Come back home escrita por MillyyUchiha


Capítulo 5
Sonhos destruídos


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Minna!
Como vocês estão?
gostaria de agradecer a todos vocês que estão acompanhando essa fanfic, muito obrigada.
Boa leitura.
Matta ne



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572295/chapter/5

– Perdão, Sakura. – disse Orochimaru retirando os óculos. – Mas o Sasuke-kun já não consegue enxergar mais.

– Perdão, Sakura. – disse Orochimaru retirando os óculos. – Mas o Sasuke-kun já não consegue enxergar mais.

Sakura sentiu as pernas perderem as forças e a boca secar, o suor pingava em suas costas após um calafrio percorrer o local, queria falar algo, mas as palavras simplesmente não saiam, deixando-se cair na cadeira ela começou a chorar com as mãos delicadas cobrindo-lhe o rosto.

O médico-chefe suspirou, abaixou-se de frente para ela e tocou-lhe os ombros.

– Eu sei que é duro, Sakura. – disse ele com sinceridade. Embora a aparência dele fosse estranha, ela nunca estranhara o médico por mais que muitos não gostassem dele, sempre se sentira confortável em sua presença. – Mas temos que superar isso de maneira profissional, certo? Sei que ele é seu amigo, por isso você tem que ser forte para ajudar sua família.

Orochimaru sabia que em momentos assim palavras de misericórdia eram tão ruins quanto qualquer outra coisa. Porém, sentia-se na obrigação de dizer alguma coisa. De modo que, a menina secou as lágrimas enquanto em sua mente, a imagem de Mikoto apareceu junto a Itachi e, até mesmo, Fugaku.

Mikoto sempre fora uma mulher muito doce, gentil e que amava seus filhos incondicionalmente. Itachi também fazia qualquer coisa para ver Sasuke feliz e torcia por ele em todos os momentos. Aqueles dois, com certeza, não mereciam receber uma notícia como aquela. Se em algum momento ela sentira ódio de si mesma, nunca fora tão forte quanto agora. Amaldiçoou-se em pensamento enquanto mordia o lábio inferior com força sentindo, posteriormente, um filete de sangue escorrer pelo canto da boca, limpou o mesmo e virou-se para o homem a sua frente.

– A família já foi informada? – perguntou a Orochimaru com os olhos ainda vermelhos do choro.

– Sim – respondeu levantando-se. – Eles já foram informados e logo chegarão aqui para vê-lo.

– Como ele reagiu? – perguntou desviando o olhar com medo da resposta. Sabia que mesmo o garoto sendo gentil durante a maior parte do tempo, o Uchiha podia se transformar numa fera raivosa se algo errado acontecia.

– Assim que você saiu – começou. – Nós entramos e acompanhamos os movimentos dele, logo que abriu os olhos e queixou-se por não poder enxergar. Achamos que fosse algum efeito passageiro por ter passado tanto tempo em coma. No entanto, quando realizamos os exames,notamos que os olhos do jovem apresentavam cicatrizes pós-trauma, o que deve ter causado a perda da visão.

– Entendo. - disse Sakura abaixando a cabeça. – Quão grave foi a perda?

– Bem, - disse Orochimaru entregando os resultados para a Haruno, contendo fotografias dos olhos de Sasuke junto com o diagnóstico. Ela se espantou com o número de exames a que o Uchiha se submetera, campimetria, gonoscopia, paquimetria, retinografia, ceratoscopia... Todos com mau resultado. – Muitas características da córnea foram perdidas, como transparência e curvatura, e os danos atingiram a região quase por completo.

Sakura sentira uma pontada no peito, ela, mais do que ninguém, sabia do que aquilo se tratava. Afinal, fizera especialização em oftalmologia. Nenhum tratamento comum jamais traria a visão do moreno de volta. Aquilo tudo soava como um golpe, desde que o conhecera, Sasuke, assim como ela, sempre usara óculos devido à miopia e, às vezes, queixava-se da visão ruim. No entanto, ela nunca imaginaria que aquilo fosse acontecer. Culpada, de novo.

– Orochiramu-sama. – falou. – Será que existe alguma probabilidade de ele voltar a enxergar? Digo algum tratamento?

Orochimaru suspirou, aquela seria uma conversa e tanto.

(...)

Um loiro acabara de tomar um banho quente e estava se secando. Após balançar os cabelos revoltados de um lado para o outro, colocou a toalha em volta da cintura, deixando a mostra seu tórax bem definido. Aos vinte e seis anos, Naruto Uzumaki era tudo o que muitos de sua idade desejavam ser, educado, inteligente, bonito, dono de um corpo escultural e herdeiro da fortuna de uma das maiores empresas Japonesas. As mulheres simplesmente caiam aos seus pés.

Dia após dia, a vida dele resumia-se apenas a duas coisas: trabalho e estresse. Há um ano e meio, Naruto tivera que se mudar para os Estados Unidos a pedidos de seu pai, Minato, a fim de fazer novos contatos. Mas a saudade do Japão permanecia em seu peito, lembrava-se de uma rosada, de seus amigos, de seu quase irmão que ainda estava no hospital e de uma morena que deixara com um peso no coração.

Chutou os sapatos para baixo da cama, usando apenas um short ele sentou na beirada da cama. Lágrimas escorriam de seu rosto por mais que relutasse, enquanto lembrava-se do dia em que estava no aeroporto de Tóquio preparado para partir para a América.

Uma morena de olhos perolados estava diante dele com a boca trêmula e olhos marejados de lágrimas. Ele, mais que depressa, entregou-lhe um ursinho de pelúcia que comprara especialmente para a situação, Kuma-san, com a promessa de que um dia voltaria.

Ele olhou ao redor, já era noite e estava sozinho novamente. Dirigiu-se a cozinha, a barriga roncava, procurando algo para forrar o estômago, Naruto encontrou uma barrinha recheada com canela e após a primeira mordida sentiu uma onda percorrer-lhe o corpo. Atirou o doce pela janela do apartamento sem se importar se aquilo atingiria alguém que passasse embaixo.

– Aquela era a comida preferida dela, droga... – pensou pegando um copo de macarrão instantâneo e despejando água quente dentro dele, velhos hábitos não mudavam. Enquanto esperava para comer, seu celular começou a vibrar, fez uma cara feia, mas mesmo assim atendeu.

– Moshi- Moshi? – perguntou.

– Boa noite, Naru. - falou uma garota com voz melosa. – O que está fazendo? Não me diga que está jantando...

– Essa vagabunda de novo... – pensou Naruto. – Sim, Shion. – disse ele sem dar muita atenção. – Qual o problema?

– Porque não pedimos um jantar juntos? – perguntou manhosa. – Depois disso, nós poderíamos aproveitar uma sobremesa maravilhosa sozinhos, o que acha? – falou esperançosa.

– Hum... – pensou Naruto, já fazia muito tempo que não tocava o corpo curvilíneo de uma mulher e a proposta era tentadora. – Acho uma boa idéia, a que horas devemos nos encontrar, cherry? – perguntou malicioso.

(...)

O trabalho nas empresas Hyuuga terminou mais cedo e Hinata já havia chegado em casa. Mas o lar já não estava tão agitado com as garotas rindo e falando alto como de costume. E, pela primeira vez, a morena sentiu-se verdadeiramente sozinha no mundo.

Entrou em seu quarto lilás e banhou-se aproveitando aquele momento tão relaxante por um bom tempo, colocou um pijama branco com desenhos de pirulitos que Sakura lhe dera e jogou-se na cama, pegou o ursinho de pelúcia tão querido, fitou-o e depois o abraçou forte.

– Como será que o Naruto-kun está, Kuma-san? – pensou enquanto uma lágrima escorria de seu rosto angelical, virou-se ainda abraçada com o amigo peludo e adormeceu.

(...)

Sakura ficara o tempo todo encostada na parede do quarto do Uchida, do lado de fora, enquanto sua família o visitava. Conseguira ouvir apenas algumas vozes e um breve suspiro, mas nada de choro. Eles deveriam ser realmente muito fortes. Ela já havia conversado com os Uchiha e explicado o que acontecera e por mais horrível que se sentisse, o abraço que recebera de Mikoto a fez sentir-se um pouco mais aliviada e em paz. Já passava das sete da noite quando eles finalmente saíram do quarto do moreno e a agradeceram pelos cuidados.

Embora seu horário tenha terminado, ela pediu mais alguns minutos ao chefe. Iria entrar apenas para ver a feição de Sasuke, sabia que ele deveria estar dormindo devido ao efeito da medicação e não queria interferir em sua recuperação. Só sabia que sentia uma estranha coragem após a visita de Mikoto.

Sem fazer barulho, Sakura entrou no quarto de Sasuke que estava deitado usando roupas leves e os olhos cobertos por ataduras, havia um pequeno vaso com flores na cabeceira da cama, a respiração estava lenta e constante, o que significava que ele já dormia.

A haruno, de joelhos, ficou observando o amigo enquanto pousava sua mão delicadamente em cima daquela mão tão quente e macia. Aquele era seu garoto brilhante, enquanto fazia faculdade o moreno já cursava mestrado em física e ela se lembrava da empolgação dos olhos dele quando dissera que iria começar um doutorado na área.

– Fui aceito em Cambridge! – dizia ele empolgado levantando a rosada e rodopiando-a no ar enquanto sorria como criança, depois a colocou no chão com cuidado. Ela estava deslumbrante naquele vestido azul claro e luvas curtas de renda, o cabelo preso dos lados com presilhas prateadas. Os dois iriam a uma festa de formatura, seria a primeira vez que sairiam sozinhos.

Sakura fazia mil perguntas ao garoto de smoking e óculos assim que eles começaram a passar pelo jardim da faculdade.

– De que assunto tratará sua tese? – perguntou animada.

– Não tenho certeza, ainda. – riu ele. – Talvez sobre a teoria unificada, branas do universo ou cosmologia.

– E como define tudo isso?

– Bem, - disse ele. – É o casamento perfeito entre o tempo e o espaço. – falou enquanto segurava a mão da garota e a apertava fazendo os olhos da mesma se encontrarem com os dele, observando a queima dos fogos de artifício diante deles.

Ela se lembrava de todas as recomendações que os professores do jovem faziam sobre ele.

– Não sabemos de onde virá o próximo grande passo que ele dará... – dizia um.

– E se eu revertesse o tempo... – dizia ele confiante enquanto os dois ainda assistiam a chuva de cores. – Para ver o começo do próprio tempo?

– Fazer voltar o relógio. - disse ela.

– Fazer voltar o relógio. – confirmou ele.

Estragara todos os sonhos dele de uma vez só. Será que algum dia conseguiria fazer o relógio voltar entre os dois? Beijou a testa dele de Leve e saiu, não queria chorar na frente dele novamente.

– A médica responsável já saiu. – falou Kabuto. – Assim que os outros saírem a operação irá começar. – disse ao moreno que estava do seu lado, quando o mesmo viu a médica passar ficou paralisado.

– O que foi? – perguntou o enfermeiro.

– Qual o sobrenome e a idade dessa garota? – perguntou o homem alarmado.

– Haruno. – disse Kabuto sem entender. – Seu nome é Sakura Haruno, vinte e seis anos.

O homem estava paralisado, parecia que tinha visto um fantasma ou coisa do tipo.

– O que está acontecendo? – pensou. – Essa menina deveria estar morta há vinte e um anos atrás.

Sasuke sentou-se na cama com alguma dificuldade devido ao soro em seu braço, estava tomado por uma sensação estranha. Era como se alguns segundos atrás alguém estivesse perto dele. Tocou de leve a mão, estava quente. Depois levou a mesma a altura do nariz, aquele cheiro... Não havia dúvidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Moshi-Moshi = alô

kuma= urso
sobres os exames do Sasuke, sei que têm nomes estranhos e acho que não estariam muito interessados neles, eu mesma já passei por alguns e são uma chatice.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Come back home" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.