Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 14
O Outro Lado da História


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
O capítulo está mais curto do que eu normalmente faço mas tem bastante informação importante.
Comentem o que acharam, críticas e se entenderam tudo o que foi explicado.
Boa leitura



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Leanne

 

Querido Diário, 

Kaira têm desenvolvido mais e mais meu poder e como conseqüência disso as visões estão mais fortes e frequentes. Nunca foi algo que eu pudesse controlar mas conseguia evitar vez ou outra. Porém de uns tempos para cá está impossível de evitar. Meu pai sempre disse que esse “poder a mais” era um fardo tanto quanto uma dádiva e agora eu vejo isso. Tenho medo de as visões surgirem quando não deveriam, enquanto atravesso a rua ou no meio de uma luta por exemplo. Meu corpo fica vulnerável demais. 

Sam tem me apoiado muito nisso, ele me conforta e diz que eu sou capaz de tudo. Ele disse que vai me proteger em todos os momentos que as visões surgirem e é o que tem feito.

Por causa de tudo isso, tomei uma decisão. Eu estava com um grande impasse sobre fazer o feitiço de oclusão em Leanne. Kaira me explicou que esse feitiço a deixaria como uma garota normal não conseguindo usar seu próprio poder. Talvez seja bom, até ela encontrar Kaira não haverá ninguém que explique as coisas principalmente essas habilidades que vão nascer com ela. Pedi a Sam para considerar a possibilidade de ela se envolver no mundo sobrenatural mas acabamos brigando, ele quer escondê-la de todos e garante que ela não terá nada a ver com o mundo sobrenatural. Não consegui contar a ele sobre minha visão de Leanne treinando feitiçaria com Kaira mas se é assim que está previsto, acredito que uma hora ou outra ele saberá. 

Já estou com quatro meses de gestação e minha barriga começou a aparecer. Kaira mandou não parar de treinar mesmo grávida, porque preciso me fortalecer para sustentar o poder dela que já têm começado a emanar através de mim. Não sei se acontece com todas as salezianas mas Kaira disse que é comum isso acontecer, eu tenho temporariamente a habilidade que Leanne terá, ou seja, consigo ver áureas. Esse será o poder diferencial dela, é simplesmente incrível o que ela poderá fazer. Minha mãe disse que quando estava grávida tinha visões do futuro assim como eu tenho.

 

Se minha mãe teve tantas visões, imagino que ela poderia estar me vendo neste exato momento. É um pouco confuso essa história de ver o futuro, se for pensar e devia ser horrível ver as coisas acontecerem sem poder fazer nada para evitar. Não sei se conseguiria ter essa habilidade. 

Fechei o diário e o abracei refletindo sobre tudo o que li. Mesmo antes de nascer minha mãe sabia de tudo. É como dizem, mães sabem de tudo. Conforme fui lendo, algo ficou martelando em minha cabeça: será que meu pai sabia que minha mãe era uma saleziana? Ele nunca comentou comigo e Alanis não menciona no diário. Além do mais, ela sempre se referia ao meu pai como “Sam" algo que não faz muito sentido para mim já que meu pai se chama Ted. De qualquer forma, meu pai conhecia o mundo sobrenatural, se não minha mãe não teria pedido para ele considerar a possibilidade de eu estar nesse meio. 

Era tudo muito confuso. Deixei para pensar nessas hipóteses depois, tinha que pensar o que faria com Christian, ele pagaria muito caro por tudo o que estava fazendo com Serena e comigo. 

Quando sai da casa de Kaira com o objetivo de avisar Serena sobre Christian, Kaira me impediu. Ela disse que Serena vêm sendo muito encantada por Christian nos últimos meses e se eu contasse algo para ela, ele saberia que eu estava interessada e tentaria sugar minha alma e me matar. Kaira deixou bem claro que eu não estava preparada para enfrentar Christian ainda, então teria de esperar o momento certo. 

 

Narrador

 

Christian olhou para si mesmo no espelho. Era jovem, bonito e ameaçador. Tinha o corpo perfeito. Era um demônio puro, graças ao pai que também era. 

Christian se lembrava bem da história que seu pai contara:

Há muitos anos, em uma época onde ainda queimavam bruxas, um homem muito inteligente descobriu uma feiticeira de verdade e aproveitando da situação a usou para conseguir poder e cura para sua doença. Ela se apaixonou por ele e ele, quando não precisou mais dela, a acusou de bruxaria sendo condenada a forca. 

No dia em que a feiticeira seria enforcada, esse homem estava lá para vê-la. A feiticeira ficou tão furiosa que lançou uma grande maldição. Assim o homem foi arrastado ao inferno e o tempo que ficou lá o transformou no primeiro demônio, um demônio puro. A partir daí todos os homens que ficassem no inferno por tempo suficiente, virariam demônios, não tão poderosos como um demônio puro mas criou-se as raças de demônios. 

Essa tornou-se, então, a única forma de recriar demônios puros como o primeiro demônio. 

É necessário fazer uma saleziana se apaixonar por um homem e assim o homem será arrastado ao inferno e voltará como um demônio puro. 

Diferentemente de um demônio comum, o demônio puro consegue resistir a armadilha do diabo mas com algumas alterações nos escritos era possível prender na mesma armadilha um demônio puro e uma saleziana.

Christian, nós somos demônios puros, somos os únicos demônios capazes de tirar a alma de um humano, não dependemos de um corpo, nascemos com um próprio e acima de tudo nada pode nos mandar de volta para o inferno, somos livres. Nós somos naturalmente superiores aos demônios e controlamos qualquer outro ser sobrenatural.

Christian respirou fundo para se acalmar por causa da lembrança e socou o espelho descarregando sua raiva, estilhaçando-o. 

— Irei te vingar, pai. Teremos o exército de demônios puros como você sempre quis. - prometeu.

— Está gritando sozinho, Chris? - surgiu outro demônio na porta do quarto rindo. 

— Não te interessa, Uli. 

— Preciso saber como está a missão. - avisou Uli.

— Não preciso me reportar para você. - reclamou Christian.

— Me nomearam responsável por fazer sua missão dar certo. - respondeu. - Agora, responda. Já encontrou a garota da profecia?

— Não. - respondeu Christian rapidamente - ninguém que parecesse poderoso o suficiente para ser “a" garota da profecia. - Uli rosnou bravo.

— Talvez você não esteja fazendo seu trabalho direito. - ele gritou. - Não está pronto.

— Ah, não estou? - Christian ironizou esticando a mão e fechando em punho fazendo Uli cair de joelhos no chão com as mãos no pescoço sem ar - Ele era meu pai. Sou tão forte quanto ele. - de repente Uli caiu no chão gargalhando alto.

— Me poupe, Christian - Uli continuava a rir demonstrando como tudo era fingimento - Você só é um mero filho de Azazel, ele sim era um demônio puro, assim como eu. Você é muito novato. Por mim vocês descendentes sequer mereciam o titulo de demônios puros. - Uli apertou o punho e dessa vez quem se contorcia era Christian que tinha os olhos saltados e lágrimas pretas escorrendo dos olhos. Saia sangue por seu nariz, boca e olhos. - Aprenda, Christian, eu posso matar você, mas você nunca pode me matar. - Uli riu e relaxou a mão livrando Christian do sofrimento.

— A não ser que eu encontre a saleziana que fez você se tornar demônio puro, pegar uma adaga embebida em seu sangue e apunhalá-la em seu coração. - disse Christian com dificuldades para falar.

Essa era a única forma de matar um demônio puro. Embeber uma adaga no sangue da saleziana que se apaixonou pelo homem que tornou-se um demônio puro e enfiá-la em seu coração. 

— Boa sorte, já me livrei da saleziana que me fez assim faz tempo - Uli cruzou os braços se divertindo enquanto Christian tentava se levantar - Agora termine seu relatório. E a filha dos Winchester? Achei que quisesse vingar Azazel. 

— Tenho tentado seguir o Winchester mas parece que ele está sob a proteção de alguma bruxa. Fui atrás da bruxa, ela mora na cidade, pelo que pude observar ela se chama Kaira. - Uli engasgou com a menção do nome. 

— Fique longe dela. É uma saleziana muito poderosa, pode muito bem te destruir em um estalar de dedos. - Uli disse.

— Está com medo, Uli? - Christian riu. - Achei que o grande Uli não tivesse medo de nada e nada o matasse. 

— Apenas fique longe dela e seja discreto. - Uli rosnou a ordem e saiu do quarto. 

 

Xx

 

Leanne não estava preparada para encontrar Serena na aula e ver o quanto ela estava encantada por Christian. Ela queria pegar Serena, seu pai e fugir da cidade. Kaira a proibiu de fazer qualquer coisa com Christian, pelo que ela dissera, ele era um tal de demônio puro, capaz de fazer basicamente o que quisesse desde controlar a mente de uma pessoa até influenciar todas as pessoas da cidade a se matarem. 

— Senhorita Nugent, será que pode responder a pergunta? - perguntou o professor irritado na frente da sala. 

Leanne viu sua áurea e era azul. Ela queria poder ler pensamentos também mas não podia. Deu uma rápida conferida no quadro negro o qual continha uma pergunta. Pensou rapidamente e respondeu:

— Oscar Wilde. - ela disse por fim observando o professor ficar sem graça.

— Muito bem… preste atenção à aula. - se voltou ao quadro explicando a matéria. 

Dado o horário do almoço, Leanne se sentou em uma mesa mais distante, não sabia se conseguiria se controlar quando visse Christian com Serena. Logo que adentraram o recinto pôde sentir o ar pesar. Serena se aproximou com seu almoço e abraçou Leanne seguida de Christian que cumprimentou com um aperto de mãos.

— Espero que dessa vez não desmaie, Leanne. - Christian riu e Leanne, dessa vez, pôde sentir no toque sua visão expandir podendo ver sua áurea negra pairando sobre sua cabeça. Tinha sua forma real de demônio. 

— Não dessa vez Christian. - ela riu nervosa vendo a figura negra brilhando e emanando negatividade. Leanne ficou feliz de finalmente conseguir ver sua alma.

— Tudo bem então - Christian tentou amenizar o clima. Os dois se sentaram na mesa. - Leanne, achei que fosse ligar para meu irmão para marcar a consulta. - comentou Christian.

— Verdade, Lee, você esqueceu de marcar.

— Não preciso de psicólogo. - Leanne disse seca mordendo um pedaço do hambúrguer em mãos. - estou perfeitamente bem. 

— Sabe, Leanne, nós nunca estamos tão bem assim, você deveria ir. - insistiu Christian. - Não sabe como pode ser renovador.

— Não sei se voltaria inteira dessa consulta. - Leanne falou ironicamente tendo a certeza de que Christian entenderia. 

Passado o resto das aulas, Leanne ia para o estacionamento pegar o carro quando viu Christian agarrado a Serena. Leanne podia ver a áurea brilhante e doce de Serena sendo preenchida pela negra de Christian durante o beijo. Nesse momento não houve Kaira nem ninguém que pudesse impedí-la. 

Leanne correu largando a bolsa no chão e pulando em Christian. Os dois caíram no chão. Leanne logo se levantou.

— Você não vai mais encostar um dedo nela. - Serena havia se afastado e estava atordoada e fraca demais para entender o que acontecia.

— Leanne, não sei se te explicaram o conceito de namorados, mas namorados se beijam viu?! - Christian disse limpando a boca do beijo que havia dado. 

— Me poupe das suas mentiras, Christian. - Leanne se preparava para caso tivesse que lutar. Não pretendia usar magia, pelo menos assim Christian não saberia de seu poder. - Eu consigo ver você. Sei o que você é. - ela disse.

— E o que eu sou, Leanne? - Christian perguntou como se estivesse brincando. - Você aparece aqui, me ataca enquanto estou com minha namorada e acha que pode me acusar desse jeito? 

— Christian, você não vai mais mexer com a minha mente e muito menos com a dela. - Leanne gritou e o vento ficou extremamente mais forte. Christian tentou se aproximar de Serena mas algo o impediu no meio do caminho. Leanne se aproximou dele correndo e tentou dar um soco de frente em seu rosto sendo pega de surpresa com Christian segurando seu punho e o virando até torcer. 

— Não ouse me irritar, Leanne. - Christian disse mais sério. - Se eu fosse você não me atrapalharia. Vá viver sua vidinha medíocre. - Christian jogou Leanne no chão que deslizou até bater na parede. - Acho que já me cansei de você. Você será uma ótima refeição para Uli - Ele se aproximou dela e Leanne sentiu medo. Christian enfiou o braço dentro do peito de Leanne que gritou e tossiu cuspindo sangue. Christian procurava sua alma. - Por que não consigo encontrar? - Disse ele sem entender. 

Leanne gritou novamente e sentiu seu poder aumentar e a preencher até os fios de cabelos se concentrando na marca que Kaira havia feito em sua testa para proteção. Então ao abrir os olhos, Leanne sentiu seu poder explodir expulsando Christian e o jogando para longe. Ela se levantou e com os olhos escuros apontou para Christian e começou:

Incend… - antes que terminasse a palavra Leanne desmaiou nos braços de Kaira que absorveu seu excesso de energia. Christian reconhecendo a mulher loira se lembrou do aviso de Uli, se levantou e correu para longe. 

— Christian. - Uli apareceu na rua próxima ao estacionamento. Encontrando um Christian ofegante, machucado e que fugia. - Você perdeu a cabeça? - Uli deu um tapa forte no rosto de Christian que caiu no chão já fraco. - O que eu falei sobre sermos discretos? E você acaba chamando a atenção a ponto de Kaira aparecer Seria melhor que ela o tivesse matado. - Disse Uli por fim deixando Christian largado na calçada. Vendo Uli sumir aos poucos Christian perdia a capacidade de manter seus olhos abertos. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Entenderam tudo o que foi explicado? Se não, comentem suas dúvidas ou me mandem uma MP
Não deixem de dizer, também, se estão gostando do rumo que a história está tomando
Até mais :)



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