Acontecimentos Sobrenaturais escrita por Misaki


Capítulo 2
Capítulo I : Começando as aulas




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Eu chegava só com a roupa do corpo naquele colégio. Era final da tarde. Depois da morte dos meus pais, os meus tios ficaram como responsáveis judiciais por mim, mas eles nunca foram muito próximos da minha família, então para não ter muitas responsabilidades comigo eles me mandaram para um colégio interno. Um colégio imenso que antigamente eram casarões, há quatro enormes, pelo que eu sei o primeiro é o dormitório feminino, o segundo é a imensa biblioteca, o terceiro são as salas de aula e o último é o dormitório masculino. Atrás deles ainda havia uma enorme quadra atlética. A propriedade se estendia além da minha visão. Atrás só havia floresta.

Dessa vez vai ser diferente. Eu não quero mais ter laços com ninguém, não quero mais ter ninguém que seja especial para mim. As pessoas que eu amava morreram todas por minha causa, porque eu não fui forte. Essa coisa que às vezes me controla gosta de me ver sofrer, mata somente as pessoas que eu amo, então para essa coisa não matar mais ninguém eu não vou mais fazer laços com ninguém.

Prefiro viver uma vida solitária a carregar mais um peso de uma vida nas minhas costas, porque quanto mais pessoas morrem ao meu redor, mais vozes me atormentam. Isso acontece desde que eu era criança. As vozes. Eu tomava remédios controlados e fazia consultas com psiquiatras, mas eu nunca deixava de escutá-las. Então eu comecei a mentir e dizer que elas tinham ido embora.

Uma mulher estava caminhando em minha direção. Ela era loira e peituda.

— Olá. Eu sou Tsunade, a diretora daqui e esta é Shizune, minha assistente. Você deve ser Sakura Haruno — disse a mulher loira se apresentando.

— Sou eu mesma.

— Os seus tios ligaram para mim e me pediram que eu recebesse você. Eles mandaram deixar as suas coisas no seu quarto hoje pela manhã. Suas roupas e livros, entre outras coisas. Eles também me pediram que a colocássemos em um quarto só para você. Aqui geralmente as garotas dividem os quartos, sendo duas para cada quarto, mas como seus tios mandaram uma generosa quantia de dinheiro, nós aceitamos o pedido e colocamos você num quarto só seu.

Pelo menos isso meus tios fizeram por mim. Não vim aqui para fazer amigos, vim somente para estudar.

— Agora acompanhe Shizune, ela lhe mostrará onde será o seu quarto e lhe dirá as regras do colégio.

Eu acompanhei a tal mulher até o primeiro prédio. Ela me levou até o último andar e me deixou em frente ao meu quarto. Eu entrei e vi tudo na mais perfeita ordem. Uma cama de casal no centro, um guarda-roupa com todas as minhas roupas à esquerda, uma escrivaninha e um computador à direita, algumas estantes de livros e uma porta que levava ao banheiro. Tinha até uma varanda.

Joguei-me na cama sem nada para fazer. As aulas só começariam amanhã. O sinal tocou avisando que era hora do jantar, mas eu não estava com fome. Ao invés de ter que me misturar com outras pessoas eu vou dormir, assim é mais seguro. Eu só espero que nada ruim aconteça amanhã.

O dia seguinte chegou mais rápido do que eu desejaria. Durante as aulas eu teria que usar o uniforme do colégio, uma saia xadrez e uma camisa social. Arrumei-me e saí vagarosamente do meu quarto. Ainda era cedo quando cheguei à minha sala. Não havia ninguém lá.

Quando vi que as mesas eram de duplas apertei as mãos em punhos. Seja quem for que sentar ao meu lado vai ter só o meu silêncio, vai ser ignorado completamente.

Sentei numa carteira ao lado da janela e fiquei olhando a floresta que se estendia no horizonte. Nem percebi quando o sinal tocou e os outros alunos começaram a chegar.

Alguns alunos vieram falar comigo perguntando se eu era novata. Pelo visto não entravam muitos novatos aqui. Todos que falaram comigo eu ignorei. Logo comecei a ouvir cochichos ao meu respeito. Já começaram a falar mal de mim. Que bom. Pelo menos assim ninguém quis ser meu parceiro de mesa. Todos estavam sentados em dupla, eu era a única que estava sentada sozinha.

Logo o professor chegou. Ele tinha os cabelos brancos apesar de ter o rosto jovem e usava uma máscara cobrindo metade do rosto. Ele se apresentou.

— Como vocês já sabem eu sou professor de física de vocês. Kakashi Hatake. A maioria já me conhece do ano passado. E não é de costume termos alunos novos, mas esse ano parece que foi diferente. Aluna nova ? Gostaria de se apresentar ?

Eu estava com o rosto apoiado na mão olhando a janela. Não me dei nem ao trabalho de olhá-lo. Quando mais grossa eu for com as pessoas mais elas se afastarão de mim e é isso o que eu quero.

— Na verdade não.

Ele não parece ter ficado zangado nem nada. Pelo contrário, ele parece ter levado na brincadeira. Mais isso só fez com que aumentassem os cochichos sobre mim.

De repente ouvimos batidas na porta. Não me dei nem ao trabalho de olhar, mas escutei o que provavelmente era um aluno atrasado pedindo desculpas ao professor pelo atraso.

— Sim, você pode entrar Sasuke. Procure um lugar para se sentar.

Para minha infelicidade o único lugar vago que havia era ao meu lado. Eu escutei algumas garotas suspirando enquanto ele caminhava. Eu gelei quando senti que ele havia sentado ao meu lado, mas mesmo assim não tirei o meu olhar da janela. O professor voltou a falar comigo enquanto olhava algumas fichas de alunos.

— Aluna nova ? Sakura Haruno, certo ? Seja bem-vinda a esse colégio.

Ignorei totalmente.

Ele começou a sua aula normalmente.

— Então, você é nova aqui ? — perguntou o garoto ao meu lado.

Eu me virei para ele e lancei um olhar entediado. Dei uma boa olhada nele. Olhos e cabelos negros, rosto bonito e todo arrumadinho. Deve ser só mais um desses garotos riquinhos que estudam aqui.

Virei meu rosto para a janela e o ignorei completamente.

— Eu sou Sasuke. Seu nome é Sakura certo ?

Não respondi.

— Vocês dois. Parem de conversar — disse o professor.

Eu senti o olhar dele sobre mim durante toda a aula. Esse cara já está começando a me irritar.

As aulas pareceram levar uma eternidade para acabar.

Assim que o sinal tocou, eu praticamente corri para o meu quarto. Troquei de roupa, não aguentava mais usar aquele uniforme ridículo e fui à biblioteca. Eu adoro ler. Esse seria o meu único passatempo aqui e com uma biblioteca tão grande o que não vão faltar são livros para eu ler.

A biblioteca era enorme e me trazia paz ficar entre os livros. Poder ler e praticamente viver a vida dos personagens e não essa minha horrível vida. Fui até as prateleiras mais afastadas e peguei um livro.

Eu não gosto de ficar entre as outras pessoas então sentei ali mesmo entre aquelas prateleiras já que ali não havia ninguém.

Quando eu comecei a mergulhar no livro escutei uma voz.

— Ei. Você.

Provavelmente era alguém que estava na grande mesa no centro da biblioteca falando com outra pessoa. Resolvi ignorar.

— Você aí. Sentada entre as prateleiras.

Escutei melhor a voz e percebi que estava do outro lado da prateleira atrás de mim. E também parecia estar sentado. Mais uma vez ignorei.

— Vai me ignorar para sempre ? Tsk! Você é muito mal educada mesmo.

Eu já estava com uma gota na cabeça.

— Você está me atrapalhando. Quer me fazer um favor e dar o fora ?

— Hum, então você fala ? Eu estava começando a ficar preocupado pensando que você fosse muda ou não soubesse falar.

— Me deixe em paz.

De repente senti algo bater com força na minha cabeça. Virei-me e vi que a pessoa tinha empurrado um livro para me acertar.

Fechei com raiva o livro que estava em minhas mãos.

— Ficou louco ? — perguntei me virando vagarosamente para a prateleira.

Escutei uma risada.

Olhei o outro lado pelo espaço que o livro havia deixado na prateleira. Assim que vi quem era apertei minhas mãos em punhos. Aquele maldito.

— Vá embora.

Ele fez o contrário do que eu disse. Ele se levantou e se sentou ao meu lado. Olhei bem naqueles olhos negros.

— O que você quer me atormentando, idiota ? Agora está me perseguindo ?

— Primeiro que meu nome não é idiota, é Sasuke, e segundo que eu não sou um perseguidor, eu cheguei aqui antes de você.

— Que tal sair antes de mim também ?

— Não obrigada. Eu estou bem aqui. Pode continuar lendo.

Eu abri meu livro e voltei a ler, mas eu sentia o olhar dele em mim direto.

Fechei novamente o meu livro com raiva.

— Algum problema ? — eu perguntei.

— Nenhum.

Eu tentei mais uma vez voltar a ler, mas aquele cara estava me irritando profundamente. Fechei o livro com força e o coloquei de volta na estante. Se aquele cara não quer sair daqui eu mesma saio, quanto mais afastado de mim ele ficar melhor será para ele.


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