Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 53
Penúltimo capítulo


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pela recomendação: Francy Medusa. Gente, eu vou matar vocês... Meu vizinho até ligou pra polícia achando que eu estava tendo um ataque epilético (eram só risadas), imaginem quando eu realmente tiver um ataque. Obrigado a todos os reviews e mesmo quem ainda não apareceu, dá tempo de me conhecer, de mandar seu recadinho, de falar o que achou, por que leram o título? É isso mesmo... Isso, isso, isso como dizia o Grande Chaves.



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Pov Joe:

Clary dormiu como um anjo. Parei num posto de gasolina para abastecer, e a cobri com um velho cobertor que carregava no porta-malas do Torino.

Eu mesmo coloquei a gasolina no tanque enquanto o olhar desconfiado do dono do lugar não saía de cima de mim. Ainda peguei dois pacotes grandes de Cheetos e uma Coca Cola de dois litros, sem tirar meus olhos do carro e principalmente de Clary.

–Estão fazendo uma viagem? - perguntou o velho desconfiado.

–Sim. Recém-casados. - menti mostrando a aliança em meu dedo.

–Aproveite os primeiros meses porque depois... Será um inferno. - disse desfazendo-se de sua desconfiança. Paguei-lhe e saí com a comida nas mãos, joguei tudo no banco traseiro e ainda parei para deixar um beijo na testa de Clary.

Segui viagem pelas estradas a madrugada inteira, estava morto de sono e cansaço. Eu só descansaria quando estivesse a salvo com ela.

Ao amanhecer Clary despertou, e fez questão que eu parasse o carro e trocássemos as posições. Não foi tão ruim, primeiro passei todas as informações de corta caminhos e por qual cidades ela deveria passar e quais evitar, depois desfrutei de uma dose de sono. Quando acordei as placas indicavam que estávamos chegando à cidade de Tucson.

–Clary... - sussurrei ainda despertando. Ela olhou gentilmente para mim, parecia feliz. - Por quanto tempo dormi?

–Acho que umas três horas. - disse dando de ombros. - Relaxa, se não pararmos para nada conseguimos chegar a Green Valley depois do meio-dia.

–Eu quero que pare no próximo acostamento e me devolva à direção de meu carro. - falei naquele tom que ela sempre obedecia. E foi o que fez, encostou o carro e desceu furiosa.

Fiz o mesmo. Esticar as pernas era a melhor coisa que eu poderia fazer.

–Eu odeio quando manda em mim. - disse acedendo um cigarro. Devia ter encontrado meu maço em alguma parte do carro. Encostou-se na lataria, o sol da manhã afetou minhas pupilas.

–Você prometeu que faria tudo o que eu dissesse. - respondi sorrindo. Ela me fuzilou enquanto tragava.

–Estou com fome. - resmungou. - Sede...

–Tem salgadinho e Coca no banco de trás.

–Eu já comi tudo. - fiquei boquiaberto. Tudo isso enquanto eu dormia? Por isso que ainda estávamos ali naquela cidade. - Espero que tenha um plano.

–Eu tenho chegarmos à fronteira o mais rápido possível e depois... Tentar encontrar seu pai.

Ela assentiu e me passou o cigarro, traguei o mesmo sem deixar de fitá-la desconfiado.

–Porque não me disse que iria se encontrar com Black?

–Do que isso importa? - retrucou furiosa. Deu a volta no carro e entrou batendo a porta com fúria.

–Importa... - falei me debruçando na janela do motorista e encarando-a. - Mentiu pra mim.

–E você nunca mentiu para mim? - cuspiu ainda furiosa. Eu não via motivo para chateação, estávamos apenas colocando as coisas em pratos limpos. - Dormiu com Yara.

–Eu não transei com aquela vadia. - cuspi dando um murro no teto do Torino. Seus olhos se desviaram dos meus.

–Mas foi procurá-la.

–Está bem Clary. Eu te enganei e daí? Você fez o mesmo ontem.

–Ah... - começou a rir. - Sou sempre eu a errada nesse relacionamento. Você sempre foi o enganado... O mocinho da relação. “Coitado do Kurt, ele só sofre”

–Está sendo sarcástica? - perguntei franzindo a testa. Esmaguei o cigarro com os pés e entrei no Torino, ela prendeu o cinto e fez questão de se afastar de mim.

–Não fale comigo. - respondeu cruzando os braços e com um bico nos lábios, sorri de lado.

–Fica sexy com esse bico, me dá vontade de beijá-la. - comentei. Lentamente levantou sua mão e me mostrou seu dedo do meio. A aliança no outro dedo brilhou. - Sei que você me ama.

–Você que me ama. - respondeu. Liguei o motor e voltamos para a estrada.

Clary decidiu me ignorar durante toda a travessia pela cidade de Tucson. Até o fim do dia estaríamos na fronteira, e com esse pensamento apenas acelerei ignorando seus pedidos de comida, bebida e até de ir ao banheiro. Era gostoso vê-la furiosa.

Quando finalmente parei o carro num posto de gasolina para abastecer - com o dinheiro que ainda restava no envelope que dei a Clary e depois da briga me devolveu - ela saiu correndo para o banheiro. Acabei rindo enquanto enchia o tanque de novo.

–Posso ajudar rapaz? - pergunto um dos funcionários do posto.

–Estou enchendo o tanque. - respondi descontraído. Clary apareceu e pegou o envelope de dinheiro de meu bolso. Olhei-a furioso. - O que vai comprar?

–Comida. Se pensa que me deixar com fome fará que eu lhe perdoe está enganado. - respondeu antes de sair rebolando para dentro da loja de conveniências.

–Mulheres são difíceis de lidar. Mas nós não conseguimos ficar sem elas. - disse o funcionário coçando a barriga. Era óbvio que aguardava seu pagamento encostado na bomba de gasolina.

Pov Clary:

Entrei na loja de conveniências e todos os olhares masculinos foram para mim. Alguns desconfiados, outros para minhas pernas. Andei pelas prateleiras atrás de algo para comer, já que Kurt estava mais interessado em chegar à fronteira do que se alimentar.

Detectei uma TV e fixei meu olhar no noticiário ao mesmo tempo em que enchia minhas mãos de biscoitos recheados.

–Esta manhã o FBI divulgou as fotos do casal desaparecido, segundo suas fontes, Owen Drewnick e Marilyn Krueger foram vistos pela última vez ontem num hotel de luxo em Las Vegas. Se algum telespectador tiver alguma informação sobre os foragidos, deve ligar imediatamente para a polícia americana.

Droga, se meus pais desapareceram ontem seria impossível já estarem no México. Corri ao caixa e depois de passar todas as besteiras que comprei, encontrei Kurt conversando com um funcionário.

–Kurt. - chamei. Ele virou-se sorrindo. - Vamos embora.

–Calma. Sabia que este cara já foi técnico de futebol americano? - disse ele referindo-se ao outro.

–Por favor, temos que conversar às sós. - ele bufou e finalmente pagou o homem. Entrei no carro e joguei as guloseimas no banco de trás, Kurt prendia seu cinto na maior calma. Ligou o motor e quando tive a certeza que estávamos longe o suficiente do posto, confessei - Owen não foi para o México.

–Como assim?

–Eu não sei... - sussurrei confusa. - A foto de meus pais está em todos os jornais, como foragidos! E também disseram que a última vez que foram vistos foi ontem no hotel que informei a polícia.

–Não entendo... Eles fugiram?

–Eu não sei. - encolhi os ombros. - E agora?

–Temos que seguir viagem. Se a polícia não se importou com nosso sumiço, temos que aproveitar a chance e continuar.

–Eu não vou para México algum se meus pais não estiverem juntos. - gritei fazendo-o se irritar. Ele parou o carro bruscamente.

–Não grita comigo! - repreendeu. - Se quer ficar aqui e esperar eles para serem presos juntos, problema seu. Eu já fui preso e não quero voltar para uma jaula tão cedo principalmente agora que limparam meus antecedentes.

–E eles? - questionei.

–Não sei... Você sabe o celular de sua mãe de cor? – perguntou se acalmando.

–Sei.

–Ligamos para ela na próxima parada. Fale rápido, o máximo quarenta segundos se passarem disso conseguem nos localizar. - explicou. Respirei profundamente.

–Okay.

[...]

–Mãe? - perguntei agarrada ao telefone público. Ouvi um chiado do outro lado da linha. Kurt apontou para o relógio em seu pulso.

–Clary... - sussurrou. - Onde está?

–Em... Green Valley. Eu e Joe estamos a caminho da fronteira.

–Que bom, eu e seu pai estamos indo também.

–Mãe eu tenho que ser breve.

–Vinte segundos. - avisou Kurt.

–Nós vamos esperar vocês nos túneis ilegais da fronteira. Owen deve saber onde é.

Kurt desligou o telefone em seguida. Olhei-o incrédula, como ele podia ser tão mal educado.

–Vamos embora. - disse agarrando meu pulso e me puxando.

–Calma.

–Como vou ter calma quando sei que está todo mundo em perigo? Temos que chegar o mais rápido aos túneis. - disse ele soltando-me e entrando no carro.

–Relaxa. - falei, minha vontade era bater nele. Não sabia o quanto estava irritando aquele seu jeito “Tenho que salvar todo mundo!” - Vai dar tempo.

–A partir de agora não vamos parar nem para ir ao banheiro. - avisou enquanto dava a volta e saía do posto de gasolina.


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Notas finais do capítulo

Outra coisa, eu amo vocês. Sério, eu dediquei toda a criatividade e capacidade de expressão que eu tinha para fazer esta história então tudo o que os leitores fizeram por mim, é muito maior do que eu mesma imaginava. Mas, para quem não quer sentir saudades, já falei passem nas minhas outras histórias, e para quem ainda quer mais de "Você é minha Droga" comenta assim: #SegundaTemporada
E se eu for fazer uma segunda temporada, não haverá Clary nem Joe, mas um novo casal fodástico. Hahahaha já estou com as tretas prontas, só falta vocês decidirem, continuo ou não?