Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 3
Cartão vermelho


Notas iniciais do capítulo

.... :X



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"Que maravilha é ninguém precisar esperar um único momento para melhorar o mundo."- Anne Frank.

As aulas decorreram da maneira mais normal que poderiam. As pessoas estavam começando a esquecer sobre o meu pequeno espetáculo de manhã, o que me deixou bastante aliviada, mas ainda encabulada com como eu mesma estava facilmente esquecendo que um menino havia tentado suicídio. 

Uma coisa é certa: durante toda a tarde meu ódio pela F4 ganhou uma forma certa. Ouvi a respeito de outros F4 que eles já haviam distribuído antes de Nathaniel, conheci pessoas fanáticas por eles (Ambre e suas amigas estranhas) e em nenhum momento os vi novamente. Porém mesmo sem os ver e sabendo que eles estão isolados de todos nós, meros mortais, eu consigo sentir a presença tenebrosa daqueles 4.

Após a aula de matemática tudo que estive contendo o dia inteiro parecia que realmente necessitava sair de mim. Eu estava explodindo e cok certeza isso não será legal de acontecer na frente das pessoas.

Saio correndo da sala enquanto busco um lugar deserto. No segundo bloco, o de ciências, avisto uma área de serviço onde não consigo ver absolutamente ninguém. O lugar me parece meio escondido, em uma escada aberta parecendo uma varanda e uma vista maravilhosa do bosque. O lugar é estranho, lindo e deserto. Acho que encontrei meu esconderijo para quando eu for surtar.

— Eu odeio o que vocês fazem.- digo em voz baixa, com uma lágrima ameaçando escorrer pelos meus olhos.- eu odeio vocês. Odeio o fato de se acharem superiores. Como diabos alguém tem coragem de jogar um bolo em uma garota daquele jeito? Idiotas. Babacas. Bastardos.- eu digo aumentando meu tom de voz.- Odeio cada um de vocês, sem nem precisar conhecer. Armin, Kentin, Lysander e Castiel. Eu odeio a F4!- no fim do meu discurso já estou berrando em plenos pulmões, o que de fato parece tirar a angústia da justiceira que está em meu interior. Ei, eu sou revoltada, mas tenho valores. 

Meus olhos começam a ficar úmidos e sei que a frustração agora já tomou conta de mim. Para que tipo de lugar meus pais me enviaram? Eu quero ir para casa. NÃO! Eu não quero ir para casa. Não sou do tipo que desiste de algo com essa facilidade, não posso deixar minhas emoções me dominarem dessa forma. Eu não serei domada

— Quanto ódio. - uma voz diz atrás de mim me tira dos meus pensamento. Droga, eu estava tão focada em gritar que nem percebi que havia outra pessoa no lugar.

— Eu... não sabia que havia alguém aqui.- digo. Fico tão surpresa ao ver Lysander, quanto ele parece estar pela minha fala. Ele me encara com interesse e vejo um pouco do torpor que tive mais cedo, pela sua presença, me invadir. 

— De verdade? - ele pergunta. - Bom, se você tem tanto ódio assim você poderia pelo menos falar meu nome corretamente. É Lysandre, não Lysander.

— O que? - pergunto sem graça. Lysandre me encara com um sorriso nos olhos. Com certeza ele sabe do efeito que esta exercendo sobre mim e acha isso hilário. 

— O que o que? - ele pergunta. Sinto meu rosto esquentar enquanto ele me avalia. — Veja, eu até ficaria para conversar com você, mas não sou muito fão de pessoas que julgam a primeira vista. Você não sabe de nada transferida. - ele diz. 

— Eu... - começo a dizer, mas estou totalmente perdida.

— Céus, já falei que não irei conversar. Claramente eu não gosto de você e você me acordou.

— Eu o que? - pergunto. Ele sorri e percebo que apesar do peso de suas palavras, hoje, eu lhe garanti uma diversão e um entretimento.

— Aqui é tranquilo certo? Tirando por você. - ele diz e finalmente vai embora, me tirando do meu transe. 

Que tipo de pessoa dorme em um lugar como esse? Apesar que é realmente tranqüilo. Tirando por mim, que vim aqui gritar. E julgar as pessoas a primeira vista? A culpa com certeza não é minha se eles agem iguais idiotas! Apesar que o Lysandre não fez muita coisa, apenas ficou olhando... Urgh, não, não vou mudar minha opinião, acabei de concretizar ela. Não vai ser um feitiçozinho de beleza que vai me atrapalhar agora. 

Resolvo que já extravasei e não há mais motivos para eu ficar aqui, então está na hora de ir para a ala dos dormitórios femininos. É, acho que eu tive um primeiro dia de aula bastante animado. 

Sigo meu caminho de forma cautelosa. Não quero me meter mais ainda em problemas hoje, por isso quanto mais discreta melhor. Escuto alguém me chamar, causando um leve alarde em meu senso de autopreservação. 

— Ei, Tessa!- a pessoa grita. Certo, se não me chamou de transferida não é inimigo. Me viro a tempo de ver Debrah correndo na minha direção. — Eu estava te procurando. Como foi seu primeiro dia?

— Conheci quatro babacas. - resmungo indo em direção ao meu quarto.

— F4? Se serve de consolo, não são todos que os veneram. Eu mesma não gosto do que eles fazem.- ela diz, mordendo o lábio inferior.

Desde que eu sou pequena, meu pai me ensinou a ver quando uma pessoa está mentindo. Olhar rapidamente para esquerda, mexer com a mão no bolso, morder o lábio inferior... coisas assim. Reparo em Debrah rapidamente e vejo sua mão dentro do bolso do blazer. Ela está mentindo e ainda por cima escondendo alguma coisa.

— Verdade?- pergunto fingindo estar distraída. Debrah olha para esquerda rapidamente antes de me encarar novamente. Nunca pensei que a linguagem corporal fosse ser tão útil.

— Sim.- ela diz.

Nota mental: tomar cuidado com a Debrah. Apesar de que ela não parece inteiramente uma má pessoa, ela com certeza está escondendo alguma coisa. Fomos conversando ao longo do corredor até chegarmos ao meu dormitório, onde encontramos Rosa discutindo com um garoto de cabelos azuis.

— Eu já te falei que não é não, Alexy. Achei que tivesse algum senso de moda! Estamos falando da Idade Média! - Rosa berra.

— Idade Média atual! Claro que em uma adaptação Julieta usaria tênia com seu vestido. - o garoto de cabelos azuis retruca. 

— Por acaso você via a Julieta andando com sapatos masculinos pelo livro?! - Rosa argumenta impaciente. 

— Rosa?- chamo e os dois se viram na minha direção, encarando Debrah logo em seguida.

— Tessa, você voltou! Eu queria mesmo te apresentar meu querido amigo Alexy. Alexy essa é a mulher maravilha ou Tessa para os mais íntimos.- Rosa brinca piscando para mim.

— Ei, Tessa! Eu li sobre você no blog da patricinha. Salvou o Nath, em? Pena que ele vai ser transferido amanhã. Vocês teriam sido ótimos amigos.- Alexy diz. Informações demais. Nath vai ser transferido? Por causa dos idiotas? Deve ser por pouco tempo né? E esse Alexy me parece familiar... 

— Debrah, você por aqui?- Rosa diz com a expressão um pouco fechada, não me dando tempo de pensar por que Alexy me parece familiar.  

— Eu acabei achando a Tessa e viemos conversando, nada demais. Já estou indo, então tchau gente! - Debrah diz antes de deixar o quarto, parecendo bastante nervosa e apreensiva. 

— Vocês tem algum problema com a Debrah?- pergunto me jogando na minha cama e finalmente percebendo o quão exausta eu estou. 

— Temos vários. Nunca fui com a cara dela.- Alexy diz sentando no pé da minha cama. O fico encarando ainda sem conseguir entender por que tenho certeza de que o conheço. 

— Alexy, eu te conheço de algum lugar?- pergunto por fim. Ele e Rosa disparam então a rir e me sinto uma piada novamente. Céus, essa escola é bizarra, parece que nem sabe reconhecer uma realeza como eu. 

— Não. Sou familiar para você?- ele pergunta.

— Sim, mas não consigo me lembrar de onde...- digo forçando minha mente, mas pelo tanto que estou exausta não chego a lugar algum. 

— Deve ser por causa do meu irmão gêmeo, Armin.- ele diz com causalidade, como se estivesse falando do clima e não que é irmão de um membro da F4. 

— Você é irmão... do... Armin? - pergunto ainda sem conseguir processar. 

— Sim, ele até tenta ser bonito como eu, mas não consegue. Para pararem de nos confundir pintei meu cabelo e uso essa lente rosa. Era estranho ser confundido com o grande Armin da F4. - Alexy diz girando os olhos. 

— E por que você não está na F4?- pergunto.

— Eu não gosto dessas coisas. E eu não tenho nenhum talento em especial, além de moda, claro. E acho que o fato de eu ser gay incomoda um pouco os amigos dele. - Alexy diz rindo. 

— Ah... você é gay.- digo sem pensar. 

— Isso te incomoda?- ele pareceu triste.

— Não, de forma alguma. Na verdade eu sempre quis um amigo gay. Isso parece clássico nas séries. - digo meio empolgada e Alexy ri.

— A Rosa falou a mesma coisa quando me conheceu. E agora ela fica discutindo comigo!

— Tessa, ele é louco. Acha que sabe mais de moda que eu e fica tentando colocar um all star na bela Julieta. - Rosa diz animada.

— Então era isso que vocês estavam discutindo.- digo ainda sem entender o assunto deles.

— Julieta atual. Eu acho que os personagens devem ser adaptados para atualidade sempre. - Alexy diz pacientemente. 

— Então ao invés de um veneno devemos dar um revolver para ela? - Rosa diz incrédula. Alexy balança a cabeça em negação. 

— Você é um caso perdido, Rosa. - ele diz e não consigo evitar rir. Talvez esses dois venham a ser meu Viktor no meio desse hospício que as pessoas estão chamando de escola.

— Vocês podem me explicar algumas coisas da escola?

— Claro.- Alexy diz enquanto Rosa puxava uma cadeira para perto de nós, olhando ainda contrariada para o azulado. 

— O que eu entendi foi: a F4 controla a escola e quando alguém faz alguma coisa que eles não gostam eles dão para a pessoa uma espécie de cartão vermelho chamado F4. - digo.

— Confere.- Rosa diz.

— A escola é enorme e tudo fica longe assim mesmo? - reclamo.

— Confere.- Rosa diz rindo.

— Continuando no assunto F4... eles dormem em algum quarto especial ou algo do gênero?

— Eles não dormem aqui. - Alexy diz.- nem eu na verdade. Mas isso só por causa do Armin. A gente dorme em nossas próprias casas aqui perto.

— Você já foi na casa dos garotos da F4? - pergunto curiosa.

— Só na do Kentin. Ele mora sozinho para ficar perto da escola e a casa dele é meio que um quartel general para os meninos. Eles levam garotas lá. Em geral eles ficam no porão, onde tem uma espécie de salão de jogos.

— E os outros garotos moram com suas famílias? - pergunto.

— Lysandre perdeu os pais quando pequeno, em um acidente de carro. Ele tem um irmão com quem não tem muito contato e um avô que não sabe onde está. Em geral ele gosta de se isolar das pessoas ele mora sozinho. O Armin mora comigo, nosso pai é um idiota e abandonou a mamãe. Então ela foi para Europa e desde então somos só nós dois. Já o Castiel... mora com todos aqueles mordomos e empregadas. Sei que ele tem outras casas pelo mundo, lugares onde estão a mãe dele e a irmã. Não sei nada do pai dele, mas as vezes as duas aparecem. Isso deve ser.. 3 vezes ao ano. A mãe dele é assustadora. - Alexy comenta estremecendo. Começo a refletir sobre o quanto eles devem se sentir solitários, consigo até mesmo compartilhar um pouco disso. 

— Agora eu entendo...- penso em voz alta. Agora eu entendo o por que de o Lysandre ter dito para eu não julgar as pessoas a primeira vista.

— Entende o que?- Rosa pergunta.

— Bom... digamos que o Lysandre me deu uma lição de moral hoje. Ele é diferente, vocês não acham?- pergunto. Rosa ri.

— O Lysandre? Ele é estranho.

— Acho que é isso.- concordo séria. 

***

Os dias foram passando e realmente conheci algumas pessoas legais. Rosa e Alexy viraram uma espécie de melhores amigos para mim, assim como Debrah. Conheci a garota que havia sido humilhada por Castiel, Íris, e a achei muito simpática. Ela é uma das amigas de Debrah, assim como Melody, a garota que descobri ser apaixonada por Nathaniel. Kim era uma morena engraçada, mas meio grossa que parecia ser amiga bem sincera, era minha dupla na aula de biologia.  

Logo estávamos quase na metade de março e eu percebi que gostava do internato. Todos os dias eu ligava para Viktor e ficávamos horas no telefone, enquanto eu contava para ele sobre a assombração que é a F4 e ele me contava sobre Chloe e as patricinhas idiotas da minha antiga escola. 

Não tive mais nenhum encontro estranho com a F4, o que estava sendo de fato um alívio. Talvez eu simplesmente devesse terminar meu ano e aqui pudesse ser um bom lugar onde eu poderia me formar. 

Ninguém agora usava mais os suéteres nem os blazeres do uniforme, já que estava de fato começando a fazer muito calor com a proximidade do verão. Mas as blusas sociais obrigatórias ainda me irritavam e me faziam até pensar se eu não deveria me auto denominar Tessa 1 e parar de usar uniformes como a F4. 

No fim da aula de hoje, Debrah espera enquanto pego meu material para podermos ir comprar sorvete. Pegamos duas casquinhas e começamos a discutir sobre como as pessoas podem ser desastradas.

— Eu sou muito. Tipo muito mesmo. Já quase fui atropelada.- conto para Debrah, que ri.

— Eu não. Serio, tenho pleno controle do meu corpo.- ela diz.

— Todo mundo tem sua fraqueza.- protesto.

— Agora de costas. - ela diz rindo enquanto fica de frente para mim.

— Você vai cair.- cantarolo.

— Lógico que não. - ela diz e acelera o passo. Corro um pouco para acompanha-la quando vejo que ela vai tropeçar no murinho que tem ali.

— Debrah, cuidado...- começo a dizer, mas já é tarde. Ela tropeça e cai aos pés de ninguém mais, ninguém menos do que Castiel Sworis. Seu sorvete cai em seu sapato e não sei quem está mais em estado de choque, se é ela ou ele.

— Caramba, me desculpe, Castiel...- ela começa a tentar dizer. Ele resmunga alguma coisa que só ela é capaz de ouvir, fazendo-a ficar pálida. 

— Se o perdão fosse suficiente do que adiantaria as leis e a policia?- ele pergunta enquanto me aproximo.

Os outros garotos da F4 estão com ele e todos examinam Debrah no chão como se ela fosse um nada. Na verdade, como se ela fosse o lixo que eles acabaram de jogar fora. Chega, os dias que passei nessa escola me fizeram testemunhas barbaridades, mas consegui ficar calada. Agora eles estavam ali, injustiçando uma garota que claramente havia cometido um acidente? 

— Eu não acredito que você disse isso.- digo com raiva, me colocando novamente à sua frente. Ele me encara e assim como no meu primeiro dia de aula, sinto a tensão que poderia causar o dilúvio sendo transmitida enquanto travamos uma guerra em nossos olhares. 

— Ah, o que é isso Debrah? Não seria uma amiga?- Castiel pergunta sem desviar o olhar de mim.

— Exatamente, algo que pelo visto não está no seu dicionário.- digo sarcástica, também sem desviar o olhar. Imagino que cena esta deve estar sendo, Castiel é pelo menos uma cabeça e meia maior que eu, mas ainda assim, estou aqui, um pinscher encarando um pitbull. 

Pelo canto do olho vejo Kentin se aproximar, diversão brilhando em seus olhos e em seu sorriso. Ele apoia a mão nas costas de Castiel que desvia o olhar do meu para encará-lo por fim. 

— Não sabe quem ela é? É a garota maravilha.- ele diz.

— Ah, então uma baixinha tábua igual você é a mulher maravilha?- ele pergunta voltando a me olhar. Sério, nós vamos ter uma competição de encarar durante todo o tempo em que eu estiver aqui? - Então mostre um pouco dessa compaixão que você tem pelos oprimidos e aceite a punição que era para Debrah.- ele diz. O fato dele saber o nome de Debrah me deixa um pouco curiosa, já que ele não pareceu saber o nome de ninguém fora seus amigos.

— Para inicio de conversa, se você me chamou de tábua você realmente precisa de óculos. E qual seria a punição dela? O que o grande Castiel Sworis pensou? - pergunto de forma desafiadora e percebo que seus olhos cinzas começaram a escurecer. A tempestade esta vindo. 

— Lamba meu sapato.- ele diz.

— O que?- pergunto incrédula.

— Quer que eu perdoe o erro de sua amiga e sua indulgência? Lamba meu sapato, mulher maravilha.- Castiel diz. Percebo que ele está falando muito sério. 

Esse cara é retardado? Deve ser. Com certeza deve ser. Observo os olhares dos outros garotos da F4 e todos eles estão ansiosos para saber qual será minha próxima ação. Armin e Kentin parecem que estão assistindo ao melhor espetáculo do mundo e Lysandre me examina de forma... preocupada? Sim, aquele claramente é um olhar de preocupação. 

Entrego meu sorvete para Debrah e me abaixo um pouco, enquanto Armin e Kentin parecem perplexos. Castiel sorri satisfeito e fecho meu punho com raiva. Nesse momento sei que sou capaz de qualquer coisa para tirar esse sorriso de seu rosto. 

Levanto com toda a força que tenho e dou um upper (soco) no queixo de Catiel, fazendo ele cambalear um pouco. Então, com agilidade, lhe dou uma rasteira erguendo meu rosto para ver sua expressão perplexa enquanto cai ao chão. Kentin me observa curioso e sorrio para ele, de forma voraz. Ah, como eu amo a adrenalina de dar golpes. 

— Não se meta comigo, Castiel Sworis. Principalmente não teste minha paciência. E eu diria para você criar um pouco de dignidade já que acabou de perder a sua, mas acho que você não consegue.- digo rindo. Sei que minhas palavras foram motivadas pela adrenalina e totalmente inconsequentes, então apenas sorrio na esperança de ser cega por isso para sempre. 

Os amigos de Castiel me encaram parecendo se controlar muito para anão esboçarem reações.  Isso é um claro absurdo, eu particularmente acho que mereço uma salva de palmas. 

— Ei, mulher maravilha. Você luta?- Kentin pergunta. 

— O suficiente. E meu nome é Tessa. - digo. Kentin concorda com a cabeça e se mantém sério. Caramba, cade minhas palmas? De verdade, que público difícil. 

E é ainda completamente cega e entorpecida pela sensação de adrenalina que levanto Debrah e a apoio, enquanto contornamos a F4. Rio alto, da minha forma louca, enquanto nos afastamos e sei que eles estão me observando. Da mesma forma em que eu fiquei observando eles no meu primeiro dia de aula. 

***

No dia seguinte me sinto chamando mais atenção do que eu já normalmente chamava. Rosa ao meu lado parece ter percebido a mesma coisa.

— Você aprontou de novo, mulher maravilha? - ela pergunta. 

— Acho que eu estou ferrada, Rosa.- desabafo. É, infelizmente a adrenalina passou e a realidade não parece tão legal assim. 

Vou direto para o meu escaninho enquanto Rosa vai para o dela. De certa forma já sei o que tem dentro do meu armário e não são apenas livros.

Faço minha combinação e assim que o abro, está ali. Bem no alto para que todos vejam. Um cartão vermelho com uma caveira preta desenhada, o número 4 brilhando no meio de uma flor murcha. 

Eu levei um F4.


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Notas finais do capítulo

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— Detoni