Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 35
Capitulo 35: Eventus




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Lara olhava para o lugar onde Kanon estava, não era justo Saga e os outros morrerem, não era justo Kanon se transformar naquele monstro, ele era uma boa pessoa e não queria que ele se perdesse em meio as sombras.

— “Há sim. Há algo que eu posso fazer.”

 

A sacerdotisa dirigiu-se ate a armadura. Ajoelhou ao lado dela passando a fitar a água dentro da jarra. Quando foi agraciada com a armadura, sua mestre havia lhe passado o segredo por trás daquela vestimenta.

— Mestre Sage. – disse a amazona.

O grande a mestre a fitou.

— Conto com a sua compreensão.

Ele não teve tempo de dizer nada, o cosmo da sacerdotisa começou a se espalhar pelo local. Os cavaleiros fitavam surpresos, não imaginavam que ela tivesse tamanho poder. Com as mãos postas sob a jarra, Lara despejava seu cosmo.

Deuteros a olhava ressabiado, tinha uma leve sensação que ela faria algo extremo.

— Selinsa.

A aspirante aproximou.

— Ajoelhe-se de forma que a armadura fique no meio.

A garota obedeceu.

— Eu te consagro, como futura amazona de Taça.

Sel a fitou surpresa, sentia o cosmo da armadura reagindo com o seu.

— Lara...

— Agora vá, fique perto de seu mestre.

Obedeceu ainda sem entender o que havia acontecido.

O pequeno Saga estava apenas com a metade do corpo e não demoraria ate o seu sumiço completo.

— Shion.

— Sim?

— Crie uma barreira em torno de mim e de Saga para retardar seu sumiço.

— Tu-do bem... – respondeu sem entender.

O cavaleiro de Áries formou uma barreira, como ela havia pedido. Em silencio todos acompanhavam a cena.

— Mestre... o que... – Sísifo o fitou preocupado, essa quantidade de cosmo...

Tanto Sage quanto Hakurei permaneciam em silencio, já imaginavam o que se passava na mente da amazona.

De olhos fechados, Lara continuava a liberar seu cosmo que preenchia todo o espaço dentro da barreira, de repente pequenas descargas elétricas começaram a circundá-la, a armadura emitiu um brilho, a energia da amazona aumentou ainda mais a ponto de despedaçar a barreira, ao redor da mulher surgiu torres de energia dourada. Seus cabelos, tremulavam.

— Isso não é normal... – murmurou Hasgard. – esta usando uma grande quantidade de cosmo.

Deuteros a fitava, realmente o cosmo de Lara chegava a grandes proporções, mas era...

— Mortem... – ela murmurou.

Os feixes de luz concentram-se formando uma bola de energia, a bola entrou na jarra misturando a água.

— Spiritus. - Lara levou a mão direita ao peito. Foi afastando aos poucos e de dentro de seu corpo saiu uma pequena bola prateada. A bola juntou-se ao liquido da jarra.

Sage abaixou o rosto. Suas suspeitas tinham fundamento, sem duvida aquilo era...

Lara abriu os olhos, pegou a jarra e levantou. Em seguida ajoelhou ao lado de Saga e segurando seu corpo deu-lhe a água. Depois despejou o liquido no ferimento feito por Pontos.

A cena era acompanhada num total silêncio.

— Vitam Saga. – soprou no ouvido do garoto.

O primeiro a arregalar os olhos foi Regulus, ao ver que o corpo da criança voltava ao normal. Aos poucos os outros mostravam-se surpresos, era um milagre.

O pequeno Saga movia os dedos, a respiração e os batimentos cardíacos estavam normais.

— Ela conseguiu. – Dohko comemorava.

O lugar onde Kanon estava, começou a brilhar, segundos depois o geminiano apareceu.

— O que...? – ele olhou para si. – voltei...

Os próximos a aparecer foram Miro, Shura, Aldebaran, e Aioria.

— Aioria! – Regulus o abraçou. – você voltou.

— É... – estava surpreso, pois não tinha qualquer ferimento.

— Aldebaran. – Hasgard aproximou.

— É bom vê-lo. – o brasileiro sorriu.

— Shura. – Cid tocou o ombro dele.

Lara não tinha tirado a atenção de Saga criança, ele ainda estava de olhos fechados, mas era normal depois daquela experiência. Novamente despejou um pouco mais do liquido em sua boca.

Marin surgiu ao lado de Asmita, assim como Shaka e Afrodite.

— Marin. – Asmita a abraçou.

— Shaka! – Sel jogou-se nos braços do marido. – graças a Atena.

— Gustavv. – Athina o abraçou. – que bom que voltou.

O próximo foi o ariano.

— Mu. – Shion aproximou.

— Shion... – o fitou confuso. – o que...

Lithos e Áurea apareceram ao mesmo tempo.

— Lithos.... – Sísifo a fitou com um sorriso.

— Sísifo... – a garota o abraçou.

Áurea olhava para si, a poucos minutos sentira uma dor terrível e agora...

— Áurea...

Uma voz chamou-lhe a atenção.

— Shion...

Surpreendendo a garota, o ariano a abraçou bem forte.

— Graças aos deuses...

Os próximos foram Kamus e Mask.

— Kamus!

— Miro?! O que aconteceu...

— Não importa. – tocou-lhe no ombro. – está em casa.

— Seja bem vindo. – Manigold estendeu a mão para o companheiro.

— Obrigado, mas o que houve...

— Saga?!

A voz de Kanon interrompeu as conversas. Saga, adulto surgiu diante de todos, sem qualquer ferimento.

— Saga!

— Kanon?

— Por Atena! – o abraçou. – esta vivo.

— O que aconteceu?

— Como Pontos o “matou” ainda criança o futuro foi alterado. – disse Sage. – você é o elo de ligação de todos eles, a sua não existência ameaça a de todos.

— Como? – indagou surpreso.

— Não queira saber... – disse Kanon. – o mundo sem você é um caos... – sorriu. – literalmente.

— A armadura mostrou o que aconteceria no futuro sem você Saga. – disse Lara. – Kanon seria o cavaleiro de Gêmeos e muitas vidas seriam destruídas.

— Isso é verdade? – o grego mais velho fitou o irmão.

— Sim.

— Agora as coisas fazem sentido. – disse Albafica. – aqueles ferimentos que apareciam sem qualquer motivo em Aioria e nos outros. Pontos devia fazer alguma coisa contra a criança que ameaçava sua existência.

— E por falar em criança...

Todos os olhares dirigiram-se para o pequeno Saga.

— Saga acorde. – disse Lara de maneira suave.

Aos poucos foi abrindo os olhos revelando os orbes verdes, o garoto fitou a amazona.

— Quem é você?

— Uma amiga. Agora levante.

Como se não tivesse acontecido nada, levantou.

— Aquele homem... ele não me matou?

— Está tudo bem agora. – disse Lara. – não quer abraçar seu irmão?

Saga, criança, olhou na direção que ela apontava, abrindo um grande sorriso.

— Kanon!

O dragão marinho o recebeu de braços abertos.

— Esta tudo bem. – brincou com os cabelos.

— Que lugar é esse? Quem são essas pessoas? Quem era aquele homem? Por que você esta grande?

— Esqueci de como gosta de perguntar... – Kanon revirou os olhos. – o pior é que não mudou nada... – fitou o irmão adulto.

— Você que é distraído. – disseram os dois Saga ao mesmo tempo.

Os dois fitaram-se.

— Quem é ele? – Saga criança o fitava ressabiado.

— É uma longa historia Saga. – Kanon agachou para ficar da altura dele.

— Você nunca me conta as coisas... – fez bico. – vou contar tudo para a mamãe.

— Pode contar eu não ligo. – riu. – afinal ela só acredita em você mesmo.

— Isso é verdade. – novamente disseram os dois.

Kanon sorriu, estava feliz, apesar de todas as diferenças que tiveram, gostava muito do irmão.

— Eu gosto de você. – o abraçou. – não imagina o quanto é importante para mim.

— Também gosto de você. – o fitou sorrindo.

Saga adulto olhava a cena.

— Não faça essa cara. – olhou o mais velho. – também gosto de você, apesar de ser um encosto.

Lara fitava o dragão marinho, era daquele jeito que deveria ficar. Se Pontos tivesse conseguido, o perderia, não apenas fisicamente, mas também... valera o sacrifício, não apenas por ele... Passou a fitar, Lithos nos braços de Sísifo, Sel nos de Shaka, Marin nos de Asmita, Áurea ao lado de Shion... seria muito injusto que os quatro casais terminassem separados.

Sentindo o olhar Kanon voltou a atenção para a amazona. Fitaram-se por um longo tempo.

— Obrigado. – disse sorrindo. – obrigado por trazer meu irmão de volta.

— O que eu não faria por você. – levantou.

— Eu... – o sorriso outrora na face, dera lugar a surpresa. – Lara?

A sacerdotisa olhou para seus braços e mãos, eles estavam sumindo indicando que a hora se aproximava.

— O que foi Lara? – indagou soltando o menino.

— É o preço a se pagar por ter usado a água da taça. – disse Hakurei.

— Como assim? – Deuteros o fitou preocupado.

— A água da armadura provem da fonte de Atena, - iniciou a sacerdotisa. - segundo a lenda depois que a estatua da deusa derramou uma lagrima na água, ela passou a ter dons curativos, mesmo para ferimentos graves, mas não conseguia trazer uma pessoa da morte. Mas Atena permitiu uma maneira.

— O encanto do “Mortem... Spiritus...e Vitam”. Uma vida pela outra. – disse Sísifo lembrando-se que já ouvira falar sobre isso. – mas é um poder restrito a sacerdotisas.

— Isso mesmo. – disse a própria. – mas nem todas conseguem invocar essa técnica, apenas as sacerdotisas que vestem a armadura de Taça, pois os cosmos beiram o oitavo sentido..

Aos poucos os presentes foram compreendendo.

Kanon assustou-se, então... era sinal....

— Por que fez isto?

— Pontos não poderia ganhar essa guerra. Alem do mais...

Para a preocupação de todos Lara sumia e aparecia.

— Não vou deixar você ir.

No impulso Kanon correu ate ela para abraçá-la, contudo passou direto como se atravessasse o ar. Tentou novamente, mas não conseguiu.

O cavaleiro ficou parado de costas para ela, não acreditava que aquilo estava acontecendo, não no momento em que a paz havia voltado. Lara o fitava entristecida, havia feito tantos planos, contudo não poderia ter deixado o futuro daquele jeito.

— E os nossos planos? – indagou sem virar para ela.

— Foram bons enquanto sonhamos.

Seguiu alguns minutos de silencio. Ao redor todos permaneciam em silêncio. Deuteros olhava para a amazona. Por mais que dissesse que não iriam ficar juntos, ela sempre estaria por perto, mesmo ao lado de Kanon, mas agora ele a perderia para sempre.

— Lara... – murmurou derramando uma lagrima.

A sacerdotisa o fitou.

— Você sempre terá um lugar no meu coração.

Kanon não se importou com a fala.

— Lara...

A amazona aproximou e fez menção de abraçá-lo, talvez seus braços passassem direto, mas.... Kanon sentiu os braços envolvendo-o. Ela aproximou seu rosto do dele.

— Eu te amo. – disse-lhe no ouvido.

O cavaleiro segurou ao maximo, mas duas lagrimas rolaram por seu rosto.

— Eu também... – a voz saiu embarcada.

Num ultimo gesto Kanon virou-se para ela. Delicadamente tocou-lhe a face.

— Eu vou te encontrar... não importa onde...ou como.

— Vou ficar esperando. – sorriu.

Kanon a beijou....

... Lara foi sumindo aos poucos ate virar pequenos pontos de luz. A armadura que brilhava ficou opaca. Era como tivesse morrido junto com sua dona.

O cavaleiro deixou o corpo ir de joelhos, chorava.

Saga, a passos lentos aproximou do irmão. Sentia-se culpado.

— Me desculpe...

— Esta tudo bem Saga. – limpou o rosto. – era o desejo dela.

Deuteros não segurou as lagrimas. Áurea, Athina e Lithos também choravam.

— Por que tinha que terminar assim... – murmurou Regulus, limpando o rosto. – não é justo...

— As guerras nem sempre são justas Regulus. – disse Sísifo triste pela amiga e por Kanon.

O pequeno Saga acompanhava tudo em silêncio, olhou para o irmão ainda de joelhos no chão amparado pelo “outro”. Dando pequenos passos aproximou-se parando na frente dele. Kanon o fitou.

— Você vai achá-la. – deu um tímido sorriso, seguido de um abraço.

— Eu sei que sim....

A armadura de Taça emitiu um brilho, em seguida desapareceu.

— Para onde foi a armadura? – indagou Shion.

— Ela tem vida própria. – disse Sage. – quando for o momento ela voltará. – olhou para Selinsa. – “quando ela estiver pronta.”

O grande mestre voltou a atenção para os geminianos, para que o sacrifício de Lara não fosse em vão tinha que separar os dois Saga. Um simples toque poderia ocasionar numa distorção no tempo, pois dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar. Lentamente aproximou deles.

— Precisa descansar. – tocou o ombro do jovem Saga.

— Mas...

— Vá com ele Saga. – disse Kanon. – ele é amigo.

— Tudo bem.

Sage conduziu o pequeno, ao passar por Dégel...

— Leve Kárdia a Escorpião, por favor.

— Sim mestre.

— Merecem o devido descanso. Vão para suas casas.

Aos poucos o grupo foi dispersando.

—---Peixes-----

Afrodite ao entrar em casa sentiu um grande alivio.

— Está tudo bem mesmo Gustavv? – indagou Athina.

— Estou.

— Aquelas imagens....

— É algo que me envergonho. Às vezes penso que não sou digno de usar a armadura.

— Não diga isso. – a voz fria de Albafica o cortou. – só o fato de ter reconhecido seus erros o torna um homem digno.

— Albafica tem razão. – disse Athina.

— Obrigado, aos dois. Se não se importarem vou descansar.

Afrodite saiu deixando-os a sós.

— Não havia outra solução Albafica? A senhorita Lara...

— Ela era uma amazona. Além do mais ela não salvou apenas eles, mas também Shion. Graças a ela, ele voltará a ficar vivo.

— Entendo.... – a garota abaixou o olhar.

— Deve voltar a vila, seu pai deve está preocupado.

— Irei, mas... – a garota tirou a fita que estava amarrada na cintura, enfaixando a mão com ela. – cuidarei de você primeiro.

Antes que o pisciano pudesse protestar, Athina o pegou pela mão conduzindo-o para o interior da casa. De posse de água e panos limpos a garota começou a limpar os ferimentos, o pisciano tirou parte da armadura, ficando com dorso nu.

— Não dói nada? – indagou sem fita-lo, já que seu rosto estava vermelho.

— Não... tenha cuidado por favor.

— Não se preocupe tanto. – sorriu. – percebi que depois que recebi um pouco do sangue de Gustavv suporto um pouco mais o seu veneno. – o fitou. – isso não é bom? – sorriu.

Albafica a fitou, ergueu a mão direita no intuito de tocá-la, mas parou. Imaginava a dor que Kanon sentia e não queria o mesmo para si.

— Albafica...

O pisciano levantou um pouco mais o braço tocando levemente a cabeça da garota. Num gesto simplório brincou com os cabelos dela.

— Você é muito importante para mim. – disse.

Ela sorriu.

— Nunca se esqueça disso.

—--Capricórnio----

Shura atirou-se nas almofadas.

— Finalmente tudo acabou. Pena que a Lara...

— Não havia outra alternativa Shura.

— É...

— Vem, vamos descansar.

—-- Sagitário ---

Sob a promessa de ir visitá-los mais tarde, Lithos pode ficar em Sagitário, apesar do enorme bico que tanto Aioria como Regulus fizeram.

— São duas crianças. – disse a grega.

— Concordo. – o cavaleiro sentou numa cadeira. – mas duas crianças que estimo muito.

— Eu sei que sim. – Lithos passou por trás massageando os ombros.

— Quando Regulus foi acertado, senti uma grande agonia. Primeiro tinha perdido o meu irmão e agora ele...

— Já passou. – beijou-lhe na bochecha. – como era seu irmão?

— Exatamente como Aioria, antes de ter Regulus. Com a convivência comecei a achar inúmeras similaridades. Eles se parecem muito.

— Deve haver com signo.

— Talvez... – a mente viajou.

— O que foi? – indagou notando que ele ficara silencioso.

— Pontos me disse algo, que gostaria de entender o que significava.

— O que ele disse?

— Que Atena era previsível, que só trocava a ordem.

— Como assim?

— Não sei. – a fitou. – será que é mais um mistério?

— Seja como for, Pontos está morto. Vem, vou preparar um banho para você.

— Vai me dá banho? – a fitou com um sorriso malicioso.

— Talvez... – sorriu de volta. – vem.

—--Escorpião---

Dégel deitou Kárdia em seu quarto. A respiração e os batimentos estavam normais, seu rosto estava sereno.

— Parece que está só dormindo. – disse Miro.

— Espero que ele acorde logo. – Dégel o fitava preocupado.

— Vocês podem ir, eu cuido dele. – disse o escorpião.

— Voltaremos mais tarde. – Kamus foi saindo na companhia de Dégel.

Ao se ver sozinho Miro puxou uma cadeira sentando ao lado da cama.

— Melhore rápido.

Desde que saíra de Escorpião, Dégel mantinha-se em silêncio.

— Imagina para onde a armadura foi? – indagou o francês.

— Não. Ela só aparece quando encontra alguém apto a ela.

— Então será apenas quando Selinsa estiver pronta?

— Provavelmente.

— Então deve ser por isso que no futuro ela está desaparecida. – observou. – ainda não encontrou um dono.

— Talvez. – a voz saiu desanimada.

— Mantenha a esperança. – Kamus tocou no ombro dele. – Kárdia vai se recuperar.

— Assim espero. – respondeu não muito convencido.

—--Libra----

Dohko jogou o corpo na cama. Estava pensativo. Shion chegara ao futuro, assim como ele, mas não fazia sentido. O ariano pertencia a uma raça especial por isso sua vida era mais prolongada, mas e ele? Como atravessara os séculos e ainda por cima mantendo a aparência jovem?

Cansado, foi acometido pelo sono.

—-- Virgem----

Shaka passou direto, dizendo levar Selinsa ate Touro, restando apenas Marin e o outro cavaleiro.

— É injusto que Lara tenha morrido. – disse a japonesa.

 - Era a missão dela.

— Mesmo assim....

— Isso é seu. – Asmita mostrou-lhe o colar. – estou devolvendo como prometi.

— Ele é seu agora. – colocou no pescoço dele. – fique com ele.

Asmita acariciou o rosto da amazona.

— Será que algum dia verei seu rosto?

— Quem sabe. – sorriu. – vem, precisa descansar.

— Não preciso de descanso. – ele a puxou pela cintura. – preciso de outra coisa.

— Asmita! - a amazona corando deu um leve tapa no ombro dele.

— Mente pervertida, eu não pensei nisso. Era de um banho que estava falando.

— Ah... – disse constrangida.

— Não seria má idéia se tomar comigo. – deu um sorriso malicioso.

— Não diga mais nada está bem? – o puxava pela mão. – vem.

—-- Leão----

Aioria e Regulus deixaram o corpo cair sobre as almofadas no chão.

— Não dói nada Aioria? – o pequeno o fitou.

— Não. Parece que não aconteceu nada. E você?

— Estou bem. – apalpava o próprio corpo. – ainda é difícil acreditar que morri e voltei a vida.

— Graças a Céos. Se você morresse...

Aioria passou a se lembrar do momento, sua mente voltou no exato momento em que vira o pequeno deitado no chão. Lembrou das cenas sem nexo.

— O que foi Aioria? – indagou diante da expressão dele.

— Quando o vi caído fiquei com tanta raiva que imagens sem nexo apareceram na minha mente.

— Que imagens?

— Eu estava numa floresta, escorado numa arvore e cheio de ferimentos. Ao meu lado um garotinho – o fitou. – era você...

— Eu? – estranhou.

— Sim. E eu havia dito a você que “quando uma estrela fica velha, uma nova estrela surge... sobreviva para o futuro”.

Regulus piscou algumas vezes.

— Meu pai me disse isso. Antes dele morrer.

— Sério? – indagou surpreso.

— Sim. Como sabia disso?

— Não sei... simplesmente veio na minha mente.

— Talvez por causa da armadura. As lembranças dele devem ter ficado nela.

— Plausível. Vem, vamos procurar algo para comer. Estou com fome.

— Eu também. – Regulus deu um pulo.

Sem que o pequeno esperasse, Aioria o pegou no colo.

— O que esta fazendo?! Me solta Aioria!!! Eu não sou criança!!

— Não reclame. – riu. – vamos procurar algo para comer.

— Me solta Aioria!!!!

—--Câncer----

Como sempre Manigold e MM entraram em casa discutindo.

— Por que não admiti? Se não fosse eu tanto o mestre quanto você tinham caído no Yomotsu.

— Foi um golpe de sorte. – Mani cruzou os braços. – eu poderia tê-lo salvado sem a sua ajuda.

— Idiota! Deveria tê-lo deixado morrer.

 - Por que não deixou? – indagou irônico. – ficaria com a casa só para você.

— Por que apesar de ser um insuportável, você tem seu valor.

Manigold o fitou surpreso.

— Eu?

— Tem outro Manigold aqui? Ah cansei dessa conversa. Vou dormir.

— Obrigado Giovanni.

Desta vez foi a vez do italiano o fitar.

— O que disse?

— Obrigado por ter salvado a mim e ao mestre. Principalmente ao meu mestre. Devo tudo a ele.

— Não foi nada... – disse encabulado.

— Já que ficará aqui por tempo indeterminado, vamos tornar nossa convivência mais suportável. Esta bem? – estendeu –lhe a mão.

— Tudo bem. – Gio devolveu o cumprimento. – Trégua.

— Os dois sorriram.

—-- Gêmeos-----

Kanon entrou em casa para logo sair.

— Aonde vai? – indagou Saga.

— Preciso andar. – disse. – não demoro.

Deuteros o fitou, sabia o quanto ele estava mal, afinal ele estava do mesmo jeito.

— Procure descansar Deuteros.

A voz de Saga chamou-lhe a atenção.

— Vou... por que Sage levou você pequeno para o templo?

— Nós dois não poderíamos ficar juntos. Poderia ocorrer um lapso no tempo.

— E agora? Ele ficará aqui?

— Não faço idéia do que irá acontecer daqui para frente e o impacto... – Saga arregalou os olhos, ao se dar conta de uma coisa.

— O que foi?

— Nada. – deu um meio sorriso – vá descansar.

— Vou dá uma volta. – respondeu não muito convencido. – também descanse.

— Irei.

Assim que se viu sozinho o rosto do geminiano empalideceu. Ninguém tinha levado uma coisa em conta e talvez o sacrifício de Lara tivesse sido em vão.

— “Não tem como o meu criança voltar para o futuro, então... Kanon se tornará cavaleiro de Gêmeos... eu vivo ou morto altera o futuro... Por Atena.”

Saga pensou em contar ao grande mestre, mas por horas achou melhor não. Kanon sofreria ainda mais se soubesse disso.

O dragão marinho vagou seu rumo, pelo menos era o que achava, não se mostrou surpreso ao ver a cabana de Lara pouco a frente. Deu um suspiro desanimado. A passos lentos caminhou ate o local, parando na porta. Não sabia se entrava ou não. Respirou fundo entrando...

Como era de se esperar veio lhe na mente as lembranças daquele dia. Era tantos planos... foi ate a cozinha sentado a mesa de madeira, onde dias atrás ela preparava o café da manhã...

— Vai ser duro... – murmurou, quando ouviu um barulho vindo da sala.

Levantou as pressas achando que talvez tudo aquilo não passasse de um pesadelo e que ela estava viva. Rapidamente ganhou a sala ficando surpreso...

— Deuteros...

O outro geminiano o fitou espantado.

— Não sabia que estava aqui... – disse desviando o olhar. – eu pensei...

— Tudo bem. – Kanon sorriu. – você era muito bem vindo nessa casa. Venha.

Silenciosos foram para a cozinha. Um sentou de frente para o outro, mas não disseram nada, ate que o geminiano do passado quebrou o silêncio.

— Que planos fizeram?

— Ela seria apenas a sacerdotisa de Atena e eu treinaria aspirantes. Teríamos filhos e envelheceríamos nesta casa...

— Bons planos... – por muitas vezes imaginou isso para si.

Seguiu alguns minutos de silêncio.

— Vou indo. – Deuteros levantou.

— Pode ficar. – Kanon levantou. – esse lugar foi seu por muitos anos.

— Pretende cumprir a promessa?

O dragão marinho o fitou sem entender.

— Que vai encontrá-la?

— Farei o que for para isso.

—-- Touro ---

Hasgard e Aldebaran desciam a frente, Selinsa e Shaka estavam mais atrás, mas não estavam muito próximos. Julgaram não facilitar as coisas.

O taurino do futuro vez o outra olhava de solaio para o casal.

— Selinsa.

— Sim senhor Hasgard.

— Prepare aquele chá medicinal que a Lara te ensinou e dê a Shaka. Ele precisa se recuperar. Eu e Aldebaran vamos ate a vila ver os moradores.

Aldebaran, Selinsa e Shaka piscaram algumas vezes totalmente surpresos.

— Está certo disso? – indagou Shaka com os olhos abertos.

— Estou. – respondeu simplesmente. – vamos? – fitou o brasileiro.

— Claro...

Passaram direto. O casal entrou em Touro ainda surpreso.

— Ele me aceitou? – o indiano ainda se mostrava admirado.

— Eu acho que sim...

Na cozinha, rapidamente a aspirante preparou o chã servindo aos dois.

— Não queria que as coisas terminassem desse jeito. Não era justo Lara morrer.

— Infelizmente não havia outro jeito Sel.

— Estou com pena do Kanon.

— O tempo é o melhor remédio.

— Talvez esteja certo... – deu um suspiro.

— O que te preocupa? – segurou a mão dela.

— As palavras da Lara... vou me tornar a amazona de Taça?

Shaka levantou de onde estava e foi ate ela. De um jeito carinho a abraçou colando seus rostos.

— Não se preocupe com isso agora, termine seu treinamento e depois você decide o que quer. – deu um beijo na bochecha dela.

— Está bem. – sorriu com o movimento.

—----Áries-----

Shion entrou em casa, deixando o corpo cair numa cadeira, Áurea e Mu pouco atrás conversavam.

— Tem certeza que não sente nada? – indagou a grega.

— Tenho. – sorriu. – estou bem Áurea.

— Então vá descansar.

— É o que vou fazer. – olhou de solaio para o futuro mestre. – com licença.

O ariano do futuro saiu, deixando a sala num profundo silêncio. Shion permanecia de olhos fechados e a grega completamente sem jeito, pensando se deveria voltar para o templo, ou ir para a vila.

— Eu vou a vila, para ver se precisam de alguma coisa...

— Espere.

A voz saiu tão autoritária que ela paralisou. O cavaleiro levantou de uma vez indo na direção dela. Áurea recuou vários passos ate que sentiu a parede atrás de si. Não querendo encará-lo abaixou a cabeça.

Sem qualquer cerimônia Shion ergueu-lhe o queixo.

— Você está bem? – indagou ainda no tom autoritário.

— Sim... – desviou o olhar. – estou bem.

— Muitas coisas fazem sentido agora. – disse ainda segurando o queixo dela. – como o fato de sabe muito sobre mim.

— Era algo que deveria ter ficado oculto. – não o fitou.

— Era por isso que negou aquele beijo?

A pergunta a surpreendeu, tanto que o olhou na hora.

— Como?

— Não queria se envolver comigo por eu ser o futuro mestre do santuário.

— Shion...

— É ou não é?

— Sim... sabe que...

A frase foi interrompida por um beijo.

— Ainda falta muitos anos ate eu me tornar o grande mestre... – dizia no ouvido dela. – ate lá não há problemas em ficarmos juntos.

— Mas...

— Mas nada. – a voz saiu firme, o que a fez tremer. – eu gosto de você e com você que quero ficar.

—-- Templo ----

 

O pequeno Saga recebia os cuidados da serva. No pátio da estátua Sage fitava a representação da deusa. Estava com a Megas Depranon nas mãos.

— Não acha prudente guardar isso também? – indagou Hakurei aproximando trazendo a adaga dourada.

— Não. Essa arma pertence ao futuro e deve ficar perto do báculo.

— Tentei trazê-lo, mas não consegui passar da porta.

Sage abafou o riso.

— Por algum motivo ele não quer sair do templo, deve haver alguma razão para isso, por enquanto deixe a adaga ao lado dele.

— Como quiser.

— O pequeno?

— Está sendo cuidado. E agora Sage? O fato dele está aqui, não altera em nada a previsão que a armadura fez. Kanon será o cavaleiro de Gêmeos e o sacrifício da Lara...

— Eu sei, - deu um longo suspiro. – rezo para que o futuro tenha alterado em alguma coisa, ou dentre em breve veremos os cavaleiros desaparecerem.

— Não devemos avisá-los?

— Não. Não há necessidade para isso, além do mais Deuteros e Kanon...

— Entendo.

— Vamos aguardar os acontecimentos. Torcer que tudo siga bem e que Kárdia acorde rápido.

 Como de fato, nada de estranho aconteceu, julgaram que a ação de Lara alterara alguma coisa no futuro. Com a ajuda de todos metade da vila já estava reconstruída, os cavaleiros, dourados viviam em seus templos, Kanon e Deuteros estavam mais conformados e logo a vida voltava ao normal. Kárdia continuava na mesma, o que preocupava em muito Dégel e com isso uma semana se passou.

A calmaria dera lugar a apreensão. O pequeno Saga sumira de dentro do quarto, não deixando qualquer vestígio. Sage mandou buscas por mais duas semanas, mas todas fracassaram. O paradeiro dele era desconhecido.

Dando por fim a luta contra os titãs e o restabelecimento da vila, o grande mestre havia determinado que fosse realizada uma festa para a comemoração. Ocorreria uma na vila e outra no templo.

Áurea, Lithos, Marin, Selinsa e Athina corriam de um lado para o outro com os preparativos, alguns cavaleiros prontificaram em ajudá-las, diga-se de passagem Shion, Sísifo,  Asmita, Shaka e Afrodite. Albafica ate que queria, mas devido a seu “problema” mandara Dite em seu lugar. Os preparativos seguiram em ritmo acelerado ate por volta das seis quando todos recolheram-se para se arrumarem.

—--Áries ----

Mu olhava-se no espelho, a roupa cedida por Shion caíra perfeitamente, nem imaginava que seu mestre tinha uma roupa de gala, alias duas.

— Mu. – a porta abriu. – está pronto?

— Sim.

— Então vamos.

O ariano do futuro ainda deu mais uma olhada antes de sair.

—--Touro----

— É tão desconfortável... e quente... – Aldebaran puxava a gola. – como conseguem usar isto?

— Não é a atoa que usamos somente para comemorações especiais. – Hasgard abafou o riso.

— Vai ser a primeira e a ultima vez que vou usar. Vamos logo, antes que eu morra de calor.

—---Gêmeos---

Saga terminava de arrumar, estava dirigindo para a sala quando viu o irmão deitado na cama, usando apenas uma calça velha.

— KANON!!! AINDA ESTA ASSIM?? – berrou.

— Eu não vou... – tampou os ouvidos.

— Vai sim. É uma ordem! – Saga o puxou da cama, jogando-o no chão.

— E se eu não quiser ir? – fechou a cara.

— Vai em consideração a todos. Não pode ficar trancado nesse quarto o resto da vida. Lara não gostaria de vê-lo assim.

Kanon não respondeu.

— Tem cinco minutos para se trocar. – saiu fechando a porta.

Caminhou ate a sala, para esperar pelo irmão, ficou surpreso ao ver Deuteros sentado numa cadeira, pronto. Achava que ele não iria.

— Sempre achei essas roupas inúteis, mas Aspros fazia questão de tê-las. – Deuteros não o fitou.

— Obrigado por me emprestar.

— Ele não vai?

— Está arrumando, pelo menos eu acho. – deu um suspiro desanimado.

— Vou subindo. – levantou. – ate logo.

— Ate.

Mal esperou o geminiano do passado sair, Saga rumou para o quarto, na certa o irmão ainda não tinha se trocado.

— KANON!

—-- Câncer----

Mask mirava-se no espelho, fazia inúmeras poses.

— Isso deve fazer sucesso com a mulherada... – sorriu.

— A roupa faz, você não. – Manigold apareceu na porta portando um sorriso debochado.

— Sei que tudo não passa de inveja. – MM nem o fitou. – inveja do meu porte, da minha aparência, da minha nobreza.

— Você não vale nem uma moeda de cobre.

— Fique sabendo que minha família é tradicional na Itália.

— Itália? –estranhou. – não disse que era da Sicilia?

— Esqueci... estamos no século dezoito... – como não iria explicar sobre a historia da Itália. – pois então, minha família é nobre na Sicilia. Pronto. – acabou de ajeitar o paletó. – estou pronto. Vamos?

— Parece um almofadinha príncipe siciliano...

— Cala a boca!

—--Leão ----

Sísifo terminava de arrumar a roupa de Regulus.

— Prontinho. – ajeitou o lenço.

— Obrigado.

— Só falta esperar....

— Porcaria de roupa. – Aioria apareceu na sala, tentando arrumar a manga do paletó. – coisa incomoda.

Sísifo o fitou, se os cabelos fossem um pouco mais lisos, diria que Aioria estava a cara de Ilíada, na sua fase mais jovem. Ate nos xingamentos pareciam o mesmo.

— Meu irmão também detestava essas roupas. – abafou o riso.

— Ainda bem que isso não existe na minha era. – a vontade era de rasgar a roupa.

— Vamos? – indagou Regulus impaciente, estava doido para ir para a festa. – ainda precisamos passar em Sagitário e pegar as meninas.

— Vamos.

Saíram, sobre os protestos de Aioria.

—---Virgem----

Shaka achava entediante essas festas, mas como eram “ordens” e principalmente Selinsa estava empolgada com a comemoração, faria um agrado. Esperava seu companheiro de signo na sala.

— Demorei? – Asmita apareceu no corredor, ajeitando a manga do paletó.

— De maneira alguma. – levantou. – estamos no horário.

— Então vamos.

—---Libra----

Dohko olhou-se pela quinta vez no espelho.

— Estou perfeito. – sorria.

—--Escorpião----

Miro estava pronto, milagre, havia gostado das roupas, pois achava que ficava mais sedutor, mas por incrível que pareça não estava empolgado para a festa. Sentado numa cadeira, olhava para Kárdia deitado na cama. Quinze dias haviam se passado e o escorpião do futuro permanecia na mesma.

— Queria fazer alguma coisa... – deixou escapar.

Ouviu batidas na porta.

— Entre.

— Imaginei que estivesse aqui... – Kamus parou de falar arregalando os olhos ao fitar o grego do futuro.

— O que foi Kamus? – indagou o próprio bastante surpreso com a reação do amigo.

— Você já está pronto...

— Ah... – revirou os olhos. – é isso...

— Achei que não viveria para ver isso.

— Não reclama está bem?

— Miro. Kamus. – Dégel apareceu na porta.

— Olha como ele está elegante. – Miro brincou. – ate parece um aristocrata.

— Sem exageros Miro. – o aquariano do passado aproximou da cama. – ...ate quando...?

— Tenha fé Dégel. – disse Kamus. – Kárdia vai acordar.

— Espero que sim. Vamos?

Um a um foram saindo, ficando por ultimo Dégel lançou um ultimo olhar ao escorpião.

—--Sagitário-----

Se ao contrário das outras casas, todos arrumavam com certa rapidez, não era o caso da nona casa. Era vestidos de um lado, fitas do outro, sapatos e cinco moças atrasadas para a festa.

—--Capricórnio-----

Shura e Cid já estavam prontos.

— Devemos esperá-los? – indagou Shura.

— Não há necessidade. Vamos.

—---Peixes-----

Por ser imune ao veneno de Albafica, Afrodite pode vestir a roupa do primeiro. O sueco olhava-se no espelho.

— Por que nunca pensei num baile a fantasia. Eu pareço um príncipe! Príncipe Gustavv Kiergaard da Suécia. – disse para si mesmo. – soou muito bem.

Albafica que estava próximo, ouvia os comentários balançando a cabeça negativamente.

— “Narciso.” – pensou sorrindo. – vamos logo “alteza”.

Afrodite apareceu na porta fitando-o surpreso.

— Você escutou....? – disse sem graça.

— Em alto e bom tom. Vamos, não podemos deixar seus súditos esperando. – queria rir, mas precisava manter a postura fria.

— Estou indo.... – respondeu rubro.

—--Templo de Atena----

 

Sage recluso em seus aposentos fitava o céu. Durante todo o dia estava cismado e com um mau pressentimento, como se algo grave fosse acontecer e com o cair da noite seus temores aumentaram. Poucas estrelas apareceram na noite.

— Imaginei... – disse Hakurei abrindo a porta. – não está atrasado?

— Estou no horário. – respondeu sem tirar os olhos do céu.

— O que foi Sage? – caminhou em direção ao irmão. – desde cedo esta pensativo.

— Estou com um pressentimento.

— Bom ou ruim?

— Não sei classificá-lo. Mas algo vai acontecer.

— Essa calmaria está afetando seu raciocínio. – tocou-lhe nos ombros. – nada que uma boa garrafa de vinho não resolva. – deu um sorriso lavado.

— Hakurei....

— Estou brincando. – riu. – vem, vamos nos divertir um pouco e deixar os problemas para depois.

Sage o acompanhou não muito convicto. Algo iria acontecer, tinha certeza.

As oito em ponto a festa teve inicio, os convidados estavam distribuídos pelo salão ricamente ordenado, as servas circulavam por entre os trausentes servindo tudo do bom e do melhor. Aproveitando a festa, Shura, MM, Manigold sentaram a uma mesa começando a beber.

— Toda semana deveria ter uma. – MM ergueu o copo.

— Vou sugerir ao meu mestre. – Manigold elevou o seu. - Vamos brindar ao momento.

— A paz. – disse Shura.

— Que paz, – protestou o canceriano do passado. – brindemos a nós!

Os três riram em meio ao som de "tin tin"

Para melhor conversarem os cavaleiros juntaram algumas mesas formando um grande grupo. Estavam Mu, Aldebaran, Hasgard, Aioria, Miro, Deuteros, Kanon, Saga, Aioria, Regulus, Sísifo, Kamus, Shaka, Asmita e Cid . Em outra Afrodite fazia companhia para Albafica que insistia em manter-se longe.  De pé apenas Shion e Dohko. O primeiro olhava com reprovação Manigold e os outros beberem e o libriano tentava acalmá-lo.

— Elas estão demorando. – disse Sísifo.

— Vai se acostumando. – brincou Aioria. – em matéria de arrumação a Lithos bate o recorde.

— Mulheres sempre demoram Sísifo. – disse Afrodite que escutara o comentário. – é normal.

— Elas chegaram. – disse Regulus apontando para a porta.

Tudo que foi visto foram olhares arregalados para o quinteto que acabara de chegar. Apesar de ser o século 18, as meninas não trajavam aqueles vestidos suntuosos, mas não estavam menos belas. Usavam trajes tradicionais gregos da antiguidade.  Shaka que estava de olhos fechados abriu-os para ver a esposa. Selinsa usava um vestido longo num rosa bem claro. Era de um ombro só preso por um broche, os cabelos estavam presos por uma fina tiara, no seu braço sua “aliança”, o bracelete. Ela usava mascara pois ainda aspirava o posto de amazona.

Albafica não tirou o olhar de Athina. Já achava a garota bonita, mas estava divinamente bela, usando um vestido também longo num amarelo bem suave. Era de duas alças que faziam um V, os cabelos estavam totalmente presos por uma tiara.

Asmita ate não poderia ver claramente, mas sabia que Marin estava linda, num vestido longo de decote canoa na cor branca. Os cabelos semi presos por um adereço dourado. Também estava de mascara.

Shion olhava contemplativo para Áurea, que trajava um longo na cor azul de manguinhas soltinhas. Na cintura um cinto dourado e os cabelos presos num coque frouxo deixando alguns fios prateados descerem pelo colo.

Por ultimo o sagitariano que trazia um sorriso nos lábios. Sua esposa estava de verde claro, com alças grossas presas no alto por broches, os cabelos desciam soltos ate o meio das costas. Sísifo levantou caminhando ate ela.

— Você esta linda. – tomou-lhe a mão.

— E você um charme com essa roupa e ... – aproximou do ouvido dele. – sexy com essa faixa.

Ele apenas sorriu conduzindo-a ate a mesa onde estava sentado. Asmita foi o segundo a levantar, passando o braço pela cintura da japonesa.

— Agora sei porque me apaixonei, - a fitou. – é a deusa Afrodite disfarçada de mortal.

Ela não disse nada, pois estava admirada com a beleza daquele homem naqueles trajes.

Já que Hasgard dera o total aval, Shaka foi depressa buscar a sua jovem esposa.

— Está linda.

— Obrigada. – disse um pouco acanhada.

Shaka a conduziu pelo braço. Albafica não saiu do lugar, estava surpreso por ver Athina tão bonita, ao mesmo tempo temia uma aproximação, pois sabia que não resistiria aos encantos dela. Afrodite percebendo isso foi ate a garota.

— Essa cor combinou com você. – disse o pisciano. – parece uma ninfa.

— Obrigada Gustavv.

— Vem, tem alguém que está te secando.

A garota olhou na hora para Albafica, que hora alguma desviou o olhar deixando-a rubra. Afrodite a levou ate a mesa, sentando-a ao lado dele.

— Está linda. – disse o pisciano do passado, em tom baixo para apenas ela escutar.

— Obrigada. – abaixou o rosto envergonhada.

A única que permanecia de pé era Áurea. A grega não esperou que Shion fosse buscá-la, conhecia o jeito dele, então foi ao seu encontro. O ariano ainda anestesiado continuava parado.

— Vai lá. – Dohko perdendo a paciência empurrou o amigo.

Shion o fitou seriamente para depois voltar a atenção para a grega, os dois se encontraram no meio do caminho.

— Boa noite. – disse Áurea.

— Está linda. – murmurou. – quero dizer...  – ficou um pouco rubro.

— Obrigada Shion.

Logo as danças tiveram inicio.

—---Casa de Escorpião----

Sonhava e sonhava... parecia que em sua mente estava gravado apenas aquelas imagens: a de matando seus companheiros de causa e pior via tudo em terceira pessoa. A cada releitura, a cada olhar para seu rosto maléfico, sentia o peito oprimido e uma dor imensurável. Tentava acordar, mas seu corpo não obedecia, era como se estivesse paralisado. Em meio as cenas chamava por seu amigo, mas ele não aparecia, sequer respondia. Estava desesperado, envolvido em meio as trevas não conseguia sair e afundava...afundava... estava desistindo, por mais que tentasse, por mais que pedisse ajuda, era inútil. Aos poucos foi fechando os olhos deixando o corpo tombar para trás e totalmente solto em meio a escuridão.

— “Kárdia...”

Abriu os olhos, vendo um brilho dourado ao longe. Era um cosmo grandioso, ao mesmo tempo terno.

— Quem....

Do meio do brilho dourado surgiu uma garota, de longos cabelos lilás, olhos verdes, trajando um vestido branco. A sua direita segurava um báculo.

— Quem é você?

— Meu nome é Saori.

— O que você é? Sinto um grande poder vindo de você.

Ela sorriu.

— Esta preso aqui por obra de Chronos. – disse, ignorando a pergunta. – ele selou sua alma em seu corpo.

— Imaginei. – deu um meio sorriso. – por mais que eu não goste dessa situação tenho que aceitar, afinal fiz coisas erradas.

— Não deveria aceitar, no fim reparou seu erro alem do mais não pode ficar preso aqui. Tem uma missão a cumprir.

— Missão?

— Sim. Precisa proteger a Terra e assim assegurar que Miro e os outros tenham um futuro. Sasha vai precisar muito de você.

— Sasha? Quem é essa?

— No momento certo saberá. Agora eleve seu cosmo, como fez com Chronos e desperte do sono.

Saori elevou seu cosmo o que fez com que o de Kárdia reagisse.

— Cuide-se Kárdia e diga a Miro e aos outros que estou esperando-os.

— Espere... quem é você...?

A pergunta ficou no vácuo, pois a garota tinha desaparecido.

— Espere!

Gritou erguendo o corpo. Olhou ao redor vendo as paredes de mármores, e os moveis.

— Estou no meu quarto....? – olhou ao redor e depois passou a mão em cima do lugar que havia sido acertado por Shaka.

Rapidamente Kárdia levantou, saindo em disparada.

—--- Templo----

Animados fizeram uma roda. Sísifo e Lithos eram os mais animados.

Hakurei ao lado de Sage fitava-os.

— Estão tão felizes. – disse.

— São jovens. – respondeu Sage com voz grave.

— Fique calmo irmão, nada vai acontecer.

— Torço que sim.

A porta dourada emitiu um barulho. Todos os olhares dirigiram para ela. Dégel que conversava com Aldebaran levantou da cadeira. Sentia bem fraco um cosmo conhecido.

— Será que...

Vestido com roupas simples, esfregando o cabelo ainda em estado sonolento, Kárdia entrou.

— Dão uma festa e nem me convidam...

— Kárdia!

O escorpião dirigiu ate eles.

— Péssimos amigos.

— Kárdia.

Surpreendendo Dégel deu lhe um abraço fraterno.

— Dé-gel...?

— Você me deixou preocupado.

— Estou bem. – disse um pouco encabulado.

— Seja bem vindo Kárdia. – disse Kamus. – que bom que acordou.

— Obrigado. – coçou a cabeça. – apesar de não ter dormido tanto tempo assim.

— Ficou mais de quinze dias desacordado. – disse Sage aproximando.

— O que? Quinze dias?

— Não se lembra do que aconteceu? – indagou Miro.

— Lembro... – a voz ficou sombria. – como me lembro. – abaixou o olhar. – espero que me perdoem. – disse a Regulus e aos outros. – meus atos...

— Você voltou a si Kárdia. – o grande mestre posou a mão em seu ombro. – isso que é importante.

— Não temos magoa. – disse Regulus falando por todos.

— Obrigado. – sorriu. – a propósito, mestre quem é Sasha?

— Sasha? – o canceriano o fitou curioso. – não conheço.

— Por que pergunta? – indagou Shaka.

— Durante esse tempo que dormir, sonhei repetidas vezes com cena em que matava vocês usando a Megas, quando achei que estaria perdido nessas imagens uma garota apareceu e disse que eu precisava voltar pois o futuro do Miro e dessa tal de Sasha dependiam de mim.

— Como era essa garota? – Saga perguntou ressabiado.

— Baixa, de cabelos lilases, disse que se chamava Saori.

— O QUE?! – exclamaram os dourados.

— Ela se identificou como Saori? – Kamus estava surpreso.

— Sim, ela segurava na mão direita um objeto dourado.

Rapidamente Hakurei fez aparecer diante deles o báculo de Atena, alias os dois báculos.

— Foi esse objeto que viu?

— Sim. Mas o que eu vi foi esse. – apontou para o báculo, justamente o que viera do futuro.

— Não pode ter sido esse? – Sísifo apontou para o báculo do passado.

— Não. – Kárdia estava convicto. – o báculo que eu vi não tinha essas faixas amarradas. – referia-se a faixas de tecido amarradas no cabo, que pertenciam ao báculo do passado. – mas o que tem esse objeto?

— Essa é personificação da deusa Nike. – disse Sage. – esses báculos pertencem a Atena.

— Ao que parece você viu a Atena da nossa era. – disse Kamus. – seu nome mortal é Saori.

— Sasha, - iniciou Shaka. – é o nome mortal da Atena nessa época.

Tanto Sísifo quanto os outros fitaram o virginiano na hora. Essa informação não tinha sido revelada.

— Parece que de alguma forma... – disse Dite. – Atena o ajudou a despertar... mas como se estamos presos nessa época?

— Talvez isso seja a resposta. – Hakurei ergueu um pouco o báculo do futuro.

— Ela disse para dizer a você Miro e aos outros que está esperando por vocês.

— Como assim? – indagou Deba.

— A Lara não prevê o futuro? Pergunte a ela. – disse o escorpião de maneira descontraída.

Houve silencio, com alguns olhares voltados para Kanon. Este abaixou o rosto.

— O que foi? Que caras são essas?

— Lara morreu.

— O que?!?

Dégel contou o que aconteceu a ele.

— Não é justo... – cerrou o punho.

— Lara está feliz por ter cumprido a missão dela Kárdia. – disse Kanon em tom sereno. – ela queria muito ter feito algo por você, mas infelizmente...

— Mas agora ela está feliz. – disse Athina tentando melhorar o clima. – você esta de volta.

— Agora sim teremos paz. – disse Manigold.

As comemorações recomeçaram, Hakurei guardou os báculos e a festa seguia animada, todos estavam se divertindo esquecendo das varias batalhas enfrentadas, a hora era de tranqüilidade, mas nem todos estavam assim. Shion num canto os observava dançar.

— Que cara é essa Shion.

O ariano o fitou feio.

— Esqueci que você será o grande mestre e devo respeito. – sorriu.– o que foi?

— Nada.

— Como nada? Ah! Já sei...deixe os quatro beberem, hoje é festa. Vai ser ate engraçado se um deles ficarem tontos.

Shion o fuzilou com olhar.

— Está com essa cara porque a Áurea está linda e está de maior papo com os outros.

O olhar do ariano foi glacial.

— Brincadeira. – disse sério. – então me conta, o que foi?

— Nada.

— Desembucha. Te conheço,sei quando está preocupado.

— Um mau pressentimento.

— Sobre?

— Não tenho certeza. Está calmo demais.

— Shion, você anda muito estressado. Olha, eles nunca tiveram uma festa, a vida toda foi só lutar, assim como nós. É a primeira vez que Sage dá uma festa como esta. – bufou. – estamos em paz, vamos aproveitá-la. Eles estão desfrutando, vamos fazer o mesmo.

— Vai aproveitar a festa. – a expressão suavizou.

— Vem comigo, vamos beber algo. – deu um sorriso lavado.

— Eu não escutei isso...

Dohko bem que tentou, mas o maximo que conseguiu foi um: "suma daqui" dele.

— Continua o mesmo irresponsável.

— Aceita?

Ele ergueu o olhar deparando com Áurea que trazia uma bandeja nas mãos.

— Não bebo.

— É refrigerante.

— Obrigado. – pegou o copo.

A garota o fitava, foi numa situação como esta que o conhecera. A principio julgava-o inacessível, no entanto...

Shion a encarava.

— O que foi?

— Só estava lembrando de fatos futuros. – sorriu. – por que o Dohko saiu daquele jeito?

— Estava dizendo bobagens. – fechou a cara.

— Shion, por favor.... – passou os braços pelo pescoço dele.

— Áurea... – estava rubro.

— Ninguém está olhando.

Sem que ele esperasse ela o beijou. A principio o ariano mostrou-se resistente, pois estavam em publico e não pegava bem um cavaleiro de ouro, nesses gestos, mas depois deixou-se levar. Gostava daquela garota e o mau pressentimento que estava tendo tinha haver com ela.

— Promete que ficaremos juntos? – ele segurou o queixo dela.

Áurea ficou surpresa com a pergunta.

— Eu prometo.

A musica alta agitava o salão, nem parecia o mesmo lugar palco das mais terríveis batalhas. Aproveitando o fim de uma dança Lithos foi para uma das varandas. Encostada no balaustre de mármore observava as casas abaixo. Sua vida tinha transformado desde que conhecera Aioria. Ela lhe era eternamente grata por ter salvado a vida de seu pai e a sua naquele dia. E agora vivendo no passado, sentia-se ainda mais feliz.

— Seu marido te deixou em paz?

Virou imediatamente.

— Deixou. – sorriu. – ele é muito possessivo.

— Acredito que sim. – o cavaleiro parou ao lado dela. – o que faz aqui?

— Estava relembrando o passado, ou o futuro. Foi numa festa como esta que tudo aconteceu. Estava na varanda com o Aiolos.

— O irmão de Aioria... – Sísifo não gostou. – sei...

— Não pense bobagens. – passou o braço pelo dele. – considerava Aiolos como um irmão.

— Sei...

— Deixa de ser ciumento e inseguro. Você é e sempre será o meu único amor.

— E eu... – acariciou o rosto dela. – sempre estarei com você.

Numa mesa Kárdia e Miro disputavam quem comia mais tamanho apetite dos dois, Dégel tentava mantê-los dentro das boas maneiras. Kamus alheio a tudo observava o salão. Havia algo estranho, certas falas, certos posicionamentos lembravam muito o dia em que desapareceram.

— O que foi Kamus? – indagou Saga puxando uma cadeira. – algo te preocupa?

— Estou tendo a sensação de dejavú.

— Você também? – ficou surpreso. – estava conversando com Mu e por diversas vezes pensei que já tinha ouvido aquela conversa.

— Deve ser o vinho. – olhou para taça. – por isso não gosto de beber.

— Talvez seja apenas excesso de preocupação nossa. – riu.

Numa mesa mais afastada, Athina via o vai e vem das pessoas.

— Se quiser ir dançar pode ir. – disse Albafica. – não precisa ficar aqui.

A garota levantou e nem deu dois passos parando. Olhou para trás deparando com o olhar do pisciano. Voltou, sentando mais próximo a ele.

— Por que...

— Eu prefiro ficar aqui. – o fitou. – se a minha presença não for um incomodo. – abaixou o rosto.

— Sua presença é um balsamo. – fez aparecer uma rosa branca. – e essa rosa nem se compara com a sua beleza.

— Obrigada. – aceitou a flor um pouco rubra.

De longe Afrodite e Mu os fitava.

— Eles são lindos. – disse o pisciano.

— Mas ela..

— Tem consciência que não pode tocá-lo, mas o amor que sente por ele é maior. Eu torço sinceramente que um dia eles fiquem realmente juntos.

Selinsa discretamente olhava a pulseira no braço do marido. Lembrou-se de Lara e do sacrifício que ela fizera. Claro que foi em prol do bem estar do santuário, mas também porque queria que Kanon continuasse vivo. Pensou que também não hesitaria se tivesse que fazer o mesmo. Perder Shaka era o fim.

— Estou pensando em encomendar um par de alianças. – disse Shaka sem tirar os olhos do salão.

— Não acho necessário. – passou a mão no seu bracelete. – isso simboliza nosso amor.

O virginiano sorriu.

— O que depender de mim, nós nos teremos para sempre. – beijou lhe a fronte.

Asmita e Marin faziam planos para o futuro. Depois que suas missões como defensores de Atena terminassem fariam uma viagem.

— E depois da viagem? – Asmita acariciava o rosto dela. – o que vamos fazer?

— Levar uma vida normal na vila. É tudo que mais quero.

— Farei seu sonho torna-se realidade. Eu prometo.

Kanon um pouco recluso pensava em Lara, seria muito difícil sem ela, mas seguiria com a vida.

Ventos muitos calmos costumam esconder uma forte tempestade. A lua no céu desapareceu, cobrindo a terra de escuridão. Uma sombra negra percorria o caminho que levava ate o santuário de Atena. Passou pelas doze casas sem encontrar qualquer dificuldade.

A porta dourada, ícone de Atena, abriu de maneira brusca provocando um grande estrondo. Assustados alguns convidados gritaram.

Sentindo um cosmo, Manigold, MM e Cid circundaram o mestre. Shion passou a frente de Áurea, protegendo-a, assim como Albafica que pediu que Athina se afastasse. Shaka protegeu Selinsa assim como Asmita. Os demais espalharam pela sala. Na varanda Sísifo protegia Lithos.

Diante deles surgiu uma pessoa encoberta por uma capa negra, apenas um dos seus olhos eram vistos e a íris era negra.

— Novamente uma comemoração. – sua voz saiu fria, mas puderam ver que se tratava de uma mulher.

— Quem é você? – indagou Saga.

— Tenho muitos nomes, dependendo da região. Para vós sou uma das Horas. Meu nome é Irene. – retirou o capaz revelando o rosto. Era uma mulher de cabelos negros presos numa trança, os olhos escuros e tez clara.

— Eu sou Sage. – disse o canceriano. – mestre atual do santuário de Atena. O que a trás aqui?

— Consertar o mal que apoderou desse santuário.

A mulher elevou seu cosmo, deixando todos apreensivos, contudo não houve um ataque e sim o aparecimento de um objeto na mão direita dela.

— O báculo de Atena! – exclamou Dohko.

— O que pretende? – Aioria tomava a defensiva.

— Não eleve o cosmo cavaleiro de Leão dessa e da outra Era. Vim em paz.

— Poderia explicar? – indagou Shaka, guardando bem as palavras relativas a Aioria.

— Existe um equilíbrio no tempo e no espaço. Nós, as Horas, e as Moiras mantemos esse equilíbrio, com o nascimento e morte, o verão e o inverno e é desse modo que o universo é regido. Há Chronos, deus do tempo, que tem o poder de alterar essa relação, contudo mesmo sendo um deus seu poder é limitado. Ele tem limites para alterar esse equilíbrio.

— Então nossa vinda alterou esse equilíbrio. – disse Afrodite.

— Está certo cavaleiro de Peixes. A vinda de vós alterou o futuro e o passado provocando um caos na linha do tempo. Armaduras duplas, almas que voltaram em pouco espaço de tempo e principalmente a mesma alma em dois corpos.

— Refere-se ao meu outro eu? – indagou Saga.

— Isso mesmo. Pontos causou um grande mal ao trazê-lo para o passado.

— E onde ele está?

— De volta ao seu tempo. Tive cosmo suficiente para levá-lo de volta.

— O que quer dizer?

— Logo após a tuas vindas para o passado, o tempo e espaço entrou num verdadeiro caos, descobrindo que a causa era Chronos e Pontos procuramos Palas Atena. Ela também procurava por recursos para trazê-los de volta, contudo não tinha poder suficiente para isso. Então ela se uniu a nós. Minhas irmãs, as Moiras e eu  ficamos enfraquecidas por causa desse equilíbrio, mas se contássemos com um cosmo de uma deusa conseguiríamos reparar o mal. Pouco antes da invasão de Pontos, Palas reuniu grande quantidade de seu cosmo no báculo, estávamos prestes a abrir um portal quando o deus do mar apareceu.

— Matando a todos. – disse Miro.

— Correto. Toda a nossa esperança morreu nesse ataque. Não demoraria muito para o tempo e o espaço entrarem em colapso, mas... – olhou o objeto na mão. – Nike estava do nosso lado.

— Como assim?

— Antes de morrer, Palas banhou esse objeto com seu sangue e cosmo e prevendo que Pontos traria esse objeto ao passado, ela deixou que ele o pegasse. Foi providencial a vinda desse báculo para o passado. Durante esse tempo reuni cosmo com minhas irmãs e há poucos dias conseguimos levar o pequeno Saga de volta ao seu lugar e agora chegou a vez de vós.

Selinsa segurou o braço de Shaka.

— Quer dizer que vai nos mandar de volta? – indagou Aldebaran.

— Sim. Os mandarei momentos antes da invasão de Pontos. Assim poderão derrotá-lo e restabelecer o equilíbrio.

Lithos olhou para o marido que mantinha o olhar na divindade. Asmita segurou forte a mão de Marin. Shion puxou Áurea para trás e os demais trocaram olhares.


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Notas finais do capítulo

Eventus - Desfecho



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