Logo que Peeta saiu do meu quarto, me enfiei no banho e tranquei a porta. Precisava organizar tudo que estava acontecendo e ainda não entendia nem metade, sobre Peeta Mellark ter aparecido em minha casa. Com certeza, assim que ele saísse elas iam sair correndo em direção ao meu quarto, e perguntar tudo o que tinha acontecido, e me faz mil e uma perguntas, das quais nem eu tinha a resposta certa. Tomei um banho bem gelado, enquanto, elas batiam na porta.

– PRECISO TOMAR BANHO! – Gritei do outro lado. Elas finalmente haviam parado.

Fechei o chuveiro e não ouvi nenhum barulho porta a fora, então pude sair do banheiro e me trocar tranquilamente, mas eu sabia, que quando descesse elas iam me fazer várias perguntas. Espiei elas de fininho, estavam deitadas no sofá, vendo TV.

– Antes que comecem a me fazer várias perguntas: Eu sei que ouviram a conversa, e não me falem nada por que nem eu consigo arrumar meus pensamentos. Não sei por que ele veio aqui e não sei por que ele ficou irritado em saber que eu estou “ficando” com Cato.

– Sua burra, tola e idiota! – disse Johanna, com uma cara de entediada.

– O que foi? Não fiz nada! – disse quase aos berros.

– Você não notou mesmo?- disse por fim, Clove.

– Notar o que, paranoicas?

– Paranoica está sendo você, Katniss. Abre um pouco esses olhos e essa mente, tenta ver um pouco além dos seus olhos! – disse Annie.

– Viu? Até ela entendeu! Peeta Mellark está com ciúmes de você. Com certeza! Primeiro a troca de olhares na festa, e agora isso, qual será a próxima? – Johanna deveria estar impaciente com a minha lerdeza em entender as coisas.

– Peeta está... ?

– APAIXONADO POR VOCÊ! – ok, elas estavam malucas. A bebida da festa não havia passado, mas eu também não argumentei nada. Fui para cozinha comer, e logo depois que elas foram embora, eu sai. Fui dar uma caminhada pelo bairro, passando por fim numa sorveteria.

– Ora, ora.... Quem está aqui!! – disse uma voz do outro lado do balcão. Como assim, ele também estava ali? Ninguém menos que Cato.

– Oi docinho! – disse em tom irônico. Ele veio para mais perto, e sentou-se ao meu lado.

– Como foi que você conseguiu dormir, pensando muito em mim?

– Ah, Cato.Você é tão convencido! Eu estava bêbada.

– Ah claro, e eu não percebi? Catnip, não somos mais criancinhas brincando de esconde-esconde. O que quer de mim?

– Eu não quero nada de você. Tem razão, Cato. Não somos mais crianças, então, para de fazer esse joguinho.

– Seguinte, se quiser algo que “comprove” que sou seu namoradinho de mentira. Nos vemos na escola!

– Namoradinho de mentira, o que quer dizer?

– Eu te proponho ser seu namorado, se você for minha acompanhante no baile da formatura. – Cato estava um ano a nossa frente. Ele estava terminando a escola, por mais impossível que pareça; E ele estava propondo um namoro farsante. Eu precisava consultar minhas amigas.

– Pensarei nisso! – disse, por fim, saindo daquela sorveteria. Ok, eu ia ter que achar outro lugar para tomar sorvete, já que ele frequentava a “Dreams and Candys”.

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Chamei Johanna e Annie para irem a minha casa, está noite. Clove estava em compras com a mãe. Todas elas moravam super perto, então, vieram as pressas. Contei tudo para elas o que havia acontecido, expliquei a história e a conversa com Peeta em meu quarto.

– Ok, seguinte. Isso pode ser bom! – disse Johanna

– Bom? O que isso pode trazer de positivo pra Katniss? – Annie estava bem brava, com a ideia.

– Pensa bem. Ela pode tirar proveito da situação. Se, Cato fingir ser seu namorado. Peeta irá ter um infarto, e você vai ainda na festa do último ano do colegial, como acompanhante, do gato mais lindo daquela sala.

– Ta, isso pode até ser bom. Mas, será que vão acreditar?- eu estava me questionando, não sabia se iria dar certo.

– Claro que vai! – disse Johanna, convencendo parte de mim!

– Vou ligar para Cato, teremos que conversar!!

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Já era tarde, minha mãe e Prim haviam chegado em casa e estávamos sentados na mesa de jantar.

– E então filha, como foi aquela festa? – disse minha mãe. Ela estava com o cabelo pintado de um alaranjado. Suas roupas estavam impecáveis e sua maquiagem, um tanto ressaltada.

– Foi legal, mãe. O que fez hoje? – perguntei-a .

– Fui no salão. Olha só o trato que deram no meu cabelo. Mais bonito que dá ultima vez. Ai filha, você não sabe quem eu encontrei hoje, no salão! – ela disse,bradando a felicidade.

– Quem? –

– A mãe de Peeta Mellark, aquele seu amiguinho da escola.

– Ela estava no salão?

– Sim, estava. E adivinha? Conversamos tanto, que acabamos marcando um jantar aqui em casa, na próxima sexta. Ela e a família.

– COMO É QUE É? – minha voz saiu mais alto, que o planejado.

–O que foi, filha? Por que esta desse jeito?

– Mãe, você não podia ter feito isso, não podia.

– Calma, Catnip. Se você quiser, eu me tranco no quarto com você, até eles irem embora. – Prim, minha irmãzinha. Tinha apenas cinco anos, entedia boa parte dos assuntos, era uma menina realmente esperta. Seus traços lembravam muito meu pai, e então, a saudade e a lembrança dele vieram.

– Eu não vou ficar nesse jantar! – declarei, me retirando da cozinha e indo para meu quarto. Joguei-me na cama, e esperei a lembrança vir. Mas, logo elas foram embora, pelo ecoo que se fez, pela batida na porta.

– Entra! – disse ríspida.

– Catnip! – ela disse estendo os bracinhos. Peguei a no colo e a deitei comigo, na cama.

– Princesinha! – disse, fazendo cócegas. Sua risada era tão fofa.

– Sabe Katniss. Eu acho que você deve se declarar para Peet. Vai ver, ele sente a mesma coisa mas, não quer que você saiba! – Oi? Primrose, você tem cinco anos, não pode me falar essas coisas. Tentei dormir com ela, e esquecer todos os problemas do mundo. Afinal, eu tinha muito mais coisa importante para pensar. Mas, aquela questão ainda me invadia.

– Será que o Peeta me ama?