Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 22
Capítulo 22: Occasio facit furem




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Áurea andava pelo exterior do templo, procurou pela amazona de Águia em todos os lugares restando apenas os pequenos templos que ficavam atrás do templo principal. Andava de maneira cautelosa com medo de ser pega. Já preparava-se para ganhar o passeio que levava ate eles quando viu um vulto. Rapidamente escondeu-se atrás de uma pilastra.

- "Tinha que ter um guarda aqui?" – lentamente inclinou o rosto para ver se o guarda já tinha ido ficou surpresa ao ver as melanes douradas. – "Shion?"

Era o guardião da primeira casa, que tinha ido ate o templo para vigiar. Temia que os traidores estivessem andando pelo santuário tramando algo.

A grega deu um sorriso e sorrateiramente aproximou do cavaleiro. Tinha a intenção de tampar lhe os olhos, mas foi pega de surpresa. Shion percebendo que alguém aproximava pegou o suspeito pelo braço, aplicando uma gravata.

- Ai!

- Áurea? – levou um susto soltando-a imediatamente.

- Foi por pouco. – passou as mãos pelo pescoço.

- Você é doida? Eu achei que fosse um inimigo! Poderia ter sido mais duro e ate te matado! – estava vermelho de raiva.

- Desculpe...

- É uma inconseqüente! E alias o que está fazendo aqui? Mestre Sage não foi claro nas ordens?

- Foi... é que... – não poderia contar que estava atrás de Marin.

- É o que?

- Resolvi da uma volta... estou sem sono.

- Andasse pelo templo!

- Não precisa gritar, sei que errei.

- Aposto que ia se encontrar com algum dos traidores, estão tramando alguma coisa.

- Não é nada disso.

- Claro que é, e por falar nisso... – segurou o braço dela. – confesse!

- Confessar o que?

- É claro que você sabe quem é a sexta sombra das imagens. Fale agora!

- Eu não sei.

- Sabe sim! – apertou mais forte. – fale logo de uma vez! Quem é a sexta sombra?

- Está me machucando...

- Fale! – pressionou. – fale ou se não...

- Se não o que? Vai me bater ate eu confessar? – aumentou a voz.

- Não levante a voz.

- Levanto se eu quiser! Você não é o grande mestre e sim um idiota arrogante!

- Repete... – a fitou perigosamente.

Áurea sentiu o peso do olhar mas não se intimidou. Odiava esse jeito prepotente dele.

- Um arrogante! Você ainda é um cavaleiro, então abaixe o tom.

- Como? – arqueou a sobrancelha.

- Estou vendo que não mudou nada! É um arrogante hoje e no futuro! E sabe do que mais, mesmo que eu soubesse quem é a sexta sombra eu não diria! – mentia. – agora me solte ou eu vou gritar.

- Experimenta. – deu um sorriso falso. – você esta fora do templo, mesmo que o mestre quisesse não poderia te ajudar.

Ela ficou calada, por mais que odiasse ele tinha razão.

- Me solta.

- Só quando me falar!

- Eu não sei!

Os dois se encaravam. Áurea o fitava com raiva e aquilo deixou o ariano com receio.

- Esta bem. – a soltou. – vem vou te levar de volta.

Deu as costas saindo, Áurea ainda demorou alguns minutos antes de seguir com ele.

Andaram um pouco parando perto de uma parede.

- Tem uma passagem aqui que leva ate o corredor dos aposentos. É secreta. – disse o ariano.

- Eu sei, você já me disse. – falou sem perceber o que tinha falado.

- Como? Ninguém sabe...

- Nada. – ficou vermelha. – estava pensando alto. – desviou o olhar.

Shion sorriu.

- As vezes... – encostou na parede, fitando o céu. – acho que você sabe sobre mim mais do que eu. – a fitou.

- Só tento imaginar. – sorriu. – é melhor eu ir.

Shion forçou um pouco certa parte da parede abrindo-a.

- Boa noite.

- Boa noite Shion.

Ela estava prestes a entrar quando Shion a segurou.

- Desculpe por ter sido grosso com você.

- Não tem problema. – tocou no rosto dele. – não se preocupe.

O ariano pegou a mão dela colocando-a entre as suas. Áurea segurou a respiração, no futuro Shion já tinha feito esse mesmo gesto. Sua mente voltou para tais lembranças. Apesar de se tratar da mesma pessoa sentia falta do mestre do santuário.

- Shion eu...

Ele não disse nada, apenas começou a brincar com os cabelos prateados ainda mais evidentes sob o luar. Sem que ela esperasse, aproximou tocando-lhe os lábios. Áurea arregalou os olhos para em seguida se entregar. Sempre quis sentir os lábios dele sobre os seus, mas aquilo só ficava em seus sonhos, pois ela era uma simples moradora de Rodoria e ele a autoridade máxima entre os oitenta e oito cavaleiros.

Diante da aceitação dela Shion aprofundou o beijo, sabia que aquilo era errado, pois era um cavaleiro e seu único foco era proteger o santuário, mas desde que a viu na vila tinha a plena certeza que ela não lhe era indiferente.

A falta de ar fez cessar o contato, mas isso não significou que eles se soltaram. Shion continuava a envolvê-la em seus braços e os dois se olhavam fixamente porem...

- Me desculpe. – o futuro grande mestre se afastou. – isso nunca deveria ter acontecido. – disse seco.

- Também concordo. – Áurea sentiu-se ofendida. – adeus.

Entrou pela passagem sem dar chance de resposta ao ariano. Contrariado, afastou-se do lugar. O casal só não contava que alguém assistira a cena do beijo. Hakurei que resolvera andar pelo templo sentiu o cosmo do pupilo do lado de fora, foi conferir se estava certo e acabou testemunhando tudo.

O cavaleiro de Altar sentiu uma pontada de ciúme, afinal nutria algum sentimento pela grega, mas ver Shion com ela confortou um pouco seu coração. Resignado voltou para o templo.

- O que faz andando a essa hora?

- Insônia. – respondeu seco.

- Hakurei...

- Não me amole Sage. E você o que faz acordado?

- Estava com sede.

- Sei... – torceu a cara.

- O que foi?

- Nada.

- Fala logo!

- Eu vi Shion e Áurea se beijando.

- O que? - quase engasgou. – aqui? No templo?

- Não seu pudico, lá fora. E daí? São jovens. – deu um meio sorriso.

- É o templo de Atena! Ele deveria está na primeira casa e ela dormindo! – Sage calou-se ao fitar o irmão, a ficha finalmente caia. – Hakurei... você...

- Estou bem velho caduco. – sentou numa cadeira. – faço gosto, os dois são jovens e fazem um bonito casal.

- Mas você tem feição por ela.

- Shion também tem e ela vai ser mais feliz com ele do que comigo. Já estou velho para me importar com essas coisas.

- Sei que Shion é seu filho, mas não precisa mentir dizendo que não se importa.

- Sage, - o fitou. – a felicidade de um filho é a sua própria felicidade.

- Eu sei, mas... – o grande mestre o fitou. – Hakurei... eu nunca te perguntei sobre isso mas não está na hora de me contar? Você é o pai e quem é a mãe dele?

- Você sabe.

O rosto de Sage ficou branco.

- Hakurei eu exijo uma explicação agora!

- Shion é meu filho com a Ranna.

- O que?

O cavaleiro de altar deu um meio sorriso, inclinando um pouco mais para encostar-se.

- É melhor se sentar a historia é longa.

Sage obedeceu no ato.

- Lembra-se da Ranna? – indagou o gêmeo mais velho.

- Lembro. Foi a moça que conheceu em uma missão, mas...

- Eu não te contei toda a historia. – deu um sorriso, lembrando-se daqueles dias. – tinha detestado a idéia de sair do meu castelo, ainda mais numa missão tão sem graça. Andei por terras desabitadas ate que acabei parando num vilarejo. Ameaçava cair uma grande tempestade então resolvi passar a noite. Nesse dia conheci a Ranna, ela era tão linda... os cabelos loiros, os olhos esverdeados...

- Você acabou ficando nesse lugar por um mês, isso eu já sei.

- Apenas um mês... – ignorou as ultimas palavras. – eu poderia ter passado o resto da minha vida lá... com ela, levando uma vida simples...

- Era um cavaleiro de Atena, não poderia ficar lá.

- Eu sei.

- Contou a ela quem era você?

- Contei. Tinha que falar os meus motivos de ir embora.

- E o que aconteceu depois?

- Eu vim embora para o santuário e nunca mais tive noticias dela, nem poderia, - deu um suspiro. – nossas vidas eram incompatíveis e com isso se passou cinco anos.

-FFB-

Hakurei andava apressado, ainda havia muitas coisas a fazer e tudo que menos queria era demorar com aquele assunto.

- "Por que não fizeram virem ate o templo?" – pensava enquanto descia as escadarias em direção a entrada do santuário.

Ao se aproximar da entrada, notou uma jovem, parada fitando os templos. Não sabia que se tratava de uma mulher.

- Pois não?

A moça virou-se. Por alguns segundos Hakurei sentiu a respiração falhar.

- "Como se parece..."

- Senhor Hakurei?

- Sim.

- Meu nome é Lanna. – estendeu a mão.

- Prazer. – retribuiu o aceno.

- Parece que o senhor não me reconheceu. Sou daquele vilarejo em que esteve há cinco anos atrás.

- Há sim... me desculpe... – sorriu. – não ando com a cabeça muito boa. É a idade.

- Minha irmã me falou que o senhor era esquecido. – riu.

- Sua irmã?

- Ranna.

O cavaleiro sentiu o chão sumir, para seguida...

- Onde ela está? Como ela está? Faz tempo que não a vejo...

- Infelizmente ela está morta.

- Co-mo?

- Faleceu há uns dois anos. – o rosto ficou entristecido. – ela contraiu um forte resfriado e não resistiu.

Hakurei abaixou o rosto, talvez se ele tivesse ficado, ou ao menos ir vê-la de vez quando ela poderia está viva hoje.

- Eu sinto muito Lanna, sinto mesmo. – os olhos marejaram. - Ranna significou muito para mim, alias significa, não deixei de amá-la por todos esses anos e eu não voltei...

- Não tem que se explicar. Ranna sabia quem o senhor era e de suas obrigações. Ela nunca se queixou sobre isso.

- Era uma pessoa maravilhosa.

- O motivo para minha vinda... – olhou para o lado fazendo um sinal.

Hakurei acompanhou o gesto ficando surpreso ao ver um garotinho se aproximando. Timidamente o garoto se escondeu atrás da saia da moça.

- Diga bom dia ao senhor Hakurei. – disse Lanna.

- Bom dia... senhor Hakurei. – disse o menino ainda escondido.

O cavaleiro sorrindo agachou.

- Bom dia. Qual o seu nome? – tentou ver o rosto, mas ele se escondia.

- Shi-on...

- Shion... bonito nome. Sou Hakurei. Posso ver seu rosto?

A moça cutucou o garoto que sem jeito saiu de trás. Não deveria ter mais que cinco anos, os cabelos batiam no ombro num loiro claríssimo, os olhos eram castanhos. Ate aí Hakurei julgou-o como um garoto normal, ate que movido pelo calor o pequeno Shion passou a mão na testa para remover o suor, com esse movimento afastou um pouco a franja revelando duas pintas. O cavaleiro arregalou os olhos e num impulso levantou fitando Lanna.

- Ele...

- Sim. Seu e da Ranna.

- O que tem a mamãe tia? – indagou ao escutar o nome da mãe.

- Nada. Pode voltar a brincar.

O menino assentiu rindo, saindo de perto.

– Nasceu meses depois que você foi embora, - tanto ela quanto Hakurei fitavam o menino brincar. - ela não quis te contar pois sabia que cavaleiros não podiam ter família. Quando ela morreu fez me prometer que não contaria nada a você. Manteria minha promessa, mas nos últimos meses ele começou a desenvolver alguns dons. Ele adora fazer as coisas levitarem.

- Telecinese.

- Fiquei com medo que sem a devida orientação pudesse ocasionar problemas alem do mais num vilarejo pequeno sabe como "fatos" diferentes são tratados... consegui manter oculto o máximo de tempo...

- Eu entendo.

- Não quero me separar dele, pois é a única lembrança da minha irmã, mas não quero vê-lo sofrer... então...

- Ela me deu o maior dos presentes. – Hakurei sorriu. – um filho... ele sabe que eu...

- Deixei para você contar.

- Fique tranqüila. – a fitou. – vou cuidar dele.

-FFB-

- Quando Shion soube que a tia ia embora, suplicou para ir junto. Só com a promessa de que iria visitá-la é que resolveu ficar.

- E ele tornou a vê-la?

- Não. Anos mais tarde o levei ate lá, mas infelizmente ela também tinha morrido.

- E ele cresceu sem saber a verdade, por quê? Por que não me contou, que ele foi fruto daquela missão?

- Houve vários momentos que quase contei a ele quem eu era, mas não tive coragem. Não fui tão forte quanto Ilíada ao sair do santuário para cuidar de Regulus. Tive medo que ele me rejeitasse, pois afinal de contas eu o deixei a própria sorte com a mãe. Se ele não tivesse desenvolvido seus poderes certamente não estaria aqui. Alem do mais tive medo que os outros o tratassem diferente por ser meu filho, por ser seu sobrinho.

Só então Sage caiu em si: Shion era seu sobrinho.

- Por isso escondi por todos esses anos.

- Shion tem que saber!

- Saber do que? – indagara o próprio, aparecendo na porta.

- Entrou sem bater? – Sage o fitou, rezando para que ele não tivesse escutado.

- Desculpe.

- Há quanto tempo está aí? – Hakurei estava branco.

- Cheguei agora... eu não ouvi a conversa de vocês. – estava andando sem rumo quando resolveu ir conversar com a Áurea, mas parou no meio do caminho ao escutar as vozes dos lemurianos.

Hakurei e Sage trocaram olhares, ele parecia dizer a verdade.

- Não é nada Shion. – Sage retomou a palavra. – deseja alguma coisa?

- Não. Já vou voltar para minha casa. Desculpe mais uma vez. – fez uma leve reverencia.

- Shion.

- Sim senhor Sage.

- Estou fazendo o registro dos cavaleiros dessa época, por acaso sabe o nome dos seus pais?

Hakurei quase enfartou.

- Minha mãe chamava Ranna. – respondeu em duvida. – do meu pai eu não sei.

- Tudo bem. Boa noite.

- Boa noite. – fez uma leve mensura saindo.

Esperando um tempo...

- Por que perguntou aquilo? – estava branco.

- Por nada. – Sage levantou. – sorte sua que ele não escutou, por que aí sim ia vê-lo furioso.

- Ele tem o gênio da mãe.

- Não vou contar nada, pois é um assunto que diz respeito apenas a você e a ele, só que vou pedir uma coisa, alias ordenar. – a voz saiu fria. - Não quer contar agora não conte, mas quero que escreva sobre a historia dele e coloque em uma caixa, ou em que você quiser e esconda em Star Hill. Mas não quero que coloque perto dos segredos de Athena, coloque em lugar afastado. Deixe alguma dica que apenas ele vá descobrir. Antes de você morrer se ainda não tiver coragem de contar, fale para ele encontrar essa caixa. – apontava o dedo.

- Mas em Star Hill ele não terá acesso.

- Vai sim. Ele vai me suceder, esqueceu? – caminhou para a porta. – e se daqui a duzentos anos quando eu encontrá-lo no inferno e ele não me chamar de tio, prepare-se pois vou atrás de você.

Hakurei encolheu na cadeira, Sage estava falando sério demais.

Shion descia as escadas, realmente não tinha escutado a conversa, mas tivera a certeza que tinha haver com ele.

X.x.X.x.X.x.X

A madrugada seguia alta, o silencio que emanava da fortaleza dos titãs era assustador. Em meio a iluminação escassa uma sombra caminhava por um longo corredor. Ao final dele abriu uma porta que parecia tão antiga quanto a construção. A sombra pegou uma tocha para iluminar o interior, que nada mais era que uma íngreme escada. Olhou para trás para ter certeza que ninguém o seguia. Aquele local era secreto. Vendo que não era seguido lentamente começou a descer. A medida que se afastava da superfície via a umidade aumentar, assim como a escuridão. Depois de cerca de cinco minutos havia chegado ao final. Ao contrario da escadaria aquele local estava, pouco, mas iluminado por tochas. Tomou o rumo da direita, quando, passos depois parou diante de uma velha porta de madeira. Aproximou abrindo a pequena abertura que havia na porta.

- Continuas vivo? – deu um sorriso vil.

Ali era a masmorra do castelo, há séculos não era mantido um prisioneiro ali, mas desde que os titãs vieram para o passado uma pessoa era mantida naquele local.

- Teus ferimentos melhoraram? – insistiu, apesar de saber que aquela pessoa dificilmente falaria algo. – eu o nobre Pontos tenho um presente para ti. – abriu a porta.

A pessoa que estava ali correu para o canto agachando assustada..

- Venha.

Sem cerimônia Pontos pegou a pelo braço arrastando-a para fora da cela, a pessoa tentava se soltar, mas por causa dos ferimentos recém sarados não fez muito esforço. O titã arrastou-o por alguns metros por outro corredor e depois tomou uma pequena escada que dava em outro corredor. A pessoa seguia em silencio e ficou surpresa ao sentir o cheiro de ar fresco. Parecia que aquela ala tinha algum contato com o mundo exterior.

- Teu destino está próximo, por isso deixarei que veja a paisagem.

Abriu uma porta de madeira e jogou a pessoa lá dentro.

- Aproveite a estadia, jovem humano.

Pontos trancou-o saindo.

A pessoa, que era um homem jovem, andou até a pequena abertura na parede que servia de janela. Subiu em uma pedra para poder ver melhor. A grade não ajudava muito, mas desde que chegara ali era a primeira vez que via o céu. Contemplou por um longo tempo as estrelas.

- "O que estará fazendo, mano?" – pensou no irmão e na vida que levava numa simples vila aos arredores de Athenas.

X.x.X.x.X.x.X

A noite seguiu tranqüila para alguns, pois para muitos foi uma noite em claro.

Logo pela manha os trabalhos de reconstrução do santuário recomeçaram, os próximos templos seriam Capricórnio, Escorpião e Libra. Na porta da décima casa já estavam Hasgard, Manigold, Dohko, Dégel e Kárdia.

- Cadê o restante? – indagou o escorpião de maneira impaciente.

- Shion nunca foi de se atrasar... – murmurou Manigold.

- Ele já deve está chegando assim como Deuteros. Albafica não vem.

- Vamos começar a trabalhar. – Hasgard tomou a frente.

Os cinco concordaram entrando. Ficaram surpresos ao ver o templo de Capricórnio praticamente pronto.

- Ele não estava destruído... – Kárdia olhou ao redor.

- Pergunta para ele. – o libriano apontou para frente.

El Cid terminava empilhar algumas pedras.

- Bom dia Cid. – Dégel aproximou.

- Bom dia.

- Você fez tudo sozinho? – indagou o taurino.

- Fiz. Estava sem sono.

- Que coragem... – Mani sentou sobre uma pedra. – passar a noite acordado limpando.

- Viemos te ajudar. – disse o aquariano. – não precisava fazer tudo sozinho.

- Já disse, estava sem sono. – pegou uma toalha limpando o rosto de suor. – podem ir para Escorpião.

- Meu templo esta precisando mesmo.

- Por que perdeu o sono? – indagou Dohko. – algum problema?

- Não... – disse evasivamente, a verdade que não conseguira pregar o olho depois do beijo que dera em Marin.

- Tem certeza?

- Absoluta. Podem ir. – foi saindo.

- Ele está estranho... – murmurou Hasgard.

- Ele sempre foi. – Manigold levantou. – uma casa a menos para trabalhar, vamos para a casa do aranha.

- Repete!

- Não comecem. – Dégel puxou o escorpião.

- Você também. – foi a vez de Dohko fazer o mesmo com Manigold.

Depois de certificar que tinham ido, deitou no sofá. Fechou os olhos lembrando-se da cena da noite anterior.

- "Ela deve ter ódio de mim..." – pensou.

X.x.X.x.X.x.X

Desde Gêmeos, Shion e Deuteros subiam em silencio, cada um mergulhado nos acontecimentos da noite anterior. O ariano não pregara o olho a noite toda, sua mente a cada minuto lembrava-se do beijo dado em Áurea. E Deuteros repassava a conversa tida com Kanon e foi com isso em mente que pediu ao ariano que continuasse o trajeto. O geminiano só esperou por um tempo para entrar na casa de Leão. Encontrou alguns deles já de pé.

- Bom dia.

- Bom dia. – respondeu Mu por todos que estavam na sala: Aldebaran, Saga, Kamus e Shaka.

- Kanon está dormindo?

- Não. – o próprio apareceu na sala. – estou de pé há algum tempo. – e estava mesmo, pois não conseguira dormir.

- Podemos conversar?

- Sim.

Os dois geminianos saíram sob os olhares surpresos dos demais. Saga desconfiou.

Do lado de fora...

- Vim para te contar tudo.

- Sou todo a ouvidos.

Deuteros narrou todos os acontecimentos ocorridos dois anos antes.

- Por isso sou o cavaleiro de Gêmeos.

- Certas coisas não mudam... – Kanon deu um meio sorriso. – então é por isso que Aspros se aliou aos titãs.

- Sim.

- Fique tranqüilo não contarei a ninguém.

- Nem eu.

Kanon e Deuteros levaram um susto.

- Saga?

- Desculpe, mas escutei tudo.

- Você...

- Seu segredo está guardado Deuteros, só que precisamos detê-lo.

- Meu irmão só vai parar quando conseguir o que quer.

- Eu vou pará-lo. – disse Saga. – esse desejo louco de ser o grande mestre tem que acabar. Você confiou em nós, acho que devemos retribuir.

- Saga? – Kanon o fitou sem entender.

- Ele precisa saber de tudo Kanon.

Saga sem hesitar contou tudo para o geminiano do passado. Desde quando recebera a armadura ate o fim da batalha de Hades.

- Então Shion...

- Sim. Ele e Dohko.

- Por que não estou impressionado. – sorriu. – as imagens de Pontos... ele só mostrou o que quis.

- Sim e por isso não podemos contar.

- E o senhor Sage?

- Sabe de tudo.

- Já pararam para pensar que Pontos pode mostrar mais imagens? Principalmente a da adaga dourada?

Kanon arregalou os olhos, não tinha pensando nisso.

- Vamos derrotá-lo antes disso. – Saga continuou com a expressão séria. – vamos acabar com essa guerra.

- É melhor você ir embora. – disse Kanon. – Lara vai acordar, se ela me perguntar algo, direi que não sei de nada.

Deuteros apenas concordou saindo.

- Será que essa é a sina de Gêmeos? – indagou Saga entristecido. – sempre essa luta pelo poder? Sempre essa luta entre irmãos?

- De certa forma mudamos isso. – Kanon fitava um ponto qualquer.

- É sempre pelo poder.

- Nosso caso foi um pouco diferente. Eu te invejava, já Deuteros admirava Aspros, tanto que se anulou por ele. Aspros usou-o, enquanto eu usei você. A única coisa que continuou igual foi o fato de você e Aspros morrerem... Deuteros que deveria ser seu irmão. Ele não o encorajaria a matar Atena.

- Não diga bobagens. – segurou o ombro dele. – nós dois erramos. Nós dois somos culpados. Nós erramos, mas recebemos o perdão de Athena e o mínimo que podemos fazer é para Aspros.

- É...

- Vem, é melhor entrarmos, antes que nos vejam.

X.x.X.x.X.x.X

Acordou com o cheiro de chá invadindo as narinas. Ergueu o rosto deparando com uma bandeja num criado mudo. Olhou ao redor percebendo que estava em sua casa.

- O que...

-Bom dia.

A sacerdotisa virou-se rapidamente para a porta.

- Deuteros?

- Teve uma boa noite de sono? Deve ter tido, te chamei inúmeras vezes e não respondeu.

- Cadê o Aspros?

Deuteros a fitou com cara de duvida.

- Quem?

- Não se faça de bobo. – sentou na cama. – ontem a noite Aspros apareceu e Kanon também e você.

O geminiano arqueou a sobrancelha.

- Eu estava em casa, Kanon provavelmente em Leão e Aspros esta morto. Você esta bem Lara?

- Estou ótima! – deu um pulo da cama. – não precisa fingir eu sei de tudo que aconteceu ontem. Aspros apareceu e...

- Você deve ter sonhado. – disse despejando o liquido amarelado na xícara. – eu não sai de casa, ao contrario de você. Por que resolveu dormir aqui? – ofereceu a xícara.

Lara o fitou sem entender.

- Não era um sonho...

- O que sonhou? – o geminiano puxou uma cadeira.

A amazona o fitou, a expressão que ele fazia parecia de não saber de nada. Será mesmo que tudo não passou de um sonho?

- Pareceu tão real...

- O que aconteceu?

- Nada. Foi só um sonho. – acabou se convencendo. – o que faz aqui?

- As meninas estão te procurando. – mentiu. – então pensei que estivesse aqui.

- Sim... – pegou a xícara sentando na cama. – que sonho... – levou o objeto ate a boca. – você sempre fez chás maravilhosos. – lhe fitou sorrindo.

- Sirvo para alguma coisa. – levantou. – já que acordou já vou indo. – aproximou-se dela parando a sua frente. – seja o que tiver sonhado foi só um sonho.

- Sim. – colocou a xícara na cama.

- Vou indo.

Surpreendendo Deuteros, Lara o abraçou.

- La-ra?

- Foi um sonho, mas... tive medo que algo lhe acontecesse...

O geminiano ficou calado, odiava mentir, ainda mais para ela, contudo por horas era a melhor solução. "se gosta dela tentem se acertar porque caso contrario eu vou roubá-la de você" Estremeceu ao lembrar disso.

- Lara.

- Sim. – o fitou.

Ele apenas a observava, lembrando de quando eram crianças e de como eram unidos. Naquele tempo as coisas pareciam ser mais fáceis, mas agora...

- Eu... eu... – queria dizer o quanto gostava dela, mas não conseguia. A cena de quando matou o irmão, o medo de voltar a ser dominado pelo Satã Imperial e acabar ferindo-a, a aproximação de uma guerra, tudo era motivo para continuar guardando todo o sentimento que tinha por ela.

- Fala. – estava nervosa pois fazia idéia do que se passava na mente do geminiano. E como queria ouvir o que ele tinha a dizer.

- Eu tenho um recado. – disse. – Kanon quer conversar com você.

- Ah... – havia decepção na voz dela.

- Vá procurá-lo. Ele ficou preocupado por não saber seu paradeiro.

- Vou sim. Obrigada. – afastou-se. – ele as vezes é irresponsável mas é uma boa pessoa. – sorriu ao se lembrar do rosto dele.

- Não tenho duvida disso. – afastou-se sentindo o coração doer. – fique sobre a proteção dele. Eu vou indo.

- Obrigada pelo chá.

- As ordens. Tchau.

Saiu. A sacerdotisa voltou a se sentar na cama. Olhou para xícara se lembrando das várias passagens de sua infância com Deuteros, contudo essas imagens foram substituídas pelas lembranças desde a chegada de Kanon. Aos poucos a imagem do geminiano se tornava mais constante do que a de Deuteros.

X.x.X.x.X.x.X

O rosto trazia um sorriso saudoso, fora por dois dias, mas o suficiente para sentir falta daquele lugar. Há poucos passos estaria de volta ao seu lar e aos braços de sua amada. Virou a esquina já deslumbrando os grandes portões de entrada da vila de Rodoria. Abriu os sem dificuldade com um sorriso estampado no rosto.

- Enfim em casa...

As palavras perderam-se, o rosto outrora alegre fora tomado por uma expressão de perplexidade.

- Zeus...

Não fora aquele cenário que deixara para trás, a sua vila, ela...

- Senhor Sísifo?

Voltou a atenção para onde ouvira a voz.

- O que aconteceu?

- Foram aqueles malfeitores. Eles estiveram aqui ontem de manha e provocaram esse estrago. Mestre Sage achou melhor levar o restante dos moradores para mais perto do santuário.

- E onde estão os demais cavaleiros?

- Reconstruindo o santuário. Eles destruíram da primeira casa ate o templo.

- O que?

- Senhor Sísifo?

O cavaleiro reconheceu a voz.

- Athina, como você está? Como estão todos?

- Felizmente bem. Estamos num acampamento improvisado perto da floresta, estamos protegidos.

- Os titãs...

- Não, eles invadiram as doze casas.

- E Lithos?

- Está no templo.

O sagitariano suspirou aliviado.

- Irei ate o templo, se precisarem de alguma coisa não hesite em chamar.

- Sim senhor.

O grego partiu imediatamente para o templo de Atena, ao chegar na primeira casa levou um grande susto, parte da construção estava abaixo, e não foi diferente em Touro e Gêmeos. Ocultando seu cosmo, resolveu passar por fora das demais casas alcançando rapidamente o templo. Estranhou por vê-lo intacto.

Entrou, encontrando o grande mestre no salão principal.

- Mestre. – fez uma leve reverencia.

- Seja bem vindo cavaleiro.

- Desculpe a pertinência mas o que houve? Notei o santuário todo destruído.

- Os titãs invadiram as doze casas ontem de manha. Vieram atrás da arma titânica e conseguiram levá-la.

Sage começou a contar todos os fatos para Sísifo que ouvia atentamente, o mestre não omitiu nenhuma parte, contou inclusive sobre a conversa tida com os cavaleiros do futuro sobre o significado das imagens.

- Então tudo não passou de um plano para enganar Hades.

- Sim, mas peço sigilo no assunto, não conte nem aos cavaleiros do futuro que sabe de tudo.

- Tem a minha palavra mestre.

- Deixarei eles sob a sua responsabilidade, será uma forma dos mais exaltados acharem que eles serão punidos.

- Kárdia, Hasgard, Shion, etc – abafou o riso.

- Estou numa situação complicada.

- Entendo perfeitamente.

- Athena? – Sage indagou a seco.

- Alarme falso. – o sagitariano soltou um longo suspiro. – infelizmente...

- Não se preocupe Sísifo, vamos encontrá-la.

- Assim espero mestre. Creio que nossa situação não é uma das melhores.

- Eu sei... – encostou um pouco mais o corpo na cadeira. – pode ir.

- Lara onde está?

- Nos aposentos do fundo, junto com Marin, Lithos, Áurea e Selinsa.

- Então.. – fez uma reverencia. – com licença.

Hakurei só esperou o cavaleiro sair para si fazer presente.

- Mais um alarme falso.

- Eu não consigo entender por que Athena não renasceu no santuário. – Sage retirou a mascara.

- Ela deve ter tido um bom motivo. – disse o gêmeo mais velho. – deve ter tido uma razão maior para isso.

- Precisamos encontrá-la rápido.

- Contou tudo a ele?

- Sísifo precisava saber, confio nele e com os dourados sob a custodia dele, manterá os outros mais quietos.

- É...

O cavaleiro andava a passos rápidos, mesmo o grande mestre dizendo que ela estava bem queria ver com os próprios olhos. Parando na frente do quarto indicado apenas deu uma leve batida abrindo a porta.

- Lithos.

- Sísifo? – Áurea o fitou surpresa, assim como Selinsa.

- Como vocês estão? – indagou não querendo demonstrar o nervosismo.

- Melhor. – respondeu a grega mais jovem. – o senhor chegou agora?

- Sim. – aproximou da cama. – soube que foi muito corajosa em proteger o senhor Hakurei.

- Não fui de muita ajuda...

- Você salvou a vida dele. – disse Áurea. – é uma verdadeira amazona.

- Obrigada. – corou por baixo da mascara.

- E você Áurea, obrigado por cuidar do Regulus.

- As ordens.

- Cade a Lara, Marin e a Lithos?

- Lara e Marin saíram cedo, ainda não as vi, Lithos foi ver como Regulus está.

- Falando de mim... – a grega abriu a porta. – escutei o meu nome de longe.

Sísifo virou imediatamente, ao simples som da voz dela seu coração vibrou.

- Do que... – a grega parou de falar, abrindo um enorme sorriso. – Sísifo...

- Oi...

- Sísifo!

A grega correu abraçando-o fortemente.

- Senti sua falta.

- Eu também. – o cavaleiro brincava com as madeixas loiras. – estou aliviado por vê-la bem.

- Aconteceram tantas coisas! Os titãs...

- Eu sei. Esta tudo bem agora.

Áurea e Selinsa contemplavam a cena, era nítido que sentiam algo um pelo outro. A aspirante pensou em Shaka e a grega em Shion e no beijo da noite anterior.

X.x.X.x.X.x.X

Em Escorpião os trabalhos continuavam, sob as reclamações de Kárdia.

- Alguém o faz calar a boca? – Manigold jogou uma estaca de madeira no chão. – esse sol e essa voz irritante está me cansando.

- Trabalhe calado! – berrou o escorpião.

- Vocês dois, por favor. – pediu Dégel.

- Esquece esses dois. – Dohko jogou no chão um bloco de pedras. – são crianças.

- Olha só quem fala! – gritou os dois.

- Posso não ter idade, mas tenho maturidade.

- Não seja engraçado Dohko. – Hasgard deu um "leve" tapinha nas costas do amigo. – tem hora que é pior que eles.

- Hasgard!

Shion que recolhia os escombros suspirou entediado. No fundo todos não passavam de crianças.

- Vejo que estão se divertindo.

A voz tranqüila acalmou a discussão.

- Sísifo! – Hasgard abriu um sorriso. – ainda bem que voltou, quer mandá-los parar? – apontou para Dohko, Kárdia e Mani.

- E Shion? – abafou o riso.

- São umas crianças. – Regulus cruzou os braços sobre o peito. Antes de sair do templo Sísifo o tinha visitado.

- Eu desisti. – o ariano aproximou. – seja bem vindo. E você Regulus, como esta?

- Estou ótimo. – socou uma mão na outra. – Áurea cuidou muito bem de mim. – sorriu.

- Ela. – disse com certa secura, que causou estranheza em todos. – como foi a missão? – indagou ao notar o olhar de todos.

- As pistas eram falsas. Estamos na estaca zero.

- Não se preocupe. – Dohko tocou no ombro dele. – vamos achá-la.

- Já está sabendo dos traidores? – indagou Mani. – o mestre te contou?

- Sim.

- Eles não merecem ser mortos? São traidores! – disse Kárdia.

- Cabe ao mestre decidir, por enquanto ele me deu a responsabilidade de olhá-los.

- Posso torturá-los se quiser. – os olhos do escorpião brilharam. – faço-os falar!

- Kárdia! – ralhou Dégel.

- Não é má idéia. – concordou o canceriano.

- Nada de torturas. – respondeu o sagitariano. – precisamos reconstruir a vila e como precisamos de ajuda.

- Ah não! – Dohko deu o berro. – não está pensando... não precisamos deles!

- Precisamos Dohko. Eles não podem ficar em Leão eternamente.

- Por mim... – Regulus deu um sorriso, estava adorando a estadia no templo, tudo era do bom e do melhor.

- Eles vão ajudar sob minha supervisão. E por favor, não arrumem confusão com eles.

- Mas...

- Tudo bem. – Manigold tampou a boca de Dohko. – seguiremos as ordens. – deu o seu melhor sorriso.

- Obrigado. Vou ate Leão.

- Eu vou com você. – disse Regulus.

- Eu também. – disse Dégel e Shion que o fitou.

- Tudo bem. Volto para ajudá-los.

Os quatro saíram sob os olhares atentos dos demais, foi só eles sumirem da visão...

- Por que tampou a minha boca?

- Porque se não ia estragar o plano. – deu um sorriso malicioso.

- Que plano? – Kárdia gostou da expressão do canceriano.

- Vamos puni-los.

- Ficou louco? – Hasgard arqueou a sobrancelha. – mestre Sage nos mata.

- Não, se nós não formos os responsáveis.

- Como assim? – indagou Dohko.

- Eles vão trabalhar sob o sol escaldante, carregando pedras, madeiras, etc e...

- E...?

- Quando um prisioneiro está no cabo Shounion só recebe uma refeição por dia, com uma jarra de água, eles terão o mesmo tratamento. Imagine debaixo de sol desse.

- Sua mente me assusta. – disse Hasgard. – eu não vou participar disso. – foi saindo de perto.

- Imagine se o amiguinho do Asmita virar contra nós? – Mani sabia dizer as palavras certas.

- Está bem.

- Conte comigo. – Kárdia era o mais entusiasmado.

- Eu não concordo. – disse Dohko.

- Vai dá para trás? – o escorpião ralhou.

- Isso é desumano, mesmo para um inimigo.

- O todo certinho esta com peninha. – Mani disse sarcástico.

- Não é isso. Só acho que temos que usar outros métodos. – deu um sorriso.

- Quais?

- Cid, Shion, Regulus e Dégel ficaram aqui no santuário cuidando das casas e nós em solidariedade vamos ajudar nossos "amigos" na vila. Assim manteremos as doze casas segura e efetuamos o plano.

- E onde entra os "outros métodos"? – indagou Kárdia.

- Tudo pode acontecer... pedras mais pesadas, escavar em rochas, carregar madeiras por uma longa distancia, essas coisas. Fechado?

- Fechado. – concordaram os três.

X.x.X.x.X.x.X

Sísifo e os outros seguiram direto e não pararam nem em Virgem, ate por que o morador daquela casa não se encontrava nela. Desde a noite anterior Asmita não voltara para casa.

- Asmita é estranho. – comentou Regulus já vendo o telhado de sua casa.

- É o jeito dele. – disse Dégel.

- Continua estranho.

- O importante que mestre Sage confia nele. – disse Sísifo. – então...

- Você também parece confiar nele. – Shion o fitou.

- Confio. Confio em todos.

- E nos traidores?

- Aioria não é um traidor. – Regulus reclamou.

- O que pensa disso Sísifo? – indagou Dégel, fazendo com que o leonino e Shion voltasse a atenção para o cavaleiro da nona casa.

- O mestre me deixou a par dos acontecimentos. – parou no ultimo degrau. – só o tempo mostrara a verdade.

Dentro de Leão, os dourados tentavam achar algo para fazer, mas as brigas motivadas pelo ócio logo imperaram.

- Congela eles, por favor. – suplicou Aldebaran a Kamus, não agüentando mais a discussão entre Aioria e Miro.

- Se o resto dos nossos dias forem assim... – murmurou Afrodite, vendo a discussão entre Mask e Kanon.

- Falta de ocupação. – Mu aproximou. – se ao menos pudéssemos sair.

- Bom dia a todos.

A discussão parou na hora ao ouvirem o cumprimento.

- Sísifo?

- Pelo jeito estão todos bem. – disse simpático.

- Regulus? – Aioria pouco se importou com a chegada do sagitariano. – você esta bem?

- Estou. – o garoto sorriu, mas logo o perdeu ao ver a cara de Shion.

- Como foi a missão? – indagou Shaka.

- Não é assunto para vocês. – cortou Shion, traidores não precisavam saber daquilo.

- Pelo jeito não encontraram. – MM alfinetou.

- Giovanni. – Kanon o cutucou.

- As pistas não eram certas. – disse Sísifo, sem se importar. – mestre Sage já me contou tudo.

Os dourados olharam entre si ressabiados, o sagitariano queria sorrir, mas não podia.

- E deixou-me encarregado de vocês. Apesar dos atos que fizeram precisamos de braços para reerguer a vila. Os dez seguirão comigo.

Apesar do tom sério do cavaleiro gostaram da idéia.

- E como vamos ajudar? – indagou Shura.

- Simples. – a voz de Dohko assustou a todos.

- O que esta fazendo aqui? – Shion o fitou feio.

- Nada de mais. – estava acompanhado por Hasgard, Manigold e Kárdia. – precisamos reerguer a vila como precisamos cuidar do santuário. Se não se importar Sísifo...

- Diga.

- Shion, Deuteros, Regulus, Dégel e Cid cuidam daqui, enquanto os demais vão para a vila, ajudá-los.

- Parece ser uma boa idéia. Shion?

- Tanto faz.

- Assim o faremos. Venham.

O quarteto do passado trocou um leve sorriso. E como Sísifo determinou com exceção de Asmita e Albafica, o grupo liderado por Shion ficou no santuário e os demais foram para a vila. E ela realmente precisava, 2/3 estavam no chão e as poucas construções que ainda estavam de pé, não eram seguras.

Os dourados reuniram numa parte a espera das ordens. Dohko conversa algo com o sagitariano.

- Só um aviso. – disse Saga aproveitando que só os amigos ouviam. – vamos obedecer sem restrição as ordens, não estamos numa situação muito boa então...

- Como a chefia mandar. – Miro bateu continência.

Sísifo aproximou.

- Os afazeres são grandes então tomei a liberdade em separá-los em duplas, se não se importarem.

- Tudo bem Sísifo.

- Vocês também não poderão usar os cosmos, por segurança. – sorriu sem graça.

- Não tem problema.

- Aldebaran, Shura e Shaka ficaram sob responsabilidade de Hasgard.

O taurino do futuro sorriu, enquanto Shaka deu um longo suspiro.

- Aioria, Miro e Kamus sob a guarda de Kárdia.

Kamus nem manifestou, três crianças no mesmo grupo, lá vinha chumbo grosso.

- Afrodite, Mu e Giovanni sob a responsabilidade de Manigold.

MM só não protestou, pois Dite tampou a boca dele.

- Saga, Kanon sob a responsabilidade de Dohko.

Não acharam tão ruim assim, contudo os dourados não imaginavam que tudo não passava de um plano do libriano.

- Eu irei ate o acampamento reunir alguns moradores. Não demoro. Dohko cuide de tudo.

Foi só Sísifo sair...

- Muito bem traidores. – berrou Kárdia. – ao final vão suplicar para irem para o cabo Shounion. – deu um grande sorriso.

- Quem disse que vou te obedecer. – Miro o fitou desafiador.

- Eu disse. – o libriano disse sério. – não estão em condições de exigir nada.

- Não vivia te falando que o mestre ancião era cruel? – Shura cutucou Kanon.

- Ao trabalho! – ordenou o libriano.

X.x.X.x.X.x.X

Lara depois de ser deixada por Deuteros ainda permaneceu em sua cabana, antes de voltar para o templo. Encontrou com a amazona de Águia na porta do templo.

- Bom dia Lara.

- Bom dia. Passaram bem a noite?

- As meninas sim, quanto a mim... – respondeu evasivamente, desde a noite anterior não tinha voltado para o templo.

- Aconteceu alguma coisa?

- Nada que possa me ajudar, alias ninguém pode me ajudar. – suspirou pesadamente.

- É grave?

- Um pouco, mas deixa para lá. Posso ir ate Leão?

- Claro.

Lara só esperou ela sumir nas escadarias para entrar. Torcia para ninguém ter dado a falta dela.

X.x.X.x.X.x.X

Para aqueles que achavam que a tarefa seria simples, estavam enganados.

Hasgard levou seus protegidos para uma das áreas devastadas e o serviço deles seria retirar os escombros. Ate aí tudo normal, Hasgard também ajudava, em menor grau, mas ajudava. Para Shura e Aldebaran aquele sol não era nada, pois eram acostumados devido seus países de origem, mas Shaka... aquele sol começava a incomodá-lo. Deba percebeu isso, pois sabia que esforço físico e debaixo daquela "lua" não era o forte do amigo tanto que passou a carregar mais pedras do que ele para compensar. Entretanto Hasgard também percebeu isso e não gostou nada de ver o indiano "pegando mais leve."

Kárdia levou-os para uma mata próxima. Precisavam de madeira para construir cabanas e o que mais precisasse. Kamus suspirou aliviado por trabalhar na sombra, mas logo arrependeu por ver Kárdia e Miro em pequenas discussões. Depois que o escorpião do passado sentou dizendo que só ia supervisionar, aí que seu sossego acabou pois ate Aioria começava a bater boca.

Mu e Afrodite pararam o serviço de escavar um poço artesiano diversas vezes para segurar Mask. Os dois cancerianos quase saíram no tapa.

A condição dos gêmeos não eram diferentes. Dohko dava ordens literalmente a eles para carregar uma carroça improvisada de escombros.

E essas pequenas desavenças seguiram por algumas horas, mas a paciência de alguns estavam por um fio e foi somente uma palavra torta para provocar o estopim...

Por causa dos ataques, os três poços que a vila possuía foram completamente soterrados, não restando aos moradores andarem ate o rio próximo para pegar água. A missão dada a Manigold era perfurar um para suprir as necessidades básicas dos moradores.

O trabalho seguia tranqüilo, com Mu e Afrodite executando sem reclamar, já Mask teve que ser contido algumas vezes. Depois de um grande esforço, puderam ver os primeiros sinais de água.

- Ate que enfim. – Afrodite sentou no chão. – pensei que cavaria ate a China.

- Nosso trabalho acabou. – MM jogou a enxada longe. – cadê o capataz? – olhou em volta, uma veia saltou na testa ao ver o outro canceriano sentado debaixo de uma sombra tirando um cochilo. – eu mato aquele infeliz!

- Calma Mask. – Mu o segurou. – não vai fazer nada.

- Estamos fritando debaixo desse sol e ele dorme?

- Mais um motivo para ficar calado. – disse Dite. – Manigold! Achamos água.

O canceriano não respondeu.

- Filho de $#% - praguejou Mask.

- Manigold! – Dite aumentou a voz.

- O que é?

- Achamos a água.

Com a cara desdenhosa Mani levantou indo ate eles. Passou pelos três, quase derrubando de propósito Mask, parando perto do buraco feito por eles.

- Continuem cavando.

- O QUE? – berrou o italiano.

- É surdo, ou o que? Continue cavando. Ou acha que isso é suficiente. A água ainda esta com barro, ela precisa ficar limpa. Não existe isso na sua época? – indagou debochado.

- Não. – MM armou com seu melhor sorriso. – na minha época as coisas são avançadas, temos água em casa, não vivemos como na pré historia igual uns e outros.

- Está querendo dizer o que?

- É surdo ou o que?

- Ora...

- Calma os dois. – Mu entrou na frente. – vamos continuar cavando.

- Apesar de ter essas coisas no meio da testa tem juízo – ajeitou a camisa. - é tão esquisito quanto Shion.

- Ninguém chama o Mu de esquisito não. – Mask tomou partido o que deixou o ariano e o pisciano surpresos.

- Falo como eu quiser.

- Ora...

- É melhor você sair Manigold. – pediu Dite.

- Traidor não me dá ordens!

- Agora eu quebro a sua cara!

Mask partiu para cima dele, mas os dois dourados o seguraram a tempo enquanto Mani saia gargalhando.

- Não vê que é provocação. – Dite soltou MM.

- Eu quebro a cara dele!

- Tenha calma Giovanni. – pediu Mu pacientemente.

- Eu não tenho o seu sangue de barata!

- Continue trabalhando. – Afrodite entregou-lhe a enxada.

A contra gosto pegou e ainda resmungando começou a trabalhar.

Uma grande área já estava limpa, ali seriam erguidas as novas moradias das pessoas que restaram de Rodoria. Ainda restava uma vasta extensão de terra o que levaria mais alguns dias ate estar tudo limpo. O sol implacável não esmorecia o trabalho de Shura e Aldebaran, mas Shaka mostrava sinais de cansaço ainda mais por seu rosto esta vermelho. Silenciosamente Deba ofereceu ajuda o que não foi negado. Hasgard estava ficando nervoso com isso.

- Estou desacostumado a serviços braçais. – disse o virginiano.

- Isso aqui para mim não é nada. – Deba levantou uma grande pedra. – o castelo do Mu deu muito mais trabalho.

- Como assim? – indagou Shura.

- Um dos titãs o destruiu e Mu estava sem cosmo para consertá-lo, eu me ofereci.

- Você reconstruiu o castelo de Jamiel sozinho?

- Sim Shura. – disse encabulado. – fiquei com dó do Mu. Não podia deixar de ajudá-lo.

- Você e seu grande coração. – disse Shaka sorrindo.

- Faço o que eu posso.

- E você. – Shura fitou o virginiano. – não deveria fazer tanto esforço afinal saiu de uma luta.

- Assim como vocês.

- Mas seu estado era mais grave. – disse Deba. – carregue as pedras menores.

- Nada disso.

Os três olharam para trás. A expressão de Hasgard não era boa.

- O trabalho é para o três sem distinção.

- Mas Hasgard ele sofreu aqueles ferimentos. – Deba saiu em socorro do amigo.

- Isso não o torna diferente.

- Mas..

- Ele tem razão Aldebaran. – Shaka o fitou. – não sou diferente de vocês.

- O mesmo tratamento. – o taurino do passado não se intimidou com os olhos abertos do indiano. – ou ate mais. Deveria fazer o dobro.

- Eu faço... – Shura prontificou-se.

- Ele. – Hasgard apontou para o loiro.

- Mas...

Shaka segurou o brasileiro.

- Onde quer que eu fique?

- Ali. – apontou para uma área onde antes existia uma casa de dois pavimentos, conseqüentemente o entulho era duas vezes maior. – acha que pode fazer? – indagou com desdém.

- Sim.

Sem dizer mais nada, Shaka começou a recolher o entulho. Deba e Shura trocaram olhares para continuarem o trabalho.

Já fazia horas que Kamus derrubava as arvores não se importava com o trabalho, mas confessava que seria bem mais fácil se pudesse utilizar o cosmo ao invés de machado. Por milagre Miro e Aioria trabalhavam em silencio e Kárdia tinha saído para pegar alguma coisa. Mas o silencio durou pouco.

- Ele quer que acabemos com a mata toda? – o escorpião escorou em uma arvore. – desse jeito não vai sobrar nada.

- Pelo menos estamos em três. – disse Aioria.

- Se pelo menos aquela coisa ajudasse, terminaria mais rápido. Aquela preguiça.

- Antes ser preguiça do que traidor. – disse Kárdia aproximando com algo nas mãos. – parem de falar e continuem a trabalhar. – deu uma mordida no que parecia uma maça.

- Vai ficar sentado enquanto agente trabalha? – indagou indignado.

- Sim Miro. É sua tarefa não minha. – sorriu. – alem do mais sou um guerreiro, tenho obrigações mais nobres.

- Não sei quais, mal consegue...

- Já chega Miro. – disse Kamus prevendo o que ele iria falar.

- Por que o defende?

- Vamos continuar o serviço, só isso.

Ainda bufando o grego do futuro voltou a tarefa. Kárdia sentou na grama encostando numa pedra. Trazia a expressão cínica.

- É melhor trabalhar direito.

Os três continuaram em silencio.

- Mestre Sage não vai gostar de serviço mal feito.

Silencio.

- Estão esquecendo aqueles gravetos, podem servir de fogueira.

Continuavam em silencio.

- Ei cortem direito.

- Já chega! – Miro jogou o machado no chão. – cala a boca!

- E se eu não quiser? – desafiou.

- Ora...

- Calma Miro. – Aioria o segurou. – ele está te provocando.

- Não precisa segura-lo, faz tempo que quero quebrar a cara dele. – Kárdia levantou. – se quiser pode vir ate os dois.

- Como? - o leonino o fitou.

- Acabo com os dois.

- Eu vou acabar com você.

Aioria avançou contudo foi retido no meio do caminho por Kamus.

- Nada de brigas.

- Mas Kamus...

- Kárdia volte a sentar. – olhou para o grego mais novo.

- Não me dá ordens, seu traidor.

- Agora eu parto a sua cara. – Miro partiu para cima dele.

- Miro. – o aquariano o segurou. – não faça nada. Os dois. – fitou Aioria.

Concordaram voltando ao serviço, Kárdia voltou a sentar com um sorriso nos lábios.

Assim como Aldebaran e os outros, Saga e Kanon estavam encarregados de limpar a área devastada. Os gêmeos faziam o serviço em silencio sob a supervisão constante de Dohko. Num dado momento o libriano se afastou.

- Estou cansado. – Kanon encostou na carroça. – esse sol esta escaldante.

- Continue sem reclamar. – disse Saga.

- Isso é escravidão. Estão fazendo de propósito.

- Que seja Kanon, é melhor que presos.

- Estão certos em desconfiar, mas isso já é abuso. Nós somos cavaleiros de Atena, temos os mesmos direitos. Você já foi mestre...

- Já chega Kanon. – Saga o olhou feio.

- Que se dane. Não vou fazer mais nada.

- Vai sim. – a voz de Dohko saiu autoritária.

- E vai me obrigar?

- Se precisar sim.

Os dois se encararam, alias não foi olho a olho, já que Dohko era bem mais baixo que Kanon, que aproveitando a altura o fitou de forma superior.

- Vamos continuar a trabalhar. – Saga entrou no meio empurrando o irmão.

- Palavras sabias de um líder traidor.

O sangue de Kanon ferveu, mas Saga permaneceu sereno.

- Fiquei me perguntando o que ganharam para trair Atena? Deve ter sido algo esplêndido.

- Seu...

- Kanon. – Saga o segurou.

- É uma vergonha a elite de Atena descer tão baixo.

- Cala a boca o baixinho chinês!

- Vai se arrepender de ter falado isso.

Dohko avançou mas Saga posicionou-se no meio deles.

- Não queremos problema. Vamos continuar a fazer o serviço.

Saga puxou Kanon dessa vez para um pouco mais longe. Dohko não foi atrás, mas a hora deles estavam chegando.

E estava mesmo, como parte dois do plano, depois dos trabalhos parcialmente conclusos, Dohko, Hasgard, Kárdia e Manigold conduziram os dez para o centro da vila. O trajeto foi carregado de ameaças e se não fosse as forças pacificadoras, leia-se Mu, Kamus, Saga e Shaka já tinham saído no tapa.

Os quatro cavaleiros pararam lado a lado tendo os dez a frente.

- Sísifo ainda não voltou? – indagou Kárdia fingindo está surpreso.

- Parece que não.

- Então vamos continuar os trabalhos. – disse Hasgard. – ainda há muito a ser feito.

- Podem voltar ao trabalho. – disse o escorpião cheio de pose.

- Nada disso. – Miro cruzou os braços. – Não somos obrigados a isso.

- Não está em condições de exigir nada Miro. – disse Dohko.

- Por que não? – indagou MM farto daquela situação. – só temos que acatar as ordens de mestre Sage e não de pirralhos como vocês.

- O errado aqui é você. – Manigold entrou no meio. – não passam de traidores vis.

- Estava demorando... – Kanon rolou os olhos.

- Vão voltar ao trabalho agora. – disse Dohko.

- E se não quisermos? – Aioria entrou no meio.

- Pois queremos. – Shaka entrou no meio. – nada de confusão. – olhou para os quatro.

- Falou a quinta essência da humanidade. – zombou Hasgard. – o herege.

- Olha como fala com ele! – Shura já estava farto das provocações por parte do taurino.

- Pessoal. – Mu foi em socorro ao indiano. – vamos trabalhar.

- Pois só vamos fazer algo sobre as ordens do mestre! – disse MM cruzando os braços.

- É o que veremos. – Manigold estralou os dedos.

- Não queremos confusão. – Saga tomou a frente. – nós vamos continuar ajudando.

- Ajudando? Não venha com falsos sentimentalismo. – disse o libriano. - só estão aqui porque o mestre é benevolente. Seus lugares é na prisão!

- É isso o que queria, não é Dohko? – indagou Shura com um sorriso.

- Por mim estariam no cabo Shounion. Todos vocês, principalmente ele. – apontou para Saga. – é o mentor de tudo.

- Se eu concordar em ir, vão nos deixar em paz? – indagou.

- Claro.

- Pois bem pode me levar. – Saga deu um passo.

- De jeito nenhum! – Kanon entrou na frente. – você não vai a lugar algum.

- Kanon por favor.

- Ele está certo. – Mu aproximou de Kanon. – não é justo.

- Falou o esquisito. – zombou Manigold.

- Vou fazer você engolir tudo. – MM avançou mais foi segurado por Dite.

- Está vendo? – disse Kárdia. – deveria ir é os cinco traidores!

- Só se for por cima de mim. – Aioria cerrou o punho.

- E de mim também. – Aldebaran não queria briga, mas não deixaria seus amigos a mercê deles.

Logo Miro, Shaka e Kanon passaram a frente do grupo "traidor".

- Vocês precisam é de uma lição. – Hasgard estralou os dedos.

- Te respeito muito Hasgard, mas se quiser brigar... – Deba o encarou.

- Pois eu não estou nem aí. – o cosmo de Kárdia aumentou. – hoje eu acabo com você. – fitou Miro.

- Digo o mesmo.

Logo a briga generalizou. Kárdia e Miro, Manigold e MM, Dohko e Shura, Hasgard e Aldebaran. Aioria e Kanon colocavam lenha na fogueira. Enquanto Saga, Shaka, Mu e Dite tentavam aplacar o conflito.

- Já chega!

A voz de Sísifo ecoou fazendo com que o conflito parasse.


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Notas finais do capítulo

Occasio facit furem - A ocasião faz o ladrão.



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