Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 36
Um plano


Notas iniciais do capítulo

Hahaha apareci!



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Pov Clary:

–Ela não existe. - sussurrou ele enquanto dividíamos um cigarro.
–Sua mãe é legal. - comentei tentando soltar arcos de fumaça. O incrível é que consegui, Joe sorriu. - Diferente da minha.
–Não. É porque você realmente não a conhece. Ela odeia a gangue, as mortes, os tráficos e principalmente a possibilidade de eu ser morto a qualquer momento. - ele jogou o cigarro no chão e pisou por cima, esmagando o coitado. - Só que se preocupa com todos, ela viu todos os membros da gangue nascerem, crescerem, viverem... Não quer vê-los morrer.
–É... Complicado. - arrastei-me até ele do outro lado da cama de casal. Abracei-o, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço. Ele estava de costas, então afundei meu queixo em seu ombro. - Deixa essa vida.
–Não antes de matá-lo. - disse referindo-se a Owen. Merda.
–Aquele homem não merece seu tempo.
–Merece o seu? - indagou dirigindo seu olhar furioso para mim. - Pouco me importo se é seu pai. Ele merece morrer, e das piores maneiras possíveis.
–Não... - afastei-me dele. Não queria discutir, não queria terminar. Eu necessitava dele como ele necessitava de mim, eram nossos próprios vícios. - Para de falar...
–Clary. Eu tenho que fazer isso, é o que todos na família esperam.
–Que família? Todos esses caras que estavam aqui? E sua mãe? Se ela odeia tanto tudo isso não quer que você suje suas mãos. - falei. Seu olhar se desviou do meu para a janela. - Eu quero ir embora.
Quando levantei ele me fuzilou com o olhar.
–Fica.
–Você não manda em mim. - cuspi furiosa. - Eu vou e se não quiser me dar carona eu pego com outra pessoa. Talvez um dos seus "irmãos" de gangue. - abri a porta de madeira e sai do quarto, Joe me seguiu pegando as chaves do Torino.
–Clary.
–Eu não aguento. A gente só discute, quando está tudo bem brigamos e depois discutimos. - falei já descendo as escadas para o segundo andar.
–Eu te amo. - sua confissão fez eu parar meu caminho e me virar para ele confusa. Jamais alguém além de minha mãe, Anne e talvez Owen tivesse dito que me amava. Não esperava isso de Joe, podia ser uma promessa vazia como ele havia dito durante uma transa. A diferença era que não estávamos na cama. - Por favor fica... Eu odeio ficar longe de você.
Assenti com a cabeça. Não sabia o que responder-lhe, "Também te amo". Minha resposta me deu orgulho, um pouco claro depois de tudo o que vivemos eu tinha aprendido a ser arrogante como ele.
–Cada um com seus problemas. - respondi. Seus olhos azuis brilharam como fogo, era notável sua raiva, suas veias do pescoço se ressaltaram enquanto Joe fechava os punhos como se fosse esmurrar o rosto de alguém. - Não precisa dizer nada, eu pego carona com... Santiago.
Terminei de descer as escadas para o primeiro andar. Anne e Santiago estavam aos beijos na sala e quando me viram ela saltou de seu colo e percebi que ele estava fechando o zíper de sua calça. Como eles tinham coragem de fazer sexo ali onde a qualquer momento podia chegar alguém?
–Clary. - disse Anne surpresa. - O que faz aqui, pensei que ia dormir com Joe.
–Eu vou embora, vocês me dão carona?
–Claro. - Santiago se levantou. - Eu ia levá-la agora mesmo.
[...]
–Obrigada. - desci do carro e mal me despedi. Corri para a minha casa. Minha mãe estava na sala com... Owen?
–Clary. - ele se levantou e me abraçou. - Você não sabe da novidade.
–Que novidade? - senti-me desconfortável.
–Eu e sua mãe vamos nos casar. - um choque, um murro ou simplesmente a dor de uma facada não seriam capazes de me fazer conter a culpa que eu sentia. Se Joe o matasse tudo acabaria, o meu sonho de família feliz e o amor que um sentia pelo outro. - E tem mais. A gangue acabou, eu me separei. Me desconectei, tudo está com Kevin agora.
Droga... Eu tentei sorrir, ele havia percebido que eu não estava feliz.
–Clary? - perguntou minha mãe se aproximando. - Tudo bem. Como foi com Joe?
–Legal... - sorri torto. - Eu conheci a mãe dele e sua nova casa.
–Que bom. - disse Owen sem se tocar que aquele Joe que eu namorava era o mesmo que o queria vê-lo morto. - Esse rapaz está definitivamente na família. Quando jantamos novamente?
–Nunca. - falei. Ambos franziram a testa confusos. - Quero dizer... Logo.
–Quer jantar?
–Não... - dei de ombros em direção a escada. Eu precisava dormir. - Hum.. Owen... Em qual restaurante você costuma jantar com Kevin?
–No Frances. Um restaurante italiano no norte da cidade. Porque a pergunta? - ele franziu a testa.
–Nada. Apenas... Curiosidade. - subi as escadas. Os dois se calaram haviam perdido a voz.
Quando meu celular tocou na hora que deixei para despertar. Eu levantei-me, tomei um banho e vesti um shorts jeans e uma regata branca. Por cima a jaqueta de couro de Joe, disquei o número de uma das garotas que conversei ontem, a tal namorada de Luke, Pâmela.
–Oi... Clary? Porque me ligou. - ela parecia ter acabado de acordar. Bocejou até.
–Eu queria uma arma. Tem como Luke descolar uma para mim? - falei na maneira gângster que me lembrava ouvir em filmes e séries.
–Uau. Perai. - ela pareceu chamar alguém, em seguida o que ouvi não foi sua voz.
–Oi Clary, a namorada de Joe não é? - ele também havia acabado de acordar. Porque todo mundo acorda tarde? - O que quer?
–Tem como você me descolar uma arma. Uma... - tentei me lembrar o nome de uma arma foda. Daquelas que vemos em filmes metralhar e matar todo mundo. - Uzi.
–Uma Uzi? - ele se assustou. - Desculpa, metralhas são armas perigosas e acredito que você não saiba usá-las.
–Não é para mim. - justifiquei. Afinal tinha que mentir. - Para Joe.
–Então é pra já. Ele esta aqui no sobrado...
–Não. É uma surpresa, eu quero dar uma nova arma para ele. - continuei mentindo. - Pode me encontrar no Saguaro School?
–Sim. - disse ele. Achei que pelo seu tom estava sorrindo. - Eu vou levar alguns tipos e você escolhe o melhor para ele.
–Claro. E algumas munições.
Parei o Porsche vermelho na frente da escola. Alguns alunos passavam por mim, os garotos olhavam para o carro e principalmente para minhas pernas a mostra e as garotas apenas inveja. Luke apareceu numa moto, carregava uma mochila negra.
–Bem, eu perguntei para os caras, qual a arma ele gosta. Trouxe duas Uzi, uma média e uma mini. E algumas munições, também trouxe uma Glock. Para você...
–Claro. - peguei a mochila de suas mãos. - Quanto eu te pago?
–Nada. - disse sorrindo. - A cortesia é da gangue.
–E a moto? - perguntei olhando para a Cuevitto estacionada ao lado do Porsche. Ele ficou confuso.
–O que tem ela? Eu sei é velha, eu gosto.
–Não. - estiquei a chave do meu carro para ele. - O que acha de uma troca?
–O quê? - ele ficou totalmente surpreso. - Você vai... Ta. - pegou a chave e me jogou a dele.
–Foi ótimo fazer negócio com você. - falei pulando sobre a moto. Fechei bem a jaqueta. - Obrigado Luke.
–De nada. - disse ainda não acreditando na nossa troca.
Nem eu acreditava que estava saindo da escola montada numa moto.


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Notas finais do capítulo

Uiiia o que será que ela vai fazer?