Pov. Vivi.

Vivi: Vem cá maninha! - dei-lhe uma abraço o mais forte possível.

Tati: Você vai ficar bem. Não vai? - disse ela esperançosa.

Vivi: Claro Tati, claro... - não tinha a certeza, mas ela tinha que se acalmar, estava ainda mais nervosa que eu.

Se passaram duas horas...

Fernando: Oh Carol?

Carol: Diga?

Fernando: A Vivi recebeu alta, ela pode voltar para o orfanato.

Carol: É sério? Ai você ouviu isso Vivi?

Vivi: Sim! Obrigada doutor Fernando!

Fernando: Mas terá de usar cadeira de rodas.

Vivi: O quê?!

No orfanato...

Pov. Autora.

Chico: Gente, quando a Vivi chegar olhem pra ela normalmente, nem comentem, nem façam muitas perguntas. Já sabem como é a Vivi.

Bia: Tá Chico, vamos tratá-la com muito amor vindo de nós. - sorriu.

Chico: De ti duvido... - disse o cozinheiro bem baixinho para que a garota não ouvisse.

Bia: Falou Chico?

Chico: Não... - mentiu.

Pov. Leo.

Eu estava um pouco feliz porque só no dia de hoje consegui fazer muitos amigos, mas não sei se já tenho a honra de lhes chamar "amigos" pois acho que sou muito inferior a eles. Eu só não estou a gostar de ver a Vivi neste estado.

Estávamos a ir em direção do orfanato, mas aí eu olhei para o lado e vi... eu vi-a! Vi a Sol! Solange!

Ela está diferente, tem muitos machucados nos olhos... será ela mesmo? Só falando com ela para descobrir.

Leo: Sol? És tu? - estava um pouco receosa.

Sol: Eu conheço esta voz... - disse com a cabeça baixa. - Leonor?

Leo: Sim, sou eu.

Ela se levantou e veio até mim e me abraçou. Provavelmente fugiu do orfanato Flor de Inverno também.

No orfanato...

Pov. Bia.

Estávamos à espera da Vivi quando vimos a Carol a entrar pela porta. A Mili trazia a Vivi numa cadeira de rodas, mas mesmo assim ela agia um pouco normalmente. Esta garota não muda nem numa cadeira de rodas.

Vivi: Olá a todos! - ela falava enquanto sorria e acenava, será que o acidente afetou-lhe o cérebro?

Bia: Oi Vivi! Tudo bem? - falei devagar e dei a entender que estava a achar algo muito estranho.

Vivi: Eu tô ótima! Acabei de estar no melhor restaurante do Brasil: o hospital! - ela falou e eu ri tanto por dentro! Quero saber quando o hospital é um restaurante e bom. E além disso, o hospital não existe só no Brasil, também existe em Portugal, entre outros!

A Pata não conseguiu manter o riso interior e riu muito. Consegui entender como todos se riram e sorriram quando viram que a Vivi não deixou que a tristeza a derrubasse. Uma das frases da Vivi sempre foi: "Se a vida te der 1000 motivos para chorar, mostre que tem 1001 para sorrir.".

Pata: Tá tudo bem com você?

Vivi: Eu já disse que sim à Bia que me fez a mesma pergunta. - tentou ser clara. - Se vocês estão se perguntando como eu consigo estar tanto alegre estando nesta cadeira andante...

Bia: De rodas.

Vivi: Ou isso! É só olhar pra quem está do meu lado e descobrem o motivo da minha alegria toda. - olhei para a esquerda e não tinha ninguém e do outro tinha o Juca. Espera! Será?

Juca: Eu?

Vivi: Não! Foi a porta que disse que me amava.

Juca: Bobinha (no bom sentido)!

Vivi: Rapaz porta! - ri muito dessa. A Vivi não está lá muito bem.

Todos nós os olhámos com cara de "O quê?! Estão a tirar uma da nossa cara?!". Hoje só falta aparecer mais alguém neste orfanato além da Leo e da Marian!

Bia: Espera! - todos olharam para mim. - Por falar em aparecer onde está a Leo?! Sumiu!

Mili: É mesmo! Cadê ela?! - a Mili sentia-se responsável por todos do orfanato e então desesperou-se.

Maria: Ai não, a Leo! Mas espera! Quem estava a falar de "aparecer"?

Bia: Eu nos meus pensamentos, mas não importa! Temos que a achar!

Vivi: Vamos ver na rua! Mas espera, eu não posso andar né? Vaiam vocês.

Rafa: Parece ela ali! Reconheço as tranças que a Ana lhe fez!

Binho: Ah vamos logo!

Tati: Mas aquela menina está a falar com alguém estranho. Será ela?

Ana: Eu reconheço a minha arte. Só pode ser ela.

Mosca: Então vamos!

Mili: L-leo?

Leo: Sim? - virou-se para trás. Era ela mas quem era a outra menina?

Pata: Ufa! Nos deu um grande susto.

A Mili se ajoelhou em frente da outra menina.

Mili: Quem é você?

Sol: Eu me chamo Solange mas me chamam Sol. - aí ela levantou a cabeça e as meninas mais novas se assustaram, pois ela tinha uns machucados nos olhos que a tornavam assustadora.

Mili: Você conhece a Leo? Ah, onde estão os meus modos? Eu sou a Milena, conhecida por Mili.

Sol: Quem é a Leo?

Leo: Sou eu, as meninas me chamam assim. - Falou para a Sol. Nós nos conhecemos, ela é do meu antigo orfanato. - falou para a Mili.

Sol: Eu e todos os outros de lá fugimos, mas perdemo-nos uns dos outros.

Carol: Oh Deus! Você não tem lar?

Sol: Não.

Carol: Há quanto tempo fugiram?

Sol: Foi ontem à noite.

Carol: Vem cá minha princesa. - eu da próxima vez arranjo um botão para desligar e ligar o meu cérebro. Eu tinha pensado que hoje só faltava aparecer mais alguém, e apareceu! Só falta aparecer extraterrestres... não! Bia não penses se não ainda aparecem mesmo!

Fomos lá pra dentro.

Vivi: Carol, quem é ela?

Carol: É a Solange.

Fizemos aquela rotina que sempre fazemos com alguém quando chega. É a terceira vez que a faço hoje. À terceira é de vez, então vou tirar uma folga.

Passaram-se duas horas...

Pov. Dani.

A Ana me falou do que aconteceu com ela e com o Thiago. Eu não fiquei muito triste, pois havia escolhido o Tatu.

Então, depois de uma longa conversa com a Ana, fui à rua e decidi conversar com o Tatu. Fui até à porta de sua casa e toquei na campainha, ele me atendeu e fomos até à rua e a Tati e a Ana estavam lá conversando.

Tatu: Dani, quem é aquela morena de cachinhos?

Dani: É a Tati, não te lembras de quando a Mili nos apresentou a vocês, ela também foi apresentada.

Tatu: Ah sim. Ela é bem bonita, acho que entre todas do orfanato ela é a mais legal e bonita.

Morri de ciúmes por dentro. Se a Tati é a primeira, em que lugar eu estou?

Dani: Tatu? Se a Tati é a primeira, em que lugar eu estou?

Tatu: Segundo, acho. Você é muito bonita.

Dani: Valeu.

À noite...

Dani: Oh Tati, o que você acha do Tatu?

Tati: Acho que ela te daria um belo par.

Dani: Não sentirias nada por ele?

Tati: Não Dani, fica descansada

Dani: Ok. Boa noite.

Tati: Boa noite.

No dia seguinte...

Pov. Binho.

Ernestina: Oh Tati!

Tati: Sim Ernê?

Ernestina: Escuta aqui, o meu nome é E-R-N-E-S-T-I-N-A. E tem aqui uma entrega de flores para você.

Observei tudo escondido.

Tati: Que bonitas, mas são de quem?

Ernestina: Tuas.

Tati: Eu sei disso mas quem mandou?

Ernestina: Ah isso! Um tal de Tatu.

Fiquei nervoso e resolvi aparecer.

Binho: Oi!

Tati: Oi!

Binho: De quem são essas flores?

Ernestina: Dela.

Binho: Mas quem lhe deu?

Tati: O Tatu. Que estranho né?

Binho: Esse garoto não vive mais! - saí correndo até à casa dele. Bati à porta com todas as minhas forças.

Ele me atendeu.

Tatu: Por que você tá tão nervoso?

Binho: Ainda pergunta? Quais são as suas intenções com a Tati?

Tati: Binho para.

Tatu: Apenas as melhores. Tenho a certeza que não consegues fazer metade.

Binho: Ai não?! - agarrei-lhe pela blusa. Esse cara me paga.

Tati: Binho, para com isso! - não lhe dei ouvidos. A Tati de mim ninguém tira.

Binho: Você me paga! - disse lhe largando e indo embora.

Tatu: Com dinheiro vivo?

Voltei até ele. Esse garoto não se põe mais em pé.

Continua...