Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 54
Daenerys




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As palavras saíam da boca do Regicida, mas Daenerys Targaryen não conseguia ouvi-las direito. Não é possível, pensou. Ele está mentindo.

— Ele... - O Regicida continuava a falar, sua voz falhando. A Rainha pôde perceber que uma lágrima escorreu pelo rosto do homem. - Ele virou-se para seu piromante e disse: "Queime todos." - Lembrou-se das diversas vezes que ouvira boatos de que seu pai era conhecido como O Rei Louco. Não conseguia entender, e Viserys dizia que eram todos mentirosos. Lembro-me de Viserys dizer que, quando subisse ao Trono, mataria com sangue e fogo todos que insultaram nosso pai. Daenerys apertou sua mão no punho do Trono de Ferro. - "Queime-os em suas casas, em suas camas." E então ele se virou para mim e disse: "traga-me a cabeça de seu pai".

Daenerys abriu levemente a boca, mas logo se recompôs, precisava se manter firme. Desconfortável, olhou de soslaio para sua Mão e irmão do Regicida. Tyrion Lannister estava boquiaberto. Nesse momento, percebeu que o Duende não conhecia a história. Como saberei que ele está contando a verdade?, se perguntou.

— Foi quando quebrou seus votos? - Perguntou, e o mesmo deu um sorriso zombeteiro. Uma raiva subiu dentro dela.

— São tantos votos, Vossa Graça. Eles te obrigam a jurar e a jurar. Obedeça ao Rei, obedeça ao seu pai, defenda os inocentes, proteja os fracos. E se o seu pai odiasse o Rei? E se o Rei massacrasse os inocentes? É demais. Não importa o que você fizer, estará quebrando um voto ou outro. - Agora o Regicida não estava mais sorrindo. - Diga-me, Vossa Graça. Se ponha em meu lugar. Aerys Targaryen estava ordenando que eu matasse meu próprio pai enquanto assistia milhares de mulheres, homens e crianças eram queimados vivos. Eu deveria estar arrependido?!

Não deu-lhe uma resposta, mas pensou nela mesmo assim. Eu faria o mesmo?, se perguntou. Logo se amaldiçoou por isso. Pare de ser estúpida. Ele está mentindo. Ele quer viver, contaria qualquer coisa para isso.

Olhou para Sor Barristan Selmy. Ele sempre ficava desconfortável quando eu perguntava sobre meu pai, se lembrou. Pensou em seu irmão. Viserys era louco. Poderia meu pai também ser?

— Eu cortei sua garganta para garantir que isso nunca acontecesse. - O Lannister havia terminado seu depoimento.

Ficou alguns segundos em silêncio, mas, para ela, parecia anos. Olhou se soslaio novamente para seus conselheiros: Missandei parecia perturbada com o que acabara de ouvir, Barristan Selmy estava impressionado e desconfortável, enquanto Tyrion estava espantado. Só ela não demonstrava nenhum sentimento. Não posso demonstrar tristeza. Sou a Rainha e estou julgando o homem que matou meu pai, pensou, fazendo grande esforço para se manter indiferente.

Daenerys abriu a boca, e Jaime pareceu encolher os ombros com o gesto. Fechou a boca novamente, junto com os olhos.

O que devo fazer?, se perguntou. "Apenas não mate o pai de meu filho", a voz de Brienne de Tarth ecoou pela sua cabeça novamente, como uma maldição. Por um momento pensou em fazer uma reunião com seus conselheiros antes de tomar uma decisão. Mas, então, lembrou de seus próprios filhos. Abriu os olhos novamente, fitando o semblante cansado do homem que matara seu pai.

Eu sou a última Targaryen, pensou entristecida. Nunca poderei ter filhos. Além de deixar meu legado acabar, o assassino de meu pai sairá impune?, se perguntou, e uma raiva cresceu dentro dela. Apertou mais suas mãos no punho do Trono de Ferro, e só então percebeu que havia se cortado.

Daenerys se levantou, sem tirar os olhos do Regicida.

— Uma ação boa não justifica uma má. Fez o que fez para salvar seu pai, mas matou seu Rei mesmo assim. Você era da Guarda Real. Você traiu seus votos. - Suas mãos estavam em punho, e o sangue escorria para os dedos. - Você matou seu Rei, e a punição é a morte! - O Regicida abaixou a cabeça e fechou os olhos. - Sor Barristan, leve-o até o Septo de Baelor.

Sor Barristan estava completamente atordoado. Parecia ter acordado de um sonho quando ouviu sua Rainha chamá-lo. Fez uma reverência e prontamente obedeceu, segurando os braços de Jaime Lannister.

— Daenerys! - Chama o Regicida, enquanto é levado para fora da Sala do Trono. - Eu exijo um julgamento por combate! - Gritou.

Barristan parou de arrastá-lo para fora. O coração da Rainha de Prata acelerou. Jaime Lannister a olhava com um semblante sério, porém o brilho de seus olhos indicava que não morreria sem uma luta.

Daenerys Targaryen olhou para os lados. Barristan e Missandei estavam espantados, enquanto Tyrion Lannister já havia se recuperado a muito da confissão de seu irmão, e agora parecia estar se divertindo com o pedido do Regicida.

— Pois bem. Não posso negar-te isso. - Admitiu. - Terá seu julgamento por combate logo amanhã de manhã.


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