Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 31
Ele vai ver


Notas iniciais do capítulo

Para Maria Eugênia Landucci ( acho que é assim que se escreve) por mais uma recomendação. Obrigada. A cada recomendação eu tenho vontade de beijar vocês ( não sou lesbica tá?) kkkk



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Pov Joe:

–Cale a boca e vai para sua sala! - gritei querendo que ela parasse. Clary ficou boquiaberta e virei-me, caminhando até minha sala.
Doía saber que ela queria respostas... De que pergunta? Eu precisava ainda de muito tempo antes de lhe responder algo, se ela não quis terminar é porque ainda gosta de mim ou está fazendo isso para me entregar a seu pai como Yara me disse. Sentei-me numa cadeira do fundo e evitei alguns olhares curiosos. Um garoto que estava ao meu lado não parava de rir enquanto conversava com seu amigo que estava sentado a sua frente. Aquilo me irritou.
–Dá para vocês calarem a boca? - perguntei não tirando meu olhar deles.
–Vem calar idiota. - disse o loiro e mais falante.
–Com prazer. - levantei-me, o outro garoto se meteu entre nós colocando a mão em meu abdómen.
–Olhe Joe não queremos confusão. - disse tirando suas mãos de mim. - Eu vou me sentar na frente e pronto!
–Não adianta se intrometer, seu amigo me chamou para a briga e eu vou. - falei.
–Logan? Ele é um idiota que não sabe o que diz. Aposto que perderia tempo com ele. Um soco e ele já desmaia. - respondeu gaguejando. - Logan peça desculpas.
–Eu não vou pedir desculpar a ninguém. - respondeu o loiro cruzando os braços.
–Por favor antes que eu me arrependa por ter salvo a sua pele. - insistiu o outro. Ele usava óculos fundo de garrafa. Tentei rir.
–Desculpa. - sussurrou o outro eu sabia que no fundo ele não tinha nada para se desculpar. Voltei a meu lugar e os dois se calaram.
[...]
Na saída encontrei Yara fumando sentada em cima do motor de meu Torino estacionado. Ela vestia shorts jeans, botas de combate dobradas e uma regata que além de decotada mostrava toda a sua barriga e seu J na cintura. Dava para perceber que todos os caras que saiam da escola não paravam de olhar para ela, que apenas sorria de volta.
–Joe... - disse saltando e me agarrando. Tomara que Clary não visse isso.
–Eu disse para não vir aqui. - falei.
–Ah... Fiquei morrendo de saudades e não me contive. - disse quase me beijando ma boca, virei o rosto e ela grunhiu. - O que foi?
–Sábado foi um erro. - respondi afastando-a de mim. Ter acordado domingo de manhã completamente nu com ela debaixo do lençol era o suficiente para saber que só o fiz por estar chapado. - Um erro.
–Ter transando comigo foi um erro? - perguntou se apoiando no carro. Eu não lembrava de ter feito sexo com ela, culpa da maconha que fumei antes de ir atrás de si. - É só isso que sou para você? Uma vadia que você faz sexo quando está afim.
–Eu não disse isso.
–Sei que acha isso. - respondeu. Ela colocou seus óculos de sol e jogou o cigarro no chão esmagando-o com suas botas. - Se entendeu com ela não foi?
–Não.
–Porque não termina com Clarice? Volta comigo... -implorou, vi minha expressão no reflexo de seu óculos eu estava horrível com olheiras.
–Eu não quero terminar com ela, eu devo. - confessei. - Ela também não quer.
–O quê? - gritou furiosa. - Ela é filha de Owen, está com ele contra você. Aposto que quando menos esperar ela vai te trair pelas costas.
–Como você traiu? - perguntei e ela se calou.
–Eu vim para ajudar, vejo que você não quer. Fique com sua namoradinha e me esquece. - ela se afastou deixando-me sozinho.
Antes de entrar em meu carro ainda pude observar os dois garotos que discutiram comigo na sala. O de óculos estava arrumando o motor de um Camaro SS preto e o outro, o tal de Logan estava praticamente discutindo com ele. Dois idiotas.
Pov Clary:
Entrei no Porsche e o olhar curioso de Kevin parou sobre mim, senti minhas bochechas arderem. Ele realmente estava mais bonito do que da última vez que nos vimos. Usava jeans e uma camisa social um pouco desabotoada que revelava a pele morena de seu abdómen. Seus cabelos estavam curtos quase careca.
–Desculpa ter feito vir até aqui. - comecei desviando meu olhar dele para a janela. - É que... A escola está um tédio.
–Hum... - de canto de olho pude vê-lo sorrir. - Gostei de saber que minha irmãzinha ainda lembra de mim.
–Como não esquecê-lo. - sussurrei e por sorte ele não pareceu prestar atenção.
–Bem... Quer ir ver nosso pai? - perguntou já começando a deixar o estacionamento.
–Ele não está chateado não é? - perguntei lembrando do desastroso jantar de sábado.
–Não. - respondeu desviando seu olhar da estrada para mim. - Ninguém consegue ficar chateado com você por muito tempo.
Tentei sorrir, meu pensamento estava longe... Oh Joe porque tinha que fazer isso comigo? Me torturar num namoro do qual você não me procura e não deixa eu me aproximar. Porque não terminar logo comigo?
–Joe disse que eram melhores amigos. - acabei confessando. Eu precisava desabafar com alguém. - Então porque dá em cima da garota de seu amigo?
–Porque ela é linda. É inteligente e não merece um cara como Joe ao seu lado. Infelizmente ela é minha irmã... - respondeu, seu olhar estava fixo ao caminho. Observei-o engolir em seco e fiz o mesmo.
–Acho que... Ela tem que ficar com quem gosta.
–Essa é a questão... Quem ela gosta?
Suspirei profundamente e encostei a cabeça na janela do carro. Ele entendeu que eu não ia lhe responder então ligou o rádio em alguma estação que tocava músicas de orquestras, com violinos e pianos. Estranhei Kevin gostar de musica clássica.
–Você vai ajudá-lo a matar Owen no encontro de vocês? - perguntei e ele parou o carro quase jogando-me contra o vidro.
–Como sabe disso?
–Joe me contou. Ele confia em mim, como pode querer matar Owen, ele parece ser tão bom com você. - falei pensando na vez que almocei com eles e passamos a tarde juntos. Owen realmente era um homem bom, não por ser meu pai e sim pelo jeito que tratava todos inclusive os seus empregados.
–Eu não vou matá-lo. Não vou defendê-lo só isso. - ele franziu a testa. - Vai contar tudo para nosso pai?
–Não. - respondi depois de traçar um plano imaginário. - Eu não quero que ele mate Joe, e não quero que Joe o mate.
–O melhor a fazer é ficar quieta. É por isso que garotas não fazem parte de gangues. - disse ele ligando o carro.
Quando chegamos a mansão Owen já nos esperava sentado nos degraus, de frente as enormes janelas de vidro. Fiquei aliviada por vê-lo com uma roupa mais descontraída que o normal, calça de moletom e uma camisa branca e chinelos preto. Uau papai cadê toda a sua elegância? Saltei do carro e corri para o abraço acolhedor de meu pai que riu com minha reação, em seguida chorei. Parecia uma garota de sete anos que brigou com os colegas de classe e retornou para casa choramingando para os pais.
–Oh Clary... - ele afagou meus cabelos e pela primeira vez tive a sensação de algum sentimento paterno. - O que houve?
–Eu sou uma idiota que perdeu o único cara que gostava. - confessei.
–Não... Esse cara que não te merecia. - disse tão suavemente que fechei os olhos a ponto de sentir outra lágrima escorrer. - Está com raiva?
–Sim...
–Que tal descontar sua raiva em algo bom? Venha, vamos lutar um pouco.
Não entendi até chegar ao jardim da mansão onde havia vários sacos de boxe. Kevin tirou a camisa de propósito apenas para que eu visse seus belos músculos e sua barriga tanquinho. Nem que me pagassem eu lavaria roupa ali.
–Estávamos treinando até você ligar. - continuou Owen. - Venha, vou lhe ensinar alguns golpes, talvez você goste da ideia de poder arrebentar a cara de seu namoradinho.
Kevin riu e olhou para mim daquela maneira que me deixava totalmente desconfortável, parecia que eu estava nua. Caminhei até meu pai.
–Separe as pernas e tenha certeza de que está segura ao chão. - instruiu ele. - Cerre os punhos e mantenha os braços juntos ao corpo, e não apoie eles no peito. Se eu lhe acertar um soco no braço, ele vai bater diretamente em seus seios e isso vai doer demais.
–A ideia de poder quebrar a cara dele me deixa mais feliz. - falei enquanto arrumava minha postura.
–Não precisa bater em Joe, se quiser eu faço isso por você. Irmãzinha. - disse Kevin provocando.
–Conhece Joe? - perguntou Owen olhando-o. - Não me lembro de ter dito nada a você Kevin.
–Clary me contou sobre o namoro. - respondeu ele corrigindo sua brecha. - É só ela me mostrar ele que arrebento sua cara.
–Podemos voltar ao que interessa? - perguntei impaciente.
–Claro. Agora me acerte. - disse meu pai me olhando.
–Eu não vou bater em você. É meu pai...
–Kevin venha aqui. - chamou Owen e meu suposto irmão pôs-se a minha frente em segundos. - Ensine Clary a lutar, eu tenho que resolver umas coisas e já volto.
Olhei para Owen como se dissesse "Vai me deixar com meu irmão tarado?". O pensamento de ficar sozinha bem ali com Kevin não era muito confortável. Mesmo assim meu pai nos deixou e Kevin não parou de sorrir daquela maneira cretina.
–Ok. Finja que sou Joe e me acerte. - disse ele
–Eu jamais bateria em Joe.
–Confesse que está louca para isso. Não para bater nele, em mim.
–Isso é verdade. - confirmei. Apertei meus punhos e ele se aproximou.
–Estou louco para apanhar de você. - disse virando o rosto. - Bate.
Eu nunca tinha batido em alguém na intenção de machucar. Ou dado um soco, as vezes só trocava tapas com Anne por brincadeira ou brincávamos de luta, contudo nada era tão sério quanto ali. Primeira tentativa, movi minha mão direita com toda a força e vontade para seu rosto, ele desviou. Desgraçado.
–De novo. - gritou.
Segunda tentativa. Hesitei por um instante, seu olhar não desviava do meu e aquilo estava me deixando muito incomodada, a ponto que não consegui mover a mão novamente contra ele. Eu me sentia nua, exposta para si.
–Pare... - sussurrei abaixando minhas mãos junto ao corpo.
–O que foi? Vai desistir? - perguntou como se não soubesse a razão para eu não tentar acertá-lo.
–Pare de me olhar desse jeito. - falei abaixando o tom de voz. Ele estava perto o suficiente para ouvir. - Está me comendo com os olhos!
–Não só com os olhos. - disse sorrindo. - Estou lhe comendo nos meus sonhos, na minha imaginação. A todo momen... - então como um reflexo, mal percebi minha mão cerrada acertando seu rosto com toda a força que eu tinha. Kevin virou-se bruscamente para trás e não pude ver seu rosto.
–Ai meu deus... - falei sentindo dor em minha antemão direita. - Eu machuquei você?
–Isso foi ótimo. - disse uma voz desconhecida atrás de nós dois. Virei-me e não reconheci a figura masculina perto das paredes de vidro, logo percebi que era um garoto da gangue pois usava bandana azul no cabelo, e óculos de sol escuros. Ele tinha cabelos loiros e tive a certeza de que nunca o vi na vida. - Levando uma surra de uma garota.
Kevin finalmente se recompôs e percebi uma marca roxa na bochecha esquerda perto de seu olho. Ele ameaçou retrucar o murro e me preparei para apanhar, então simplesmente se afastou até o rapaz recém chegado.
–Novidades? - perguntou. Ambos estavam me ignorando.
–Que tal a gente falar sozinho. Coisa de gangue.
–Ah sim... - Kevin virou-se pra mim. - Vaza Clary. Agora já sabe como quebrar a cara de Joe.
Entrei para a mansão, e fiquei perto o suficiente da parede de vidro para vê-los conversando, ou melhor discutindo. Algo estava acontecendo e eu como sempre nunca sabia de nada. Era estranho, agora eu fazia parte de uma gangue, até aprendi a socar a cara de alguém.
–Clary? - virei-me e Owen sorriu para me acalmar. -Tudo bem? Bateu bastante em Kevin?
–Não. Ele recebeu uma visita.
–Raphael. É irmão de Kevin por parte de mãe. Ela se casou com outro homem antes de morrer e teve mais filhos. - ele não parecia abalado.
–Você amava ela?
–Não. Como os jovens de hoje em dia dizem, foi só uma noite. - fiquei chocada não imaginei que meu pai fosse do tipo usa e joga fora. A certeza de que ele amava a minha mãe era notável e eu tinha pena que ele não conseguisse ficar com ela novamente.
–Eu tenho que ir embora. - falei um pouco incomodada. Estava me sentindo péssima, por tudo o que estava acontecendo na minha vida, então percebi que era falta, falta de Joe.
–Espere. Tenho uma surpresa para você na garagem.
[...]
–Eu não posso aceitar. - falei diante ao Porsche, igualzinho ao de Kevin. A diferença era a cor, um vermelho bem escuro chegando ao vinho. - Se eu for com isso para a escola vou ser assaltada.
–Ninguém se mete com a minha filha. - ele entregou-me as chaves. - Não gosto de saber que você tem que pegar carona sempre que quer ir para algum lugar. Agora você pode muito bem ir sozinha. Eu ia comprar a sua moto, contudo achei muito perigosa.
–Obrigada. - falei um pouco sem jeito. Agarrei-me a minha mochila e entrei no carro totalmente diferente da ultima vez. O de Kevin era assim, o meu... Uau. Liguei o motor. Era como uma criança com um brinquedo novo.
–Tchau Clary. - acenou Owen enquanto eu tentava sair da garagem com o carro. Acelerei para sair o mais rápido possível da mansão.
Quando cheguei em casa, como sempre minha mãe não estava por lá. Peguei meu celular e disquei novamente o número de Joe.
–O que você quer? - perguntou ele quando atendeu. Senti-me aliviada por ouvir sua voz.
–Joe... Não faça isso comigo, não faça isso com nós. Por favor, me perdoe.
–Você está com Owen não é? Contra mim.
–Se eu estivesse com ele contra você, ele já teria te capturado não acha? - argumentei. Eu faria de tudo para que ele me perdoasse. - Eu... Quero ver você, te contar tudo.
–Eu não sei Clary... Eu já fui enganado uma vez. Pela garota que sempre dizia me amar. Não quero ser pela segunda.
–Não... O que eu faço para acreditar em mim? Acreditar que meu amor por você é maior do que uma honra de gangue? - eu queria ver sua expressão. Pena que estávamos por telefone.
–Encontre-me no Motel Golden, perto da escola. Quarto 101. Não se atrase. - e desligou na minha cara. Quem ele achava que eu era? Uma vagabunda que ele estava chamando para ir transar com ele num motel? Ah ele vai ver.


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Notas finais do capítulo

Ah... Eu estava pensando em postar uma nova história, quem tiver interesse me manda uma mensagem e eu envio um capitulo pra ver se interessam. O próximo com 5 coments.