Estavam à frente do portão para entrar em Porto Real. Daenerys estava esperando que as Casas nobres viessem lhe jurar lealdade, e a Casa Stark era uma dessas.

Sansa tinha cerca de dois mil homens nortenhos ao seu lado, lutando pela sua causa, todos apenas querendo vingar sua família e fazer com que Sansa tomasse o Trono de Ferro. Mas será que eu o quero? Apesar de estar cega por vingança e poder, as vezes se perguntava se estava fazendo certo. Uma parte de si dizia que sim, que queria sentar-se naquela cadeira coberta por espadas. Porém, uma outra parte, a sua parte mais menina, queria apenas fugir com Sandor e se passar por uma camponesa pelo resto de sua vida. Sabia que assim tinha mais chances de ser feliz. Não posso pensar assim, se reprimiu. Não sou mais uma garotinha tola com sonhos de verão. Sou Sansa Stark, a última de minha Casa, a Rainha do Norte. Preciso vingá-los, preciso continuar minha linhagem. Mas mesmo assim sentia um nó em sua garganta e um peso em seus ombros. Queria se vingar dos Lannister, mas a mulher que agora ocupava o Trono de Ferro, aquela que chamavam de Mãe de Dragões, era uma Targaryen. Não importa. Vingarei minha família e irei comandar, assim, os Sete Reinos, concluiu, por fim.

Então os homens da Rainha de Prata abriram o portão para os homens da Rainha do Norte.

Sansa ordenou que seus homens entrassem para começar a carnificina, mas quando todos estavam dentro da Capital, a Stark teve uma surpresa. Do outro lado, cerca de quatro mil Imaculados a esperava.

Fui muito ingenua a pensar que tudo seria fácil. Então, a guerra começou.
Sansa estava atrás, apenas comandando seu povo, com alguns nortenhos a protegendo.

– Senhora, nós estamos em desvantagem. - Disse um dos homens, aquele que chamavam de Jory Cassel.

– Eu sei. - Disse Sansa, como se não soubesse do óbvio. - Mas não fugiremos. O Norte não foge. - Disse, firme. - Robert lutou contra Rhaegar e eles também estavam em desvantagem. Mas Robert ganhou. Hoje, vocês lutarão e vencerão! - Gritou para seus homens. - São nortenhos, e sua causa é nobre. Os deuses antigos estarão ao nosso lado!

Os homens gritaram, motivados, e partiram para a carnificina.

Sansa Stark não sabia lutar, mas foi aprendendo a liderar aos poucos. Estava protegida, mas alguns de seus homens a relatavam de tudo que estava acontecendo na batalha. Sabia que a disputa estava acirrada. Os nortenhos são duros e fortes, pensou, orgulhosa. Como o Norte.

Havia se passado uma hora, duas? Sansa não sabia dizer. Não estava à frente da guerra. Gostaria de estar. Já havia passado o tempo em que a Stark pensava nos seus heróis de cavalos brancos e achava que a guerra era algo simples, bonito embora sangrento e poético. Não era mais uma criança do verão. Sansa agora era uma verdadeira loba, acostumada com sangue, com morte e com um inverno longo. Gostaria de estar à frente, lutando com meu povo, se lamentou. Mas os deuses a fizeram com corpo de mulher, e nunca havia pego sequer numa espada em toda sua vida. Se Arya estivesse aqui, no meu lugar, seria diferente, refletiu.

– Minha Rainha. - Disse um dos homens nortenhos, cortando seus pensamentos. - Estamos com problemas.

– O que houve, Brandon? - Perguntou Sansa, apreensiva.

– Dragões. Daenerys soltou os dragões.