Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 5
Um cara com uma arma




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Pov Clary:
Eu me odeio. Ele era perfeito, foi perfeito e mesmo assim o tratei com a maior arrogância quando me tentou beijar. Duas vezes. Não é que eu não gostei, é meu medo de se apaixonar por um idiota.
Entrei em casa me deparando com uma cena constrangedora. Minha mãe estava praticamente transando com Harry no sofá, eu queria muito vomitar naquele momento. Fingi uma tosse histérica como se eu estivesse morrendo.
–Clarice. - minha mãe saiu do colo dele e se sentou ajeitando seu vestido preto. - Eu não sabia que chegaria tão cedo.
–Eu não acredito que me mandou para uma festa em que você não sabia nem quem era o dono, onde era e quem estaria lá. Fora que eu poderia ter sido morta por gângsteres. - falei igualzinha Anne tão dramática, que merecia ganhar um Oscar. - Isso tudo só para transar com seu amante? Porque não me disse? Eu arranjava um cara e passava a noite com ele.
–Clarice está passando dos limites. - disse Harry como se fosse meu pai.
–Quem esta passando dos limites aqui é você. Aposto que é casado, e que minha mãe é a "outra". Porque não foram num motel? Teriam mais privacidade.
–Clarice me respeite sou sua mãe. - disse a mesma. Olhei-a incrédula.
–Não. Às vezes parece que eu sou sua mãe. - falei. - Você é tão irresponsável que não pensa nos seus atos. Mandou-me para uma festa, já te passou pela cabeça que eu poderia ter feito várias coisas?
–É você poderia ter feito varias coisas. Uma delas é ser adolescente. Você não curte sua juventude, vai curtir. Fica se preocupando com o que não deve. Tem que parar de mandar na sua mãe. - disse Harry.
–Na sua idade eu me divertia bastante. - disse minha mãe sorrindo. - E você Clarice? Diverte-se?
A pergunta me deixou sem resposta. Bufei e fui em direção às escadas. Não é que eu não me divirta, mas também nunca pensei em transar com vários caras, cheirar cocaína e ficar bêbada até cair. Eu poderia ter beijado Joe, podia ter ido para a cama dele, mas eu não sou assim. Não sou uma va/dia que só pensa em se divertir com os amigos e beber até cair, eu me preocupa comigo mesmo inclusive com minha mãe.
–Isso tudo vai mudar. Quando você encontrar o amor. - gritou minha mãe.
–E isso tudo vai mudar quando você descobrir que ele é casado. - retruquei. Entrei no meu quarto e bati a porta com toda a força que eu pude.
Eu odiava minha vida, odiava minha mãe por ser tão tola e idiota em acreditar que aquele homem lá em baixo realmente a amava. Odiava Anne por estar preocupada em conquistar um cara que pega todas, odiava Wanessa por jogar várias verdades na minha cara e principalmente Black por me encher o saco. Na verdade o único que parecia se preocupar comigo era ele. Só ele.
Joguei-me na cama bufando e fiquei encarando o teto. Eu só sabia o nome dele, não tinha pegado seu número nem seu endereço, eu só sabia e sentia seu cheiro amadeirado. Seu olhar profundo e suas covinhas nas bochechas, mas era só isso. Apenas isso. Eu queria reencontrá-lo e dizer que fui uma idiota, e talvez finalmente sentir o gosto de sua boca na minha. Joe não era feio, muito menos de se jogar fora, mas fiquei com uma coisa na cabeça desde que quase nos beijamos... Ele tinha algo duro abaixo da cintura. "Mas é claro, ele é homem" diz meu subconsciente, mas não era isso. Era uma arma. Algo muito pior do que eu imaginava. Talvez eu não tenha ficado com ele depois por isso, mas no fundo eu queria tanto ele quanto o beijo. Fechei os olhos suavemente a ponto de adormecer assim mesmo de roupa e tudo.
[...]
Na manhã seguinte encontrei Anne saindo de sua casa e como qualquer outro dia, ela me acompanhou até a escola e falou pouco nem parecia à doida que sempre me acompanhava.
Então subindo as escadas acabei reparando bem perto das enormes portas de vidro de entrada da escola, ele... Sim quem eu e todo mundo está pensando. Joe, completamente no estilo Justin Bieber mais gato e irritante. Meu anjo me deu um murro no estômago por eu estar pensando nisso enquanto minha diabinha me puxava para ele me arrastando até ele.
Quando dei por mim estava, a centímetros dele. Joe sorriu e mordeu os lábios de um jeito que deixaria qualquer uma louca menos eu. Mentira, eu já estava me derretendo por dentro, mas eu tinha que impor respeito e tomar uma atitude não parecer uma adolescente apaixonadinha.
–Krueger? - perguntou me olhando de cima a baixo. - Realmente não lhe reconheci sem aquele vestido que definia suas curvas. Claro que preferia que estivesse nua, mas...
–As regras deste país não permitem. - terminei a frase da qual me lembrava ouvir dele na noite passada. - O que diabos faz aqui?
"Para te ver" gritou a diabinha dentro de mim cheia de alegria e emoção enquanto o anjo se limitou a revirar os olhos.
–Eu estudo aqui. - respondeu ele.
"Toma trouxa!" E o anjo se glorifica. Eu molho os lábios tentando não parecer abalada.
–Eu queria lhe pedir desculpa sobre ontem. - de repente as palavras começaram a sair de minha boca. - Eu não estou à costumada a beijar caras com armas.
Ele me olhou como se fosse arrancar minha cabeça. Droga, porque eu tinha que falar?
–O que disse? – perguntou ele franzindo a testa. – Contou isso para alguém?
–Não. – respondi. – Mas quero uma explicação sua.
–Não posso falar disso com você... Não aqui! – o avisou.
–Como assim, aqui não? – perguntei. – Eu quero saber agora!
–Se quer saber algo sobre mim ou sobre ontem... Espera-me na saída. – disse ele me olhando e sorrindo descaradamente. Não acredito que ele queria me encontrar, porque era o que parecia. – Aliás, não conte nada a ninguém, se não vou ser obrigado a fazer algo que não quero!
Não entendi nada, mas ele se virou e caminhou para dentro do colégio como se nada estivesse acontecido. E claro, me deixando muito curiosa. Inclusive meus nervos e hormônios. Ok, eu queria reencontrá-lo e ficar sozinha com ele novamente e talvez terminar aquele beijo, mas sua arma e o mistério dele me faziam ficar louca e ao mesmo tempo querer distancia.

Segui meu rumo para minha sala e acabei encontrando Wanessa no caminho, conversando com Black. Ele não estudava aqui, mas sempre vinha trazer ela.
–Oi gente! – falei me aproximando.
Wanessa me lançou um olhar de ódio, eu sei que ela odiava o fato de seu marido gostar de mim, enquanto Black sorriu, mas mordeu o lábio quando ela encarou-o.
–Clary! – disse ela. – Que bom que está aqui porque temos algo muito importante para falar com você.
–Wa. – Black segurou o braço dela com força e vi que estava quase cravejando suas unhas na pele dela. Que idiota! – Cala a boca!
–Eu calar minha boca? Nunca. Nenhum homem nessa face da terra manda em mim, muito menos você. Não é porque é o pai de Alicia que tem controle sobre mim. – disse ela com aquele seu jeito “Não me toque”.
–Me desculpem vou para minha sala. – falei querendo dar espaço para mais uma de suas discussões.
–Não você fica! – Wanessa me olhou de um jeito ameaçador. – Desde quando meu marido tem que levar você e Anne a festas?
–Eu não chamei ninguém para nada! – já fui avisando. – E não se preocupe, eu não quero o que é dos outros.
–Meninas eu to aqui. – disse ele.
–Black cala a boca. – disse Wanessa furiosa. – E escute aqui vocês dois, se querem ficar juntos Black me deve um divorcio e quero ter todos os meus direitos inclusive pensão para nossa filha!
–Uau! – falei franzindo o lábio.
–Ninguém aqui quer ficar com ninguém, Wa. – disse Black a olhando. Pelo visto eu estava sobrando. – E não vem com essa de divorcio.
–Mas parece que você gosta dela. – disse Wanessa. – E se você me trocar por essa magrela aguada, você vai ver Christopher! –quando ela o chamava pelo nome era porque era bem sério. Aliás, eu não sou magrela aguada. Só tenho problemas para engordar.
–Olha eu não quero nada! – falei. – Então vou tirar o meu da reta!
–É bom mesmo que mantenha distancia do meu homem! – disse ela me olhando. – Se não eu esqueço a nossa amizade e quebro sua cara.
–Wa! – Black a puxou pelo braço. – Vai para a sua sala agora!
–Eu vou, e vocês dois estão avisados. Porque corna eu nunca serei! – continuou ela com seu drama.
–Eu to namorando com um cara! – gritei querendo fazê-la parar com suas insinuações e escândalo. – Black não chega aos pés dele.
Desta vez os dois me olharam com cara de ofendidos. Mas Wanessa sorriu.
–Quem? Sr.Invisel? – o sarcasmo estava presente em seu tom.
Pensei numa reposta a sua altura.
–O garoto novo, Joe. – respondi. Merda porque eu fui dizer isso...
–Quem? – Black se assustou. – Clary mantenha distancia desse cara, ele não é bom para você.
–Quem é bom para ela? Você? – disse Wanessa o olhando. – Agora me leva até minha sala ou eu faço outro escândalo. – Ah... Clary. Seja feliz com seu namoradinho e vê se nos esquece!
Ela arrastou Black para longe, mas ele ainda virou para sorrir para mim. Cretino! Balancei a cabeça e fui para minha sala, Anne estava sentada sozinha me esperando e passando mais maquiagem para tapar sua espinha. Sentei-me ao seu lado, confusa ainda com tudo o que estava acontecendo.
Perdi minha amiga por ciúmes, e agora só me resta Anne. Sem contar que envolvi Joe, numa mentira. Mas acho que Wanessa não vai tirar satisfações com ele... Eu espero.
–Você está quieta. – disse ela guardando seu pó facial. – Diga-me que ontem sua noite foi ótima!
–Porque não falou direito comigo quando viemos para cá? – perguntei.
–Ah... Eu estava chateada e com frio então resolvi me calar. Mas agora passou.
–Passou? Por quê?
–Ai Clary, você é muito inocente para não perceber...
–Conseguiu ficar com Diamond? – perguntei sorrindo. – Ah safadenha!
–Eu não só fiquei querida, eu toquei, eu abracei, eu mordi, eu beijei... Muitas coisas...
Nós duas começamos a rir. Anne era uma figura, e por um momento me lembrei de quando éramos pequenas e ela tinha cada idéia maluca. Uma vez, ela inventou vendermos limonada na frente de sua casa, não deu certo porque ela cobrava um dólar por um copo de cinqüenta ml.
–Uau! Só eu não tive uma noite emocionante! – falei.
–Ai que mentirosa. Você não me contou direito sua história com Joe... Santiago me disse que os dois são amigos desde pequenos, só se separaram quando Joe foi embora da cidade. – ela abriu sua mochila e pegou um caderno. – Conte-me... Foi ontem que Clarice Krueger perdeu sua virgindade?
–Anne! – lhe dei um tapa no braço. – Claro que não!
–Então o que? Beijaram-se pelo menos né?
–Também não... – sussurrei. – Na verdade eu não consegui beijar ele.
–Por quê? Com aquele deus grego, não... Deus grego não porque ele não tem muitos músculos, mas eu fazia a festa naquele corpinho amiga! – disse ela daquele jeito idiota.
–Bom... Ele tinha algo duro...
–Ele estava excitado? – disse ela abaixando a voz e arregalando os olhos. Acabei rindo de sua reação.
–Era uma arma! – respondi antes que ela começasse a pensar outras coisas.
–Hum... Normal. Santiago tem uma e eu não me importo.
–Mas eu sim. Quem em sua perfeita consciência confia num cara assim?
–Nós amiga! Você vai pedir desculpa a ele por sua idiotice e vai agarrar teu homem. – disse ela fazendo um gesto com a mão. – Ou você vai ser encalhada até a faculdade?
–Pretendo. – confirmei.
–Não. Não minha amiga. Não minha be-best! – disse ela ofendida. – Para! Para tudo! Você vai parar de ser essa puritana que todo mundo diz que é, e virar uma Clarice safadenha. Igual a diva aqui! – ela apontou para si mesma e rimos.
–O problema não é esse. Vontade de ficar com ele não me falta. – comecei – Mas... Eu penso que não dá para confiar ou esperar ter algo sério com ele... Afinal vai saber quantas garotas ele já pegou...
–Santiago disse que só duas.
–Duas?
–Duas que ele assumiu algo sério. Mas as duas garotas partiram o coração dele... – ela fez uma voz de dó – Que pena amiga, mas você não vai fazer isso né?
–Tem certeza que é duas?
–Tenho! – ela revirou os olhos. – Agora cala a boca que e me passa a resposta do dever de casa!
Abri a mochila e lhe entreguei meu caderno.
–Boa garota!


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Notas finais do capítulo

Paciência as tretas ainda vão começar...