"O golpe que levei atingiu minhas asas e demoraria pelo menos um minuto até que elas começassem a se recuperar. Percy segurou meus braços para que eu não caísse e fiquei olhando para cima, me sentindo um lixo por não ter cumprido minha missão como Guardião, por não ter conseguido salvar a pessoa mais importante da minha vida."

Eu andava de um lado para o outro, precisava salvar Thalia. Mas nenhum de nós sabia onde o Lorde morava. Meu pai e seus soldados ainda não tinham voltado, Bianca e minha mãe me olhavam preocupadas e Percy parecia tão aflito quanto eu.

Minha asa estava totalmente curada, e as vezes no lugar de passos eu voava um pouco, precisava fazer algo se não enlouqueceria.

As portas do palácio se abriram. Vários Guardiões entraram por elas, na frente meu pai e Poseidon. O Imperador desceu de Brutus, o seu cavalo, e andou até mim, sendo seguido pelo General.

Hades esqueceu toda sua imagem de Imperador e me abraçou. Vi Poseidon conversando com Percy pelo canto do meu olho.

– Nós as perdemos, pai. - Eu disse, minhas palavras saiam com tanta dor que até eu me surpreendi. Hades suspirou.

– Nós temos um d'Eles como refém, podemos obrigá-lo a nos dizer onde o Lorde fica. - Ele disse. Uma onda de esperança passou rapidamente por mim.

Eu e Percy meio corremos e meio voamos até Ele. Os demônios eram uma raça feia, metade homens, metade monstros, tinham asas parecidas com asas de morcego, andavam em duas patas mas não tinham mãos, tinham garras. Seu rosto era inteiro deformado e de sua pele saia uma coisa gosmenta que eu nem queria saber o que era.

Por incrível que pareça, Eles já foram Guardiões, mas a vontade de poder e a maldade os transformaram nisso, uma coisa indefinida, metade Guardião metade Trevas. Eu não sei direito do que eles se alimentam, mas acho que são canibais ou coisa assim.

Eles ficam mais feios e mais fortes a cada Guardião que matam, por isso tantos mortos.

– O que vocêss querrem? - Ele perguntou.

– Onde seu Lorde está? - Meu pai perguntou, direto como sempre.

– Como se eu fosse falarr - Ele disse. Revirei os olhos e ascendi uma chama em minha mão.

– Essa vai ser uma experiencia perfeita para treinar meus poderes. - Eu disse. - Começando com o fogo.

Lancei três rajadas de fogo na cara daquela coisa. Ele rugiu de dor.

– Você vai falar agora? - Percy perguntou.

– Nunca! - O monstro respondeu. Sorri.

– Ótimo, porque eu ainda tenho muitas coisas para testar. - Disse.

Então, da parede que ele estava encostado, fiz nascerem raízes com espinhos venenosos amarrarem-no. Ele rugiu de dor novamente e um líquido verde caiu de seus olhos.

– Eu falo! - Ele praticamente gritou. - Na terrceirra ilha ao norrte.

Sorri. Eu e Percy praticamente corremos até a varanda, onde começamos a voar rapidamente. Isso me deu uma nostalgia, quando eu e Percy fazíamos corridas pela ilha. Voamos por vários minutos, e esperávamos que nada aparecesse de repente em nossa frente, porque estávamos voando mais rápido do que jamais voamos.

Não demorou muito até passarmos a primeira ilha, que era habitada pelas fadas. Sim, fadas existiam, eram seres amigos dos Guardiões, e sempre sabiam como fazer festas. Também não demorou para passarmos a segunda ilha, habitada por sereias e orcs. Eu não gostava de nenhum dos dois. Orcs eram nojentos e irritantes, e as sereias eram traiçoeiras e várias vezes vaziam Guardiões nadarem nos mares por causa de seus humanos, que tinham sido hipnotizados.

Enfim chegamos na terceira ilha. Eu não sabia que ela tinha sido tomada por Eles, antigamente ela costumava ser dos gnomos. São seres extremamente rabugentos, mas são leais aos Guardiões.

Descemos em uma parte que estava sem nenhum d'Eles. Senti uma inquietação na terra abaixo de nós e me abaixei, colocando minha mão no chão. Pude sentir a energia vital dos gnomos.

– Percy, vem comigo. - Chamei. Andei por alguns segundos até finalmente achar a passagem mágica. Empurrei Percy para dentro dela e passei logo em seguida.

Os gnomos se assustaram no primeiro momento, mas quando nos reconheceram logo fizeram reverências. Como eu disse antes, eles são extremamente leais aos Guardiões. Hefesto, o rei deles, andou até nós.

– Ah, eu reconheço essas asas negras! - Ele disse. - Pequeno di Ângelo, como você cresceu desde a última vez em que te vi.

– Olá, Hesfesto. - Eu disse. - O que aconteceu aqui?

– Um Guardião mal nos enganou, senhor. - Um dos gnomos disse. - Ele trouxe Eles até aqui, nossa população foi reduzida á um terço.

– Viemos aqui acabar com isso. - Eu disse. - Mas preciso da ajuda de vocês.

– O que quiser, pequeno di Ângelo. - Hefesto disse.

– Você tem alguma passagem diretamente para dentro do palácio do Lorde? - Perguntei. Hefesto abriu um sorriso orgulhoso.

– Mas é claro. - Ele disse. - As fadas de Atena e de Ártemis nos ajudaram, abriram passagens em que só seres de bom coração podem passar por toda essa ilha. Você precisa de algum lugar especifico?

– Eles estão com as duas portadoras. - Percy disse. - Precisamos chegar até elas.

– Eu sei onde elas estão! - Um gnomo disse.

Então eles nos guiaram por vários túneis feitos de mágica. Andamos por quase quarenta minutos até que o gnomo parou e se virou para nós.

– É aqui que elas estão. - Ele disse.

Hefesto andou até mim e me entregou um apito dourado.

– Se precisar de nós assopre isso. - Ele disse. - Nós vamos chegar até onde você estiver.

– Obrigado. - Eu disse.

Entramos em um salão enorme. O Lorde estava sentado em seu trono e Thalia estava na sua frente. Eu podia sentir a energia dela sendo sugada, minhas asas estavam perdendo a força, Thalia estava perdendo a vida. Rapidamente fiz uma espada aparecer em minha mão, e vi Percy fazer o mesmo. Eu iria lutar até o final por Thalia.