Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 8
Almas gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Eiii gente, quero agradecer novamente aos comentários. É realmente uma motivação maravilhosa e sinto muito por ter demorado um pouco para postar. Era o fechamento de notas da escola então fiquei meio concentrada. Enfim, quero agradecer principalmente a Carpe Diem por favoritar minha história também o/ obrigada hahahah. em fim, li teorias muito interessantes e algumas pessoas até conseguiram adivinhar grande parte. Bom, o capitulo está aqui e com um titulo que eu acho muito interessante. Espero que gostem :3
XD



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“Num deserto cheio de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato uma outra” - Caio Fernando Abreu

Quando eu acordei no primeiro dia de aula depois do “recesso”, havia alguma coisa errada. Ainda de olhos fechados busco o cheiro do perfume de Rosa que ela diz que usa para “desinfetar o ambiente”.

Abro os olhos lentamente e não vejo o teto do meu quarto. Vejo um teto metálico. Que diabos está acontecendo? Escuto algumas risadas a minha volta e me inclino um pouco, quase caindo na... Piscina?

Desesperada, olho em volta e percebo que meu colchão está flutuando na piscina. Eu vou matar o Castiel. Ele não pensa? Meu pijama não era descente!  Droga, é assim que ele me agradece por salvar a vida dele?

— Ei, transferida. Você por acaso errou o quarto?- um garoto do terceiro ano pergunta.

Vou começar a remar com meu colchão até a borda, mas de repente todas as pessoas começam a bater na água até que meu colchão vire. Ótimo, estou ensopada. Lindo jeito de começar meu dia.

Sem paciência para escutar as gozações, saio da piscina e vou direto para a sala da F4 com minha roupa pingando. Antes mesmo de entrar, ouço a voz de Castiel fazendo uma contagem regressiva. Idiota.

— Você tem problemas? Jogar-me dentro da piscina, e ainda mais quando ainda estou dormindo! Eu vou te matar. - digo. Castiel sorri e vejo Armin e Kentin segurando o riso. Como de se esperar, Lysandre não está aqui.

— Eu queria ver se suas habilidades na piscina eram as mesmas mesmo depois de você ter acabado de acordar. - ele diz.

— E se não fossem?- pergunto ignorando o incomodo por estar completamente encharcada.

— Nesse caso você iria se afogar. - Castiel diz com simplicidade.

— Oh, não. Não me diga que você, cavaleiro da armadura vermelha, não iria me salvar?- digo.

— Eu estaria ocupado rindo de você pelo monitor. - ele me mostra uma televisão que está com a vista da piscina. – e você errou. É armadura branca.

— Olhe o seu cabelo. Você usa armadura vermelha. – digo com raiva.

— Bom, nesse caso, talvez eu te salvasse. Talvez você queira repetir a cena do seu primeiro beijo. - ele diz.

— Eu te disse que aquilo não foi um beijo. Nem nos seus sonhos eu te beijaria. - digo.

— Ah, minha querida. Nos meus sonhos você faz muito pior. - ele diz e pisca para mim. Aproximo-me dele e o encaro com raiva.

— Não sonhe tão alto, pervertido. - digo e lhe dou um tapa na cabeça fazendo Armin e Kentin me aplaudirem. Pego um casaco que estava em cima do banco e o coloco para poder andar até meu dormitório.

— Ei, transferida. Isso é meu. Não me diga que você é ladra também. - Castiel diz.

— Isso, é pela piscina. E eu ainda voltarei para cobrar por eu ter salvado a sua vida. - digo.

— Eu sou do time da Tessa. Ela da mais medo do que o Castiel.- Armin disse.

— Mas o Castiel controla a escola. Ele está pegando leve com ela. - Kentin diz.

— Se vocês forem começar a apostar, pelo menos me esperem. – uma voz diz na porta da sala. Lysandre entra com cara de sono. – vocês chegaram cedo hoje.

— Tivemos algo interessante para ver. - Castiel diz. Lysandre desvia o olhar de seus amigos para mim.

— Você está molhada. - ele diz.

— Obrigada, senhor óbvio. – digo.

— E além dela estar molhada, está molhando meu casaco. - Castiel reclama. Lysandre suspira e abre um armário pegando uma toalha. Ele tira o casaco de Castiel de mim e joga para um lado, passando a toalha pelos meus ombros. Agora que ele está perto consigo reparar em seus olhos: suas olheiras  estão profundas e presumo que ele não dorme direito a pelo menos dois dias.

— Você dormiu noite passada?- pergunto. Kentin engasga com o ar.

— Que tipo de pergunta é essa, Tessa? Ele é um homem em plena puberdade... - Kentin começa.

— Eu tinha assuntos para pensar e uma música para terminar. - ele diz. - falando nisso, eu acabei perdendo meu bloco de notas ontem. Eu não estou com tempo para procurar, mas se alguém lê-lo será muito constrangedor. Você pode procurar para mim?

— Eu não sua empregada. - digo na defensiva.

— Exatamente por isso eu estou te pedindo como favor.- ele diz. Suspiro no momento em que o sinal do primeiro horário toca.

— Ei, tábua. Você vai acabar pegando um resfriado. Vá se trocar e não se atrase para o segundo horário. - Castiel diz se levantando e vindo até mim. Ele me encara de perto e me seguro para não bater em sua cara. - e se mantenha por perto caso eu precise ser salvo de novo.- ele diz e bagunça meu cabelo antes de sair.

— Nina estava te procurando. Imagino que ela vá te convidar para o aniversário dela.- Lysandre diz.- Ligue para ela.- ele sorri e ajeita o cabelo que Castiel bagunçou, antes de sair da sala.

— Ela está entrando em um terreno muito perigoso. - Armin diz passando o braço pelos meus ombros.

— Do que você está falando?- pergunto. Kentin passa o braço pelo meu ombro do outro lado e eles começam a me guiar para fora da sala.

— As pessoas em geral tem medo da gente. Ou então morrem pela gente.- Kentin diz.

— O que você quer dizer?- pergunto.

— Não é nada. Você não é só diferente. É estranha. - ele diz.

— Tipo... Você é meio termo da força. É a passagem que fez o Anakim virar o Darth Vader, mas você não é do mal. É uma anomalia que mostra o lado obscuro da força de cada um. - Armin diz.

— Você é estranho. Acho que está usando uma filosofia inexistente para Stars Wars. –digo.

— Droga, vou ter que rever. Mas nesse caso, quer ir a uma festa comigo? – ele pergunta.

— Que festa?- pergunto.

— A da Nina. Ela vai te convidar e eu não dancei com você no baile. Mas não se iluda pensando que eu gosto de você, é que quando você se arruma você é uma pessoa que da para servir comi acompanhante.

— Eu ia te convidar, mas já que o Armin te chamou antes, vá com ele. - Kentin diz. Os dois soltam meu ombro sorrindo.

— Você vai?- ele pergunta.

— Depois do seu elogio sobre eu ser sempre incrível?- ironizei. - tem como eu negar?- pergunto.

— Sabia que você ia concordar. Você é uma pessoa legal, Tessa. Agora vá se trocar e vá para a aula. Eu te pego sábado ás 20h. - Armin diz e pega a toalha que está em cima de meu ombro, sorrindo de lado para mim.

— Até mais, Tessa. - Kentin diz e os dois se afastam da área dos dormitórios.

Por que eu sempre acabo me metendo nessas furadas?

—_________*****__________

A semana passou de forma pacifica. Mas eu estou começando a suspeitar que o Castiel é uma espécie de stalker. A frequência com que tenho visto ele não é justificável. A maior parte das garotas da escola estão com um ódio mortal de mim, mas  acho que é por causa do baile. Quando elas me veem elas ficam resmungando coisas do tipo “ela realmente acha que pode roubar nossos príncipes...”; “como ela ousou beijar nosso príncipe?”; “o Castiel está delirando em dar atenção a uma transferida como essa.”.

Rosa e Alexy deram continuidade no figurino da peça de teatro, mostrando os esboços dos desenhos para a professora. Como de se esperar, ela adorou, e os dois decidiram que eu ia ter que opinar em tudo que eles fizessem, para que eles pudessem fazer o contrário do que eu falei. De acordo com eles eu não tenho senso de moda e moletons são do século passado.

Eu não encontrei muito com Nina, e as vezes que encontrava Lysandre, eu tinha certeza que estava conversando com um Lysandre que não dormia a dias. Eu realmente não entendo, mas por mais curiosa que eu esteja, eu não devo me meter.

Minha semana virou um inferno ontem, sexta, quando as pessoas descobriram que eu iria na festa de Nina junto com Armin. Eu realmente devo ser mestre em chamar atenção. Talvez meu destino seja brilhar, por que eu sou incrível demais. Esse é o tipo de pensamento do Castiel, porcaria. Acho que os encontros frequentes por causa dele estão afetando meu cérebro.

Agora são 15h da tarde de sábado e metade da escola está se arrumando para a festa de Nina. Eu gosto de ser diferente, então estou no campo de paintball, atirando em alvos. Desde os conselhos de Kentin, minha mira melhorou bastante.

Já estou pronta para um novo tiro quando sinto algo contra minhas costas. A sensação de uma bolinha sendo estourada. Obrigada, F4, por me ensinarem a usar colete. Quando a gente é alvo, a gente aprende a se defender. Me viro e encaro Castiel com a arma na mão, soprando o cano, como aquelas pessoas de faroeste depois de um duelo.

— O que você está fazendo?- protesto.

— Tendo minha vingança. Jogador A, eliminado. - ele diz sorrindo.

— Sério, Castiel? – pergunto impaciente.

— Em parte sim. Eu tenho um presente para você- ele diz e me estende um pequeno saquinho. - É um agradecimento pelo que aconteceu na piscina.

Abro o saquinho e vejo um colar em forma de estrela. O colar é de ouro branco, reconheço facilmente. É incrivelmente bonito, principalmente para o estranho gosto do Castiel.

— Mas já tem muito tempo que eu te salvei. Por que só está me agradecendo agora?- pergunto.

— Você é muito estranha. Não vai me agradecer?

— Pensei que essa fosse a forma que você tinha de me agradecer. Devo agradecer por que está agradecido?- pergunto confusa.

— Sua lógica não tem lógica. Apenas use hoje a noite. E é melhor você ir se aprontar. - Castiel diz e sai andando para longe. Suspiro encarando o colar enquanto ele se afasta.

Por fim, desisto de atirar e vou para o meu quarto, vulgo salão de beleza da Rosa. Praticamente todas as meninas do terceiro e do segundo ano estão aqui, com os cabelos enrolados, dentro de toucas, fazendo as mãos umas das outras e Rosa achando tudo lindo. Como Alexy foi expulso pelas garotas, resolvo ir atrás dele no pátio. Pobre azulado solitário.

Ele está concentrado em um desenho, provavelmente mais ideias para os figurinos. Tento chama-lo, mas ele está com o fone de ouvido e quando ele está com o fone de ouvido não existe mundo para o Alexy. Na verdade ele vai para o seu mundinho particular, coisa que faço com uma frequência muito grande.

Compro duas cocas de lata e pressiono uma em seu pescoço para chamar sua atenção. Ele da um pulo para longe e sou atingida por um caderno voador. Porcaria.

— Obrigada, Alexy. Como se meu nariz já não fosse torto. - digo.

— Nunca mais ouse me assustar desse modo. E seu nariz torto é fofo, faz parte do seu charme. – Alexy diz.

— Eu ainda nem escolhi minha roupa. – digo espreguiçando no banco e encarando o céu.

— Que ótimo! Eu vou poder te vestir. Vou escolher um vestido que combine com o terno do meu irmão. - ele diz.

— Urgh, está tudo bem para você? Eu ir com ele? – pergunto.

— Eu não vejo problema. Fico feliz que vocês estejam virando amigos.

— Ser amiga da F4 e eu ainda estou sob um F4. Acho que eu sou louca ou masoquista. - digo.

— Você é inteligente. Já ouviu dizer que na toca do lobo ninguém entra?

— O ditado é mesmo assim?- pergunto.

— Eu não lembro. O que eu quero dizer é: ser amiga da F4 é sinômino de proteção. - ele diz.

— Explique isso pro Castiel. - resmungo. Alexy ri.

— Anda, vamos escolher seu vestido. O terno do meu irmão é cor de grafite então acho que um preto ou branco ficará bem legal. – ele diz enquanto vamos para o meu quarto e as meninas começam a gritar.

— Se acalmem, eu tenho o mesmo gosto que vocês. Ou vocês estão gritando por medo de eu roupar os príncipes da F4 só por que eles frequentam minha casa?- ele pergunta. De repente, almofadas começam a voar na nossa direção e Rosa começa a berrar desesperada.

—_________*****_________

Armin chegou pontualmente às 20h. Quando sua limusine parou no pátio, eu imaginei que as meninas iriam me matar. Ele desceu do carro com os cabelos pretos penteados para trás e o natural sorriso nos lábios. Como Alexy disse, ele usava um terno grafite.

— Estamos combinando. Obra do Alexy? – ele pergunta. Alexy ficou pelo menos duas horas se lamentando pelo meu guarda roupa até escolher um vestido branco e longo. Eu gostava dele, me lembrava os que as deusas gregas usavam. Ele escolheu uma echarpe da cor do terno de Armin para mim. O colar que Castiel me deu mais cedo acabou combinando perfeitamente com a minha roupa.

— Com certeza. Vamos?- pergunto. Armin me examina por alguns instantes e solta a trança e a franja que eu tinha prendido.

— Assim fica melhor. Devemos, então?- ele abre a porta para mim e eu entro seguida dele.

Na limusine Armin fez diversas piadas e discutiu sobre alguns programas que já tínhamos visto em comum. Finalmente chegamos e o motorista vem abrir a porta para nós e Armin me ajudar a sair de forma que eu não amassasse meu vestido. Fomos um dos primeiros a chegar, mas todos que estão aqui nos encaram.

— Acho que estamos chamando atenção. – digo mexendo impaciente no meu vestido.

— Você já está acostumada com isso. Ou então quando você não está com sua armadura você não consegue lutar?- ele pergunta.

— Quem você pensa que é para falar assim?- resmungo. Ele sorri de lado e me oferece o braço.

— Eu já estou acostumado a chamar atenção. E acho que a beleza da minha acompanhante chama mais atenção ainda para nós.- ele diz. Sinto meu rosto esquentar e o encaro. – o salto contribuiu muito com sua altura.- ele diz rindo.

— Aish. Tinha que ter alguma coisa. – digo.

Entramos no salão e não consigo ver Nina em nenhum lugar. Castiel está com um terno preto conversando com Kentin que está em um terno azul. Como de se esperar, eles estão tão perfeitos quanto Armin. Lysandre não está em nenhum lugar, e imagino que provavelmente esteja com a Nina.

— Realmente precisava vir acompanhado?- pergunto a Armin.

— Precisava. Kentin e Castiel vieram com garotas que não são da escola. Não gostamos de iludir as pessoas que vemos todos os dias. - Armin disse rindo.

— Que... consideração. Mas já imaginou que o amor da sua vida esteja na escola?- pergunto.

— Tessa, você fica tão clichê que até parece uma menina normal. Eu não acredito nessas coisas. Venha, vamos cumprimentar meus amigos. – Ele diz enquanto nos aproximamos de Kentin e Castiel. Ambos sorriem para nós e os olhos de Castiel vão imediatamente para o meu colar, o fazendo sorrir mais ainda.

— Armin, Tessa. Já estava imaginando quando vocês iam chegar.- Kentin disse. – você está bonita, Tessa. É incrível como você fica quando se apronta.

— Obrigada, Kentin.- digo.

— Você é idiota? Você realmente acha que algo feio fica bonito só com um vestido?- Castiel diz.

— Bem falado. Nina e Lysadre não apareceram ainda?- Armin pergunta.

— Não. Mas receio que essa festa seja muito mais do que uma comemoração. Nina não gosta de festas. E Lysandre anda muito estranho recentemente. - Castiel diz.

— Eu mal tenho visto ele. Você sabe de alguma coisa, Tessa?- Kentin pergunta.

— Eu? Não. Acho que nem o vi essa semana. Mas Nina também está estranha. - digo.

— Oh. Você não acha que eles vão anunciar que estão juntos, vão?- Armin pergunta.

— O que? Os dois estão namorando?- pergunto sem querer.

—Isso te incomoda, Tessa?- Kentin brinca.

— Não, é só... Nina não me falou nada. - Resmungo.

Agora o salão está lotado e as luzes começam a se abaixar. Vou para o lado de Armin e Alexy vem ficar conosco, assim como Rosa. Escuto um barulho de violino e logo reconheço a maneira de tocar de Lysandre, enquanto ele aparece tocando com Nina logo ao seu lado.

Todos cantamos parabéns acompanhados do violino e logo que acabamos Lysandre sai andando como se estivesse... Frustrado. Nina sorri e pega um microfone se colocando no meio de todos.

— Primeiramente quero agradecer a presença de todos. Sei que muitos devem ter estranhado o fato de eu estar fazendo uma festa. Eu tenho um comunicado importante para todos vocês: eu vou embora para Paris e dessa vez eu não vou voltar. Quero recomeçar do zero e realmente espero que vocês fiquem felizes por mim. Como meus amigos, espero que me compreendam e que consigam ver que essa é a melhor decisão que eu poderia tomar. E se não for, pelo menos eu estarei vivendo da forma que eu escolhi. Hoje é minha despedida, eu partirei para Paris amanhã.

Assim que Nina termina seu discurso ligo os pontos sobre a tristeza de Lysandre e me vejo correndo na direção pela qual ele acabou de ir embora. Ela da para uma porta de vidro que é aberta para uma estufa enorme. Lysandre está em um canto junto a uma das janelas da estufa.

— Eu sinto muito.- digo para ele.

— Oh, Tessa. Parece que não te vejo a décadas.- ele diz sorrindo para mim. Ele está melhor do que eu pensei que estaria.

— O que você vai fazer?- pergunto.

— Sobre Nina?- ele pergunta. Consinto com a cabeça e ele suspira se afastando da janela.- por um tempo eu até pensei em seguir ela, mas acho que só seria um fardo.

— Mas... Você gosta dela. Não deveria fazer o que seu coração manda?- pergunto.

— Esse tipo de coisa só funciona em contos de fadas, Tessa. Como eu poderia abandonar o internato, a F4 ou até mesmo você? – Lysandre pergunta me encarando sério. Ergo uma mão como se fosse tocar seu ombro, mas desisto. Porém Lysandre pega minha mão e sorri para minhas unhas. Eram todas pretas, com exceção do dedo indicador que era branca.- é diferente. Como você.

— São duas.- digo estendendo minha outra mão.

— Essa é sua alma gêmea. – ele diz.

— Você acredita em alma gêmea, Lysandre?- pergunto.

— Em parte sim. É clássico. Aquela pessoa para a qual você está predestinada. - Lysandre diz.

— E você já imaginou que Nina é sua alara gêmea? – pergunto.

— Claro que já. Nina foi aquela que rompeu a bolha que eu me isolei. Nossa primeira separação foi um choque e depois de um tempo eu percebi que minha bolha na verdade aumentou. Eu criei uma certa dependência a respeito de Nina que eu não posso mais ter. Quando você apareceu sem ter nenhuma noção sobre mim eu percebi o quão limitado eu era. Na verdade, continuo sendo, mas espero expandir esses horizontes. Nina não pode ser essa alma gêmea, pois se ela fosse não partiria. Ou pelo menos sofreria tanto quanto eu.- Lysandre diz.

— Tenho certeza de que ela está sofrendo. – digo.

— Talvez ela esteja. Mas pensar dessa forma vai fazer com que eu arrependa da minha decisão. E eu quero crescer. - ele diz.

— Eu sempre digo que para crescermos é necessário uma queda.- digo.

— Tessa, eu já estou caindo. Espero que me pegue no final dessa queda.- Lysandre diz. Encaramos-nos em silêncio por um tempo até ele sorrir.- acho melhor você voltar para o seu acompanhante. Eu tenho uma despedida épica para fazer.

— Tente dormir essa noite, Lysandre. – brinco. Ele ri e passa a mão no meu cabelo.

— Sabia que uma roupa de freira combinaria com você. Vá para a festa, Teresa.

— Certo Lysandre. A gente se vê depois. - digo me afastando sob seu olhar tristonho.

—_________*****__________

No dia seguinte fomos ao aeroporto para levar Nina. Ela chorou bastante e os meninos provavelmente se seguraram. Lysandre não veio, mas sei que eles se despediram ontem. Porém não pude deixar de notar que Nina o procurava.

Eu estava prestes a pegar um taxi para me encontrar com Alexy e Rosa na cidade, quando vejo um rapaz conhecido parado no canto do aeroporto. Aproximo-me lentamente de Lysandre e ficamos parados um do lado do outro observando a porta pela qual Nina acabara de passar.

Lysandre desaba no chão e vejo uma lágrima no canto de olho. Sento-me ao seu lado e passo meus braços pelas suas costas, permitindo que algumas lágrimas escorressem junto as dele. Lysandre permitiu que eu o abraçasse e esse foi realmente um grande avanço... então ele me encarou com os olhos vermelhos.

— O que você está fazendo? –ele perguntou com a voz rouca.

— Estou te segurando na sua queda. - digo.

— Eu ainda não terminei de cair. - ele disse.

— Nesse caso, estou fazendo com que ela seja menos impactante. Estou te dando um paraquedas. - digo.

— Obrigada. – ele diz e fecha os olhos enquanto as lágrimas voltam a escorrer.


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Notas finais do capítulo

só eu que odeio despedidas? hahahaha me contem suas teorias! E claro:
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— Detoni