Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 6
C'est la vie


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu não tinha ideia para o titulo, mas esse capitulo meio que se baseia na ideia da Tessa ser diferente e sua história. É, acho que é isso.
Espero que gostem!
XD



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"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."- Raul Seixas.

Aula de educação física. O lindo momento onde as pessoas se lembram de que eu estou sob o efeito de um F4 e acabo virando alvo até do meu próprio time durante a queimada. Apesar de que, nos dias que se passaram, o efeito do F4 diminuiu bastante. Fora algumas pequenas calúnias no blog da patricinha e eu ser a vitima na queimada as pessoas não eram mais tão cruéis comigo. Talvez seja o fato de que nossas segundas provas estavam se aproximando (as primeiras eu já havia feito no Canadá), mas as pessoas na realidade estavam finalmente começando a cuidar um pouco mais de suas próprias vidas do que me torturar.

Olho para o lado por um momento e acabo perdendo o foco de desviar de todas as bolas. Os meninos estão jogando basquete na quadra ao lado. Meu olhar vai imediatamente para Lysandre faz movimentos perfeitos, estando no time de Castiel. Eram raros os momentos em que a F4 aparecia para socializar com os outros estudantes, mas em geral a educação física era uma exceção. Acho que ficar jogando apenas 2x2 em algum momento perdia a graça.

Era impossível perceber o quanto aqueles quatro se destacavam. Mesmo uniformizados, o que também é raro, cada um deles exalava quase que uma aura de superioridade. E isso ficava explicito no fato de que poucos ali conseguiam igualar o nível de jogo com os deles. Sou desperta das minhas observações quando sinto algo duro batendo fortemente contra meu rosto e acabo caindo no chão.

— Oh, acho que ela está fora. - a voz de Ambre diz. Ela deve estar ali perto, mas sinto uma forte tontura e mesmo erguendo a cabeça para as pessoas que acumulavam à minha volta, não consigo distingui-las. - o que é isso, transferida? Uma dupla hemorragia?

Levo minha mão até meu nariz e consigo sentir o sangue escorrendo por ambas as narinas. Droga. Levanto-me com calma e vou parecendo uma bêbada até o banheiro, fazendo um esforço para desviar do montinho que ficava parado me encarando. No meu percurso, tento estocar o sangue com as mãos, mas não surte nenhum efeito.  

Paro em frente a pia e a abro, passando um pouco de água, mas a única diferença é que agora o sangue está apenas um pouco mais diluído, permanecendo incessante. Porcaria, e se eu morrer por falta de sangue? Será assim que serei encontrada? Com uma roupa justa de educação física manchada de sangue, um nariz machucado no banheiro de um internato onde suicídios é comum?

— Fique parada. - uma voz masculina diz atrás de mim diz. Um pano é colocado em meu nariz com uma delicadeza surpreendente. Será... Lysandre? Viro-me e dou de cara com Castiel.

— Ei, não me toque!- digo me afastando dele com uma careta. Castiel pressiona o pano mais forte, me fazendo soltar um gemido de dor. Ele é estúpido ou o que? - Eu mandei não me tocar!-digo batendo em sua mão. O esforço que faço para tentar contê-lo aumenta ainda mais o fluxo de sangue. O que esse tomate falso está tentando fazer?

— Eu estou tentando te ajudar, tábua!- ele protesta. La vem, mais um episódio surtado de loucura e incoerência de Castiel Sworis.

— Eu não quero sua ajuda. E acho que já te disse que não sou uma tábua, precisa de óculos?- pergunto colocando minha cabeça para trás e enchendo minhas narinas com papel.

— Acho que preciso de uma lupa na verdade. Ou então tire a blusa e prove suas palavras. – ele diz rindo e se aproximando. O encaro brava, ainda trabalhando em enfiar papel em mim.

— Idiota. Sai daqui, já disse que não te suporto!- berro. Droga, esse menino vai me infernizar dessa forma mesmo?

— Por que você me odeia? Eu sou inteligente, bonito e rico. O que te faz não gostar de mim? Eu sou perfeito. - ele diz. Solto uma risada incontida, prolongando ela até perceber que não abe mais papel em minhas narinas. Finalmente, o encaro brava. Seus olhos estão brilhando com humor. Ele deve ser masoquista, só pode.

— Devo enumerar? Minha vida no internato é uma droga por sua causa, eu odeio esse seu sorriso sarcástico, o fato de você não usar uniforme me irrita, assim como seu cabelo de farmácia.  - digo. Talvez as partes do sorriso e do cabelo sejam mentira, na verdade são totalmente. Castiel é lindo, eu posso odiá-lo, mas não posso discordar disso. E seu sorriso sarcástico deve ser a coisa mais charmosa nele. Talvez por isso eu odeie tanto.

— Algo mais a acrescentar?- ele pergunta com aquele sorriso sarcástico que acabei de criticar se aproximando de mim. Tento respirar fundo para me acalmar, mas o papel me impede de fazer isso, me forçando a abrir a boca para respirar desesperadamente.

— Talvez o fato de você ser um louco pervertido. - digo dando uma joelhada em suas partes baixas antes de sair do banheiro feminino. Escuto Castiel rugir com dor atrás de mim e sorrio. Vejo que a F4 já não está mais na quadra e tomo meu caminho para seu salão.

O salão da F4 é um lugar na escola onde os quatro ficam e só é permitida a entrada de quem tem o convite, fornecido por eles. Mas eu nunca liguei muito para regras e eu preciso devolver o tênis de Lysandre, antes que ele desapareça como sempre faz. Sério, Lysandre parece uma assombração, fora o momento de entrada da F4 eu não consigo encontrá-lo em lugar algum. Hoje eu resolvi tentar o salão da F4, então aqui vou eu.

Paro em outro banheiro no caminho para jogar os papéis fora, meu sangramento finalmente havia sido contido. Limpo o sangue seco de meu rosto e vou para os escaninhos, onde pego a sacola com o tênis de Lysandre. Desço as escadas, tomando o caminho para o salão e entro tranquilamente. Enquanto desço as escadas escuto algumas risadas e finalmente tenho meu primeiro olhar do salão da F4.

O lugar parece uma sala de jogos. Ele é dividido em três áreas, uma com uma sinuca tomando conta do centro, com acessórios em volta. O segundo, que é o do meio, possui uma mesa de ping pong, uma máquina para jogar pac-man e alguns pufes esparramados. O primeiro, que é o que estou entrando, é o maior dos três. É praticamente uma sala de estar, possui duas televisões, uma de frente para a outra, ambas cercadas por sofás e pufes. Uma máquina de café e uma geladeira estão dispostos ao lado de um grande computador que me lembra de um que vi na mansão dos gêmeos. Em frente à televisão da minha direita Armin e Kentin estão rindo de algo que está no laptop em frente à eles, na mesinha de centro, enquanto os dois estão jogados cada um em pufe, ainda vestindo as roupas de educação física.

— Ah, Tessa. Sinto muito, mas seu arque inimigo não está. -  Kentin comenta enquanto me aproximo e vejo no computador Castiel segurando suas bolas enquanto caminha perto dos dormitórios femininos. As imagens são da câmera de segurança, mas até pela telinha consigo sentir a raiva de Castiel. Claramente ele estava me procurando. – Deve estar de procurando até. Afinal, como está seu nariz? Vi que estava sangrando.

— Levei uma bolada, nada demais. Vocês podem entregar isso ao Lysandre para mim?- peço estendendo a sacola onde estão os tênis que ele havia me emprestado. Desvio o olhar do enfurecido Castiel para a televisão enorme a minha frente, que passava comerciais sem som.

— Claro. - Kentin disse pegando a sacola. Olho para Armin que está com o sorriso igual ao de uma criança que ganhou o brinquedo que queria de natal.

— Qual o problema, Armin?- pergunto. Esse tipo de sorriso nunca significa algo bom.

— Só queria dizer que você fica , muito sexy e bonita com roupas de ginástica, Tessa. – ele diz. Meu rosto cora e me viro de costas.

— Com licença. – peço. Armin é um pervertido com forças total. Mas ainda assim, por que seu comentário me deixou tão feliz e sem graça?

— Espere. Não quer tomar alguma coisa?- Kentin pergunta.

— Já que você insiste, acho que aceito uma água. – digo sem fazer rodeios. Ora, é a sala da F4, eu devo desfrutar. Armin ri e pula para o pufe do lado, fechando o computador. Me sento entre o pufe dele e de Kentin, enquanto este vai buscar água para mim. Procurando algo para olhar que não sejam os olhos de Armin, com medo de nunca mais conseguir desviar o olhar, encaro a televisão novamente. Agora está passando um comercial da modelo Nina Lanna e não consigo evitar lembrar de Lysandre abraçando o outdoor dela algumas semanas atrás.

— Ela está vindo de Paris, não está? O Lysandre deve estar muito feliz. - Kentin diz me entregando um copo de água enquanto se senta ao meu outro lado. Espera, eles conhecem ela?

— Acho que é por isso que ele parou de dormir tanto. Deve estar ansioso. Ela vem no dia do acampamento, não é?- Armin pergunta. Acampamento? E o Lysandre parou de dormir?

— Isso. Tessa, você está com a expressão de quem quer perguntar algo. Pergunte e como agradecimento eu te respondo. - Kentin disse sorrindo.

— Agradecimento?- pergunto confusa.

— Você tem nos proporcionado muita diversão, Tessa. - Armin diz, me fazendo encarar seus olhos safira. Droga, como desviar o olhar agora? - Fazia muito tempo que eu vinha para escola e tinha algo interessante para ver.

— Nesse caso... o Lysandre conhece a modelo Nina Lanna?- pergunto ainda encarando Armin. Ele sorri de lado e fica pensativo antes de me responder.

— Se ele conhece? A Nina é como sua irmã, sua amante, ou até sua mãe. Depois do acidente que causou a morte de seus pais ele se fechou para o mundo e ela abriu a bolha que ele tinha se isolado. – Ele diz, sustentando meu olhar. Processo a informação do que ele acabou de dizer, me lembrando de nossa conversa em frente ao outdoor. Céus, será que ficou ofendido quando falei que ela se casaria com um príncipe?

— Então... – começo, ainda olhando para Armin, mas Kentin apoia uma mão em minha coxa e não consigo deixar de pensar se ele percebeu que por vontade própria eu não desviaria o olhar de Armin.

— Então ela é tudo para ele. Que eu saiba, até seu único amor. – Kentin diz quando finalmente (após muita luta e força de vontade) olho para ele.

— E que acampamento é esse?- pergunto.

— Você deve ter faltado quando falaram. A gente vai acampar na casa do lago Sworis aqui perto. Vai ser divertido. - Kentin diz alegre.

— Vocês vão?- pergunto de certa forma chocada. Desde quando eles socializam com nós mortais? Quer dizer com os mortais, eu não estou neste grupo.

— Claro. Até a Nina vai. Será para tranquilizar o pessoal antes da semana de provas que virá em seguida.  Mas no seu caso...  eu acho melhor você faltar. - Armin diz e eu volto a ficar presa em seu olhar. Mas então noto que ele sugeriu para que eu não fosse e me sinto ofendida.

— Por quê?- pergunto empinando um pouco o nariz.

— Você é estúpida ou algo do tipo? Um acampamento, eles com certeza têm algo para acabar com você lá. - kentin diz, novamente tocando minha coxa. Será que ele sabe da influência do amigo, por isso fica me trazendo para realidade?

— Bem que vocês podiam tirar meu F4... – resmungo olhando para o final do comercial na televisão. Lysandre e Nina. Quem diria.

— Claro. Peça perdão de joelhos para o Castiel e deixe-o tirar uma foto desse mágico momento e ele ficará feliz em tirar seu F4. - Armin diz rindo. Sorrio também, me recusando a ficar presa por seus olhos novamente.

— Nesse caso, vou pensar em algo para fazer enquanto vocês estarão nesse acampamento. Até mais, F4.- digo me levantando. Os dois acenam para mime enquanto saio do salão da F4.

***

Os dias se seguiram com tranquilidade e eu soube que fiz um recorde. A pessoa que conseguiu manter um F4 por mais tempo na história. Algo para se orgulhar? Com certeza!

Durante a semana a escola parecia ter se transformado por completo em uma biblioteca. Pessoas desesperadas tentando aprender as matérias acumuladas, dentre elas Alexy e Rosa. As aulas normais haviam sido suspensas e transformadas em horários de estudos, que por incrível que pareça, o hospício Sweet Amoris parecia estar usando de verdade.

Depois do primeiro dia de estudos as pessoas descobriram que eu era inteligente e me vi o resto da semana dando aulas. Quem diria, de vítima para professora. Se não fossem meus amigos como Rosa, Alexy, Debrah, Íris e Melody eu teria simplesmente rido da cara deles enquanto via eles tirarem notas mais baixas que eu.

Mas quando descobri que Rosa e Alexy estavam em vigésimo e vigésimo primeiro no ranking de notas eu não pude evitar querer ajudá-los. Ficar abaixo dos dez primeiros é algo que eu sempre vi como muita vergonha. Não que eu já tivesse corrido algum risco, eu sempre fiquei em primeiro sem estudar.

Quando sexta feira finalmente chegou eu mal consegui acreditar. Eu teria três dias de paz da escola, da F4, do F4. Agora que as sessões de estudo estavam encerradas, eles com certeza se lembrariam de me torturar. Logo, resolvi ir para a cidade, iria explorá-la para conhecer melhor o lugar em que estou morando. Dessa forma, enquanto todos estão se preparando para ir acampar, eu estou com minha regatinha e meu short, satisfeita com minha mala ao meu lado, pronta para ir para um hotel de luxo. Escolhas, meus caros, escolhas.  

Fico parada ao lado de Alexy e Rosa aguardando o ônibus da escola chegar para eles, mas ALexy continua tentando me convencer a ir. Será que ele não está vendo o quanto eu estou feliz de não ir?

— Eu ainda tenho juízo na minha cabeça. Aproveitem o recesso longe de mim. - digo feliz.

Eles continuaram falando, mas minha atenção se voltou para a F4 que estava sem um componente. Onde está o Lysandre? Armin está com uma menina em volta de cada braço e não tenho certeza se elas são da escola, mas em seus olhos posso ver que estão apaixonadas por ele. Me pergunto se elas também estão sob o efeito daqueles olhos, mas como elas ainda conseguem se encarar, sei que não. Será  que só eu tenho a carne fraca assim? Olho um pouco mais para esquerda e outra garota está dando comida na boca de Kentin enquanto ele brinca de girar um revólver de plástico  na mão. Já Castiel... Acho que nunca o vi tão inquieto. Ele anda apressado e me lança olhares furiosos e volta a andar. Será que ele está com raiva de mim? Não que isso vá me surpreender, ele ainda descontou a joelhada em seu brinquedinho favorito.

— Terra para Tessa.- Alexy diz.

— Desculpa. Vocês sabem por que o Castiel está tão furioso?- pergunto.

— Eu não sei nem por que ele está vindo. - Rosa diz.- ele nunca vem nesse tipo de coisa, só o Armin e o Kentin.  Ah, se bem que ele veio uma fez. Quando estava namorando a Debrah.

— Shiu, Rosa. Esse assunto é proibido, esqueceu?- Alexy pergunta, mas não consigo deixar de evitar que minha surpresa transpareça. Toda vez que lembro dessa história meu coração se aperta um pouco por Castiel, por mais idiota que ele seja.

— Boa viagem gente. Vejo vocês em três dias. - digo acenando quando vejo o ônibus se aproximar.

Meu taxi chegou às 14h e pego minha malinha pequena saltitante. Ainda não consigo processar que terei três dias de paz, talvez eu até consiga ir em um SPA. Vou fazer vídeo chamada com Viktor para assistirmos algum filme de terror e eu ver suas reações apavoradas. Comer comida de primeira. E claro, estarei segura.

Faço o check-in no hotel meia hora depois e resolvo tomar um banho antes de sair para explorar essa cidade. Visto um vestidinho fresco e me encaro no espelho.  Se não fosse pelo meu nariz que ainda está um pouco torto desde a bolada, eu diria que nunca saí do Canadá para vir a esse fim de mundo, também conhecido como Estados Unidos. Viktor podia estar me esperando do lado de fora agora mesmo para tomarmos sorvete.

Sinto muita falta de minha antiga cidade, onde eu pelo menos coordenava a todos e não era coordenada. Sinto falta até de chegar em casa, onde eu tinha uma mãe com diversas amigas conversando sobre coisas inúteis e dizendo que esse era seu trabalho, sendo que realmente era. O trabalho dela é ser rica e manter as aparências. Então surgiu sua filha. Uma garota que não da a mínima para o que as pessoas falam, foge da mídia que cerca seus pais e têm apenas um amigo. Que a policia já pegou várias vezes, mas nunca prendeu por causa de seu pai. Uma excluída na escola, que as pessoas temiam e admiravam de longe.

Meus pais quase nunca olhavam na minha cara. Eu sou a decepção deles. Para todos, nós éramos uma família incrivelmente feliz, com uma mãe adorável, uma filha perfeita e um pai dedicado. Meus pais tomavam cuidado para que essa seja a imagem que nós passaríamos ao mundo.

Depois da noticia do blog da patricinha eu descobri que meu pai está vigiando minha imagem. Ele me ligou no domingo gritando comigo por deixar as pessoas saberem de coisas assim. Disse que não ligava se eu estivesse grávida ou não, mas as pessoas não poderiam saber. Afinal, o que seria da sua imagem perfeita se as pessoas descobrissem que sua filha de 16 anos estava grávida. Falou até que pagaria feliz o aborto.

Certo, meus pais não eram o motivo da minha saudade. Viktor era. O cara que me seguia para qualquer loucura e até propunha um monte. Fazia questão de dizer todos os dias como eu estava linda e fazer piada sobre minha altura. Bater em um cara por que ele falou mal de mim. Meu anjo. Alguém que eu não tenho mais. Agora não há ninguém para me proteger dos perigos da F4, mas por um lado, estou extremamente feliz com isso. Eu percebi que sei me defender sozinha e que posso ter amigos. Estar com Viktor era a mesma coisa que fechar meu mundo e, no momento que vim para cá, esse mundo se abriu.

Desço o elevador e não consigo deixar de sentir algum pressentimento muito ruim. Atravesso o saguão com bastante cautela e mal posso acreditar no que vejo quando piso do lado de fora.

— Que diabos vocês estão fazendo aqui?- pergunto quase gritando. E meus três dias? Eu teria três dias de paz, lembra? Isso não está nos meus três dias!

Minha escola inteira que de manhã havia saído para um divertido acampamento está na minha frente. É uma brincadeira de mau gosto?

— Oh, Tessa. Que surpresa. - Castiel diz sorrindo e se colocando a frente. - nós estamos no hotel ao lado.- ele mostra com o dedo.

O hotel que eu escolhi era o melhor da cidade fora da companhia Sworis. O que estava do meu lado era o melhor da cidade, pois era da companhia. Ele era simplesmente imenso e o único motivo de eu não ter o escolhido é por que era da família do Castel. 

— Vocês não iam para um acampamento?- pergunto choramingando. Castiel me avalia satisfeito. Ele abre a boca para responder, mas Alexy e Rosa passam por ele (com muita coragem, devo admirar).

— Tessa!- Rosa corre para me abraçar. Estou contente em ver meus amigos, mas... E MEUS TRÊS DIAS?

Estou massageando minhas têmporas quando um taxi para no hotel ao lado e a porta se abre revelando Lysandre com uma expressão que eu nunca tinha visto em seu rosto. Ele está com um sorriso que seria capaz de iluminar o mundo inteiro e logo entendo o por que: Nina sai do taxi logo em seguida. Ela entrelaça seu braço no dele enquanto os dois caminham em minha direção, onde o restante da F4 parece ter tido a divertida ideia de se reunir.

— Resolvemos variar um pouco. Quem diria que iríamos nos encontrar. - Castiel diz finalmente. Sim, claro. Foi apenas uma coincidência. Vou fingir que acredito e que ele não está aqui para fazer da minha vida um inferno. Lysandre e Nina agora estão próximos e param enquanto cumprimentam Armin e Kentin.  - Hoje de noite terá um baile aqui no hotel. Você deveria vir.

Castiel diz e me lançaum sorriso sarcástico. Tomate idiota, bipolar, estranho e maluco! Estou prestes a berrar um não que seria ouvido até pela diretora que estava na escola ainda, mas Lysandre começa a vir diretamente para mim. Castiel se vira para cumprimentar Nina e Lysandre sorri.

— Hoje de noite vai ter um baile para comemorar a chegada dela. Eu sei que você pode não querer vir por causa do Castiel, mas será divertido. Você realmente devia vir. - ele diz.

— Eu vou. - digo sem nem pensar. Céus, eu quero dizer não, por que acabei de dizer que iria? O que tem de errado com você, Teresa Chase? Perdeu uns neurônios convivendo com o Casiel?

— Então até de noite. - ele pisca e acena para mim enquanto volta para o lado de Nina, que parece me examinar com um olhar curioso.

— Você nunca me disse que era chegada com os meninos da F4. - Rosa cantarola ao meu lado.

— Nem eu sabia. Estou sob um F4, certo? - pergunto controlando a batalha mental que transcorre na minha mente. Eu estou discutindo comigo mesma quando virei uma idiota carne fraca.

— Bom, Armin falou que você era divertida. E os outros membros parecem concordar. Enfim, nós temos que ir fazer o Chack-in, te vemos de niote? Viremos te arrumar. – ele diz. Aceno com a cabeça sem processar direito o que ele estava falando, já que minha cabeça agora era um campo minado. Estava até vendo a antiga Teresa ali gritando “força, Tessas, garotos bonitos são hipócritas!”, mas a Tessa boba estava ali “vou te mostrar a força!” e arremessava uma granada de olhos azuis e outra de olhos diferentes.

Ainda com essa briga mental em minha cabeça tomo meu caminho para o parque da cidade.O fato de a escola estar aqui não era algo que eu poderia intervir. Mas o baile... me meti em uma furada, isso é claro. E divertida? É isso que sou para a F4? Por isso vieram acabar com minha paz momentânea? Mas... pensando bem... eu nunca gostei muito de tranquilidade mesmo.


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Notas finais do capítulo

Que tal me contar suas teorias? E claro:
Gostou?
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— Detoni