Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 1
Delegacia


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, é o primeiro capitulo, não tenho muito o que dizer. Espero que gostem :3



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"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." - Charles Chaplin.

Era claro o som dos passos dos policias atrás de mim a medida em que eu corria até o fim da rua, alcançando uma esquina. Para tentar ganhar tempo, jogo a lata de spray que estava usando em direção à eles, enquanto Viktor, que corria na minha frente, faz um aceno com o polegar e sou obrigada a segurar a risada.

— Fique parada que será melhor para você! - um dos policiais berrou.

Sorrindo, termino de virar a esquina, mas sou parada quando uma luz ofuscante brilha em minha direção e agora estou pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. O som desnecessariamente alto da buzina me traz de volta à realidade e percebo que um carro parou a menos de um palmo de me atingir. O motorista começou a gritar algo, assim como Viktor, mas a experiência de quase morte estava me impedindo de processar as palavras deles.

— Você é louca?- alguém agarra meu braço violentamente,  fazendo meu capuz cair. - Vamos para a delegacia.

O policial começa a me arrastar para viatura e consigo vislumbrar Viktor se distanciando, retomando sua corrida de fuga. Ah, Viktor, sempre assim, não é? Quando as coisas dão errado você sempre dá seu jeito de fugir.

Sinto algemas prenderem meu pulso com força, algo totalmente descabido, devo acrescentar. Meu tamanho não é dos mais intimidantes para terem que me mobilizar dessa forma,  mas me contenho de protestar, mantendo minha boca fechada.

Nunca fui do tipo que costuma expressar o que está sentindo, ou de permitir que os outros possuam alguma vantagem sobre mim. Sim, na minha petulância e ignorância estou incluindo essa situação de clara desvantagem em que eu estou algemada e indefesa. De forma então, a seguir meus princípios suicidas eu esboço meu melhor sorriso cínico para o retrovisor e vejo o policial bufar. 

Tivemos uma viagem chata de alguns minutos, e quando finalmente chegamos, sou brutalmente colocada para fora do carro. Vejo uma policial caminhando em nossa direção, e assim que ela se posta atrás de mim percebo que o aperto nas algemas afrouxa um pouco. Quem diria, existe empatia até com criminosos barra pesada como eu. 

Eles me entregam uma placa e me colocam em uma cabine para tirar uma foto para minha ficha novinha em folha na policia. Perfeito, um registro aos meus 16 anos. Imagino o quão legal vai ficar a foto: uma garota sorrindo mais do que a Harley Quinn ao ser pega, cabelos castanhos e uma expressão digna do próprio Coringa. 

— Agora de perfil. – manda o homem que está atrás do vidro.

Fico de lado para que tirem a foto e contenho a vontade de mostrar um ‘joinha ao lado da placa, mas antes que minha ideia ganhasse forma eles me retiraram da cabine e me levam para a sala do delegado. Ora, ora... Será que alguém leu meu nome e viu que sou um pouquinho mais do que uma zé ninguém? Sorrio para o homem sentado em sua mesa, com a expressão mais doce que consigo esboçar. Sabendo que ele é um amigo do meu pai, preciso no mínimo amaciá-lo, caso contrário, terei que passar um mês aguentando estar presa com minha mãe dentro de casa.

Papai é procurador, ou seja, ele costuma fazer investigações e denúncias representando a população. Ao subir na carreira para chegar em seu cargo, ele foi acumulando alguns favores, inclusive com esse senhor que se encontra na minha frente. Minha ficha provavelmente será queimada como um agrado especial para o procurador federal Ned Chase.

— Teresa.- diz o delegado, deixando seu olhar fixo em mim.

— Se não se importa, prefiro senhorita Chase.- digo brincando com a caneta que estava em cima da mesa dele. Os policias ficaram inquietos com a menção de meu sobrenome, como se não pudessem acreditar que eu estava falando a verdade.

— O que eu faço? Já é a segunda vez em três meses. Realmente está querendo uma ficha na policia? - Ele pergunta.

— Na verdade, não. – digo, tentando limpar a tinta que está presa debaixo das minhas unhas, antes de levantar meus olhos para encará-lo docemente.

— Então, o que eu faço com você?

— Bom, senhor delegado, realmente me desculpe pelo incidente de hoje. Acontece que eu estava sobre uma má influência... - começo a dizer o clássico discurso que já tenho pronto. 

Pobre Viktor. Era mais capaz de eu ser uma má influência para ele do que ele para mim. Mas, para me consolar, devo acrescentar que pichar esse muro naquela parte da cidade havia sido totalmente ideia dele.

— Eu vou ter que  ligar para seu pai, Teresa. - o delegado disse.

— Acho que essa realmente essa possa ser a melhor solução. Não quero uma ficha na polícia aos meus 16. - resmungo tentando ocultar o tédio em minha voz. Céus, só quero ir para casa logo. 

O delegado me encara por alguns instantes antes de se levantar com o celular na mão para então se retirar da sala. Tão simples. Meu pai ia me dar uma bronca, minha mãe ia me perguntar sobre eu quase ter sido atropelada e eles iam me deixar em paz ou me prenderem em casa por um tempo. Porque é assim que funciona minha vida: meus pais não ligam para mim, mesmo que eu apronte inúmeras vezes. A única coisa que poderia fazer eles realmente ficarem com raiva seria eu apresentar alguma nota baixa. E isso nunca foi um problema para mim; na realidade, sempre achei essas matérias da escola demasiadas fáceis. Ouvindo o professor tagarelar na frente da sala uma vez sempre foi suficiente para que eu conseguisse manter a maior média da sala. Claro, o fato de eu ser totalmente viciada em leitura deve contribuir. 

— Eu preciso ir no banheiro. - digo rispidamente para a policial que está a minha direita, lançando à ela um olhar intimidante e de superioridade. 

— Ah... claro, senhorita. Por favor, me acompanhe.- Ela diz, parecendo completamente sem jeito.

Me levanto da cadeira e o policial que estava na porta, me segue enquanto eu sigo a mulher que estava na sala comigo. Chegando ao banheiro, ela me acompanha enquanto o homem aguarda do lado de fora. Caminho para a pia e solto um longo suspiro ao erguer meu olhar. Estou de fato com uma aparência tão louca quanto eu havia imaginado. Pego um papel toalha e o molho, na esperança de tirar as manchas de tinta que estão em meu rosto e no moletom. Após algumas tentativas falhas, desisto de desembaraçar meu cabelo, me contentando apenas em molhá-lo um pouco para diminuir seu volume rebelde. 

Os policiais me seguem enquanto volto para a sala do delegado, que já havia retornado de sua ligação e estava me aguardando. Ele assiste enquanto cada policial volta para seu posto e eu me sento, de forma descontraída.

— Seu pai me pediu para anular a sua ficha. - ele diz. Certo, eu já sabia disso, podemos pular para minha liberação?

— Posso ir para casa então? – pergunto, tentando estampar gratidão na minha expressão. 

— Teresa, saiba que essa foi a última vez. Da próxima não farei esse favor para seu pai. E se você não quer prejudicar a carreira dele e fazer um grande escândalo na mídia, até por causa da sua mãe, então um conselho de amigo: acho melhor você ficar na linha. - ele diz. Esclarecendo: minha mãe é socialite. Eu sei, quem diria que uma socialite conseguiria criar uma pequena ‘rebeldezinha, não é?

— Certo, sinto muito pelo mau entendido de hoje. - digo ficando meio sem jeito por ele ter colocado como conselho de amigo. Faço menção de me levantar, masí ele faz um sinal para que eu pare.

— Seu pai está vindo te buscar. - Ele disse.

Calma, quê?! Meu pai nunca vinha me buscar. Tipo, nunca mesmo. Está acontecendo alguma coisa. Será que dessa vez ele ficou bravo? Fico paralisada encarando o delegado antes de conseguir me sentar novamente. 

Acho que o tempo nunca passou tão rápido quanto esse em que tentava pensar em formas para fugir da delegacia. Ou será que foi meu pai quem correu demais? Só sei que ele pareceu em menos de 10 minutos que se passaram e meu pai já estava estacionando o carro nas vagas exclusivas para as viaturas de policia. Ah, papai, por quê?

A porta da delegacia se abriu e meu pai caminhou com a mesma expressão de tédio que eu consigo estampar com louvor trajando seu habitual terno preto. Quando me vê, me lança um olhar de reprovação, antes de aceitar a mão estendida que o delegado lhe oferece com entusiasmo. 

— É uma pena que nos encontremos em uma situação como essa, John. - meu pai diz, me encarando novamente.

— Não acho que essa situação voltará a se repetir, Ned. Tive uma conversa com a Teresa e posso garantir que ela está arrependida. Certo, querida?- o delegado, chamado John, diz sorrindo de forma simpática para mim. Óbvio, pai, ele até me deu conselho de amigo!

Sorrio timidamente enquanto os dois conversam um pouco. Tudo o que eu queria era ir para casa, ligar para Viktor e dar uma bronca por ele ter ido embora daquele jeito, apenas para ouvi-lo dizer que sente muito e tentar se esgueirar pela janela do meu quarto para me ver. Viktor era meu melhor amigo além de ser completamente apaixonado por mim. Às vezes, penso que no auge das nossas vidas ainda direi sim para seus sentimentos e realizaremos o sonho de nossas mães de nos casarmos. Mas por ora... 

— Vamos, Teresa .- meu pai finalmente diz.

— Tchau, John. - digo sorrindo e acenando para o delegado antes de me retirar da delegacia atrás do meu pai.

Quando nos aproximamos de seu carro, ele hesita um pouco e me encara. Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ele força uma tosse como se estivesse sem graça.

— Está com fome? - ele pergunta parecendo tentar soar agradável. Essa situação está de fato, muito, muito estranha. Para completar o universo invertido que pareço ter me metido, a porta do carona se abre e minha mãe sai do carro, parecendo impaciente.

— Por que vocês estão demorando tanto? Vamos comer alguma coisa. – Ela diz.

Certo, eu devo estar caminhando para o inferno. Tento arrumar meu cabelo uma última vez, para que minha entrada ao menos tenha um pouco de dignidade e esboço um sorriso amarelo para os meus pais.

— Quero comida japonesa. - digo entrando no carro, sem olhar para trás. Meus pais demoram um pouco para entrar no carro e enquanto espero fico encarando da janela as luzes da viatura, pensando no que diabos poderia estar acontecendo, sem que nenhuma ideia  de fato se forme na minha cabeça.

No caminho para o restaurante japonês ambos os meus pais pareciam nervosos e não falaram nada apesar dos olhares que trocavam de vez em quando. Eles são pessoas extremamente ocupadas devido suas profissões, não faz o menor sentindo ambos terem vindo na delegacia me buscar de madrugada. Quer dizer, para pais normais até faria, mas para os meus não. Eles simplesmente não se importam, certo? Céus, eles não deveriam estar aqui. Algo está errado e meu pressentimento sobre isso tudo não está nada bom. 

Quando entramos no restaurante um garçom vem logo nos atender. Está meio deserto, o que não me surpreende devido ao horário. Mas ainda acho que minha escolha de cardápio foi sábia, já que recentemente eu li em um artigo que comida japonesa contribui para o bom humor das pessoas. Por isso assisto esperançosa enquanto meu pai pede a barca de sugestão da casa.

— Desembuchem. - digo sem aguentar mais o momento em que o garçom deixa as bebidas na mesa.

— O que foi? - minha mãe me pergunta fingindo normalidade.

— Sei lá, eu quase fui presa. Falem alguma coisa. - digo dando de ombros em uma tentativa péssima de parecer descontraída. 

— Você vai para um internato.- meu pai diz calmamente, enquanto toma um gole de sua coca cola e ergue os olhos para me observar. Congelo com meu próprio copo à caminho da minha boca. 

— O quê?- pergunto ainda sem conseguir processar a informação. Eu ouvi certo? Internato?

— Como você diz dessa maneira, Ned? Querida, veja bem... Nós não estamos com muito tempo para você e tem acontecido algumas coisas perturbadoras... - minha mãe começa a dizer e começo a absorver o impacto de suas palavras.

— Como eu sendo presa. – digo e minha mãe me encara com solidariedade.

— Não se preocupe, querida. Você não tem nem registro na polícia. O internato é algo que eu e seu pai já vínhamos pensando e...

— O quê? E nem conversaram isso comigo?- pergunto. Eles estavam planejando isso há muito tempo! Não tenho palavras para descrever a forma como eu estou me sentindo nesse momento, minha mente parece estar dominada por raiva. Nem mesmo o sushi colocado as pressas na nossa frente está aliviando meu humor. Artigo idiota, e se você estiver com humor tão ruim que nem consegue ingerir o sushi?

— Está na cara que você está infeliz aqui. - meu pai diz sem nem mesmo em encarar.

— Claro, aí me mandar para longe vai melhorar tudo! E meus amigos? - pergunto. Infeliz? De onde ele tira isso? Meu deus, o que vai ser do Viktor sem mim...?

— Que amigos? Você só tem aquele esquisitão de cabelos pretos que te segue por todo lugar. - meu pai diz, ficando com raiva. Claro, mesmo eu e Viktor tendo sido criados juntos meu pai jamais se daria ao trabalho de aprender o nome do garoto atrapalhado que provavelmente seria meu futuro marido.

— Eu não vou. - digo me forçando a jogar uma peça de sushi na minha boca. Pelo bom humor, Tessa, pelo bom humor.

— Você vai sim. Inclusive, você vai amanhã.- meu pai diz. Começo a engasgar e minha peça cai de forma nojenta na minha frente. É, não vai ser hoje que vou testar aquele maldito artigo. 

— Vou começar no meio do ano ainda? Por que eu só fiquei sabendo disso agora? - pergunto. Estamos no final de fevereiro, então estamos mais para o final do ano letivo do que para o início.

— Porque a sua quase prisão foi a gota d'água, Teresa Mikaela Chase!- minha mãe diz finalmente perdendo a pose de controlada. Maravilha, somos agora três loucos de madrugada em um restaurante japonês 24h.

— Vocês não podem me obrigar. - resmungo batendo os hashis na mesa.

— Até os 18, nós temos controle absoluto sobre você. Agora seja boazinha e coma seu sushi. Será uma longa noite arrumando malas. - meu pai diz colocando agressivamente seu copo de coca na mesa e pegando seus próprios hashis.

***

Na manhã seguinte minhas malas estão prontas na beira da minha cama com apenas uma muda de roupa para viagem separada. Viktor está na porta do meu quarto, me observando enquanto ainda estou de pijama encarando o teto, de cara muito amarrada, devo acrescentar. 

— Eu não quero ir. - digo fazendo um biquinho clássico de pirraça. Sinto a cama se afundar e baixo meu olhar do teto, para encarar Viktor, que agora está sentado na minha frente. 

—Eu não quero que você vá. - Ele diz apertando minha mão.

— Por isso você me abandonou ontem?

— Eu entrei em pânico. - Ele diz. Certo, eu já sabia.

— Você é tão bobão.- digo forçando um sorriso para esconder que minha garganta estava se fechando com o choro se formando em mim. Pressiono minha mão livre contra seu rosto e Viktor fecha os olhos por alguns segundos antes de me encarar novamente.

— Vou sentir sua falta, Tessa.- ele diz beijando a minha palma da mão e suspirando profundamente. Talvez seja imaginação minha, mas o próprio Viktor parece a beira de entrar em lágrimas. 

— E eu a sua. Desde que eu nasci você tem sido minha família. - digo. Viktor sorri para mim e passa as mãos em meus cabelos. Eu sei que ele não tentará fazer nada romântico agora, até porque não é o momento de tentarmos ultrapassar esse limite. Nosso contato agora, nosso carinho... é simplesmente a saudade que vamos sentir e a necessidade que temos de estar juntos. A mesma que existe desde que nascemos. 

— O que eu vou fazer sem você? - Ele pergunta. Seus olhos verdes vivos parecem me implorar agora e eu sei que preciso me recompor. Entre nós dois eu sempre fui a forte, eu sempre estive no controle. Não vou deixar meus olhos se enxerem de água agora. 

— Ser um cara bacana e ter amigos. Largue a vida de vândalo e não arranje problemas com a polícia. - brinco. Viktor ri finalmente, se afastando um pouco de mim. Sinto falta de seu calor, apenas por saber que ficarei tanto tempo sem tê-lo novamente.

— Fazer essas coisas não teria graça sem você. - Ele diz por fim. Sorrio mais uma vez para ele e percebo que estou aqui, apenas adiando o inadiável.

— Viktor, vá lá para baixo. Tenho me arrumar para pegar o avião. – Digo e ele consente de forma triste e beija minha testa antes de sair do quarto. 

Assim que ele sai, jogo meu travesseiro na parede e bato meus pés contra a cama em uma mini crise de pirraça. Mas vai mesmo adiantar fazer pirraça agora? Entro no meu banheiro que está completamente imundo da tinta de ontem. Tiro o pijama e me encaro em frente ao espelho: uma menina claramente assustada e exposta. Encaro as leves saliências de meus músculos, os quais ganhei treinando pesado martes marciais com os melhores mestres. Será que força física me ajudaria agora? Por que me sinto tão fraca?

Sustento o olhar da figura refletida no espelho. Ela possui os mesmos olhos cinzas que eu, que sempre incrementa a imagem de eu ser uma tempestade. Indomável, é assim que gosto de me sentir. Meus olhos transmitem isso. E eu não serei domada em qualquer lugar que eu vá. 

Tomo meu banho deixando que a  água quente escorra por um bom tempo sob meu corpo,  em uma tentativa de levar embora meu nervosismo. Saio do chuveiro e me deito na cama, ainda molhada. Suspiro uma vez. Outra. Eu preciso me recompor, urgentemente.

Me seco rapidamente e coloco uma camiseta justa vermelha, assim como uma calça jeans. Pego minha jaqueta, minha bagagem de mão, meus óculos e desço para o hall.

Meus pais estão sentados com Viktor na sala, ao lado do hall. Os três levantam quando me veem e caminham na minha direção. Me jogo nos braços de Viktor uma última vez enquanto ouço um dos seguranças do meu pai buscar minha bagagem atrás de mim. 

— Vamos sentir sua falta, minha filha. - minha mãe diz. Consigo seguir uma espécie de sinceridade em suas palavras e acabo a abraçando por mais tempo do que o planejado.

— Conto com você para não causar mais problemas. Se cuide. - meu pai diz de forma fria. Concordo com a cabeça e aceito seu aperto de mão, um gesto até afetivo demais para o meu pai. 

Olho para os três mais uma vez e Viktor pisca para mim. Forço um riso e saio de casa, caminhando para o carro que estava à minha espera. 

O caminho para o aeroporto foi tranquilo e solitário, assim como o check-in. Quando sentei em minha poltrona, na primeira classe, senti um nervosismo que nunca havia sentido na minha vida. Era como se tudo estivesse errado, mas ao mesmo tempo parecia que eu estava indo para o lugar certo. O que diabos está acontecendo comigo e esse coração complicado? Para onde eu estou indo, afinal? 

E claro: como é esta porcaria de internato chamado Sweet Amoris?

nternato chamado Sweet Amoris?


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Notas finais do capítulo

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XOXO
— Detoni