Passei o braço direito ao redor dos ombros dela e deixei que ela recostasse a cabeça no meu. Aria tremia. Parecia assombrada, como se tivesse recentemente visto um fantasma.

– Mas por que isso agora? – eu perguntei delicadamente, acariciando suas costas no objetivo de acalmá-la – Você viu alguma coisa? Recebeu outra mensagem?

– Não – disse ela, com dificuldade, em meio as lágrimas – E é esse o meu ponto. Esse silêncio de –A não pode ser o fim. Seria fácil demais. E, além disso, eu ainda tenho pesadelos. Quase toda vez que fecho os olhos é como se eu estivesse no inferno – ela cobriu o rosto com as duas mãos.

Era como se parte da angústia que ela sentia tivesse sido passada para mim, e meu coração se contorceu de pena.

– Ei, está tudo bem – eu disse baixinho – Não vai acontecer nada. Estamos juntas. Estamos bem. E se Mona é realmente perigosa, ela está no Radley, trancada.

– Mas e quanto ao exército? – ela perguntou, respirando mais tranquilamente.

– Esqueça isso – beijei seus cabelos – Estamos seguras, eu prometo.

Eu sentira um bem-estar tremendo ao dizer tais palavras a Aria. Meu próprio coração se acalmara. Era como se eu estivesse dando-o permissão de bater novamente, em um ritmo normal. Por outro lado, algo me amedrontara em sua confissão. Aria realmente parecia apavorada, quase como se fosse capaz de prever o futuro. Havia desespero em seus profundos olhos castanhos, e lembrar disso me fez caminhar mais rápido para minha casa, depois da última aula daquela tarde.

Segurei com mais força a alça da bolsa em meu ombro esquerdo. Um bolo começava a se formar em meu estômago. Olhei em volta, as ruas praticamente vazias. E aquela sensação de estar sendo vigiada voltava mais uma vez.


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