Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu


Capítulo 2
Capítulo 2 - Aqueles que se chamam de anjos.


Notas iniciais do capítulo

contém elementos religiosos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573472/chapter/2

Capitulo 2: Aqueles que são chamados de Anjos

            Passaram-se duas semanas desde que Rafael conquistou sua armadura. Neste período ele permaneceu desacordado recebendo cuidados médicos na ala hospitalar do santuário. Vez por outra, seu próprio mestre, o examinava para ver estava a sua recuperação.

            Enquanto dormia Rafael era constantemente atordoado por um sonho onde relembrava a morte de seus pais; via quatro pássaros luminosos e em seguida uma grande mão capturando Atena. A última vez que este sonho lhe atingiu foi de maneira tão intensa que Rafael acordou com uma expressão de medo e angustia.

— Onde estou? - Perguntou o rapaz ao conseguir se acalmar e ver o leito em que se encontrava.

— Vejo que finalmente acordou. Isso é bom. - Falou uma voz feminina próxima ao lado direito de Rafael. - O senhor Shun esperava que a medicação logo fizesse efeito.

— Quem é você? E onde estou?! - Voltou a perguntar.

            A mulher que havia falado se aproximou de Rafael. Era loira com belos olhos azuis e pele branca. Não era muito alta e aparentava ter a mesma idade que Shun, por volta dos 30 a 40 anos de idade. Trajava um jaleco branco aberto e sob ele uma armadura de coloração azul esverdeada e cujo desenho lembrava indiscretamente uma peça íntima.

— Eu sou June de Camaleão. - Disse a mulher, agora ao lado de Rafael - Sou auxiliar médica do seu mestre Shun. E esta é a enfermaria do santuário.

— Enfermaria. Mas o que aconteceu? Só me lembro de ter atacado o Ikki, depois me senti fraco e não me recordo de mais nada. – Falou Rafael tentando puxar na memória o que aconteceu no dia de sua graduação.

— Você fez um grande esforço ao atacar um Cavaleiro de Ouro. Seu corpo não estava pronto para suportar todo o cosmo que liberou e por isso você desmaiou e dormiu por tantos dias. – Explicou June.

— Entendo. Então foi isso. - Neste momento na Rafael leva a mão direita até a cabeça tocando sua testa. Ao prestar atenção vê que há um pingente retangular decorado com uma cruz preso em seu pulso. – Hum!? Que pingente é este?

— É a Dogtag da sua armadura.

— Dogtag?

— Sim. Anteriormente as armaduras dos Cavaleiros eram guardadas em urnas enormes chamadas Caixas de Pandora. Mas visando maior comodidade e sutileza Atena ordenou ao Cavaleiro de Áries que convertesse as urnas nestas placas. Assim o Cavaleiro pode levar de forma mais prática a sua armadura.

— Entendo. E onde está, o meu mestre? - Indagou Rafael já se levantando.

— Ele... - June foi abruptamente interrompida pela porta do quarto se abrindo.

            Shun havia entrado no local trajando sua armadura de ouro de Virgem. Ela possuía o mesmo desenho da versão outrora usada por Shaka, mas a cabeça de seu guardião era protegida por uma tiara ao invés de um elmo fechado.

            Shun de virgem era um dos mais poderosos Cavaleiros. Diferente de Shaka ele não se privava de nenhum sentido buscando aumentar seu cosmo, apenas evitava ferir seus inimigos. Esta, talvez, fosse a chave de seu poder. A privação da agressividade.

— Vejo que já está melhor Rafael. – Comentou Shun ao aproximar-se do leito de seu pupilo.

— Sim mestre. Obrigado por se preocupar.

— Espero que a June tenha cuidado bem de você. - Falou Shun observando a amazona.

— Ela cuidou sim mestre. Sou muito grato a vocês dois.

— Eu poderia ter cuidado melhor. Mas ele só dormia. - Comentou June em tom de deboche segurando o chicote de sua armadura com um sorriso levemente saliente no canto da boca.

— June! - Exclamou Shun claramente envergonhado.

— Calma Shunzinho. Sabe que estou brincando e além do mais, meus cuidados especiais são para você. – Disse a amazona tocando levemente o queixo de Shun.

            Rafael riu do modo como seu mestre ficou constrangido, mas tentou conter o riso para que não parecesse desrespeitoso. Em seguida Shun voltou a falar:

— Bem, temos que ir agora Rafael. Atena aguarda todos os Cavaleiros no Coliseu onde fará um comunicado.

— Entendi mestre. Vamos indo então. – Rafael levantou-se com cuidado de sua cama. Trocou a bata hospitalar que usava por sua roupa de treinamento e logo acompanhou seu mestre pela saída da enfermaria em direção à área externa do Santuário.

            No trajeto até o coliseu Shun explicou ao seu pupilo que durante o período que estivesse no santuário deveria sempre trajar sua armadura, a única exceção à esta regra seria quando se contrasse ferido ou em descanso. Shun também lhe explicou o funcionamento da dogtag e que se sua armadura sofresse um grande dano em combate deveria procurar o restaurador de armaduras, Kiki de Áries. Após a explicação Rafael perguntou a Shun se deveria então trajar sua armadura:

— Já que todo Cavaleiro deve estar com sua armadura, creio que seria mais apropriado vestir a minha, certo mestre?

— De fato. É verdade que você até pouco tempo estava internado, mas já que está um pouco melhor o mais indicado seria vestir sua armadura.

            Atendendo a recomendação de seu mestre Rafael retirou seu pingente do pulso, o lançou ao chão e surpreendeu-se ao ver a pequena placa de metal transformar-se em uma enorme urna de pedra. Em seguida, a urna pareceu desdobrar-se como um tipo de quebra-cabeça e assumiu a imagem de uma cruz prateada aparentemente feita de metal polido.

— Então esta, é a minha armadura... – Rafael podia sentir o cosmo emanado por sua vestimenta e naquele momento ele teve certeza de que todo o esforço que passou nos últimos tempos foi recompensado.

            Ele aproximou-se da sua armadura, tocou-a levemente com a mão direita e então o que até então era uma cruz metálica se desmontou em nove partes recobrindo suas pernas, cintura, braços, tórax, ombros e cabeça.

            Chegando ao coliseu Rafael percebeu que já se encontravam ali diversos Cavaleiros reunidos divididos de acordo com sua patente.

            Nas arquibancadas do santuário estavam os Soldados rasos do santuário. Homens e mulheres que não passaram nos testes para Cavaleiros, mas que ainda assim dedicavam sua vida a Atena. Estes trajavam unicamente proteções básicas de couro.

            Diante deles estavam os Cavaleiros de Bronze. A patente mais baixa do exército de Atena. Suas armaduras eram mais simples, cobriam menos seus corpos e algumas ofereciam escudos, correntes e outros acessórios.

            Enquanto June caminhava para este grupo indo falar com algumas amigas, Shun comenta sobre a divisão do exército de Atena e ressalta que embora um Cavaleiro tenha a patente de Bronze ou Prata nada o impede de superar o poder de um Cavaleiro de Ouro.

            Em seguida Shun orientou que seu aprendiz se colocasse junto ao grupo localizado mais ao centro da arena, onde se encontravam os demais Cavaleiros de Prata.

            Este grupo era composto por uma quantidade menor de guerreiros do que o grupo dos de Bronze. Suas armaduras em maioria apresentavam tons escuros de coloração e um brilho metalizado superior as de Bronze. Rafael observou que apenas três Cavaleiros de Prata próximos a ele tinham acessórios em suas vestimentas, um possuía duas maças com correntes, o segundo carregava dois discos na cintura e o ultimo tinha um escudo coberto com um tecido sobre seu braço esquerdo.

            Os três guerreiros aproximaram-se de Rafael curiosos em conhecer o rapaz.

— Então você é o novo Cavaleiro de Cruzeiro do Sul. Aquele treinado pelo senhor Shun. - Falou o homem com as correntes.

— Sim. - Respondeu Rafael - E você é?

— Sou Virgílio de Cérbero, o cão de guarda do Inferno. Assim como você, eu e meus companheiros também fomos treinados por Cavaleiros de ouro. No meu caso quem me treinou foi a senhora Myuki de Câncer.

            Rafael observou Virgílio por um instante. Sua pele era branca, quase pálida, seus cabelos louros acinzentados espetados e seus olhos de cor negra como a noite. Todo este conjunto somado à sua altura e porte físico magro criava um aspecto levemente fantasmagórico ao Cavaleiro de Cérbero.

            Sua armadura exibia uma coloração negra com adornos em Prata. O capacete, assim como as ombreiras, representava uma das cabeças do cão Cérbero e nos pulsos da vestimenta haviam elos que se ligavam as correntes cujas pontas eram duas maças. Tais correntes, no momento, encontravam-se enroladas nos braços do Cavaleiro.

            O segundo homem logo se aproximou de forma mais amigável. Colocou a mão sobre o ombro esquerdo de Rafael e disse:

— Como vai Rafael? Sou Dwayne de Auriga, pupilo do senhor Johnson de touro. É um prazer te conhecer.

— O prazer é meu. - Respondeu o Cavaleiro de cruzeiro observando seu colega.

            Dwayne era um rapaz de aspecto jovial cuja origem era jamaicana. Tinha pele negra que contrastava com sua armadura prateada, olhos escuros e cabelos dreadlocks. Era um pouco menor que Virgílio, mas ainda assim era um homem alto. Em sua armadura havia dois discos presos na cintura.

            O último homem tinha a mesma altura que Rafael, pele morena e cabeça raspada. Sua armadura tinha um tom púrpura e seu braço esquerdo permanecia coberto por um pano. Ele contemplou Rafael um breve momento antes de se pronunciar:

— Espero que tenha conhecimento de seus deveres como santo de Prata. Tendo ciência de que não será fácil e que poderá morrer a qualquer momento.

— Rum. Isso não é problema. - Desdenhou Rafael.

— Assim espero novato. - Falou o homem dando as costas e indo em direção aos demais Cavaleiros. - Sou Ha'as de Perseu, lembre-se disso.

            Rafael ficou sem entender o motivo da rispidez de Ha'as até que Dwayne falou:

— Não se preocupe. O Ha'as é um bom homem. Só é demasiadamente severo, assim como o irmão dele. Seth de gêmeos.

— A reunião vai começar. Vamos logo. - Interrompeu Virgílio.

O Sol se pôs e logo foi possível ver todos os Cavaleiros de Bronze, Prata e Soldados reunidos.

            Rafael ficou sem entender onde estariam os Cavaleiros de Ouro como seu mestre, mas antes que pudesse cogitar qualquer coisa ouviu Dwayne sussurrar:

— Vejam lá está a deusa Atena e os Cavaleiros de ouro.

            Rafael virou seu olhar imediatamente na direção de onde seu colega falava e notou finalmente a chegada da deusa, acompanhada por doze pessoas trajando armaduras douradas cujo brilho assemelhava-se a luz do Sol.

            Rafael nunca tinha visto Atena pessoalmente, mas sabia que ela era conhecida nesta era como Saori Kido. Ele ficou encantado com a elegância daquela mulher trajando um longo vestido branco, com cabelos castanhos e olhos claros, em sua mão direita repousava um báculo dourado cuja ponta possuía uma figura semelhante a um par de asas.

            Saori posicionou-se em um pequeno degrau elevado a fim de permitir que todos os presentes pudessem vê-la.

            Em seguida Rafael observou os guerreiros dourados, que se posicionaram aos lados de Atena, alinharem-se na ordem de suas constelações.

            Virgílio comentou que ao lado direito de Atena estavam os Cavaleiros de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. Rafael reconheceu seu mestre Shun e ao lado dele o Cavaleiro que tinha enfrentado; Ikki de leão. Em seguida observou os três Cavaleiros postos ao lado de Ikki e os reconheceu como os mestres de seus novos colegas. O último ele reconheceu como sendo Kiki, o restaurador de armaduras.

            Virgílio continuou falando, desta vez sobre os Cavaleiros colocados ao lado esquerdo de Atena. Ali estava o grande mestre Shiryu de Libra, com seu manto repousando sobre sua armadura, a amazona de Escorpião; Seiya de Sagitário, que Rafael reconheceu de uma foto que Shun lhe mostrou, o Cavaleiro de Capricórnio; Hyoga de aquário, que estava na mesma foto que Seiya e por fim; o Cavaleiro de Peixes.

            Todos então saudaram Atena e em seguida ela começou a falar:

— Meus bravos Cavaleiros. Fico alegre em ver que após tantos combates difíceis nos últimos anos nosso exército finalmente se enche de vida. Ainda não completamos o número total de constelações, mas alcançamos um número superior de guerreiros que possuíamos na guerra contra santa Hades.

            Shiryu tomou a frente e falou:

— Sei que o período que vivemos é de paz, mas o dever de um Cavaleiro nunca acaba. Em todo o mundo diversas pessoas vêm sofrendo com a fome, as doenças e as guerras. Cabe a vocês levarem esperança e conforto a estas pessoas.

            Todos ovacionaram as palavras de Shiryu que foram logo completadas por Atena:

— Como Shiryu disse, estamos em paz, mas esta paz se deve apenas ao fato de não termos nenhuma ameaça divina neste momento, mas ainda temos muito o que fazer por esta terra que amamos.

            Todos os Cavaleiros e amazonas ovacionaram Atena, para eles ela representava os ideais de paz e justiça nesse mundo e ficavam honrados em poder ajudar a trazer uma utopia verdadeira para este mundo.

            Todos estavam inspirados e motivados, nem sequer imaginavam que naquele mesmo momento diversas calamidades começaram a atingir a Terra.

            Em países agrícolas gafanhotos e sapos destruíram as plantações. Em países populosos os primogênitos foram mortos. Enchentes assolaram países desérticos, e grandes rios tornaram-se sangue diante de comunidades ribeirinhas. Tudo isto acontecendo ao mesmo tempo em que Atena falava.

            Quando os Cavaleiros novamente se colocaram em silêncio, Atena voltou a falar, entretanto sua fala foi abruptamente interrompida por uma sensação estranha.

— Saori, você está bem? - Perguntou Shun colocando levemente a mão no ombro da deusa.

— Eu... não sei, eu, senti algo estranho, como se o mundo inteiro gritasse por ajuda.

— Mas o que isso significa? - Questionou Shiryu.

— Eu não sei, mas...

— Você não sabe Atena? - Falou uma voz jovem vinda do céu.

            Todos olharam espantados ao perceberem aquele cosmo quase divino descendo dos céus em uma escada luminosa.

            Descendo a escadaria estava um homem belo, alto, de pele branca, olhos azuis e cabelos loiros curtos. Ele trajava uma túnica branca e sobre ela uma vestimenta dourada que protegia apenas seus braços, pernas, cintura e parte do peitoral. Em suas costas havia um enorme par de asas, brancas e delicadas com um brilho perolado que desprendiam penas de luz por onde passava.

            O homem cessou seu caminhar ao chegar diante de Atena. A deusa espantada, sem reação fracamente perguntou:

— Quem... é você?!

— Meu nome. - Disse o homem - É Gabriel, o Anjo da Anunciação.

— Anjo?! - Exclamou Ikki surpreso acompanhado das faces de espanto de todos os outros Cavaleiros.

— Atena. O que você está sentindo é o clamor deste mundo diante da morte de inúmeros pecadores. Isso é natural para você que se diz uma deusa tão ligada a este mundo.

— Isso quer dizer que Deus está matando essas pessoas?! – Perguntou incrédula a deusa guerreira.

— Isso mesmo Atena. E você será a próxima.

— Isso é um absurdo! - Gritou Hyoga - O Deus que minha mãe adorava sempre foi um Deus justo, bondoso e amável. Ele jamais tiraria vidas inocentes assim!

— Hyoga de Aquário. - Falou Gabriel - Você mesmo disse agora, Deus é justo! E sua justiça está caindo sobre os homens que se rebelaram contra sua vontade, contra seus ensinamentos e que assim como você, usaram seus dons a serviço de outros deuses.

— Quer dizer que foi um pecado servirmos à Atena em pró da justiça?! - Retrucou Hyoga.

— Exatamente. E se não quiserem sofrer ainda mais a ira de deus ordeno que se afastem e deixem que eu me encarregue de Atena.

            Os Cavaleiros de ouro ficaram hesitantes por um momento. O cosmo de Gabriel parecia mantê-los parados onde estavam. Ainda assim um dos doze se moveu, colocando-se entre Atena e Gabriel com um arco e flecha em punhos.

— Não permitirei que se aproxime da Saori. - Falou Seiya de Sagitário.

— Seiya. Assim como todos aqui presentes você ousou seguir uma deusa falsa e com suas mãos matou inúmeros semelhantes. Acredita mesmo que sua flecha é capaz de me atingir?

— Não só a minha flecha, mas as deles também. – Respondeu Seiya fazendo um gesto com a cabeça em direção a seus companheiros dourados.

            Ao ouvir isso Gabriel percebeu que não apenas Seiya, mas Shiryu, Shun, Ikki e Hyoga também estavam prestes a atacar.

— Entendo. Então vocês se recusam a aceitar a justiça de nosso senhor. Neste caso, permitam-me demonstrar o poder de um arcanjo celeste...

            Gabriel ergueu sua mão direita e nela repousou uma trombeta. Ele a encostou em seus lábios e soprou. E dela saiu um enorme clarão de luz que ofuscou a visão dos Cavaleiros.

— Clamor celestial!

            O raio luminoso soprado por Gabriel avançou em direção a Seiya e aos demais Cavaleiros de ouro em postura de luta. Os outros Cavaleiros permaneciam paralisados devido o enorme cosmo do arcanjo.

            Ao terem seus corpos atingidos os Cavaleiros foram erguidos no ar, suas almas foram separadas de seus corpos e suas armaduras desintegradas.

            Todos os presentes ficaram atônitos. Era inacreditável que um só guerreiro tivesse poder para destruir os cinco Cavaleiros de ouro mais poderosos.

— Agora Atena. Chegou a sua hora. - Falou Gabriel calmamente enquanto avançava em direção a deusa grega.

            Quando o anjo se aproximou de Atena uma voz vinda por detrás dele gritou:

— Espere! - Gritou Rafael.

            Ao se virar Gabriel viu um jovem Cavaleiro de Prata, erguendo-se, lentamente superando a paralisia imposta pelo inimigo.

— Não permitirei que encoste na deusa Atena! Nem que saia daqui impune após tamanha atrocidade!

— Vejo que este jovem faz questão de se unir aos demais no purgatório. Pois realizarei seu desejo Cavaleiro de Prata.

            Mais uma vez Gabriel disparou sua técnica, agora mirando no Cavaleiro de Cruzeiro do Sul.

— Eu... não morrerei! - Exclamou Rafael queimando seu cosmo e fazendo surgir por trás de si uma aura com a imagem de uma cruz.

            O cosmo de Rafael explodiu repelindo o golpe lançado pelo inimigo rebatendo-o de volta em direção a Gabriel.

            Surpreso com o feito de seu oponente, Gabriel deu um salto para se esquivar do contragolpe e passou então a apresentar um ar de agressividade.

— Nunca imaginei que um humano pudesse repelir meu golpe. Quem é você afinal?!

— Sou o guardião da cruz prateada. Sou Rafael de Crux!

— Rafael?! Será que decidiu nos trair e aliar-se aos humanos?! – Indagou Gabriel em meio aos seus pensamentos. – Não. O rosto é parecido e embora tenha o mesmo nome não pode ser ele. É apenas uma coincidência, mas se não for...

— Muito bem Rafael. Já que demonstrou tanta valentia vou lhe destruir de uma vez assim como você quer! – Gritou o arcanjo enquanto elevava seu cosmo.

            Rafael também elevou o seu poder e concentrou-se para lançar seu ataque, mas quando estava prestes a atacar uma voz vinda dos céus interrompeu o combate:

— Já chega! – Ordenou o ser que agora descia pela escadaria por onde Gabriel havia surgido.

— Uriel, o que faz aqui? - Indagou Gabriel ao observar o seu semelhante.

            Uriel tinha um semblante sério. Sua pele era alva como a de Gabriel. Seu cabelo de cor vermelha, que alcançava até a cintura, contrastava com seus olhos verde-esmeralda. Sua túnica era de cor branca como a do outro anjo, mas sua armadura tinha cor de Bronze.

— Nosso senhor me ordenou que te buscasse Gabriel. Ele deseja que levemos Atena até sua presença. - Respondeu o anjo recém-chegado.

— Muito bem então. Pegue Atena, eu tenho que cuidar deste jovem. - Falou Gabriel referindo-se a Rafael.

— Não temos tempo Gabriel. Devemos ir depressa. - Repreendeu Uriel.

            O anjo aproximou-se de Atena, tocou-lhe a face e a fez desmaiar. Gabriel instantaneamente surgiu ao lado de Atena e a pegou nos braços. Os dois seres de luz então subiram pela escadaria de luz levando Atena consigo.

— Parem! - Bradou Rafael. - Não deixarei que levem Atena!

— Se quiser nos impedir - falou Gabriel - venha até a morada de nosso Deus. Estarei te esperando jovem que carrega a cruz. Quem sabe assim desvendemos os mistérios que te cercam e você se mostre capaz de fazer algo por Atena ou pelos seus companheiros caídos.

            Os anjos somem, o clarão da escadaria se apaga, os Cavaleiros voltaram a se mover livremente, mas ainda perplexos com o que acabara de acontecer.

            Quando todos imaginavam que a Terra estaria em paz eis que surgiu a maior das ameaças, vinda de onde ninguém esperava. Atena, junto de seus cinco Cavaleiros de ouro mais poderosos, havia sido levada. E agora os novos Cavaleiros é quem tinham a tarefa de impedir o Armageddon.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Seiya - A Cruz de Prata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.