Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 28
O mundo não gira em volta de Teresa Chase


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEE, COMO VOCÊS ESTÃO? Galera, sim. Eu fui no show dele. Sim, eu chorei muito. E berrei "Ed eu te amo" em 7 idiomas diferentes (tão achando o que, a autora aqui é poliglota!) Foi lindo, divo e maravilhoso. Ok, mudando de assunto, quero me desculpar por ter demorado a postar, mas minhas provas acabaram ontem e daqui a pouco começa a recuperação e já peço desculpas adiantado ( a autora é poliglota, mas não sabe somar, problem?). Esse capitulo é um capitulo que eu já estava querendo fazer a um tempo, mostrando diferentes visões a não ser a da Tessa. Foram bem pouquinhas e apenas as de garotas, mas acho que fará você se apegarem mais a essas personagens ou odiá-las mais. Quero agradecer muitissimo a BabyDoll, filha de poseidon (irmã o/), Karoliny Louise e stupidgir por favoritarem a Fic! Obrigada, senhoritas! Quanto aos comentários... a peça vencedora foi Romeu e Julieta. Por muito pouco chapeuzinho vermelho não ganhou e as Brumas de Avalon tiveram apenas dois votos (achei paia). AOS LEITORES NOVOS, SEJAM BEM VINDOS, SEJAM SEMPRE ATIVOS! Bom, agora sem mais enrolar e deixando minha carência de lado, aproveitem o capitulo!
XOXO
— Detoni



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"Você sabe que eu posso mudar, como eu comecei dizendo. Você me cortou completamente como uma paisagemGarrafas abertas de cerveja, mas nunca de champagnepara aplaudir-te com o som das minhas palmas"- Ed Sheeran (Drunk). 

No três eu deveria pular o muro de forma elegante e cair do outro lado com a agilidade de um gato do outro lado, humilhando a Rosa e o sedentarismo dela. Porém, no três, eu perdi um botão da minha camisa por que minha barriga raspou no muro e ralei meu joelho graças ao uniforme da escola. E a Rosa? Bom, ela está bem. Ela me contou que vai na academia e que na verdade não é sedentária. Ruim para mim, bom para ela.

— Rosa, meu joelho ta sangrando. - digo resmungando enquanto vou mancando em direção ao auditório. Hoje haveria a primeira reunião do segundo ano da peça de teatro e esse foi o único motivo pelo qual decidi não ficar pela cidade depois de despedir de Maud no aeroporto.

— Eu te disse para a gente passar pelo portão. - Rosa diz. Ok, passar pelo portão. Tão normal. E chama muita atenção, e se alguém visse a gente?

— Passar pelo portão chama atenção. Você é uma das produtoras da peça, não é? Que peça ficou decidida? - pergunto.

— Romeu e Julieta. - Rosa diz animada. Romeu e Julieta? Tudo bem, é um clássico, é bacana, mas sério mesmo? Não dava para fazer... Mortal Kombat? Seria muito legal.

— E como está o figurino? - pergunto.

— Agora que a gente sabe que você é a protagonista, está bem mais fácil de fazer.- ela diz. Ah, droga, é mesmo. Eu sou a protagonista.

— Você não precisava me lembrar disso. - digo.

Entramos no auditório e minha mão já estava imunda de sangue, graças ao meu machucado. Me sento na última fileira com Rosa ao meu lado, e repito um milhão de vezes para mim mesma que eu sou invisível, mas é claro que desde o momento em que eu pisei no auditório todos deveriam me encarar. Me digam, eu sou tão linda assim mesmo?

— Senhorita Chase, senhorita Marques, que bom que nos deram a honra de nos beneficiar com a sua presença. - a professora de teatro diz em cima do palco. Ah, eles estavam me esperando. Me coloco de pé.

— Sinto muito pelo atraso. - digo. A professora consente e volto a me sentar.

— Bom, como eu ia dizendo antes da entrada triunfal da senhorita Chase, a partir de hoje teremos o início dos ensaios para a peça de teatro da escola. - a professora diz e todos aplaudem. - gostaria de anunciar que por ordens superiores, esse ano, a peça de teatro terá a participação dos integrantes da F4. - a professora termina e os aplausos aumentam muito mais.

Eles não queriam estar nessa peça de teatro, então de quem são as ordens superiores que mandaram eles entrarem na peça? Quando a porta do auditório se abre, os assovios e os aplausos aumentam, à medida que os quatro caminham com expressão de tédio para o palco.

— A trilha sonora será tocada no piano pela nossa mais nova professora de música, a quem espero que recebam com igual animação, senhorita Agnes. - a professora diz e uma moça que eu nem reparei que estava no palco se levanta. Ela era muito jovem para ser professora, isso é óbvio. Tinha um cabelo ondulado e negro e seus olhos... como eu estava longe do palco não sei dizer se eram azuis ou verdes. Ela era incrivelmente linda.

— Não me chamem de senhorita Agnes, meu nome é Alasca. A qualquer um que tiver curiosidade de perguntar sobre o meu nome... digamos que meus pais gostavam de John Green. - ela riu. - espero que possamos fazer um bom trabalho juntos.

— Muito obrigada, Alasca. Bom, os papéis principais já foram escolhidos como vocês sabem. Teresa Chase será a Julieta, Armin Prior será o Frei Lourenço, Nathaniel Percival será Mercúrio, Kentin Ruiz será Teobaldo, Ana Clara Merces será a criada de Julieta e por fim, Castiel Sworis será Romeu. - a professora de teatro diz enquanto termina de ler um pequeno papel que estava em sua mão. - a peça estará sobre a direção de Lysandre Parker.

Calma sociedade, eu ouvi isso mesmo? O Castiel além de estar em uma peça que não queria, seria o protagonista, não apenas isso, seria o Romeu? Eu sou a Julieta. Calma, isso significa que... acho que meu cérebro bugou.

— Eu escutei direito? - Castiel pergunta. - a senhorita disse que eu serei o Romeu?

— Exatamente, senhor Sworis. Por favor, os alunos que possuem seus papéis definidos espero que já comecem a trabalhar com a senhorita Agnes e o senhor Parker. Como estava no cronograma, agora terá uma reunião entre os times enquanto nós, da equipe de teatro terminamos de definir os papeis. Em três horas teremos nosso primeiro ensaio. E senhorita Chase, a diretora pediu para avisar que a porta fica aberta e não é necessário pular o muro da escola. Ela está te esperando no fim das aulas na sala dela. - a professora de teatro diz e se retira.

Ah, então também tem câmeras no jardim. Isso é mau. As pessoas a minha volta conversavam loucamente e eu, mancando, segui meu caminho até o palco onde a F4 estava sentada com uma expressão imparcial. Quando chego no palco sinto uma mão contra meu ombro e me viro sobressaltada.

— Você seria a Teresa Chase? - a nova professora pergunta. Legal, ela só não sabe meu nome, mas meu sobrenome também.

— Depende. Quando estou com problemas meu nome vira Rosalya Marques. - digo. Alasca ri de forma simpática.

— Você não está com problemas. Eu só estava curiosa a seu respeito, a diretora comentou bastante sobre uma aluna que... bom, ela não terminou de dizer. - ela disse. Caramba, hoje eu e a diretora realmente vamos conversar.

— Ah, sim. É por que eu sou amiga deles. -digo apontando com o dedão para a F4 que está atrás de mim.

— Eles são a famosa F4? - ela pergunta. Agora é minha vez de sorrir. Como eu amo me gabar do meus amigos.

— São eles mesmos. Na realidade o meu namorado é um músico assim como você, por que não vem conhecê-los? - pergunto. Alasca sorri e assente com a cabeça. Vamos até a F4 e Armin ajeita a postura oferecendo um de seus sorrisos sedutores imediatamente. Giro os olhos enquanto Castiel a examina com a raiva comprimida.

— Nova amiga, Teresa? - Castiel pergunta.

— Nova professora. Ela é pianista. -digo me virando para Lysandre. Ele sorri e pega minha mão distraído.

— Na realidade eu estou no meu primeiro ano de faculdade de medicina. - ela disse. Lysandre ergue os olhos. - por isso esse emprego é a forma que eu tenho de pagar meus estudos.

— Por isso é tão jovem. A quanto tempo você toca? - Lysandre pergunta.

— Piano? Eu toco desde os quatro. Mas minha maior especialidade é o violino que comecei a tocar aos sete. - Alasca diz. Lysandre sorri enquanto brinca distraído com a palma da minha mão. Castiel continua com a cara emburrada e parece que estava ficando cada vez com mais raiva. Até que a bomba fez bum.

— Chega! - ele berrou e o auditório inteiro ficou em silêncio. - cada grupo vá até suas respectivas bases e se eu escutar uma palavra sobre essa peça de teatro, a pessoa será banida do grupo. - Castiel saiu andando em direção à casa do lago onde era a base de nosso time.

— O estressado era o Castiel Sworis? - Alasca pergunta. Rio nervosa e Lysandre se levanta me puxando contra ele.

— Em geral ele é mais calmo com as pessoas. É que ele não queria estar nessa peça, a mãe dele está nos obrigando. - Lysandre explicou passando a mão na minha cintura. - mas é melhor não irritá-lo nessas horas, por isso é melhor nos dividirmos. Bem vinda a escola, Alasca, espero que possamos tocar juntos em algum momento. - Lysandre disse me puxando com ele para fora do auditório, enquanto Kentin e Armin nos seguiam. Quase todos já tinham corrido em direção às  suas respectivas bases, das quais, não sei onde ficam.

— Ah, Alasca. - Armin diz nos fazendo parar. -qual seu numero? Eu posso te ajudar a fazer um tour na escola mais tarde... - Armin diz e vejo a Lexi vir na nossa direção enquanto ele fica calado. - Lexi! Eu estava me perguntando onde estaria minha sub capitã, vamos. - ele disse passando o braço pelo ombro dela e a levando para longe antes que ela falasse qualquer coisa.

— Ele estava me cantando? - Alasca perguntou confusa.

— Não o leve a sério. Vamos tomar um café mais tarde! - digo e aceno para ela. Kentin vai em direção a base dele se perdendo no bosque e Lysandre me encara na porta do auditório.

— Você está se sentindo bem? Eu não te machuquei ontem ou... - ele começa e sinto meu rosto corar. Ele não precisa saber que eu estou dolorida, certo?

— Eu estou bem, Lysandre. Me desculpe ter ido embora sem falar nada, eu precisava me despedir da Maud no aeroporto. - digo. Suas feições relaxam e ele beija minha testa, me fazendo fechar os olhos.

— E você não se arrepende? - ele pergunta. Como diabos ele podia perguntar isso? Quem seduziu ele fui eu.

— Não, Lysandre. Por favor fique tranquilo. - imploro. Lysandre ri e coloca meu cabelo atrás da orelha me encarando.

— Eu te adoro. - ele diz. Apoio minha mão em seu baço e sorrio de volta.

— Eu também te adoro.

—_________*****__________

— Nós precisamos de um nome para o nosso grupo.- Castiel diz colocando um chapeu sobre o rosto enquanto se deita na rede. Todos do time estão em silêncio. Cara, o Castiel não da medo, da?

— Eu acho que time Castiel é bem legal. - uma garota diz quase morrendo enquanto se arrasta para a rede tentando ser imperceptivel. Vejo um sorriso sarcástico no rosto de Castiel e giro os olhos.

— Isso vai fazer ele ser mais narcisista ainda. - digo. Rosa ao meu lado concorda.

— Algo que mostre diferentes coisas, diferentes personalidades...- Rosa diz. Se fosse pela questão da bipolaridade até que poderia ser time Castiel mesmo. Mas eu entendi o que ela disse. Algo que seja forte ao mesmo tempo... doce?

— Tipo cupcake. - digo. Castiel levanta da rede com o rosto pasmo fazendo a garota que tentava se aproximar dele dar um pulo para longe.

— Você está se escutando, Teresa? - ele pergunta. Sorrio. Como eu amo provocá-lo.

— Cupcakes são doces, todo mundo que é normal gosta, e os diferentes sabores podem representar as diferentes personalidades. - digo. As pessoas começaram a pensar e o Castiel me olhou sarcástico.

— É mesmo? - ele pergunta. Jogo meu cabelo para trás do meu ombro enquanto me levanto do chão e me sento ao lado dele na rede.

— É lógico. Pensa, um cupcake tipo floresta negra deve ser bem malvado. Enquanto um de baunilha deve ser bem calmo. - digo. - em cada jogo a gente usa um cupcake diferente.

— Isso é ridículo. - Castiel diz ao meu lado.

— Eu gostei da idéia. - Rosa diz. - " Os cupcakes". Soa bem.

— Eu também acho. Está decidido, nós somos Os Cupcakes! -digo. Algumas pessoas aplaudem, mas se calam ao ver o olhar mortal do Castiel.

— Tessa. Você está bêbada? - o Castiel perguntou.

— Não sei, Romeu, no veneno que tomastes havia alguma bebida? - pergunto. O sorriso desaparece do rosto de Castiel e ele deita na rede novamente, colocando as pernas preguiçosamente sobre mim.

— Vocês estão liberados. Sumam da minha frente. - Castiel diz. As pessoas começam a ir embora e eu o encaro sem acreditar em sua arrogância.

— Você não precisa descontar neles . - digo. Castiel suspira cansado.

— Minha mãe volta e minha vida vira uma loucura. Mas de qualquer forma, vai ser engraçado ver o Lysandre com ciúmes um pouco, duvido que ele já tenha tido esse sentimento. - Castiel diz. - não vai embora?

— Sua mãe voltou então? - pergunto ignorando sua pergunta. Castiel suspira mais pesado ainda.

— Acho que ela estava com medo de eu estar maltratando a Ana Clara. Apesar que eu já não estou mais suportando ela. -ele disse rindo. - ela só sabe falar de roupa.

— Você é muito bom com roupas. - comento. Castiel era viciado em moda. Ele ri.

— Eu sei, mas é diferente. Ela é meio... atirada. E fica bancando a ciumenta. Acho que ela ainda não entendeu que eu só estou com ela por que eu sou forçado. Eu tentei e tudo desenvolver um sentido, mas não rolou. - ele diz. Não sei de quem eu sinto mais dó nesse momento, se é dele ou dela.

— E como você está? - pergunto. Ele suspira novamente.

— O mesmo de sempre. Teresa, eu realmente quero ficar sozinho agora. Você se importa? - ele pergunta. Não acho que ele queira ficar sozinho, mas resolvo respeitá-lo. Fico feliz por ele confiar em mim o suficiente para desabafar. 

— Se precisar de qualquer coisa é só me procurar, Sworis. - digo. Ele ri.

— Obrigada, Chase.

—_________*****__________

Visão da Lexi

Ver o Armin flertando até com a professora era avassalador. Por isso, enquanto íamos em direção a piscina, onde ficava nossa base, me virei para ele e o fiz parar imediatamente.

— Você estava dando em cima até da professora nova? - pergunto. Armin sorri com aquele sorriso de lado que eu sempre acabo cedendo.

— De maneira alguma. Agora, nossa time está nos esperando, vamos, Lexi? - ele pediu. Nego com a cabeça e faço um biquinho involuntário. Por que era tão difícil dele entender? - Lexi, por favor, não me coloque em uma situação dificil. E se eu dei em cima dela por impulso?

— Então você mentiu quando disse que não tinha dado em cima dela? - pergunto. Ele massageia a tempora dele irritado.

— Eu não quero brigar, Lexi. Eu sinto muito, eu não sou seu namorado. No momento eu literalmente não quero uma namorada, mas não quero ferir os seus sentimentos. - ele repetiu o discurso que fazia todos os dias. Idiota. Puxo a camisa dele para baixo, forçando ele a se inclinar enquanto colo meus lábios nos dele. Armin beijava de um jeito que me fazia ficar pensando nos beijos dele o dia inteiro, e após uma resistência, ele relaxou colocando a mão na minha cintura e dando uma leve mordida no meu lábio.

— Eu não quero te colocar em uma situação dificil. - digo o que eu sempre repito depois desses discursos dele. Ele respira fundo e coloca meu cabelo atrás da orelha.

— Lexi, você é uma das garotas mais bonitas e legais que eu já conheci. Você não merece sofrer por alguém como eu, ok? Me prometa que nunca mais chorará por minha causa. - ele pediu. Se ele quer apelar, eu também vou apelar.

— Então não me faça chorar, Armin. - peço. Ele suspira e desvia o olhar. - é por causa da Lorena, não é? - pergunto. Ele volta a me encarar, agora com raiva.

— É por minha causa! - ele disse.

— Eu sei onde ela está. - digo. Armin arregala os olhos. - ela tem um namorado e é feliz. Por que você também não pode ser? - pergunto. Mas ele parece não ter ouvido tudo do que eu disse.

— Você sabe onde ela está? Lexi, você precisa me dizer. Onde ela está? - ele pergunta. Ele tem noção do quão babaca ele estava sendo agora?

— Eu não vou te falar! Você precisa seguir em frente. Você não é nada para ela, Armin. - digo. Armin assume uma expressão furiosa que me deu calafrios.

— Lexi, não diga sobre o que você não sabe. Você não tem idéia da nossa história, de quem ela é para mim ou eu sou para ela. Por favor, não se meta em meus assuntos. Você está banida dessa reunião, depois pegue o relatório dela com alguém. - Armin diz e sai andando, enquanto permito que as lágrimas escorram. Droga, eu sempre estrago tudo.

—_________*****__________

Visão da Ana Clara

Quando eu entrei na casa de Castiel, eu já sabia que ele estava desconfortável. Lucy Sworis estava sentada na sala de jantar principal, me esperando. Castiel tinha a expressão cansada e usava aquele chapéu de pescador que ele magicamente achou pela escola.

— Ana Clara! Estavamos te esperando! - Lucy me disse. Castiel consente entediado com a cabeça e bebe um pouco da taça de vinho. - você não costuma vir jantar aqui? Deve ser tão solitário para ele. - ela disse. Sorrio e me sento naturalmente ao lado de Castiel.

— As vezes eu venho. Nós costumamos sair muito, quando ele não está com a F4 . - digo. Lucy faz uma expressão desgostosa.

— Você ainda brinca com aquelas crianças, Castiel? Não acha que já está na hora de abandonar aquele grupo de pessoas? - Lucy pergunta. Castiel apenas ri sarcástico e não fala nada enquanto bebe mais um gole da taça de vinho. O Castiel pode não dizer com essas palavras, mas ele ama o pessoal da F4. Mas é preciso levar em consideração que ele é o herdeiro da companhia Sworis. Ele tem que colocar isso em mente, e nesse aspecto, a F4 apenas o atrasava mais e mais.

— Senhorita Sowris, os amigos do pequeno senhor estão aqui. - um dos mordomos diz. O que? Esse era meu jantar com a minha sogra e uma das raras oportunidades que eu tinha para ficar com meu namorado. Com o tempo, eu aprendi a gostar do Castiel e sinceramente, acho que agora eu estou incontrolavelmente apaixonada por ele. Castiel se levanta.

— Não interromperei mais ainda a conversas das moças. Com licença. - ele diz. Me levanto imediatamente também e Castiel ergue uma sobrancelha. Ele nunca teria coragem de me reprimir na frente da mãe. Ajeito a gola do terno dele e ele segura meu pulso delicadamente. - está tudo bem, Ana Clara.

— Senhora Sworis! - o Armin disse na porta da sala de jantar. Ele não confiava em mim até hoje. Eu não entendo o por que. - a quanto tempo.

— Senhor Prior, senhor Ruiz. Vejo que, como sempre, estão com meu filho. - ela diz dando um abraço rápido em cada um.

— Com toda certeza. - Kentin diz. Eu não entendo como a Tessa era amiga deles. Eles eram tão fechados para mim que eu ficava até chocada. É como se eu fosse insignificante para eles, apesar de ser a namorada do líder deles. - olá, Ana Clara.

— Como estão? - pergunto sorrindo.

— Muito bem. Vamos, Castiel? Mau posso esperar para quebrar seu recorde novamente. - Armin diz. O que eu pude perceber até agora, era que a vida do Armin girava em torno de jogos e diferentes garotas. E a Lexi era incrivelmente apaixonada por ele. Sinceramente, ele era um idiota, o que tem para se apaixonar?

— Se precisarem de mim, estarei no meu quarto. - Castiel diz.

— Vejo que está faltando um de vocês. - Lucy disse. Ah, sim, onde estava o Lysandre?

— Ele vai chegar mais tarde, ele tinha que se encontrar com a namorada. - Kentin explica.

— Ah, então pelo menos um de você está com alguma coisa na cabeça. - Lucy disse. Castiel tossiu.

— Na realidade, mesmo se precisarem de mim, não me procurem. Quando o Lys chegar, avise que estarei no meu quarto. - Castiel disse e saiu da sala de jantar. Armin sorriu antes de segui-lo e Kentin imitou o gesto do primeiro.

— Tão metidos. - Lucy disse voltando a se sentar. Assim como ela, me sento novamente e sorrio.

— Acho que é normal, considerando como são mimados. - digo. Lucy ri.

— Eu já disse como gosto de você, Ana Clara? Me pergunto se não deveríamos já casá-los agora! - Lucy diz. Sinto meu rosto corar. Me casar com Castiel parecia um sonho e esse gênio a minha frente o tornaria realidade.

— Sabe que, por mim já estaríamos casados, mas Castiel não quer saber disso antes de terminar a faculdade. -digo bebendo um pouco do vinho e encarando o lugar vazio ao meu lado. O lugar que ele seria obrigado a preencher depois que assinássemos os papéis.

— Com licença. - escuto uma voz vinda da porta. Lysandre ajeita o suéter verde musgo e imediatamente sei que a Teresa o vestiu. Como? Ele estava com calça jeans. Ele não usava calça jeans. - senhora Sworis, senhorita Merces. - ele nos cumprimentou com um aceno de cabeça.

— Lysandre, que bom que chegou. Castiel está no salão de jogos. - Lucy disse. O que? Ele não estava no quarto?

— Obrigada, senhora Sworis. - ele disse e se retirou.

— Vá ao quarto de Castiel e cheque o que eles estão falando. - ela disse.

Me levantei imediatamente e caminhei em direção ao quarto de Castiel. Eles estavam conversando quando colei meu ouvido contra a porta.

— Mas o Lysandre está feliz, não está? - Castiel perguntou.

— Castiel, nós estamos falando de você. Se você falasse com ele que ainda gosta da Tessa, talvez ele poderia ficar pelo menos evitando ficar perto dela com você perto. - Kentin disse.

— Você sabe que o Lysandre na realidade terminaria com ela. - Castiel disse. -ele é altruísta demais.

— Mas cara, um amor para esquecer outro. Por que não entra de cabeça nesse negócio com a Ana Clara? - Armin pergunta.

— Armin, eu nunca serei capaz de esquecer a Teresa Chase. - ele diz. Ouço a voz de Lucy falando algo sobre quarto. Porém eu estou magoada demais. Por que a Teresa tem tudo? Além do Lysandre, ela tem que ter o amor do Castiel para sempre também?

— Nunca? - perguntei abrindo a porta do quarto quando a primeira lágrima começa a escorrer. Castiel arregala os olhos.

— A quanto tempo você está ai? - ele pergunta.

— Acha que posso aceitar isso? Mas por que ela tem que ser tão feliz? Por que ela não pode apenas evaporar da terra? - pergunto. Armin me lança um olhar de ódio. Como sempre, a Teresa era muito adorada por eles. - o Lysandre está aqui. Preste atenção com o que você fala, Castiel. - digo

Saio com raiva do quarto de Castiel e passo direto por Lysandre na escada. Ele está com o olhar feliz. Por que as pessoas tem que ser tão felizes? Nesse momento eu me toquei de uma coisa. Eu odeio a Teresa Chase. Ela tem tanto e não sabe nem aproveitar ou valorizar. Mas o Castiel será meu.

Olho para trás na esperança de que ele venha atrás de mim, se desculpar. Mas como sempre, ele não vem.

—_________*****__________

Visão da Rosalya

Depois do primeiro ensaio da peça de teatro (não houve ensaio, o Castiel estava de mau humor demais), eu estava procurando a Tessa enquanto escutava a Ana Clara falar animadamente sobre o jantar que teria com a sogra hoje a noite. Então, assim que eu pude me livrei dela e liguei para o Leight.

Não importa que a Tessa me dissesse para ser legal com a Ana Clara, afinal, ela estava sendo obrigada a se cassar com alguém que não gostava, tinha alguma coisa nela que me incomodava. Leight me disse que o Lysandre também não gostava dela, mas não contava isso para a Tessa com medo dos dois brigarem.

Depois de combinar jantar com o Leight, volto ao auditório para pegar minha bolsa que eu tinha esquecido lá. Isso me lembra o por que de eu não ter achado a Teresa, ela deve estar conversando com a diretora.

— Rosa! - Alexy me grita enquanto estou chegando ao auditório.

— Ah, oi Alexy . - digo. Ele era meu melhor amigo em toda minha vida. Acho que sem ele e a Teresa, eu seria uma pessoa bem melhor, e é por isso que eu amo tanto eles. - quando você quer finalizar os figurinos? Essa noite eu vou jantar com o Leight, quer vir?

— Não, da última vez, vocês brigaram por minha causa. - ele diz. Em geral eu levava o Alexy para sair comigo e o Leight, para que ele não ficasse sozinho. Mas o Leight meio que estava começando a achar isso ruim.

— Essa noite então você fica com a Teresa, pode ser? - digo.

— Claro, vou ver cadê ela. - ele diz.

Entro no auditório e escuto o som de piano e risadas. Caminho até o piano principal e Lysandre está sentado no banco do piano e a nova professora de piano, Alasca se não me engano, está o observando tocar enquanto sorri.

— Essa foi uma das que eu compus. Meio deprimente, não? - ele pergunta e ri.

— De jeito nenhum. Mas não entendi, por que é uma música sobre perda? Você não namora com a Teresa? - ela pergunta.

— Ah, sim. Mas antes de namorar comigo ela namorava o meu melhor amigo. - ele deu de ombros. Tusso e os dois se viram na minha direção. Lysandre sorri para mim. - Rosalya, você não saberia me dizer onde está a Tessa, saberia?

— Eu vim só buscar minha bolsa. - mostrei a mochila que carregava na mão. A professora sorriu para mim.

— Muito prazer, Rosalya. - ela diz me estendendo a mão. Achei simpática. Aperto a mão dela.

— Me chame de Rosa. - digo.

— Acho que nomes são mais bonitos que apelidos. - ela diz. Ah certo, Lysandre 2. A única que ele chamava pelo apelido era a Tessa.

— Bom, nesse caso... foi um prazer. - digo. Ela sorri. - você devia vir almoçar com a gente algum dia. E Lysandre, você vai sair com a Tessa hoje a noite?

— Tinha planos, por que? - ele pergunta.

— Quer levar o Alexy? - peço. Ele faz uma careta. É claro que ele não quer levar o Alexy.

— Nesse caso vamos apenas jantar. O Castiel tinha me pedido para salvar ele de um jantar com a mãe e a Ana Clara, então eu posso dizer que vou. - Lysandre diz. Pobre Castiel. Eu acho que ele não gosta da Ana Clara. - eu vou procurar a Tessa. Devemos tocar novamente, Alasca. - Lysandre diz e despede dela e de mim com um beijo no rosto. Desde que começou a namorar a Tessa ele ficou muito mais sociável do antes.

— Devo ir também, Alasca. - digo aceno para ela.

Antes de ir jantar, a Tessa resolveu jogar online com o Armin. Resultado? A Lexi ficou no nosso quarto chorando no meu travesseiro para que o Armin não soubesse que ela estava lá. Parece que eles tinham brigado de novo. Só que no fim, ela não aguentou e ele descobriu que ela estava lá. Então eles ficaram discutindo até a Tessa perder a paciência, xingar o mundo, mandar o Armin se ferrar e expulsar a Lexi do nosso quarto. Até hoje eu me espanto com a delicadeza dela.

— O Lysandre veio me buscar com o Alexy. Eu vou dormir na casa do Alexy, você quer alguma coisa da cidade?- a Tessa me perguntou.

— Não, hoje eu vou fazer uma seção de filmes com o Leight. O que você acha que a gente deve fazer? - pergunto. Ela sorri sarcástica. Acho que ela nem nota as manias que pegou do Castiel.

— Se forem fazer qualquer coisa, fiquem longe da minha cama. E eu recomendo que vocês assistam Senhor dos Anéis. Serão as melhores 9 horas da vida de vocês. - ela diz. Céus, ela é tão nerd. Por que é minha amiga mesmo?

— Boa noite com o Alexy. Aproveite para chorar bastante com seu amigo gay. - digo.

— Primeiro: eu não choro, eu sou diva. Segundo: nós sim vamos fazer algo útil. Você sabia que o Armin tem a coleção de colecionador de Stars Wars? Estou levando os grampos para arrombar o cofre. - ela diz. Ela realmente é uma decepção ambulante.

— Teresa, grampos arrombam portas, não cofres. - digo. Ela parece pensar.

— Nesse caso eu canto até que ele se quebre. - ela diz. Não agüento e começo a rir.

— Não, Tes, isso é para vidro. Apenas ligue para o Armin. - digo. Ela gira os olhos.

— Tentarei meus métodos, se não der, sempre existe o telefone. - ela diz. - tenha uma boa noite. E minha cama é proibida. - ela me lembra. Mostro um joinha para ela antes dela sair para fora do quarto. Céus, desde que teve sua primeira vez ela realmente ficou mais esperta em relação ao assunto sexo. Se bem que ainda era bastante inocente.

Enquanto o Leight não chegava, eu fiz uma das minhas brincadeiras favoritas: passei roupa por roupa do guarda roupa da Teresa e pensei no que eu queimaria quando ela chegasse. Assim, nós poderíamos ir ao shopping de novo.

Quando o Leight chegou, meu mundo virou dele, como sempre virava. Eu não me importo que a Tessa e o Alexy vivam me zuando por eu amar ele em excesso, mas... só não parece certo. E hoje ele estava de bom humor, por isso me deu o vestido que eu tanto queria de sua loja. Eu não sei como os outros relacionamentos funcionam, mas o meu consiste em não viver longe desse homem que está parado bem na minha frente.

— Você está me encarando de novo. - ele disse passando as mãos pela minha cintura.

— Talvez por que você seja incrivelmente lindo. - digo. Leight ri.

— Eu te encararia por que eu estaria deslumbrado com o amor que eu sinto por você. -ele diz. - o que temos planejado para hoje?

— Matar a saudade. -digo e o puxo em minha direção, fazendo ele rir. Ele cambaleia enquanto me beija e senta na cama de Tessa. Ela vai me matar, mas está tudo bem. É só eu não queimar mais as roupas dela. Ele segura meu rosto e me encara profundamente.

— Eu te amo, Rosalya. - ele diz. Sorrio e passo a mão eu seu rosto.

— Eu te amo, Leight. - digo. Ele sorri e volta a me beijar.

—_________*****__________

Novamente, nós voltamos para a Teresa

Quando acordo, me recordo que é final de semana. Ah, droga, eu tinha que encontrar o avô do Lys. Encaro o machado que eu usei para tentar arrombar o cofre do Armin ( não tentem, existem alarmes) e sorrio de lado.

— Armin! - berro do hall enquanto coloco um casaco por cima do meu pijama. Meu queridíssimo amigo apareceu de bermuda e sem camisa, com a chave do carro na mão.

— Eu ainda mato o Alexy por ele não ter carteira. Aquilo é um machado? - ele perguntou alarmado. 

— Depois você pergunta para o Alexy. Eu estou atrasada para a pescaria. - digo.

— Teresa, você está de pijama. - ele disse enquanto eu o empurrava para a garagem.

— Quem disse que eu pretendo ficar acordada enquanto os dois pescam? Só me leve para a casa do Lysandre. - digo. - ah, e por que você brigou com a Lexi?

— Pelo mesmo motivo que eu e você vamos brigar agora. - ele disse bocejando enquanto abria o carro.

— Nossa, que grosso. Armin, ela realmente gosta de você. - digo. Ele parou e com os olhos sonolentos me encarou.

— Eu vou conversar com ela hoje. - ele diz entrando no carro. Isso!

— Armin, a gente tem que refazer o nosso jogo de ontem. - digo.

— Estava fácil demais. - ele resmunga. Lógico que não, que cara mais viajado. Eu sou a melhor em tudo que eu faço.

— Só dirige. - digo. Ele sorri e finalmente acelera em direção a casa de Lysandre.


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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capitulo ficou meio grandinho né? Foi para compensar por eu ter demorado. Ah e para comemorar que os sinais vitais de vocês estão bom. Espero que continuem bons! Em fim, vocês gostaram de ver a visão de outros personagens ou preferem que sejam sempre a Teresa? Vez eu outra eu posso colocar dos outros personagens, mas preciso saber se vocês apoiam. Espero comentário, teorias, etc. Quem quiser recomendar, a autora agradece muito! E favoritar não mata né gente? Comentem, galera, a opinião de vocês é muito importante! Até o próximo... ~indo para o quartinho do pânico~
XOXO
— Detoni