Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 32
Fênix


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho ideia de por começar a pedir desculpas para vocês pela demora do capitulo. Vou começar explicando o por que da demora, pode ser? Eu mudei de escola e tudo ficou uma loucura. Meus pais queriam que eu me organizasse na nova escola e estavam nas provas finais... gente, eu realmente espero que vocês me desculpem. Não pretendo ficar mais de duas semanas sem postar, nunca pretendi. Espero que isso não afete nossa amizade :/
Ok, fugindo desse assunto... GALERA, TRÊS RECOMENDAÇÕES ENQUANTO EU ESTAVA FORA. ME SINTO ATÉ PODEROSA! hahahhaha bom, Naty Andrade: te agradeço muito! hhhahahaha não pretendo parar com a fic tão cedo, afinal eu sou dependentes de vocês para minha felicidade hahhahah / bells: fico muito contente que tenha gostado tanto assim da fic! Espero que todos estejam gostando tanto quanto você. Obrigada



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"Um homem precisa se queimar em suas próprias chamas pra poder renascer das cinzas!" - Friedrich Nietzsche.

Visão de Castiel Sworis (O líder/ tomate ambulante)

A única coisa da qual posso pensar no momento é: o senhor Gonzales irá cair. Encaro o relógio sabendo que em trinta minutos o sinal para o toque de recolher irá tocar e eu deveria estar dormindo. Mas bom, eu não ligo para regras e que tipo de lugar tem toque de recolher? Que coisa ultrapassada.

Dou uma pausa nas minhas anotações (ainda em branco) de como derrotar o senhor Gonzales e viro para trás encarando o restante do quarto. Esse lugar deve ser do tamanho do meu banheiro e ainda por cima estou dividindo com duas pessoas.

Kentin está cantarolando enquanto passa uma fita isolante no chão de forma que o espaço dele e do Alexy ficassem divididos. O irmão colorido do meu amigo encara a cena divertido.

— Kentin, larga de fresco. - eu disse. Kentin apenas me ignorou e cortou a fita isolante com uma tesoura. Até ai tudo bem, mas então ele pegou um papel e pregou na parede escrito "Território do Kentin". Não aguentei minha crise de riso. - virou cachorro para marcar território? - pergunto. Alexy começa a rir e Kentin faz uma careta.

— É apenas para vocês não invadirem a minha área. - ele disse. Girei os olhos e voltei a encarar a folha em branco na minha frente quando alguém abre a porta de forma a chamar minha atenção. Senhor Gonzales.

— Boa noite, senhores. - ele disse. Eu não gosto dele. Acho que se ele morresse seria um bem para a humanidade.

— Não é educado entrar sem permissão. Sabia que isso é invasão de privacidade? - pergunto voltando minha atenção para o papel.

— E você não sabia que eu tenho esse direito já que sou uma autoridade? - ele pergunta. Sorrio irônico e jogo minha cadeira em direção a ele.

— Que direito? Invadir o quarto dos alunos sem aviso prévio? Imagina se eu estivesse nu? Eu me sentiria violado, senhor. - eu digo ficando o mais sério que consigo ao final da minha fala. Kentin e Alexy me lançam um olhar como se fosse para eu parar de discutir que só pioraria as coisas, mas apenas dou de ombros para eles. Esse cara tirou todos os meus privilégios, por que eu deveria respeitá-lo?

— Essa seria argumentação válida, senhor Sworis, se esse fosse o seu quarto. - ele diz. Meu corpo gela. Não tem como ele ter descoberto que nós mudamos o sistema. O Armin é um mestre nisso.

— O que você quer dizer com isso? - pergunto. Ele sorriu e isso me irritou. Já sei. Ele me lembra a patricinha e minha mãe, por isso eu não suporto se quer olhar para ele.

— Houve um erro no nosso sistema, mas por sorte eu havia anotado todos os quartos a mão. Você está no quarto do senhor Parker e do senhor Percival. - ele diz. O quarto do Nathaniel. O cara que criou um motim na escola contra a F4, me fez brigar com a Teresa na época em que estávamos juntos e ficou com a Debrah na época em que ela era minha namorada. Nem ferrando que vou pro quarto desse daí.

— O senhor deve ter anotado errado. Me guiaram para esse quarto e eu já até mesmo me ocupei. - eu disse. Ele sorriu.

— Eu não cometo erros. Você tem dez minutos para sair desse quarto antes que o senhor Prior chegar. Eu realmente não gostaria de lhe dar uma detenção em seu primeiro dia no internato. - ele disse. Fiquei em pé e ele devia bater no meu peito. É do tamanho da Teresa? Por que criaturas baixas são tão estressadas?

— Então não me dê. Simples assim. - eu disse. Ele sorriu.

— Amanhã você terá que limpar o campo de paintball após a aula com a senhorita Chase. -ele disse. Céus, o que a Tessa fez dessa vez?

— Por que com a senhorita Chase? - pergunto.

— Ela tentou me chutar hoje a tarde. Não importa quantos castigos eu tenha que dar, vocês dois terão que aprender a se comportarem. - ele disse e encarou o relógio. - oito minutos agora, senhor Sworis.

Quando o senhor Gonzales saiu do quarto eu devia estar sorrindo como um maníaco. Ela tentou chutar ele. Sério, tem como meu amor pela Tes aumentar? Cada hora que eu decido que vou esquecê-la ela me lembra o por que de eu ser apaixonado por ela. Sua personalidade única.

— É melhor você ir. - Alexy resmungou. O encaro ainda sem conseguir conter meu sorriso.

— Admita azulado: você só quer se livrar de mim. - eu disse. Ele fez um aceno de positivo e eu rio. De repente eu sinto que o mundo é um lugar tão bonito. Mas desde quando eu fico feliz por pegar detenção?

Saio do meu quarto com uma mochila preparada e depois de duas portas, abro o meu novo quarto com um pontapé. Três pares de olhos se viram para mim e Armin sorri.

— Achei que você fosse se rebelar. - ele disse.

— Hoje eu estou de bom humor. - eu digo e entro dentro do quarto me jogando na maior cama do quarto.

— Ei, Sworis, essa cama é minha. - o imprestável do Nathaniel disse. Fingi ter uma arma com os dedos e atirei em direção a ele.

— Falou errado, Percival. Era sua. Será muito divertido estar no seu quarto. - digo. Lysandre balança a cabeça em negativa e joga o livro em cima do rosto, provavelmente voltando a dormir. Nathaniel não fala mais nada e eu sorrio vitorioso. Agora é voltar a pensar no meu caderno em branco.

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Visão de Teresa Chase ( Domadora de F4/ Mulher maravilha/ Garota pijama)

— Se você não começar a revidar eu vou contar para o Leight. Ai o Leight conta para o seu namorado. - Rosa disse enquanto terminava de passar a base no meu rosto antes de irmos para a aula.

— Eu vou revidar. Hoje eu tenho um plano fenomenal. - eu disse. Rosa ergue a sobrancelha.

— Por que eu sempre fico com medo quando você diz isso? - ela perguntou. Nesse momento eu me dei conta do quanto eu tenho um sorriso de psicopata. Mas de qualquer forma, o que tem de errado com meus planos? Eles sempre funcionam.

— Você acha que a Ana Clara sabe imitar minha voz? - pergunto.

— Não me diga que vai faltar. - Rosa resmungou. Me levantei da cadeira ajeitando meu tênis e pegando meu moletom preto com minha mascara de ninja.

— Vou fazer melhor. Vou descobrir a identidade da patricinha. Ela já ultrapassou seus limites comigo e eu vou ultrapassar os dela. - digo puxando a mascara na minha boca e subindo o capuz do casaco.

— Ah é, volte antes do jantar. O Leight quer jantar com você e o Lysandre. - ela diz. Giro os olhos e me sinto ofendida. Ela não vai nem ao menos me dizer para não arriscar a esse ponto?

— Não vai nem tentar me impedir? - pergunto. Rosa ri e pega a mochila no chão.

— Eu sei que você não vai conseguir mesmo. Vou ensinar a Ana Clara a imitar sua voz. - ela disse e puxou meu capuz ainda mais para frente enquanto passava por mim. - e não se esqueça da sua detenção hoje a tarde.

Quando ela sai do quarto resmungo um milhão de palavras indelicadas para mim mesma. Por que eu fui inventar de tentar fazer o senhor Gonzales tropeçar? Agora eu tenho detenção e vou ter que parar minha busca interminável pela patricinha.

Para dar um ar mais dramático pulo a janela do quarto e corro pelo campus enquanto todos me encaram. Eu provavelmente seria banida de uma academia de ninjas, já que a primeira lição é aprender a esconder a identidade.

Entro dentro da antiga sala da F4 e Armin está parado me esperando como se não pudesse acreditar que estava ali. Sorrio para ele e estendo a mão, esperando o pequeno objeto metálico, vulgo pen drive.

— Você é louca. - ele disse me entregando. - e eu devo ser mais ainda para estar te ajudando.

— Você é o melhor haker que eu conheço, vai dar tudo certo. - digo.

— Da última vez em que tentamos hakear a patricinha, ela se estressou. E muito. - ele disse. - o arquivo que tem no pen drive vai operar sozinho. Ele consegue entrar em qualquer rede da escola, o que te da acesso a todos os aparelhos que estão conectados na internet do internato. - ele explicou. Girei o pequeno objeto e minha mão e consegui até imaginar meus olhos brilhando de animação.

— Está perfeito. - digo.

— Mas ontem o senhor Gonzales descobriu que eu entrei no sistema, fiz algumas mudanças, então você terá cerca de duas horas no máximo antes de ser rastreada e pega. -ele disse.

— E se eu ficar trocando de computador? - pergunto. Armin ergueu a sobrancelha.

— Talvez funcione, já que eles irão localizar o seu ID. - ele diz. Certo, próxima missão: arrumar mais dois laptops.

— Você não tem um laptop para me emprestar não? Talvez dois? - peço. Armin sorri e passa a mão no meu cabelo pelo capuz.

— Vou te emprestar o meu e o do Alexy. Mas eu ainda não entendi o que encontrar a patricinha tem haver com derrotar o senhor Gonzales. - ele disse. Foi minha vez de sorrir.

— Isso é um objetivo pessoal meu. - eu disse. - obrigada pela ajuda, Armin. Devemos ir buscar os laptops agora?

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Visão do Lysandre (O príncipe/ Um cara que dorme bastante)

O movimento no corredor estava mais tranqüilo, o que me deixava automaticamente mais nervoso. Isso é por que as pessoas estão se acostumando com isso? Não que isso me incomode, eu gosto de igualdade, mas é tão... comum.

— Sua namorada resolveu perseguir a patricinha. - Armin me disse apoiado do meu lado. Franzo a sobrancelha. O que a Teresa estava pensando dessa vez?

— Ela te contou o motivo? - pergunto. Armin nega.

— Ela disse que era pessoal dela. Ela tem estado estranha ultimamente, você notou alguma coisa? - ele pergunta. Mordo meu punho para tentar pensar melhor. Ela não estava diferente, parecia a mesma Tessa de sempre.

— Não, por que? Estranha como? - pergunto.

— Com a cabeça mais nas nuvens que o normal. - ele disse. Nesse momento Rosalya sai da sala da Teresa com a expressão cansada.

— Rosalya. - chamei. Ela se virou para nós e veio em nossa direção.

— Oh, onde está o resto da F4? - ela pergunta.

— Eu não sei. O Castiel disse para virmos para a aula juntos, mas ele dormiu sem escrever nada e não acordava por nada. - dei de ombros. Ele parecia bem frustrado na hora de dormir, abraçando aquele caderno branco e arremeçando folhas de papel na cara do Nathaniel.

— Bom, eu vou para minha sala agora. - ela disse. Isso me lembra o por que de eu ter chamado-a.

— O que você está fazendo na sala da Teresa? - pergunto.

— Ensinando a Ana Clara como imitar a voz da Tessa. Ela decidiu faltar hoje. - Rosalya deu de ombros.

— Eu te avisei. - Armin disse.

Pego meu celular no bolso da calça jeans e tateio o outro bolso em busca do meu bloco de notas. Ao que parece eu o perdi novamente.

— Armin, você não viu meu bloco de notas por ai? - pergunto. Ele nega e Rosalya vai embora quando o sinal bate. Procuro no parapeito da janela e percebo que ele caiu no térreo. Céus, eu até poderia pegar se eu não estivesse com tanta preguiça. - deixa para lá.

Aperto o numero dois na minha discagem rápida e espero a Teresa atender o telefone. Ela atende no primeiro toque.

— Lys, você sabe que eu te adoro, mas quer me ferrar? - ela sussura no telefone.

— Eu quem pergunto. Que idéia é essa de procurar a patricinha? - pergunto. Posso imaginá-la brincando com as mãos a medida que hesita em me responder.

— Só me deu vontade. É bom que ela para de mexer comigo no blog dela. - ela resmunga. Suspiro. Se isso a incomodava tanto por que não falar comigo ou com os meninos? A gente poderia dar um jeito.

— Ela é perigosa, Tes. - digo. Ela bufa.

— Eu sou mais. Eu sou a domadora de F4, esqueceu? - ela pergunta. Isso me deixou impaciente. Ela não percebe o poder da patricinha? Ela poderia ficar em depressão ou algo do tipo e... acho que eu surtaria se isso acontecesse. E céus, a F4 não existe mais. É difícil, mas é real.

— Tes, a F4 não existe mais. - digo.

— Lysandre Parker, eu só não desligo na sua cara agora mesmo por que você é meu namorado. Pare de dizer isso, todos nós estamos trabalhando em como derrubar o senhor Gonzales. Ah caramba, tem um sinal de... Te vejo no jantar, ok? Beijos. - ela diz e desliga o telefone. Encaro Armin.

— Quais são os perigos dela ser pega? - pergunto.

— 80% de chance dela ser suspensa. - Armin respondeu. Nosso novo professor de história estava entrando na sala. - agora pare de pensar nisso. Vamos para a aula.

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Visão de Kentin Ruiz (O lutador/ Herdeiro da máfia)

Acordei com dor nas costas. Que tipo de cama é essa? Se é que isso é cama. Até mesmo no exército eu tinha camas melhores do que essas. Como de costume, ainda eram 5 da manhã. Acho que quando se passa anos acordando a essa hora você não consegue mais desaprender.

Encaro Alexy que dormia preguiçosamente ainda virado para minha cama, após passar a noite me encarando. Ele... ele não gostava de mim, certo? Não que eu nunca tenha pego um cara, mas é diferente ter um apaixonado por mim. Foi por experiência, não para namorar.

Coloco minha jaqueta por cima da camiseta preta e desenho um coração no rosto de Armin antes de deixar o quarto. Minha caminhada resulta em frente ao lago da Sweet Amoris. Isso é o tipo de coisa que me deixa tranqüilo. Nunca fui o tipo de pessoa que se utiliza do status do meu pai, a menos que seja para ajudar um amigo. E sendo amigo da F4 eu preciso usar esse status com uma freqüência enorme.

Me sento no banco e tenho um vislumbre do aniversário da Tessa quando eu vi ela beijando o Armin em algum lugar perto daqui. Pena que eles eram tão opostos se não poderiam até ter dado certo. Mas agora eu tenho dois melhores amigos apaixonados por ela. Talvez seja extamente por isso que eu não sou.

Algumas vezes eu cheguei a culpá-la de todos os problemas da F4. Do sofrimento do Lysandre e depois do sofrimento do Castiel. Então eu percebi que ela é apenas humana. Se ela fosse uma observadora como eu, acredito que ela teria mais juízo em suas ações.

Fecho meus olhos e absorvo o nascer do sol esperando que o horário para a aula comece. Acordar de manhã, tão cedo, é bom para colocar os pensamentos no lugar, mas também é bastante solitário.

Não sei quanto tempo se passou até que eu comecei a ouvir as primeiras vozes e resolvi me levantar. Em meu caminho para o prédio principal, vi Rosalya, a amiga da Tessa, com uma expressão confusa e fazendo sons estranhos com a voz. Por alguma razão eu imagino que isso seja influência da Teresa.

Alguns momentos depois vi a própria Teresa andando com um capuz e sua mascará de ninja. Sinceramente, até quando ela vai pensar que é invisível? Se ela quer tanto se camuflar, mande-a para o exército. Mas tinha algo errado. Era sua postura. Suas costas pareciam incertas, como se cada passo lhe causasse dor.

— Te- - começo a chamá-la, mas me detenho ao ver ela entrar na área da F4. Os meninos verão que tem algo errado e irão dar um jeito nisso.

— Você acha que a disciplinária viu nossos rostos? - escuto uma voz atrás de mim perguntar. Me coloco nas sombras e abaixo a cabeça para fingir que estou dormindo.

— Eu não sei. Acho que ela ficou mais preocupada quando ela perdeu a consciência do que com ver nossos rostos. - outra voz responde. Respiro fundo. Bullyng sem a autorização do Castiel? Essa escola enlouqueceu?

— E se a Chase tiver visto nosso rosto? - ela pergunta. Detenho meu choque. A Teresa? A Tessa era o alvo delas.

— Ela sabe apenas o nome da F4 e olha lá. Aquela dali é mais ignorante do que tudo. - ela responde. Não consigo ouvir isso em silêncio. Me coloco em frente a elas, fazendo ambas darem um pulo.

— A Teresa pode até ser, mas eu não sou. - digo. Elas parecem petrificadas. - que tal me explicar por que estão fazendo bullyng com minha melhor amiga? - pergunto.

—_________*****__________

Visão de Teresa Chase

Eu já tinha passado por quase todos os dispositivos conectados na internet e descobri algo muito interessante: embaixo de uma cama é um ótimo covil do mal. Atualizo o computador do Alexy enquanto ligo o do Armin e nesse momento meu olhar bate no saquinho que escondi debaixo da cama alguns meses atrás.

Olhar para esse saquinho me faz perder a fome do almoço que não tive. O colar que o Castiel havia me dado estava brilhando em ouro por trás da camada preta do saquinho. Seguro a vontade de abri-lo e voltar a pensar no tempo em que eu me abri um pouco para o Castiel. Coisa da qual nem eu mesma entendo por que parei de fazer.

Me distraindo dos meus pensamentos escuto a porta abrir me fazendo dar um salto e quase bater a cabeça na cama. Então eu vejo um par de sapatos sociais em frente a minha cama e tampo a respiração ao reconhecer a marca de segunda mão que apenas o senhor Gonzales usa.

— Sim, senhora Sworis, estou no quarto dela. - ele diz e começa a mexer na minha escrivaninha. - como exatamente é esse colar? Sim, uma lua e uma estrela. Mas é uma jóia de família? Ah, entendo, pertence a senhorita Merces. Não, eu tenho certeza que ela está na aula. Ela ganhou falta pela manhã, mas não a tarde. - ele diz. Como assim eu ganhei falta pela manhã? Eu mato a Ana Clara e... ele estava procurando o colar que o Castiel me deu?

"Ela não tem nada como uma caixinha de jóias. Daqui a pouco ela tem uma detenção para cumprir e colocarei uma equipe de busca no quarto. Com certeza, iremos recuperar ainda hoje."

Escutei a voz afastando e só então percebi que eu estava mordendo meu pulso. Respirei fundo e tentei avaliar o que tinha acabado de acontecer. Eles querem o colar que o Castiel me deu? Por que? E minhas habilidades de ninja estão tão boas assim?

Olho com expectativa pela última vez para os computadores e fecho os três rapidamente, saindo do meu covil do mal e jogando o capuz por cima da minha cabeça. Abaixo novamente e pego o saquinho com o colar do Castiel e ignorando a dor em minhas costas pulo a janela do meu quarto.

Caminho em direção a sala da F4 sabendo que provavelmente não terá ninguém lá. Eu estava parcialmente enganada. Não havia ninguém importante, mas haviam alguns alunos do segundo e primeiro ano. Eles me encaram quando eu entro e me jogo no canto escondido da sala, onde o Lysandre costumava dormir.

Eu não estou conseguindo processar as informações direito. No fim da minha pesquisa, eu descobri que a patricinha não estava na área norte dos dormitórios e não estava no terceiro ano. E descobri que fariam uma busca completa no meu quarto hoje a tarde em busca de um colar que está escondido dentro do meu sutiã nesse momento.

Não sei por quanto tempo eu fiquei deitada ali, provavelmente até cheguei a dormir, quando senti alguém cutucar meu braço. Abro meus olhos sobressaltada e vejo os olhos de Lysandre e sua expressão séria.

— Não da para fingir nem um sorriso? - reclamo. Ele continua sério.

— Por que você não atendeu quando eu te liguei, eu fiquei preocupado. Você foi pega? - ele perguntou. Me sento e o encaro.

— Eu estou bem. - minto. Então ele finalmente sorri e eu seguro a barra de sua camisa puxando-o para baixo e colando seus lábios nos meus. Então ele finalmente riu enquanto caiu em cima de mim apoiando uma mão no chão para aliviar seu peso. Tentei não pensar em nada enquanto eu o beijava, mas não ficou tão possível assim quando ele esbarrou no colar do Castiel que estava no meu sutiã.

— O que é isso? - ele perguntou franzindo a testa. Isso me lembrou duas coisas: eu tinha que falar com o Castiel e tinha uma detenção agora.

— Ah, droga. Tenho detenção agora. Te vejo no jantar? Te adoro. - digo e lhe dou um selinho antes de me levantar ignorando o olhar que as pessoas na sala me davam e do Lysandre confuso que eu deixei no chão.

Corro em direção ao campo de paintball imaginando quando eu poderei falar com o Castiel. E quase tive um ataque cardíaco ao ver o tomate dormindo na base de tiro ao alvo com a expressão mais tranquila do mundo. Sorrio para mim mesma com a visão. Ele parecia tão inocente dessa forma. Me sento ao seu lado e sua cabeça cai em meu ombro me fazendo dar um pulo e ele acordar.

— O que você está fazendo aqui? - pergunto me levantando e ignorando o peso imaginário de sua cabeça ainda em meu ombro.

— Você está atrasada para a denteção. Anda, vamos começar ou nunca terminaremos. - ele diz. Ele também pegou detenção? Isso é engraçado.

— Eu tenho algo mais importante para falar com você. - digo. Ele ergue uma sobrancelha.

— Diga. - ele disse.

— O... colar que você me deu. - digo e ele sorriu antes de eu continuar. - ele era uma joia de família? - pergunto. Ele pareceu levar um susto.

— Está louca? Eu mandei fazer de um esboço de desenho meu. Por que? - ele perguntou. Nesse momento me senti aliviada, incrivelmente feliz e até um pouco decepcionada.

— Eu acho que sua mãe quer esse colar. - digo. - estão fazendo uma busca no meu quarto.

— Eu fiquei sabendo que você faltou para procurar a patricinha. Pare com isso. - ele disse. Senti toda a felicidade do meu corpo me esvaziar. Ele deveria me apoiar nisso, quem me colocava juízo na cabeça era o Lysandre.

— Eu estou falando de uma coisa completamente diferente com você. - digo.

— E eu estou te avisando. Ela é perigosa. E... por agora eu preciso dela. - ele disse.

— O que? - pergunto. O Castiel agora tinha pactos com a patricinha?

— Eu preciso dela para derrubar o senhor Gonzales. Eu finalmente tive um plano.

—_________*****__________

Conto (Teresa Michaela Chase)

Crianças armadas

O rosto delicado da garota nova estava escondido no meio do longo cabelo castanho que ela tinha. As pessoas em sua sala não paravam de encará-la o que era estranho, já que eles tinham apenas treze anos. Ou essa já era uma idade mais do que o suficiente.

— Espero que esteja contente por me arrastar para essa escola. - ela resmunga para seu único que parecia ter ganhado na loteria.

— Você era solitária na outra escola. Agora tem a mim. - ele disse. Teresa Chase o olhou com raiva através de seus olhos que pareciam uma tempestade. Mas assim que viu seu sorriso sua fúria passou. Ela não conseguia ficar com raiva dele.

— Mas eu sou a transferida. - ela disse.

— Acho que esse nome até que combina com você. - ele brincou e ela o empurrou para o lado. - hoje nós vamos para sua casa ou para a minha?

— Talvez seja melhor se você não andar muito perto de mim. Quero um namorado decente. - ela disse. Viktor riu, achando a idéia absurda.

— Você só atrai maníacos. Quer saber? Se você encontrar alguém calmo se agarre a esse cara. Ele provavelmente será o único que conseguirá te aturar pelo resto da vida.

— Você é depreciativo. - ela resmungou apesar que sentia uma certa verdade em suas palavras. Ela era acostumada ficar sozinha, por isso a única coisa que buscava era algo fixo. Como um namoro calmo e sem abalos. O típico namoro chato e perfeito.

— Sou realista. Mas você está com suas babás hoje? - ele perguntou. Teresa sorriu irônica.

— Imagina. Acredita que ontem meu pai disse que eu sou livre para o que quiser? - ela perguntou. Viktor riu e passou a mão nos cabelos dela.

— Vamos para sua casa então. - ele disse pegando a mochila dela no chão. Todos os observavam enquanto eles saiam da escola. Ela por ser a transferida e ele por ser o cara que estava abrindo mão de sua popularidade para ficar com a transferida. Afinal, ela era a filha do procurador. Quem iria querer se meter com uma pessoa dessas?

— Senhorita Chase. - uma voz a chamou enquanto ela parou na esquina. Os dois pré-adolescentes se viraram para o carro de polícia. - sua aula já terminou? - a policial perguntou.

— Sim. - Tessa respondeu entediada enquanto tentava entrar no carro mais rápido possível para que não acabasse chamando mais atenção. Mas obviamente seus planos foram frustrados. Como em suas antigas escolas, todas as crianças e seus pais observaram o momento em que a garota entrou na viatura da policia, bem no lugar onde os prisioneiros sentavam, sendo seguida por seu melhor amigo.

— Nos perdoe por esse incomodo, senhorita Chase. - a policial disse. Teresa apertou a bainha de seu vestido com raiva e rangeu os dentes na hora de responder.

— Sem problemas. - a garota disse e Viktor, ao perceber o estado da amiga, segurou sua mão alegremente.

— Eu estava pensando, Jane, quando você está estressada o que você costuma fazer? - Viktor perguntou a policial. Com o tempo, Teresa já havia desenvolvido uma certa familiaridade com suas guarda costas, mas não chegava nem aos pés de Viktor. Ele socializava até com um mendigo.

— Eu? Quando estou muito frustrada eu... atiro. Tem um centro de tiro ao alvo na delegacia. - ela comentou de maneira natural. A resposta claramente atraiu a atenção de Teresa.

— Atirar? Você acha que eu poderia tentar? - ela perguntou curiosa. Jane pareceu hesitante, mas por fim deu de ombros. Afinal, não poderia fazer mal algum.

— Claro, por que não? Vejo que não teve um primeiro dia produtivo, senhorita Chase. - Jane já havia tentado chamar Tessa dos diversos apelidos que ela possuía, mas a garota havia corrigido para senhorita Chase em todos os momentos. Ela não gostaria de pensar que o que seu pai estava submetendo-a era algo para se acostumar.

— Na verdade, dessa vez eu tenho um amigo. - a garota respondeu apertando a mão de Viktor e encarando a cidade que passava por trás das grades no banco do prisioneiro. Era exatamente assim que ela se sentia: uma prisioneira do pai. Ela não podia fazer nada sem a permissão dele e não podia ter amigos sem que todos tivessem medo dele. A exceção era o garoto ao seu lado que havia crescido junto com ela.

Assim que chegaram na mansão dos Chase, Teresa desceu apressadamente do carro e jogou sua mochila no jardim se deitando na grama e fechando os olhos. Viktor se sentou ao seu lado brincando com algumas gramas.

— Senhorita Chase, o almoço está servido. - Jane disse pegando a mochila de Teresa no chão.

— Não estou com fome. Podemos começar com as aulas de tiro agora? - ela pediu ignorando o fato de que talvez Viktor e Jane pudessem estar com fome.

— Claro. - Jane respondeu.

Os minutos que se seguiram, Teresa se manteve em seu estado inérte na grama ao lado de Viktor. Ela sabia que estava cumprindo o exato papel de criança mimada, mas estava cansada de tudo. A possiblidade de pegar uma arma parecia reconfortante de um modo mórbido.

— Tudo bem, senhorita Chase. - Jane chamou. Viktor ajeitou os óculos de grau que ele detestava usar e se sentou como um bom telespectador. - ajoelhe dessa forma... postura reta. Segure com apenas uma mão...- Jane istruiu-lhe de maneira calma. Mas Tessa estava com raiva.

O primeiro tiro que ela disparou foi para todas as pessoas do mundo que praticavam bullyng.

O segundo, para todas as crianças mimadas como ela.

E o terceiro, foi na esperança de um futuro melhor.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu sei que já pedi muitas desculpas, mas mais uma vez não mata né? Desculpa gente :/ bom, estou indo para o quarto do pânico com o Ted. Podem me xingar o quanto quiserem, ouvirei a todas vocês (eu mereço né?). Agradeço as lindas recomendações novamente. Quando eu chegar a 10 recomendações pretendo fazer um capitulo especial hahahaha bom, espero seus comentários. Estou indo para a praia, mas levarei meu computador para escrever o próximo capitulo. Adoro vocês gente, por favor, não vamos acabar com nossa amizade. Espero que não tenham me abandonado pela demora. Até o próximo!
XOXO
— Detoni