Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 20
Capítulo 20: Faber fabro invidit?




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Peixes

Iapeto e Créos atravessavam a casa de Peixes tranqüilamente, notaram os dois cavaleiros caídos sem se importarem continuando a andar.

- Chegamos ao final. – disse Créos. – longa caminhada.

- E de presente fizeram um tapete de flores para nós.

- Odeio flores. – respondeu e com apenas um leve balançar de sua arma fez com que as rosas desaparecessem. – podemos continuar.

O deus das dimensões concordou iniciando o passo.

- Estas sentindo o cosmo de Temis?

- Estou e a cada passo está mais perto.

- Estranho, já era para estar na companhia de Pontos.

Continuaram o trajeto e ao virarem numa curva...

- Temis? – exclamaram os dois.

Correram ate ela.

- Temis! Temis!

- O que ela tem? – Créos procurava por sinais de batalha.

- Parece que está adormecida. – Iapeto teve a atenção chamada por uma rosa caída ao lado dela. – já entendi. – disse pegando a flor em tom vermelho. – ouvi falar que os cavaleiros de peixes usam rosas envenenadas, na certa usaram em Temis.

- Mas ela é uma titã! – bradou. – É imune a isso.

- Ou tiveram que usar uma alta dose. Não é o suficiente para matá-la, mas serviu para pará-la. Vamos levá-la, Céos saberá o que fazer. – Iapeto a tomou nos braços.

Templo

- PONTOS!

Selinsa, por debaixo da máscara, arregalou os olhos. Hakurei virou-se imediatamente e o deus apenas meneou a cabeça para o lado dando um leve sorriso.

- Pensei que não te veria. – disse. – cavaleiro de virgem.

Shaka estava escorado numa parede, apesar da dor apoiava-se na perna que tinha menos ferimentos.

- Solte-a. – disse frio.

- Fala disto? – ergueu um pouco mais a aspirante. – como queiras.

Sem qualquer cerimônia Pontos arremessou a garota, Hakurei rapidamente a pegou.

- Agora sim, a arma de Chronos terá um adversário à altura.

O cavaleiro sequer olhava para o deus, estava com os olhos fixos em Selinsa nos braços de Hakurei. Ela estava muito ferida.

- "Machucou assim por minha culpa."

- Prepare-se!

O cosmo de Pontos elevou-se ainda mais forte, ergueu a foice e como anteriormente aplicou o mesmo ataque que usou em Hakurei.

- Shaka! – o canceriano temeu pelo cavaleiro, no estado em que ele se encontrava não conseguiria se defender.

Selinsa foi abrindo os olhos, ao se lembrar da voz que ouvira levantou a cabeça imediatamente, vendo o virginiano.

- "Shaka..." – sentiu o poder de Pontos. – SHAKA!

O indiano impossibilitado de se mexer apenas esperou o ataque. Foi atingido em cheio, batendo violentamente contra a parede.

- Shaka! – gritou Hakurei.

- Não segurou? – Pontos fez a expressão de surpreso.

- Shaka... – os olhos de Selinsa marejaram.

- Confesso que estou surpreso. – desdenhou. – teu nível decaiu muito.

O virginiano continuava no chão, seu estado não era bom, alem dos ferimentos sofridos nesse ataque tinha os da perna. Apenas minutos depois é que abriu os olhos. A dor que sentia chegava a entorpecê-lo.

- "Desse jeito vou morrer."

Pontos que o olhava fixamente deu um leve sorriso, havia entendido o que se passava.

- Fostes atingidos pela falta de cosmo e se não bastasse estas sem o movimento da perna esquerda.

Shaka estreitou o olhar, fizera de tudo para que ele não percebesse, no entanto...

- Não deverias ter vindo nesta condição, não passas de um estorvo. O que podes fazer nesse estado? – riu. – Atena está bem servida. Uma mulher, um velho e um aleijado.

O cavaleiro cerrou o pulso, por mais ódio que sentisse, Pontos estava com a razão, ele não passava de um estorvo. E do jeito que as coisas estavam os três morreriam.

Hakurei o fitava com ódio, queria revidar, mas estava sem condições de lutar e qualquer movimento poderia ter conseqüências tanto para o indiano como para a aspirante.

Selinsa olhava com receio para Shaka, se recebesse outro ataque de Pontos não agüentaria.

- Serei um deus misericordioso... vou acabar com o teu sofrimento.

A grega desesperou ao ouvir aquilo. Sem pensar duas vezes correu para perto de Shaka.

- Shaka. – tocou-o.

O cavaleiro a fitou, percebendo os vários ferimentos, não perdoaria Pontos por tê-la machucado.

- Fique perto do senhor Hakurei.

- Você não pode lutar.

- O companheirismo entre vós é louvável. Serei caridoso, vou mandá-los para o inferno.

- Pare Pontos. – Hakurei tentou levantar, mas não conseguiu.

- Não se preocupe serás o próximo. – o fitou para voltar a atenção para o casal. – prometo uma morte rápida.

O deus levantou um pouco o braço abrindo a mão direita, nela formou-se uma bola de energia negra.

- Selinsa saia daqui. – Shaka tentava se levantar.

- Não vou deixá-lo. – a aspirante agachou, com dificuldades o ajudou a levantar e apoiou o corpo dele no seu. – vou te tirar daqui. – ela mal se agüentava em pé, mas não deixaria que Shaka morresse.

- Desapareçam!

Pontos disparou. O que era uma pequena bola de energia aumentou consideravelmente.

- Selinsa! Shaka! – gritou Hakurei.

- Não vou deixar você morrer. - a grega passou a frente abraçando-o.

Shaka não pensou duas vezes, usando o pouco de força que restava, girou a si e a menina. Foi à conta do ataque atingi-los. Os dois foram arrastados, Selinsa não recebeu o ataque diretamente, contudo sofreu o impacto da batida já que Shaka estava na sua frente, ficando prensada entre ele e a parede. O indiano foi ao chão, ela caiu ao lado dele.

- Selinsa... – com muito custo Hakurei ficou de pé. – Shaka...

- Dois a menos. Hahaha e agora... – fitou o cavaleiro de altar. – vou me divertir.

Partiu para cima dele.

Entrada

Ainda surpresa pelo olhar dele Lara o viu levantar.

- Prepare-se Céos.

- Estas a beira da morte, mas se desejas morrer rapidamente farei o que me pedes. E tenha a certeza que não se levantará mais. – concentrou o cosmo em uma das mãos - Ebony Illumination.

O ataque foi tão rápido, que Kanon não teve como se defender sendo acertado em cheio e como Lara estava perto também recebeu o golpe, contudo em menor gravidade.

- Ele é muito forte... – murmurou e olhando para o lado. – Kanon!

O cavaleiro estava no chão.

- Kanon! – aproximou. – Kanon.

Aos poucos foi abrindo os olhos.

- Acho que já morri... estou vendo uma deusa.

- Não brinque. – deu um meio sorriso. – deveria...

A frase foi interrompida, uma expressão de dor apoderou-se do rosto da sacerdotisa alarmando Kanon.

- Lara o que foi? – ele desviou o olhar ficando branco ao ver uma mancha vermelha na cintura dela. – Lara...

A sacerdotisa foi fechando os olhos caindo ao lado dele.

- Lara!

Céos que via a cena olhou para trás, sabia quem tinha feito aquele ferimento.

- Créos...

O deus das dimensões trazia o dedo apontado para Lara, Céos ia retalhar sobre o método dele mas seu rosto ficou assustado ao ver Temis nos braços de Iapeto.

- Temis?

- Como vai Céos? – Iapeto aproximou.

- Temis? – ignorou o cumprimento. – Temis.

A deusa abriu os olhos ainda enevoados para fechá-los em seguida.

- O que houve com ela?

- Foi envenenada. – disse Créos. – mas já esta se recuperando. Em breve poderá conversar e andar.

- Quem é o responsável? – o rosto estava em cólera.

- Os cavaleiros de Peixes, mas ela já os eliminou. Precisamos alcançar Pontos.

- Dê-me a. – praticamente arrancou-a dos braços de Iapeto.

- Temos que ir. – Créos parou de falar ao sentir um cosmo emergir.

Minutos antes...

Kanon amparou Lara nos braços.

- Lara! Lara!

Ela não respondeu o que o deixou aflito.

- Maldito... – cerrou o punho. – maldito...

O ar ao redor de Kanon explodiu, rapidamente seu cosmo começou a circundá-lo e não parava de crescer.

- Vão me pagar por isso. – levantou ainda segurando-a pelo outro braço.

Créos mal acabou de falar sentiu um cosmo.

- Estás lutando contra ele?

- Sim. – Céos mantinha o olhar em Temis.

- Não vamos perder nosso tempo. – disse Iapeto. – Khaos Blade!

A energia do deus explodiu indo em direção ao cavaleiro, que não se intimidou. O impacto foi inevitável, uma onda de explosão propagou pelo local.

- Pronto. – sorriu o titã. – podemos continuar.

Céos e Créos apenas concordaram.

- Esperem... – a voz de Temis saiu fraca.

- Temis...

Céos nem teve tempo de dizer algo, assim que a poeira abaixou viram o cavaleiro vestido com sua armadura.

- Céos vou fazer você pagar por isso.

- Eu cuido dele. – Créos adiantou-se. – estás nervoso porque tua amiguinha se feriu? Deveria tê-la matado se bem com esse machucado... não vai demorar.

- Cretino...então foi você... – cerrou o punho com mais força. – vai pagar.

O ar ao redor expandiu, como sentia sua força no total, não mediria esforços para liquidar o titã.

- Explosão Galáctica!

- Patético. – julgou o deus das galáxias, tanto que nem se mexeu para defender-se, contudo...

O ataque de Kanon partiu em direção a ele, por onde passava provocava destruição.

- Inútil.

Créos achou que com apenas uma mão poderia deter e com esse intuito ergueu o braço direito, mas... o impacto foi grande.

- O que... – o deus recuava. – não pode ser... – a força empregada por Kanon aumentava a cada segundo, - que poder é esse...?

Não agüentando a pressão Créos foi atingido indo ao chão.

- Créos! – Iapeto assustou.

- Humano desprezível! – gritou o deus erguendo o rosto, revelando um corte na testa. – vou matá-lo!

- Já chega Créos. – disse Céos calmamente. – deixe-o.

- O QUE?

- O método que usaste na amazona não foste digno, alem do mais não precisamos mais lutar Pontos já esta com a arma. Vamos.

O titã do relâmpago negro começou a caminhar.

- "Eu faria o mesmo."- pensou fitando Lara nos braços dele. – " é o que vai acontecer aos piscianos."

Kanon tomou a posição de ataque.

- Não haverá mais lutas cavaleiro. – disse notando a posição dele. – preocupa-te com ela. Créos e Iapeto não te farão nada.

O dragão marinho ficou surpreso pelas palavras dele. E como o titã havia dito os outros dois deuses o seguiram. Créos ao passar por ele...

- Não terás sorte da próxima vez.

O cavaleiro só abaixou a guarda depois que os quatro passaram. Olhou para si, só agora tinha percebido que trajava a armadura do dragão marinho.

- Recuperei meu cosmo.

Fitou Lara que continuava desmaiada, mas felizmente viva.

- Dá próxima vez vou te trancar na cabana. – com cuidado a deitou no chão e delicadamente retirou algumas mexas loiras do rosto.

Deu um sorriso para em seguida fechar os olhos e cair ao lado dela.

Peixes

Como nas demais casas a destruição pode ser vista por todos.

-Vai levar um tempo ate reconstruirmos tudo. – disse Dohko.

Os demais cavaleiros olhavam ao redor, procuravam por Albafica.

- Albafica. – Shion assim que o viu correu ate ele.

- Não se aproxime... – a voz saiu fraca. – estou bem.

- Afrodite. – Mu aproximou seguido pelo restante. – você está bem?

Felizmente os dois já estavam despertos.

- Estou... – o fitou. – recuperou a armadura?

- Sim.

- Levou uma surra hein peixe? – MM trazia um sorriso zombeteiro.

- A recíproca é verdadeira. – disse felino.

- Lutou contra quem?

- Temis.

- Apanhou de uma mulher.

- Fique calado. – ralhou. – me ajude a levantar.

- E nem consegue levantar sozinho. – riu.

- Vocês dois... – murmurou Deba. – não é hora para trocar caricias.

- Não passam de duas crianças. – Shura conteve o riso.

- Calado Shura.

- Senhores, por favor... – o ariano tentava apaziguar.

Os cavaleiros observavam a cena, principalmente Albafica que prestava atenção na ajuda que o canceriano dava ao companheiro de signo. Eles ainda achavam estranho essa proximidade entre eles.

- Consegue lutar? – indagou Shion a Albafica.

- Sim.

- Então vamos. Vocês também. – olhou para os dourados.

Eles concordaram e juntos rumaram para o templo.

Templo

Sentia dores horríveis, seu corpo parecia em pedaços e mal conseguia se mexer. Abriu os olhos lentamente vendo Shaka deitado ao seu lado.

- Shaka...

Arrastou o corpo para aproximar e esticando a mão tocou no braço dele.

- Shaka. Shaka.

Ele não respondeu.

- Shaka... – arrastou um pouco mais desta vez conseguindo firmar o corpo nos braços. – acorda.

Sem resposta.

- Shaka... – teve a atenção chamada pelo grito de Hakurei. – senhor Hakurei!

Firmando em uma das pernas levantou, mas o corpo cambaleou, respirava ofegante, mal conseguindo ficar de pé.

- "Preciso fazer alguma coisa." – fitou o cavaleiro no chão, ajoelhando ao lado. – Shaka... – levou a mão ao rosto dele, acariciando-o, depois voltou a atenção para a luta travada entre Pontos e o cavaleiro. – preciso lutar.

Fechou os olhos, precisava lembrar de todos os ensinamentos de Hasgard sob como liberar o cosmo.

- "Eu vou conseguir." – cerrou os punhos passando a se concentrar, aos poucos uma fraca energia começou a circular ao redor dela, Selinsa não percebeu, mas seu cosmo atingia Shaka. – "vou conseguir"

Abriu os olhos, sentia o próprio cosmo, mas claro que sabia que não chegava sequer a níveis de um cavaleiro de bronze, mas precisa tentar. Partiu com tudo para cima de Pontos.

- Pontos!

A certa distancia a garota deu um pulo e com o punho direito cerrado estava prestes a atingi-lo, contudo... seu corpo ficou suspenso no ar.

- Menina... – o deus jogou Hakurei longe. – admiro tua persistência e coragem, mas é tola. Um inseto jamais poderá atingir um deus!

O cosmo de Pontos aumentou bruscamente.

- Ah!

- Selinsa! – gritou Hakurei.

Do outro lado Shaka despertava. Ele olhou para o lado a procura da aspirante, quando escutou o grito.

- Selinsa... – a expressão ficou apavorada. – Pontos pare... – tentava levantar, mas seu corpo não obedecia. – Selinsa...

Pontos continuava a liberar seu poder, a aspirante ainda paralisada recebia todo o impacto, suas roupas estavam rasgadas e a pouca proteção que usava já tinha sido destruída.

- Pare Pontos. – Hakurei ergueu o punho. – vai matá-la.

- Essa é a intenção. – sorriu.

Shaka estava desesperado, se o ataque não cessasse ela poderia morrer.

- Selinsa... – tentou arrastar-se, mas não conseguiu. – você vai matá-la... você vai matá-la... – cerrou o punho. – seu desgraçado, eu vou acabar com você!

Ele não percebia, mas seu cosmo queimava ao redor, sua energia envolvia principalmente as pernas.

- Vou destruir tudo! – Pontos liberava mais energia.

- Selinsa... – Hakurei apoiava-se numa das pernas, mas não tinha mais forças para lutar.

A garota não agüentaria por muito tempo.

- Pontos... – o ódio ficava cada vez mais estampado no rosto do virginiano enquanto seu cosmo aumentava. – desgraçado... – conseguiu equilibrar-se na perna esquerda. Foi erguendo o corpo sempre olhando fixamente para onde Selinsa estava, por isso nem percebera que já estava de pé. Seu cosmo aumentou ainda mais, a área ao redor dele começava a sofrer as conseqüências. – tire as mãos dela!

O cosmo de Shaka explodiu. Hakurei e o deus o fitaram na hora.

- Shaka...? – indagou o canceriano surpreso ainda mais por vê-lo trajando a...

- Hum... – Pontos retirou seu poder.

Selinsa ia ao chão se algo não a segurasse.

- Ah... – notou que alguém a segurava e a julgar pelos trajes deveria ser um cavaleiro. – obrigada... – ergueu o olhar e eles marejaram ao verem de quem se tratava. – Shaka...

O virginiano de posse da armadura de virgem trazia a expressão fria e o olhar fixo em Pontos.

- Você está bem? – indagou sem olhá-la.

- Sim...

O cavaleiro deu as costas ao deus caminhando ate onde Hakurei estava.

- Senhor Hakurei pode cuidar dela?

- Claro...

- Fique com ele. – pela primeira vez a fitou. De forma delicada a colocou no chão. Não se importando com Hakurei, o cavaleiro acariciou o rosto dela por cima da mascara.

- Shaka você... não pode lutar sozinho. –murmurou.

- Não se preocupe. Vou eliminá-lo. – a voz saiu fria. – ele vai pagar por ter encostado em você.

O auxiliar do mestre ficou surpreso ao ouvir.

Depois de deixá-la, voltou a atenção para o deus.

- Vejo que recuperaste teu cosmo.

- Alem de tirar a arma de Chronos de você... – cerrou o punho. – vai pagar por cada ferimento.

O cosmo dele tomou conta do local, o que pode ser sentido por todos...

Escadarias...

- Que cosmo é esse? – indagou Manigold parando.

- Você quer dizer de quem. – disse Dohko igualmente surpreso.

- Shaka. – respondeu Mu olhando para Saga e os outros dourados.

- Um Shaka bem nervoso você quer dizer. – brincou MM.

- Vamos. – Shion tomou a dianteira, estava surpreso tanto quanto os cavaleiros do passado, principalmente Hasgard.

Templo...

Pontos e Shaka encaravam-se, Hakurei olhava os dois com receio, o deus poderia destruir tudo, mas Shaka não ficava atrás, não imaginava que o cavaleiro tinha tanto poder. Teve a sua atenção chamada por quatro cosmos.

- Não pode ser... – murmurou incrédulo.

Créos, Iapeto, Céos e Temis, no colo desse ultimo, surgiram.

- Ainda resta um cavaleiro. – disse Créos sorrindo. – vou acabar com ele.

- Não se meta garoto. – disse Pontos sem olhá-lo. – essa luta é minha.

- Como quiseres.

- Não tens porque lutar Pontos, já conseguimos a arma. Vamos. – Céos o fitava com repreensão.

Ele se quer respondeu.

Entrada do templo...

Já podiam ver o templo, os que podiam, apertaram o passo ganhando o pátio da entrada principal. Como em todas as casas, aquele local também não escapara da força dos titãs.

- Eles acabaram com tudo. – murmurou Dohko.

Deuteros pensou em Lara.

Saga, que sentia o cosmo do irmão desde que saíra de Peixes procurou por ele e não tardou em encontrá-lo.

- Kanon? – apenas vislumbrou um brilho dourado. – Kanon.

Saga aproximou ajoelhando ao lado do irmão. O geminiano do passado ficou preocupado, se Kanon estava ali era bem provável que...

- Lara! – gritou Shion assim quem a viu. – Lara.

Aos poucos a amazona foi abrindo os olhos.

- Shion...?

- Você esta bem? – a ajudou a sentar.

- Sim. – apesar do ferimento feito por Créos ser em local delicado, não era grave.

- Com quem lutou?

- Pontos... e depois Céos... – virou-se imediatamente. – Kanon?

Assustou-se pelo estado dele.

- Sabe o que houve com ele? – indagou Saga.

- Ele me protegeu contra os ataques deles, mas ainda não estava com a armadura.

Deuteros sentiu raiva, era ele que tinha que protegê-la e não Kanon. O rosto ficou ainda mais grave quando viu a amazona tocar no rosto do geminiano.

- Ele não quis a minha ajuda. – deu um meio sorriso enquanto sentia o calor dele em suas mãos.

- Sou um cavalheiro... – murmurou abrindo um pouco os olhos.

- É um teimoso. – suspirou aliviada.

- Você está bem?

- Sim.

- Kanon você esta bem? – Saga também estava aliviado.

- Estou. Infelizmente os titãs passaram, não consegui segurá-los. Sinto muito.

- Não tem porque se desculpar Kanon. – disse Shion.

- Quem lutou contra Temis?

- Fomos nós. – respondeu Afrodite, referindo-se também a Albafica. – por que?

- Fizeram um bom trabalho. Ela estava sendo carregada por Iapeto, o que a deixa fora de ação por algum tempo.

- O veneno não vai durar muito. – disse Albafica.

- Cadê o Asmita? – indagou a amazona não o vendo.

- Não sabemos Larinha. – disse Mani. – passamos por virgem e ele não estava.

- Vocês recuperaram as armaduras. – Kanon fitou Mu e Aldebaran.

- Pelo menos agora temos quatro com armaduras. – disse Shura. – não está tão ruim assim.

- Miro e Aioria?

- Estamos aqui.

O grupo olhou para trás ao ouvirem a voz.

- Aioria? – Mu aproximou. – você esta bem?

- Estou. Parabéns pela armadura.

- É melhor deixarmos as conversas para depois. – disse Hasgard. – Pontos já deve está com a arma mas precisamos evitar que ele saia com ela.

Todos concordaram.

Com exceção de Saga, Mask, Miro, Shura e Afrodite os demais usavam as armaduras.

- Vamos.

Seguiram.

Kamus e Dégel seguiam lado a lado, o escorpião entrou no meio dos dois.

- Quero explicações. – disse.

- De que? – indagou Dégel sem entender.

- Kárdia. – ao dizer isso apertou o passo.

Os aquarianos trocaram olhares.

Lara que seguia ao lado de Shion teve o braço retido: era Deuteros.

- Está bem mesmo? – indagou de maneira seca.

- Estou. – apesar do jeito dele sabia que ele estava preocupado. – estou bem não se preocupe.

- Tome cuidado.

Concordou sob o olhar atento de Kanon.

Virgem

De volta a gruta, o cavaleiro estava sentado próximo a parede, alheio ao que tinha acontecido. Não dava a mínima se a amazona estivesse com raiva, pelo menos era o que pensava. Começava a se preocupar, pelos ruídos vindo da entrada supôs que a hora estava adiantada.

- Mulher idiota. – disse cruzando os braços.

Continuou na mesma posição, esperaria ela voltar e quando isso acontecesse diria umas verdades para ela. Permaneceu acordado durante a noite inteira, contudo vencido pelo cansaço acabou adormecendo logo no principio da manha. Só acordou com o sol quente batendo em seu rosto.

- Ai. – sentiu o braço doer, pois dormira em cima dele. – Marin. – a chamou não obtendo resposta. – "mulher idiota." – apoiou-se na parede para levantar. – ai. – sentiu a perna dormente e a passos lentos caminhou para a saída sentindo todo o calor do dia. – para que lado?

Dava passos lentos e por pouco não deu com o rosto numa arvore. Tomando um pouco mais de cuidado Asmita conseguiu andar por um tempo sem tropeçar, contudo entrando numa parte mais fechada da mata foi ao ao chão tropeçando numa raiz exposta.

- Droga. – a boca foi invadida por terra. – só o que me faltava.

Quando foi para levantar...

- Ai... – a dor logo veio na região do tornozelo. – torci.

Deu um suspiro desanimado, deitando a cabeça no chão. Estava "cego", sem cosmo, com o pé dolorido e perdido.

- Não falta acontecer mais nada...

Vendo que não poderia ficar ali, levantou lentamente. Tentou dar um passo, mas o pé latejou. Abaixou para arrancar a raiz a qual tinha tropeçado, a usaria como muleta, teve dificuldades, mas no fim conseguiu. Bem mais lento voltou andar, caminhando por cerca de vinte minutos. O único som que ouvia era o da floresta, o calor estava escaldante e para piorar estava com fome e sede.

Parou embaixo de uma arvore para descansar, se continuasse naquele ritmo não duraria muito, somado a isso a preocupação com o sumiço de Marin. Pelo tempo que passara ela já deveria está longe.

- Marin! Marin! – começou a gritar. – Marin!

A única resposta foi o voar assustado dos pássaros.

- Marin! – tinha esperança que ela estivesse por perto e ouvindo-o. – me desculpe, eu não queria ter dito aquilo... – suspirou. – mentira, queria te ofender mesmo, mas... eu sinto muito...

Deu um suspiro mais longo, sentando no chão. Mesmo que ela estivesse por perto, não iria se manifestar.

- Vou morrer aqui...

Ficou em silencio, ouvindo apenas o som da mata, o golpe de Céos fora perfeito, preso naquele mundo a única alternativa era esperar a morte. Lembrou-se da batalha e do método usado para protegê-la. Ainda não tinha entendido porque tinha feito aquilo.

- "No fim não consegui."

Sua mente voou para o dia que a "viu" pela primeira vez e depois o primeiro beijo.

- Eu sou um idiota... – lembrou da interrupção de El Cid.

Seu rosto endureceu, ele não tinha o direito de intrometer entre eles.

- Idiota... – murmurou. – "se pensa que vai ficar com ela esta enganado, a Marin é minha." – levantou. – Marin! Já chega de brincar! Apareça. Marin!

Começou a andar chamando-a sem parar, não havia percebido, mas seus sentidos o guiavam para onde ela estava, e de tão determinado que estava, nem percebeu o perigo a frente, acabou rolando morro abaixo.

- Ai. – sentiu o corpo todo doer.

Começou a tatear o chão para tentar perceber onde estava, sua mão acabou encostando em algo. Pela textura...

- Ma-rin?

Assustou-se ao ver que se tratava da amazona.

- Marin. Marin. – a sacudiu.

Aos poucos a japonesa foi abrindo os olhos.

- Asmita...?

- Você esta bem? O que faz aqui?

- Eu... estava andando sem rumo... – fitava o céu azulado. - como estava escuro acabei caindo... eu acho...

- "Está aqui desde ontem?" – sentiu-se mal pela briga.

- E você? – o fitou. – o que faz aqui?

- Eu vim atrás de você. Como não voltava...

- Veio atrás de mim? – indagou surpresa. – por que?

- Porque... – não sabia o que dizer. – eu... fiquei preocupado. – virou o rosto. – me desculpe por ontem.

Marin deu um leve sorriso, ergueu a mão lentamente tocando a face do virginiano. Asmita a fitou imediatamente.

- Já passou. Obrigada por vir.

- Não tem porque agradecer. – estava vermelho.

Ela sorriu novamente, contudo foi perdendo as forças e aos poucos sua mão foi escorregando.

- Marin? Marin o que foi? – segurou a mão dela. – Marin o que foi?

Não respondeu.

- Marin!

Ficou apavorado, tocou-a em diversos lugares a procura de ferimentos, não encontrando nada.

- Marin.

O virginiano a pegou nos braços, ficando de pé. "Olhou" ao redor, pensando numa maneira de sair de lá, entretanto não sabia onde "estava" e sua condição impedia qualquer ação.

- Não tem como sairmos daqui. – murmurou nervoso. "Fitou" a garota. – Céos seu maldito, não vou te perdoar se algo acontecer a ela. Não vou me perdoar se algo acontecer a você. – sua voz saiu melancólica.

O cosmo de Asmita voltou de repente, com isso suas "faculdades" voltaram percebendo onde estava. Agora "via" claramente o mundo de Céos.

- Vou te tirar daqui.

Sua energia ascendeu e no segundo seguinte já não estava mais lá.

Templo...

Os cavaleiros avançaram em direção ao pátio da estatua, podiam sentir de forma intensa os cosmos de Shaka e Pontos.

Shion e Dohko foram os primeiros a visualizar a cena: Céos e os demais titãs estavam afastados, Pontos e Shaka no meio se encaravam e um pouco mais longe Selinsa e Hakurei. Estavam surpresos pelo estado do cavaleiro e por ver Shaka com a armadura.

- Mestre!

O grito chamou a atenção de todos.

- Ora... temos companhia. – disse Pontos.

Hasgard acompanhou com os olhos a direção que Shion olhava.

- Selinsa... – assustou-se pelo estado da pupila. Se ela estava assim só poderia ser obra de Pontos – Pontos seu desgraçado. – cerrou o punho.

O taurino partiu com tudo para cima do titã.

- Grande Chifre!

O ataque seguiu em direção ao deus, entretanto nem chegou a encostá-lo sendo repelido.

- Humano idiota.

- Hasgard. – Aldebaran correu ate o amigo. – você esta bem?

- Estou. – disse limpando um filete de sangue que escorria pela boca. – nem encostei nele.

- Nossa prioridade é tirar a arma de Pontos. – disse Dégel. – Lara, Kamus e Aioria cuidem do senhor Hakurei e Selinsa.

Lara e os outros foram para perto do cavaleiro de altar.

- Senhor Hakurei. – a amazona fitou suas feridas. – o senhor está bem?

- Sim.

- Selinsa. – Aioria a ajudou a sentar. – você esta bem?

- Estou... – respondeu sem tirar os olhos de Shaka. – não se preocupe.

No outro grupo...

- Shion, Deuteros, Shaka e eu cuidaremos de Pontos. – Dégel dava as ordens. - Os demais mantenham os outros titãs ocupados.

- Está bem.

- Pontos é meu. – Shaka ate então estava em silencio, o virginiano fitou os cavaleiros com a expressão fria.

- É melhor deixá-lo. – disse Saga que sabia muito bem do jeito do amigo. – vamos nos preocupar com os outros.

- Quem ele pensa que é? – indagou Hasgard. – acha que pode bancar o herói?

- Senhor Rasgado. – MM aproximou. – é melhor ficar quieto, não o deixe mais irritado está bem.

- Vejo que querem lutar. – Créos ergueu a cimitarra. – será um prazer acabar com todos.

Céos fitou os dois piscianos, eles pagariam por ter ferido Temis.

- É uma pena que tenham perdido um cavaleiro tão poderoso. – desdenhou Pontos. – Céos fez um bom trabalho.

- Onde está o Asmita? – indagou Deuteros.

- O enviei ao meu mundo. – disse Céos. – ele não voltará mais.

- Não tenha tanta certeza. – ecoou uma voz.

Todos olharam ao redor para ver de onde vinha a voz. Surpreendendo -os, com exceção de Shaka, um grandioso cosmo surgiu em meio a eles. Logo a figura de Asmita se fez presente, ele trazia Marin nos braços.

- Desculpe a interrupção nobre titã. – sorriu cinicamente.

Céos o fitava admirado, nunca alguém tinha conseguido sair de seu mundo, tinha que reconhecer que ele era forte.

- Parece que o subestimei.

O cavaleiro não respondeu, apenas fitando a amazona que começava a despertar, respirou aliviado por ver que ela estava bem. Calmamente, sendo alvo dos olhares dos demais cavaleiros, que tentavam entender como aquele homem poderia ser tão poderoso, parou na frente de Aioria. Se tinha que deixar Marin com a alguém seria o leonino e jamais El Cid.

- Ela não está ferida. – disse seco, entregando-a.

Aioria a pegou ainda surpreso. Sem dizer mais nada o guardião da sexta casa, andou ate onde estava o outro virginiano parando ao lado dele.

- Esperava esse momento em vê-lo com a armadura. – Asmita não o fitou. - Agora posso ver seu cosmo ao maximo.

- Também espero ver o seu. – deu um sorriso.

Tanto Shaka quanto Asmita desviaram seus olhares para seus "objetos de perdição", Selinsa cuidava dos ferimentos de Hakurei e Marin, já estava de pé.

Os dois voltaram o olhar para os titãs ao mesmo tempo e deram juntos um meio sorriso, visto por alguns dos cavaleiros.

- Quando Shaka sorrir assim... – murmurou MM. – é melhor nos afastarmos.

- Tem razão. – disse Shura que também notara.

- Como assim? – indagou Dohko.

- Ele está irritado, - iniciou o canceriano. – e ele com raiva é pior que a morte. "Também foram mexer com a Selinsa."

- Digo o mesmo para Asmita. – disse Deuteros, que conhecia-o muito bem. – é melhor ficarmos afastados, será uma luta de dimensões inimagináveis. – voltou o olhar para o cavaleiro de virgem, a atitude dele com a amazona era suspeita.

- Ficarei honrado em lutar contra vós. – disse Pontos. – usarei a Megas para derrotá-los.

Os dois virginianos não se intimidaram. O cosmo de Shaka começou a aumentar para em seguida ser o de Asmita.

- Eu nunca vi a intensidade do cosmo dele... – disse Dohko a Shion. – Ele parece ter um poder formidável.

O ariano apenas meneou a cabeça concordando. Outro que o fitava de maneira surpresa era El Cid. Não gostava dele, mas tinha que reconhecer que ele era forte.

Hasgard compartilhava da mesma opinião, não confiava em Shaka, mas ele era um bom aliado.

- Isso deve ser mal de signo... – disse Miro. – esse cara de agora é tão forte e temperamental como o Shaka.

- Não imagina o quanto. – respondeu Deuteros que ouviu o comentário.

- Tenma Kōfuku. – disseram ao mesmo tempo.

O cosmo dos dois explodiram juntos, provocando uma grande onda de destruição. Os cavaleiros tiveram que se proteger para não serem atingidos.

- Formidável, mas não o suficiente. - Pontos segurou o poderoso ataque dos dois com as mãos, mandando a energia para o céu.

Um clarão cobriu o santuário de Atena.

- Não é possível... – murmurou Afrodite. – ele...

Estavam impressionados pelo poder de Pontos.

- Senhores e senhoritas. – fechou a mão e com ela o ultimo resquício de cosmo dos virginianos - Foi uma honra desfrutar a companhia de vós, mas infelizmente temos que nos retirar. – o deus do mar trazia um sorriso. – porem... – o sorriso foi aumentando, tivera uma idéia. – queria deixar um presentinho a vós. Algumas cenas do futuro que tenho certeza irão agradá-los.

Pontos ergueu a Megas, diante do deus formou-se algo como se fosse um espelho. Os cavaleiros olhavam ressabiados a espera de um ataque, contudo não foram isso que presenciaram. No "espelho" puderam vislumbrar a entrada da primeira casa, viram Mu no alto da escadaria em posição de ataque, abaixo viram seis sombras, dentro as quais cinco puderam ver seus rostos. A cena terminou com os cinco lutando contra o ariano. (n/a: creio que todo mundo sabe que cena é essa. Saga de Hades episódios 1 e 2 fase santuário, não foi bem assim que ocorreu, já que Mu acabou primeiro com o Dite e Mask antes de Saga e os outros aparecerem, mas vamos fazer de conta que a cena ocorreu da outra maneira)

- Mas o que...? – Manigold olhou para um chocado canceriano.

- Saga... – murmurou Kanon ao irmão. – não é o que estou pensando é?

Os dourados olharam entre si.

- És um bom observador dragão marinho. É aquele dia em que a elite dourada de Atena revoltou-se contra ela. Gêmeos, Aquário, Capricórnio, Peixes e Câncer juraram lealdade a Hades e invadiram as doze casas para buscar a cabeça de Atena. Não estou certo?

Os cavaleiros do passado olharam os cinco imediatamente.

- Do que ele está falando Kamus? – indagou Dégel tentando entender porque o companheiro de signo trajava uma armadura negra.

- Não distorça os fatos Pontos! – gritou Miro. – sabe muito bem que não é verdade!

- Tu acreditaste. Tanto que ficou perplexo quando Saga, Kamus e Shura lançaram o golpe proibido em Shaka. Não foi cavaleiro de virgem? – o fitou.

Shaka ficou em silencio.

- Isso é verdade? – Dohko indagou a Saga.

- De certa forma sim. – disse seco.

Hakurei os olhava confuso, sem duvida as aquelas armaduras pareciam as súplices de Hades, mas por que eles a usaram e só eles?

- Aioria... eles estavam usando as súplices não é?

- Sim senhor Hakurei. – o leonino trazia o rosto grave, claro que aquilo era algum plano de Pontos, perfeito por sinal, já que nenhum deles poderia contar a verdade. Eram fatos futuros e pior, Shion estava no meio.

- Por quê?

Aioria voltou a atenção para ele.

- A sexta sombra é o mestre do nosso santuário.

O cavaleiro de altar arregalou os olhos.

- "Shion?" Mas como?

- Não podemos falar, mas espero que acredite em nós. Não vou negar dizendo que aquilo não aconteceu, mas a forma que fez a interpretação é equivocada.

Ele silenciou-se. Aquelas cenas eram chocantes, contudo Aioria parecia ser sincero. Deveria ter mais coisas a respeito daquilo e que infelizmente não poderiam ser ditas.

Pontos deliciava com a cena, os olhares desconfiados que eram dirigidos ao grupo era animador. Seria questão de tempo a discórdia surgi entre eles.

- "Eles vão dar o fim a si mesmos." Não temos mais nada a fazer aqui. Vamos.

- Esperem!– Shura antecipou. – acham que podem ir assim!

- Com um inimigo dentro do próprio santuário quem liga. – disse Manigold.

Houve um silencio. Vendo que não seriam impedidos os titãs sumiram levando a arma de Chronos.

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De volta a fortaleza Pontos comemorava o sucesso da empreitada enquanto Céos cuidava de Temis.

- Devo lhe dá os parabéns. – sorriu de forma vil o ex cavaleiro de Atena.

- Poupe-me de teu cinismo. – vociferou o deus.

- O que faremos agora Pontos? – indagou Créos.
- Serás questão de tempo eles se destruírem. Sabendo o que os cavaleiros fizeram no futuro certamente serão punidos. O santuário será destruído por dentro o que nos poupará energia.

Créos e Iapeto não disseram nada, a maior preocupação deles já estava solucionada, a arma de Chronos estavam com eles.

X.x.X.x.X.x.X

O silencio era mórbido, os cinco "acusados" estavam no meio recebendo olhares desconfiados do grupo do passado.

- Já podemos começar a execução. – disse Manigold elevando seu cosmo. – traidores merecem a morte.

- Não somos traidores. – rebateu MM. – não sabe o que realmente aconteceu.

- Não sabemos? – Dohko entrou no meio. – alta traição. – o cosmo do cavaleiro também aumentava.

- Estão precipitando. – Mu tentou aplacar os ânimos.

- Então explique. – a voz de Shion saiu seca. – o que realmente aconteceu?

Os dourados ficaram calados, não poderiam explicar a situação, pois revelariam fatos do futuro.

- Está vendo! – bradou Hasgard. – é tudo verdade. Não terei compaixão por vocês.

Hasgard, Dohko, Manigold, Shion e El Cid tomaram a posição.

- Esperem.

A voz de Hakurei fez presente.

- Não tomem decisões precipitadas.

- Precipitadas? – indagou Shion revoltado. – eles se aliaram a Hades!

- Só o Grande Mestre tem a autoridade de decidir o que fazer com eles. Vamos esperar Sage voltar.

- Mas...

- Faremos isso. – disse mais enérgico.

- Que seja, mas ficaram presos no cabo Shounion.

- Não. – a voz de Hakurei interrompeu o discípulo. – Ficaram todos em Leão, Regulus será trazido para o templo.

- E quanto a ela? – Manigold apontou para Marin. – deve ter culpa.

- Marin, Lithos e Áurea ficaram sobre responsabilidade de Lara. Assunto encerrado. Dispensados.

Shion ainda tentou argumentar, mas a expressão do cavaleiro de Altar não era das melhores. Acabaram por acatar as ordens.

Pontos acertara em cheio, as relações ainda frágeis entre os cavaleiros do passado com o do futuro ficaram por um fio, que a qualquer momento seria arrebentado.

X.x.X.x.X.x.X

Na vila a apreensão ainda continuava, não era mais ouvido o som de explosões, mas aquele silencio era preocupante.

- Está calmo demais. – disse Lithos. – vou ate lá.

- Eu vou com você. – Athina também estava preocupada.

- Vamos.

X.x.X.x.X.x.X

Por medida de segurança o grupo dos "traidores" e isso incluíam Mu, Aldebaran, Kanon, Aioria, Shaka e Miro, seguiria na frente. Hakurei ficaria no templo recebendo os cuidados de Lara, assim como Selinsa que também estava ferida.

- Lara cuide bem dela. – disse Hasgard segurando a aspirante no colo.

- Estou bem senhor Hasgard, não se preocupe.

- Vou te levar ate o quarto.

A aspirante não contestou, realmente estava com algumas dores, mas nada que pudesse impedi-la de andar. Antes de sair do salão principal do templo, fitou mais uma vez o virginiano, este por sua vez a olhava discretamente. Foi com pesar que deixou-se ser levada pelo taurino.

- Venha senhor Hakurei. – Lara o auxiliou.

- Eu estou bem é você que precisa de cuidados.

- Posso me recuperar depois. – sorriu. – venha.

- Esta bem. – antes de seguir com ela olhou para todos os cavaleiros. – vamos aguardar a chegada de Sage para tomar as providencias. Ate lá sigam as minhas ordens.

Concordaram. Antes de sair Lara fitou Kanon, queria agradecer-lhe, mas o clima estava pesado e não queria piorar as coisas.

O trajeto ate Peixes foi silencioso. Saga auxiliava Kanon devido os ferimentos sofridos, Deuteros continuava em silencio, sabia que aquela historia poderia ser verdade, mas que deveria ter mais coisas por trás. Miro e Kamus seguiam calados sendo observados por Dégel. Não acreditava que Kamus prestaria a uma traição como aquela, mas viu as imagens, ainda por cima tinha o problema de Kárdia e claro que Miro sabia sobre ele.

Aldebaran e Mu também seguiam em silencio absorvido em seus pensamentos. Se a arma nas mãos de Pontos era um problema, ficou ainda pior depois das imagens. Dificilmente conseguiriam convencê-los que a historia não era bem aquela. Shion olhava com desconfiança para todos, Pontos só havia mostrado parte das cenas o que poderia levar a crer que os demais poderiam está envolvidos na traição, alem do mais a sexta sombra que aparecera o incomodava, quem poderia ser?

Hasgard não queria acreditar que Aldebaran prestaria à tal ato, já os demais... apostava que Shaka igualmente envolvido apesar da afirmação de Pontos que Saga e os outros o derrotaram com o Atena Exclamation.

MM seguia ao lado de Afrodite. O canceriano não pensava em nada já o sueco temia que aquele mal entendido afetasse a amizade entre ele e Athina. Manigold mantinha o olhar nos dois. Quando Sage chegasse e desse a ordem de execução seria o primeiro a cumpri-la. Albafica acompanhava os passos de Afrodite, já não gostava dele ainda mais depois daquilo. Ele cometera o pior dos erros.

Aioria seguia calado. Detestava injustiças e seus amigos estavam sendo vitima de uma, e o pior que não poderiam ao menos se explicar, pois poderia comprometer o futuro. Somado a isso Pontos ter levado a arma. Se a situação era desfavorável a eles agora seria pior.

Dohko seguia com a cara fechada, era evidente que tinha a frente traidores, não ficaria surpreso se no fim eles e os titãs estivessem tramando juntos.

Shaka e Asmita seguiam lado a lado. Eles não pensavam no ocorrido suas únicas preocupações eram com a Megas nas mãos dos titãs e de tudo que poderia acontecer dali por diante. Seus temores era que Selinsa e Marin estivessem no meio da guerra.

Os únicos que conversavam, mesmo assim extremamente baixo, eram Marin e Shura. A japonesa queria mais detalhes da luta. El Cid não tirava o olhar dela, não acreditava que Marin fazia parte daquele grupo e sim que era apenas uma vitima de tudo aquilo, somado a isso a aparição dela ao lado de Asmita. Queria saber o que acontecera no tal planeta. Pergunta prontamente feita por Deuteros.

- Como é o tal planeta Asmita?

- É como o nosso. – respondeu para o espanto de alguns, ele mal falava. – ficamos presos numa floresta por três dias.

- Três dias? – exclamou Dohko. – mas...

- Parece que o tempo corre de maneira diferente. – disse Marin. – pensei que quando voltássemos a luta já estivesse acabado.

- Deve ser uma distorção do tempo. – disse Dégel.

- Não importa. – Shion passou a frente, parando na saída de Peixes. – Albafica se precisar de alguma coisa... os demais sigam. – disse seco.

Olharam um para os outros obedecendo.

Em Aquário Dégel não permaneceu, pois queria saber o estado de Kárdia.

Ate Capricórnio nenhuma palavra foi dita. El Cid entrou calado, os demais seguiram. Marin diminui o passo, ao ver que não havia mais ninguém dirigiu-se para a parte mais interna da casa. Encontrou o cavaleiro sentado no sofá.

- Desculpe entrar sem chamar. – disse receosa.

- Você sempre será bem vinda.

- Obrigada...- corou por debaixo da mascara. – os seus machucados...

- Não foi nada. Você também... afinal ficou por três dias... o Asmita não te fez nada?

- Tirando as grosserias, não.

- Ele é um estúpido. – levantou caminhando ate ela.

- Eu sei... Cid... – hesitou em falar.

- Diga. – parou a pouco dela.

- Com relação ao que Pontos falou... queria que não os julgasse. – o fitou. – sem o que ele mostrou é mais que suficiente para atestar uma traição, mas acredite, há mais coisas e aquilo que aconteceu foi por uma boa causa. Não posso te contar, pois poderia interferir no futuro, mas peço que releve. Shura não é um traidor, alias nenhum deles.

- É difícil de acreditar.

- Eu sei que sim, eu mesma da primeira vez não acreditei, mas...não os julgue por favor.

- Vou tentar. Sei que você não mentiria.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer. – foi no impulso, pois em sã consciência ele nunca faria aquilo, Cid tocou a mascara de Marin num gesto suave, a amazona corou.

- É me-lhor eu ir... – recuou um passo. – não quero deixar Shion ainda mais bravo. Cuide-se.

Saiu sem deixá-lo responder. O cavaleiro xingou a si mesmo pelo ato insensato.

- Seu idiota...

Marin desceu as escadas correndo, pensou que receberia uma bronca por parte de Shion, mas ele mal a viu ficar para trás, alias ninguém percebeu, os últimos acontecimentos deixaram todos reclusos em seus pensamentos, com exceção de Asmita. Ele percebera que era ficara para trás e isso o deixou com raiva e entristecido. Era claro que ela preocupava-se com capricorniano.

Passaram direto por Sagitário.

Vendo a aproximação da nona casa Dégel apertou o passo, estava preocupado com o estado de Kárdia, ele não estava presente quando ele teve a crise por isso temia que a doença agravasse. Entrou rapidamente no templo indo direto para o quarto do escorpião.

- Kárdia. – aproximou da cama. – Kárdia.

Tocou no pulso dele, batia normalmente o que dizia que ele apenas dormia. Deu um suspiro aliviado voltando para a sala. Lá todos o aguardavam.

- Como ele está? – indagou Dohko.

- Dormindo.

- Típico. – disse Manigold cruzando os braços.

- Fique aqui ate ele acordar. – disse Shion.

- Sim. – o aquariano desviou o olhar para Miro. Queria mais detalhes sobre o que tinha acontecido, mas por horas era melhor não perguntar, não era o momento apropriado.

- Vamos.

Durante o trajeto de Escorpião a Libra o silencio imperou na maioria do tempo. Miro e Kamus que vinham mais atrás eram os únicos que mantinham um dialogo.

- Não vai me contar? – indagou Kamus pela segunda vez.

- Contar o que?

- Eu já sei de tudo Miro.

O escorpião olhou ao redor para ver se ninguém escutava.

- No meio da batalha ele foi ao chão.

- Imaginei.

- Eles são loucos? – disse mais baixo ainda. – como permitem que ele lute?

- Ninguém sabe. Apenas Dégel.

- Dégel perdeu o juízo? Kárdia não pode lutar.

- Ele sabe disso, mas Kárdia o proibiu de dizer alguma coisa.

- Mesmo assim. É suicídio! – disse alto o que fez com que todos voltassem o olhar para ele.

Kamus ficou calado e aos poucos deixaram de olhar a dupla.

- Fale baixo.

- Desculpe. Mas Kamus ele pode morrer a qualquer momento, alguém tem que pará-lo. Dégel tem que pará-lo.

- Ele não vai fazer isso. – fitou o amigo. – Kárdia tem consciência do risco que corre e mesmo assim decidiu ser cavaleiro, cabe a ele decidir continuar ou não. E independente da decisão dele Dégel vai apoiá-lo.

- Estou surpreso com ele, que amigo deixaria o outro a porta da morte.

- Eu.

Miro o fitou imediatamente.

- O que disse? Se fosse eu me deixaria morrer?

- Eu respeitaria a sua decisão. Se fosse você desistiria de ser cavaleiro?

O escorpião abriu a boca para fechá-la. Kamus tinha razão.

- Claro que o pararia no ultimo momento, - o fitou. – assim como Dégel vai parar Kárdia no ultimo momento.

- E para onde foi o discurso de respeitar a decisão?

- Quando se trata da vida de um amigo as coisas mudam.

Miro o fitou sem entender, havia escutado direito? Kamus admitira que se importava com ele?

- Admitiu que sou importante para você. – deu um sorriso lavado.

- Sem convencimento desmotiva qualquer um. – disse impaciente.

Passaram por Libra, mas Dohko não permaneceu, iria ate a vila para ver como estava os moradores.


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Notas finais do capítulo

n/a: Faber fabro invidit - Quem é teu inimigo?



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