Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 4
Sandor




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– Perdemos nossa chance quando Tommen morreu. - Disse Sansa, sentada em uma mesa redonda, com todos os representantes das Casas vassalas de seu pai presentes. - Mas isso não é motivo para desistir. Precisamos marchar contra a Rainha de Prata, e agora! - Continuou, sua voz firme e decidida. - Precisamos aproveitar essa oportunidade. Daenerys Targaryen ainda está se adaptando com os Sete Reinos, e ninguém dobrou o joelho para ela ainda. Sem contar que ela sofreu algumas perdas na guerra contra o Alto Pardal.

– Eu concordo, Vossa Graça. - Respondeu Grande Jon Umber. - Precisamos agir o mais rápido possível.

– Acho que temos uma boa força. Se marchamos, demorará muito para Daenerys saber que estamos chegando. E podemos chegar com a desculpa de que dobraremos nossos joelhos. E então, quando ela abrir o portão, nós saqueamos a cidade.

Exatamente como Tywin Lannister fez, pensou o cavaleiro de rosto queimado. Será que a mulher dragão será tão burra quanto o pai?, se perguntou.

– Sim! - Concordaram os homens. - Partiremos quando, Vossa Graça?

– Quanto tempo para juntar todos seus homens? - Perguntou a garota.

– Uma quinzena, no máximo. - Respondeu um de seus vassalos, e os outros pareceram concordar.

– Então, partiremos em uma quinzena. Não mais que isso.

– Vamos vencer essa guerra. - Gritou um dos vassalos.

– O norte se lembra! - Gritou outro.

– À Rainha do Norte!

Gritou Grande Jon Umber, erguendo sua caneca para um brinde. Todos fizeram o mesmo, e então o salão se transformou em uma explosão de vozes masculinas e gargalhadas, enquanto comemoravam.

Sandor Clegane observava tudo, de longe, encostado em uma parede. Parecia uma estátua, e não conseguia tirar os olhos de sua garota de cabelos ruivos. Está aprendendo a agir e falar como uma verdadeira Rainha, percebeu o Cão. Se permitiu dar um sorriso torto.

À noite, como era de costume, Clegane se dirigiu ao Bosque Sagrado, onde sabia que Sansa estaria esperando. Mas, dessa vez, chegou antes.

O Cão sentou no tronco em frente a árvore, e vislumbrou por alguns momentos o rosto esculpido na mesma. A boca aberta, os olhos levemente tristes e as lágrimas pareciam ser sangue seco. Mas sabia que não era.

A cada dia que passava no Norte, Sandor ficava mais intrigado com os deuses antigos. Diziam que os Filhos da Floresta que haviam esculpido esses rostos nas árvores e, para Clegane, isso tudo era bobagem. Mas, mesmo assim, quando olhava por muito tempo para os rostos, sentia o pelo de seus braços se arrepiarem. É apenas o vento de inverno, garantiu para si mesmo, embora no fundo não tivesse tanta certeza.

Fechou os olhos por alguns instantes e ouviu o vento. Sansa, pareceu sussurrar, e o Cão abriu os olhos rapidamente, levando um susto. Rainha do Norte, o vento pareceu sussurrar novamente.

Devo estar ficando louco, pensou o Cão, desejando que sua donzela aparecesse logo. Mas Sansa demorou mais de uma hora para aparecer. Quando o homem já estava se virando para ir embora, vislumbrou sua Rainha, com um manto de pele de lobo por cima de seu vestido azul.

– Meu cavaleiro. - Disse a garota, dando um sorriso. - Desculpe o atraso.

Embora Clegane estivesse levemente impaciente e congelando, só conseguiu sorrir e dizer:

– Fico feliz que tenha vindo. Pensei que havia esquecido.

– Oh, não esqueci. - Respondeu, dando um largo sorriso, antes de levar seus lábios quentes aos frios do Cão.

Sansa sentou no tronco de árvore, e Clegane fez o mesmo, enquanto fitava seus olhos azuis. Levou sua mão direita até o rosto da donzela, deslizando-o. A Rainha do Norte deu um sorriso tímido e segurou a grossa mão do homem, fechando os olhos para sentir melhor seu toque.

Clegane levou seus lábios até os de Sansa, selando-os demoradamente. Abriu levemente a boca para introduzir sua língua, e a loba permitiu. Começaram um beijo apaixonado, e Sandor queria que esse momento congelasse como tudo à sua volta e que nunca mais tivesse que tirar seus lábios dos dela. Mas, antes que pudesse aumentar a intensidade do beijo e levar suas mãos pelo corpo de sua senhora, a mesma o soltou.

– Como você acha que eu fui hoje, na reunião com os meus vassalos? - Perguntou a garota, dando um sorriso. Estava claro que ela só ficaria satisfeita com a aprovação de seu cavalheiro.

– Foi ótimo, Sansa. - Respondeu o Cão, sendo o mais doce possível, fitando seus olhos. - Seu pai ficaria orgulhoso.

A menção de seu pai deixou o rosto da garota levemente triste, mas mesmo assim ela se permitiu dar um sorriso tímido.

– Obrigada. - E então seus olhos tomaram um brilho perigoso, antes de continuar: - Eu vou tomar o Trono de Ferro, Sandor. Ele será meu. Vingarei minha família.

Sandor assentiu, e deu um suspiro involuntário. Nos últimos tempos, a única coisa que sua senhora gostava de conversar era sobre as chances da mesma conseguir o Trono de Ferro e vingar sua família. Não a culpava mas, nesse momento, o Cão percebeu que havia acontecido o que ele mais temia.

Sansa está obcecada, pensou, enquanto fitava seus olhos azuis antes tão inocentes, agora contendo um brilho muito perigoso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, por favor :3



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