Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 2
Festa Baby! part 1




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POV Joe:

Quando acordei no dia seguinte me sentia bem. E já estava renovado, levantei-me da cama ainda bocejando e vi as horas no meu celular. Sete da manhã e deduzi que ninguém da casa já estava de pé.
Vesti uma regata branca, uma bermuda jeans e calcei meus velhos chinelos pretos. Quando saí do quarto demorei um tempo para lembrar onde ficava a cozinha, eu já tinha morado no sobrado quando mais novo, praticamente criado nesses corredores. Não cheguei a conhecer meu pai, mas sempre ouvi seus atos heróicos dentro da gangue principalmente o ataque aos Romenos, um incêndio onde ele morreu junto com Owen. Não adiantou porque o desgraçado está vivo e meu pai não.
Cheguei à cozinha no andar de baixo, moderna perto do que eu achava ou lembrava que fosse. Balcões de mármore formando um L, uma geladeira de inox duas portas e um fogão que não tinha quatro bocas apenas plataformas que aqueciam a comida. Para uma gangue tradicional até que eles gostavam de luxo. Abri a geladeira e peguei uma jarra do que aparentava ser suco de laranja e um pão com hambúrguer e uma mordida. Eu não tinha nojo de ninguém então me sentei numa banqueta de frente ao balcão e comecei a comer quieto.
E de pensar que já morei aqui, vivi momentos felizes aqui parecia uma garota sentimental, mas dói saber que meu irmão morreu para me proteger. Ele sempre fez tudo para me proteger, principalmente quando meu pai morreu, ele me criou. Fez o papel de pai e mãe para morrer por mim. O suco descia amargo por minha garganta. Nunca falei de minha mãe, mas morta ela não está, ela apenas me evita. Deve doer ver seu único filho seguindo os passos errados do pai e irmão.
–Uau. Você até que acorda bem cedo... - disse uma voz me tirando de meus pensamentos, quando levantei o olhar o homem sorriu. -Está pronto para a nossa conversa?
–Eu já nasci pronto. - respondi sorrindo.
–Os garotos me questionaram, queriam saber por que admiti você na gangue. Logo você que me ameaçou.
–Capeline. Eu não o ameacei, apenas... Disse que você está numa posição que não lhe pertence.
–E ela pertence a quem? - ele franziu a testa. - A você? Nunca pertenceu e sim a Axl.
–Porque todo mundo joga na minha cara isso? Que meu irmão era o melhor para assumir, que eu nunca vou ser como ele?
–Você sabe a resposta. Seu irmão morreu por você, seu pai pela gangue e você? Morreria por alguém ou alguma coisa?
–Não. - respondi mordendo e engolindo o último pedaço do pão. - Nem por minha mãe.
–Somos dois. Ouça Joe, se Owen realmente está vivo você deve matá-lo. Agora, não meta nossa gangue nisso principalmente agora que Santiago quebrou o acordo com os Romenos. - o velho engoliu em seco e logo em seguida sorriu. - Mas hoje é dia de festa, aproveite Joe e tente se divertir com alguma garota.
–Pode deixar. - dei de ombros.
[...]
Depois de um banho quente, vesti a mesma regata mais uma calça saruel preta e um casaco preto fino. Não estava calor, mas também não estava tão frio. Passei perfume, e coloquei meu terço de prata no pescoço. Ouvi algumas batidas na porta e Santiago entrou.
–Uau. Se eu fosse gay te pegava. - disse ele e revirei os olhos.
–Você é. - falei sorrindo satisfeito.
–Ah... Vai de chinelo? - olhei para meus pés e suspirei. Ele riu e jogou alguma coisa na cama. - Estou esperando lá embaixo.
Bateu a porta quando saiu e resmunguei furioso. Calcei meu par de Air Jordan's e olhei para a cama onde estava uma jaqueta vermelha, deixei o casaco de lado e a vesti. Por último e menos importante peguei meu boné também preto (deu para perceber que é uma das cores que mais tenho no armário) dos Yankees.
Chegando a sala, Santiago que estava vestido como todos os outros, da cor vermelha e preta sorriu quando me viu e fez questão de pegar carona para a tal festa comigo. Não é que eu esteja me gabando, mas meu carro era um dos melhores.
–Sabe... Eu sempre achei que você fosse o tipo de cara que curte carros modernos. - disse ele enquanto eu ligava o carro.
–E sou. Mas não sou rico para ter um.
–Rouba. Para quê somos gângsteres? Para roubar o que quisermos...
–Ok... - disse querendo fazê-lo se calar. Eu não gosto muito de pessoas que falam sem parar.
Por sorte ele ficou quieto o resto do caminho, só falou para me dar instruções sobre o local da festa. Quando chegamos ao que era um hotel antigo, parei num beco escuro, e nós saltamos fora do mesmo.
–Olha se quiser eu arranjo uma garota para você. O que acha? Loira, morena, peituda? - perguntou ele voltando aquele seu jeito falante.
–Eu mesmo posso arranjar uma garota. - falei. Por mais que eu precisasse esfriar a cabeça e me divertir, não estava querendo pegar qualquer uma.
–Ok. - cantarolou. Entramos no hotel e já percebi que a festa estava um sucesso. Várias garotas dançavam bêbadas e ficando com qualquer um.
Os caras da gangue estavam na entrada sentados e conversando. Todos com copos de bebidas ou drogas nas mãos. Santiago se juntou a eles e aproveitei seu momento de distração e me afastei. Subindo uma enorme escadaria de mármore até chegar ao segundo andar cheio de corredores, andei um pouco até parar num deles e ficar encostado na parede. O corredor era escuro e vazio, eu queria ficar mesmo sozinho então deslizei a mão para meu maço de cigarros no bolso de trás da calça e coloquei um na boca. Com o isqueiro acendi-o e traguei enquanto a fumaça passava por meus pulmões e aquela sensação de alívio começava.

Vocabulário do capítulo (por Beatriz Lemes):
Pov: Ponto de Vista. Utilizado para a troca de narrações de um personagem para o outro.
Mano: Grande amigo, quase irmão, parceiro
Cuspi: Exclamou com raiva, rapidamente
Touros: Animal de chifres, no caso nome de Gangue forte
Romenos: Nome de gangue descendente da Romênia
Cara: Garoto, rapaz, homem ou amigo
Gangue: Grupo de pessoas unidas por criminalidade, todos de uma mesma família ou bairro.
Máfia: Grupo de pessoas unidas por comércio ilegal. Ex: Tráfico de drogas, tráfico de remédios (corrupção), etc.
Veado: Expressão utilizada para descrever homossexuais, de forma ofensiva e/ou preconceituosa.


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