A última dança escrita por Teddie


Capítulo 4
Superhero


Notas iniciais do capítulo

E ai, meninas? Aqui estou eu com mais um capítulo. O antipenultimo.

Queria agradecer a todas que comentaram no último, e que vem comentando. A opinião de vocês é mais que importante para mim, é essencial.

Eu estou no twitter! Então caso queiram me xingar, me elogiar, ou só conversar mesmo, é só seguir @betavares19

Agora ao capítulo!



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AUSTIN

Revista Blábláblá

SHIP DO MÊS – AUSLLY.

Nossa coluna mensal de casais traz hoje o mais bonitinho e disfuncional de todos. Vamos combinar, quem não está apaixonado por Auslly?

O casal tem sido visto em várias situações cômicas e românticas no último mês. Como da vez em que Ally o sujou de sorvete na famosa sorveteria em frente a praia, e em consequência ele sujou o rosto dela todo, e o melhor – o limpou depois, como um namorado cuidadoso faria? Ou de todas as vezes que ele é pego brincando com a cadeira de rodas dela?

Austin e Ally Dawson se conheceram naquele grande desastre na cafeteria, e desde então não se desgrudam mais. Ela é a compositora do último hit dele – e que hit – What We’re About, que já virou hino do Heats. Que sorte, hein Austin!

E a menina só tem feito bem ao nosso garoto de ouro; desde que começaram a se relacionar, Austin não tem sido visto em mais nenhum escândalo, e melhor, até sorri para quem quiser fotografá-los. Não tem como não reparar na cara de apaixonado em todas as fotos, inclusive as fotos de caretas que ele vive postando nas redes sociais.

‘Auslly é perfeito’ diz nossa fã do Austin, Melissa (16 anos) ‘Ninguém nunca fez tão bem para o Aus, e ela o afasta de tudo que é ruim. Tem total apoio das fãs’.

Bem, Auslly ainda não se assumiu de vez, mas é só questão de tempo. Todo mundo já sabe, gente, não tem porque esconder.

Não aguentando mais, solto a gargalhada que eu prendia há uns cinco minutos. A matéria era composta além do texto, de várias fotos minhas e de Allicia, que eu mesmo havia postado nas redes sociais. Fotografia sempre foi uma das minhas maiores paixões e fotografar Allicia é realmente divertido.

Ela, que está sentada do meu lado, me lança uma olhadela estranha, como se perguntasse quais são os problemas mentais que eu tenho.

O único, que realmente me preocupa nas últimas semanas, é o fato de sentir coisas estranhas quando eu a olhava. Olhar para Allicia é como nadar em um mar de chocolate com panquecas como bóia. Sério.

Mas com certeza todos devem sentir isso perto dela, afinal, ela é a garota mais bonita, legal, gentil, engraçada, inteligente, talentosa e bondosa que eu já conheci. Sentir-se acolhido e amado perto dela é a coisa mais natural do mundo.

Ok, e os cabelos dela, sempre tão bonitos. Ela tenta não depender ao máximo, e mesmo com os espasmos em seus braços ficando cada vez mais recentes – semana passada ela me deu um tapa sem querer – ela escova cada parte, cuida direitinho.

Adoro o fato de Allicia ser independente, só me deixa mais orgulhoso dela. Ela tem uma doença destrutiva e quase sem tratamento eficaz, e mesmo assim faz o máximo de coisas que pode sozinha. Ela é incrível.

“Por que essa cara de panaca, Austin? Quer dizer, não que isso não seja rotina, mas hoje você está exagerando” ela zomba, e a única coisa que eu consigo fazer é mostrar a língua para ela.

“Cala a boca” resmungo, e logo tenho uma ideia genial “Estão falando sobre o nosso namoro, amor” zombo.

Como eu esperava, Allicia fica vermelha e começa a gaguejar. Era só falar sobre envolvimentos que ela ficava tão constrangida que eu só conseguia rir. E foi o que eu fiz.

“Você é um imbecil, Moon”.

De repente me veio um pensamento, será que Allicia já tinha se envolvido com alguém. Será que ela tivera essas coisas de primeiro beijo, primeiro encontro? Será que algum cara já tinha a tocado?

Fecho os punhos, não entendendo o exato motivo para eu estar com raiva. Mas eu estou.

Fecho os olhos, respirando fundo. Dessa vez me lembro do dia da praia que citaram na revista. Ela teve um espasmo e o sorvete foi direto em mim. Eu me vinguei, e mesmo assim, a limpei depois, porque ela estava com câimbras e não conseguia mover os braços.

Por mais que não tenha pena de Allicia, eu estou cada vez mais preocupado com ela em relação à doença, e cada vez que ela tem um espasmo meu coração se aperta.

Não queria me preocupar tanto com ela, mas é impossível. Allicia é a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

“Enfim, como eu ia dizendo, Angelina Jolie quis me adotar” ela arregala os olhos, e o rubor em suas bochechas cessa na hora.

Todo mundo faz essa cara quando eu conto isso.

“Por que?”.

E essa pergunta. Assunto delicado.

No entanto, eu sabia que podia confiar em Allicia para tudo. E isso incluía meus problemas.

“É complicado. Eu frequentei a escola até o fim do primário. Quando entrei no ginásio, minha mãe e meu padrasto me tiraram porque estavam com dificuldades financeiras e me fizeram fazer testes para modelo e pequenas atuações. Pouca gente sabe que Mike não é meu pai, esse eu nunca conheci, foi embora com todo o dinheiro da família quando descobriu que minha mãe estava grávida”. Respiro fundo, olhando para o chão. Sempre que eu contava isso para alguém, eu recebia os malditos olhares de pena.

Eram a pior coisa do mundo, por isso eu aprendi a não ter pena de ninguém.

“Não precisa continuar se não quiser, Austin” falou docemente. Olhei para cima, e nossos olhares se cruzaram, havia compreensão neles, não pena.

Adorei Allicia ainda mais por isso.

“Não me interrompa, sua chata” ela mostrou os dentes brancos em um sorriso tão cativante que me senti obrigado a sorrir também “A questão é que eu consegui o papel para a série, e eu nunca mais fui normal, fui privado de uma vida, não pude ser criança, aguentava ordens o dia inteiro, e trabalhava às vezes noites adentro. Meus pais nunca acharam aquilo abusivo, por mais que fosse. Que criança de onze anos tem que trabalhar assim? Eu trazia dinheiro para eles, e isso era o suficiente.”

Meus pais me ensinaram bons valores? Sim. Em compensação foram ruins em todos os outros aspectos. Hoje em dia eu evitava contato ao máximo com Mike e Mimi, mandando apenas a quantidade de dinheiro necessária para passarem o mês com luxo e sem a necessidade de me ligarem. E eles faziam isso de bom grado.

Contei isso para Allicia também, que assentia calada.

“Então, quando eu já estava com uns quatorze e no ápice da exaustão, Angelina fez uma participação na série”.

“Ah, eu sei! A quarta temporada foi a melhor! Como esquecer a Crystal? Ela foi a melhor amante do Sean! E o Vincent todo tapado com a Amelie? Darien fez mais que bem dando um tiro nele! E quando a mulher do Sean Gulliver descobriu a Crystal? Eu pensei que ela ia se matar...” olho divertido para ela, que se toca do que está falando e vai se encolhendo em sua cadeira de rodas.

Era minha temporada favorita também. Vincent se apaixonou por Amelie, mas ela estava o tempo todo com Darien, e os dois tinham um plano para enganar Vincent, que caiu como um patinho, mesmo depois dos avisos de todo mundo de que Mia e Darien estavam aprontando.

Crystal foi a personagem de Angelina, que foi assassinada pela mulher de Sean, Christina Gulliver.

Bons tempos.

O que me espantava era Allicia saber.

“Não sabia que era fã de Vivendo com os Gulliver”. Ela ficou ainda mais vermelha.

“Não sou, mas passei bastante tempo no hospital sem ter nada para fazer. Termine sua história, Moon”.

Assenti, ainda rindo do constrangimento dela.

“Ela viu que estavam me tratando de forma abusiva no set, por mais que eu já estivesse acostumado. E ameaçou denunciar os estúdios, e quis me adotar. Falou com minha mãe e tudo, mas ela não concordou. Ainda mantenho contato com Angelina, ela ainda me chama de filho” rio sem humor “É só que ela foi a primeira pessoa que se importou comigo, eu tinha tanto medo do que estava acontecendo. Ainda tenho. Todos me julgam por coisas que eu não fiz, e me condenam sem saber o que eu vivi todos aqueles anos”

Você não tem que enfrentar seus medos sozinhos, Austin. Eu estou aqui com você.” Ela sorri, delicada como sempre.

Meu coração dispara, e eu faço questão de ignorar.

“Minha mãe foi embora assim que eu fui diagnosticada com ELA, eu tinha treze anos” ela fala, mexendo os dedos impacientemente. Ela sempre fazia isso quando estava nervosa. “Ela é veterinária e trabalhava no zoológico de Miami. Quando descobriram, ela disse que não aguentaria a responsabilidade. Meu pai ficou arrasado, e eu tive uma crise séria. Acho que eu também sei o que é ter pais não tão bons assim” ela funga, tentando não chorar.

E eu faço a coisa mais óbvia. Eu a abraço, tentando espantar nossos temores naquele gesto. Quis mostrar tudo o que ela significa para mim, e que ela não precisa de mãe nenhuma comigo por perto.

Quando eu a solto, ela está sorrindo levemente, com resquícios de lágrimas nos olhos. Ela é a menina mais linda que eu já vi, e seria com ou sem a doença. Ela é linda por dentro e por fora.

“O que vai fazer amanhã pela manhã?” ela pergunta, e eu dou um sorriso amarelo.

“Tenho uma entrevista no Bom Dia, Miami. Por que? Era importante?”

“Não muito. Tenho fisioterapia pela manhã, e eu nunca fico muito bem durante as sessões. Ter você lá seria bom”

A sensação de ser importante para ela me deixava ainda mais agitado.

“Eu vou o mais rápido possível. É só eu responder uma série de idiotices. Vai ser lá que eu vou ver vice parar de ser preguiçosa e por essas pernas para funcionarem?”

“As perguntas combinam com você, Moon. Ambos são idiotas”, mas seu sorriso é grato, e isso faz meu dia valer a pena.

E voltamos a compor, cada um com uma letra diferente. A minha logo seria ouvida.

E eu espero que quando ela seja ouvida, seja bem compreendida por Allicia.

(...)

“Vamos dar as boas vindas a Austin Moon” ouço a salva de palmas da platéia e entro no estúdio. Umas meninas que estão na frente começam a gritar e uma se abana. A terceira desmaia.

Solto uma risada e me apresso para cumprimentar Hellen, a apresentadora.

“É um prazer estar aqui” dou um riso sem mostrar os dentes e ela me incentiva a sentar.

“Então, Austin, sua volta para Miami tem dado muito o que falar. Você acabou de sair de uma turnê mundial, e resolveu voltar para nossa cidade. Por quê?”

Dou um gole no café que tem ali para mim, e me ajeito no sofá confortável.

“Miami é meu lar. Nasci aqui, e foi aqui que eu vivi meus melhores momentos. Achei que para descansar e compor um pouco era o lugar perfeito”.

Ouço alguns comentários e um grito de AUSTIN GOSTOSO, mas olhando para a platéia, não consigo identificar quem foi. Todas as fãs têm a mesma cara pra mim.

“E que composições! Eu tenho que dizer, sua última música lançada foi a melhor da sua carreira, se me permite dizer!” Hellen elogia e eu mostro os dentes rapidamente, dando mais um gole no café. Está horrível, mas eu disfarço a careta de nojo.

“Obrigado, Hellen! What We’re About é uma música que significa bastante, e cantá-la é realmente divertido” eu tenho uma mania bem chata de gesticular bastante, e quase derrubo a xícara de café.

Seguro com dificuldade, tentando não derramar em mim, e a platéia e Hellen riem. Acabo rindo um pouco também.

“Tudo bem, Austin, essas coisas acontecem”.

“Mas eu quase fiquei sem meu café” brinquei, e provoco mais algumas risadas.

“Vamos voltar a falar da sua carreira. Você fez muito sucesso na série de televisão, que te rendeu uns bons prêmios. Minha pergunta é a seguinte: tem planos para voltar às telas?”

“Eu recebi algumas propostas, mas no momento, quero focar só na minha música. É o que eu realmente amo fazer, e por mais que eu adore atuar, a música tem prioridade.”

Música era o que eu respirava e parar agora seria impossível, sinto que eu morreria se o fizesse.

“E tem planos para álbuns?”

Sinto para que lado ela quer levar essa entrevista. Apresentadores eram previsíveis demais mesmo. Mas não me importo, dessa vez vou tentar ser o mais claro o possível.

“Com certeza, Hellen. Estou com saudades de estar nos estúdios para gravar algo do tipo”.

“E teremos a participação de Ally Dawson nas composições?”

Calma, calma. Ainda não é a pergunta.

“Se ela não enjoar de mim, eu espero que sim” ouço as risadas “Allicia é uma compositora incrível e trabalhar com ela é realmente divertido. As músicas dela são muito boas, é a melhor compositora com qual eu já trabalhei.”

Será que do hospital ela está assistindo? Quando eu encontrá-la, ela vai se gabar até não aguentar mais, com certeza. Quase me arrependo de elogiá-la.

“Acho que nós sabemos como é divertido, as fotos que vocês postam dizem bastante, além dos momentos que os paparazzi flagram. Será que podemos confirmar um relacionamento?”

Ai está, a pergunta! Um coro das fãs começa a se formar. Todas gritando Auslly sem parar. Não posso deixar de me sentir animado com a ideia de Auslly realmente existir.

Solto um riso sem jeito, e quando olho para o backstage, Dez acena desesperadamente. Franzo o cenho, o que ele está fazendo aqui? Deveria estar com Allicia.

Allicia... Arregalo os olhos, e ele parece ficar mais aliviado por eu ter o notado. Discretamente, faço sinal para ele esperar.

“Allicia e eu somos bons amigos. Ela é uma garota incrível, eu confesso, e muito bonita. Mas nossa relação não passa de amizade”.

Hellen parece decepcionada. As fãs soltam um coro triste.

“Bem, ainda não é tarde demais”.

Dessa vez não consigo segurar as gargalhadas. Todo mundo ri também, e depois de mais algumas perguntas a entrevista finalmente acabou.

Corro para os bastidores, e Dez não perde tempo em sair me puxando.

“O que aconteceu, Dez? Como está Allicia?”

E foi ai que eu percebi. Eu não estava desesperado a toa. Allicia significava muito mais para mim do que apenas uma amiga. E isso sempre esteve tão óbvio que eu me sinto realmente burro.

“Nada bem, Austin”.

E eu nunca me senti tão inútil.

ALLY

A dor é insuportável.

Todos dizem que a dor deve ser sentida, e que nos ajuda a crescer, mas quando eu a sinto, só quero que passe o mais rápido possível, porque eu sinto como se eu fosse morrer.

Eu quero morrer.

Não tem necessidade de fazer tanto esforço se no fim eu só continuo sendo uma maldita aleijada, com a merda de uma doença que só me mata cada vez mais.

Eu só sinto dor quando a fisioterapeuta força minhas pernas quase insensíveis, ou quando ela estica meus braços.

Os espasmos pioram, e as câimbras doem como nunca. Como isso pode ser bom para mim? A dor dura dias, tem que aumentar a dose dos meus remédios.

“Vamos, Ally, você está indo muito bem!” Trish tenta me incentivar, sem conseguir. A pena dela só me deixa mais irritada.

E eu não consigo secar as lágrimas de dor que insistem em descer.

“Ela tem razão, Ally” Dra. Flanders concorda “Você está indo bem”.

Sinto ainda mais fúria. Por que elas não paravam de mentir para mim?

“NÃO. EU NÃO ESTOU INDO BEM. MINHAS PERNAS NÃO VÃO VOLTAR, MEUS BRAÇOS ESTÃO CADA VEZ MAIS RÍDICULOS, E EU SEI QUE EU VOU MORRER! ENTÃO PAREM DE MENTIR PARA MIM, EU NÃO ESTOU INDO BEM, E NEM VOU IR NUNCA! EU SÓ VOU PIORAR!”

Grito, soltando toda a dor que eu sentia dentro de mim. Estou cansada de lutar, estou cansada de sofrer, estou cansada de sentir tanta dor.

Eu quero morrer, eu preciso morrer.

Antes que Trish ou Flanders pudesse retrucar, escuto acordes de violão. Minha respiração ofegante é a única coisa que pode ser ouvida.

A melodia é calma e profunda, e eu sinto minha fúria diminuir na hora

Sometimes love's a scary place

It's like standing in the dark

Flying through the universe

Trying to fix your broken heart

A voz de Austin me surpreende, e quando eu me dou conta, ele está entrando na sala de fisioterapia com seu violão negro e com Dez em seu encalço.

O que está acontecendo aqui? Que musica é essa?

Ele sorri para mim enquanto canta, e é a coisa mais bonita que eu já vi na vida.

It's okay to let it go

You don't have to be so brave

Take a chance if someone else

»«

Is gonna sweep in and save the day

You don't have to face your fears alone

‘Cause whenever you're in trouble

I'll know

Respiro fundo, já me esquecendo de todas as minhas mágoas. Austin está ali, cantando para mim. Eu sempre fui forte, e sempre me orgulhei disso. Com a música, Austin está querendo dividir o peso que eu carrego, que não é nada pequeno.

Eu gosto ainda mais dele por isso.

Let me be your superhero

There isn't a place I won't go

Whenever you need me by your side

I'll be there, be there

Never be afraid if you fall

I'll carry you away from it all

Let me be your superhero

Let me be your superhero.

Seguro as lágrimas, sorrindo delicadamente para ele.

“Você está louco, Moon? Pare com isso” mas ele só me mostra a língua, e continua com a melodia. Trish está junto da médica e de Dez e os três olham maravilhados para a cena.

E por dentro, eu estou tão maravilhadas quanto eles.

Take off your mask, put down your guard

Don't need a symbol on your chest

It's all right for once to play

The damsel in distress

You're gonna use up all your strength

Trying to be so strong

Don't have to shoulder all the weight

Together we can take it on

Não consigo mais segurar as lágrimas, e elas caem enquanto eu sorrio para Austin. Mais do que nunca sei que eu gosto dele, e que eu preciso dele na minha vida.

Ele se aproxima mais da maca onde eu estou, mas ainda distante o bastante para que eu não consiga tocá-lo.

You don't have to face your fears alone (You're not alone, baby)

‘Cause whenever you're in trouble

I'll know, oh

Let me be your superhero

There isn't a place I won't go

Whenever you need me by your side

I'll be there, be there

Never be afraid if you fall

I'll carry you away from it all

Let me be your superhero

Let me be your superhero

“Let me be your superhero” eu sinto que ele canta diretamente para mim.

“Sim” eu respondo sem reproduzir som algum. Seco algumas lágrimas, sem sucesso nenhum.

Sometimes love's a scary place

It's like standing in the dark

Flying through the universe

Trying to fix your broken heart

Yeah

Let me be your superhero

There isn't a place I won't go (I won't go)

Whenever you need me by your side

I'll be there, be there

Never be afraid if you fall

I'll carry you away from it all (I'll pick you up, baby)

Let me be your superhero

Let me be your superhero

“Let me be your superhero” ele repete, e eu só consigo assentir.

Ele para de tocar, e tira o violão, deixando-o do meu lado. Trish, Dez e minha médica batem palmas, e eu tento também, mas as câimbras não deixam.

“Se você reclamar desse jeito de novo, eu juro que te amarro e te jogo do carro para ser arrastada”.

Eu sufoco a risada ao ver que ele está sério. Seus olhos refletem preocupação. Ele está tão perto agora, que nossas respirações se cruzam, e eu fico levemente vesga para tentar encará-lo.

“Vou tentar” sussurro. Ele limpa as lágrimas que ainda estavam no meu rosto.

“Você tem que conseguir, e eu vou estar aqui com você para isso” ele diz, no mesmo tom de voz que eu.

“Tem certeza que é isso que você quer? Não vai ser fácil, Austin, e eu não quero ficar ainda mais machucada se você desistir”.

Ele revira os olhos.

“Cala a boca, Allicia”.

Dou um sorriso sugestivo e ele capta a mensagem.

Ele me beija.

E a sensação é a melhor que eu já tive em toda minha vida.


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Notas finais do capítulo

E ai? o que acharam? Comentem!