All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 32
See You Soon.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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41

Haden Stone

Haden acordou cedo. Sentou-se na cama sentindo sua cabeça girar. Ele caminhou até o banheiro e se olhou no espelho. Sua cabeça doía que ele teve fechar os olhos repetidas vezes. E então, ele escutou aquela voz. Ela sempre o atormentava, mas dessa vez deixou o filho de Hécate uma pilha de nervos.

"Você tem que sair do acampamento, Haden. Hoje!", e ficava isso o tempo todo. Haden estava quase ficando louco dentro do banheiro, ele queria poder parar aquela voz. Ela vinha o atormentando há semanas. Haden não queria deixar Beatriz pela segunda vez. "Hoje, Haden. Você não pode demorar mais nenhum dia". O filho de Hécate se olhou no espelho e enquanto encarava o seu reflexo não reconheceu a si mesmo. Era como se ele fosse uma pessoa completamente estranha. Haden deu um soco no espelho, quebrando-o. Sua mão começou a sangrar, mas ele não se importou com isso. Haden sentou no chão e abraçou os olhos. A voz continuava a pertubá-lo e pela primeira Haden gostaria de estar morto. "Vou matá-la, Haden. Você não terá mais ninguém quando tudo isso terminar". E então, ao ouvir essas palavras, Haden gritou. Ele não queria que Beatriz se machucasse, ela era única pessoa que ele tinha. Haden não tinha mais ninguém. Sua mãe, seu pai... Todos haviam o deixado. Mas Beatriz não, de alguma forma, aquela garota continuava ali, mesmo que agora ela estivesse magoada com ele.

Haden deitou em posição fetal no chão e segurou a cabeça com as duas mãos. Haden queria nunca ter aceitado servir àquela mulher. Ele queria poder ficar com Beatriz, queria ter amigos, uma família, queria ter uma vida. Mas tudo fora tirado dele quando seu pai morreu. Na época, Haden era um moleque inconsequente que achava que nunca encontraria novamente a garota que amava, mas encontrou. Agora ele queria mudar o passado. Mesmo sendo impossível.

Haden voltou a sentar e começou a chorar. O filho de Hécate voltou para o quarto, ele escutou o barulho da chuva. Haden saiu do chalé, estava chovendo. Ele não entendeu o porquê disso, mas o Campo de Morangos devia estar precisando de água. Sem se importar com o motivo da chuva, Haden caiu de joelhos na grama, sentindo os pingos de chuva açoitarem sua pele, ele estava chorando, desesperado, sem saber o que fazer. Haden não queria ir embora do acampamento. Aquela era sua casa, a garota que amava estava ali. E o que mais doía nele era saber que teria que quebrar mais uma vez sua promessa de nunca deixar Beatriz. Haden partiria o coração dela mais uma vez. Talvez fosse um ciclo vicioso para ele: encontrar Beatriz, fazer promessa, ir embora. Mas, e quanto a ela? Ela não o esperaria para sempre. E talvez nem o amasse para sempre. Mas Haden sabia que tinha que vingar seu pai, e, para isso, teria que deixar a garota que amava.

Chorar nunca resolveu nada para o filho de Hécate, então Haden levantou e caminhou de volta para o chalé. Tomou um banho, fez um curativo na mão e arrumou uma mochila. Estava na hora de seguir seu caminho. Estava na hora de, finalmente, não olhar para trás e viver sem arrependimentos.

[...]

A chuva finalmente havia cessado e Haden já estava saindo do chalé. A parte dos chalés dos Deuses menores estava silencio. Haden imaginou que todos estivesse treinando e até Beatriz deveria estar. Seria mais fácil se a garota tivesse treinando. Haden nunca gostou de despedidas e não suportaria despedir-se de Beatriz.

Haden caminhou até a trilha e parou por um instante. Lágrimas brotaram em seus olhos, mas ele se negou a chorar. Caminhou até a entrada do acampamento, ninguém parecia notá-lo, o que foi um alívio. Então, ele ouviu a única voz que não queria ter escutado. Beatriz.

Haden tirou a mochila dos ombros e virou-se para a filha de Zeus. A expressão no seu rosto era de confusão, ela o encarava. Beatriz caminhou até ele, e Haden gostaria de ter saído correndo. O que o impedia? Ele podia simplesmente ignorar Beatriz, mas seus pés pareciam ter criado raízes no chão e Haden não conseguiu mover nenhum músculo do corpo.

Os olhos de Beatriz agora estavam grudados na mochila de Haden. Ele prendeu a respiração quando ela chegou mais perto. O garoto estava quase tendo um ataque de pânico. Ele, definitivamente, não queria deixá-la. Sentira muita, muita falta dela.

–O que é tudo isso? – Beatriz perguntou, referindo-se à mochila.

Haden respirou fundo e fechou os olhos. Sua língua parecia ter derretido, ele não conseguia dizer nada.

–O que é tudo isso, Haden? – Beatriz repetiu a pergunta.

Ele abriu os olhos, ficou encarando a garota e por fim, disse:

–Estou indo embora, Beatriz.

–Você está o que? – Beatriz não conseguia acreditar nos próprios ouvidos.

–Eu estou indo embora – Haden repetiu, ajeitando a mochila nos ombros.

–Espera, isso é alguma brincadeira?

–Não, Beatriz, não é brincadeira. Estou indo embora, de verdade.

Beatriz abaixou a cabeça. Ela queria parecer forte, mas não conseguiu. Começou a chorar.

–Você prometeu... – disse ela, baixinho. – Prometeu que nunca mais iria me deixar.

–Eu sei o que eu prometi, mas eu prometo várias coisas. Nem todas são verdades.

Beatriz o encarou, as lágrimas já escorriam livremente por seu rosto. Haden sentiu seu coração afundar no peito, mas não se deu ao luxo de chorar.

–VOCÊ PROMETEU! – Beatriz gritou.

O grito de Beatriz chamou a atenção de alguns campistas, principalmente de Paula, Percy, Inara, Nico e Jason, que estavam treinando por ali. Eles ficaram observando o que estava acontecendo.

–Você vai querer mesmo chamar a atenção de todo o acampamento? – Haden cruzou os braços.

–Foda-se.

Sem hesitar, Beatriz deu um tapa no rosto de Haden. O filho de Hécate sabia que merecia, por isso não reagiu. Ele encarou Beatriz.

–Vai fazer mais alguma para completar o show?

Beatriz enxugou as lágrimas.

–Você não pode fazer isso comigo, Haden! – Beatriz bateu os punhos no peito de Haden. – Você prometeu, caramba!

–Eu menti! – Haden segurou os pulsos dela. – Acabou, Beatriz! Eu tenho que ir embora. Aceite!

–Eu não consigo aceitar – Beatriz sussurrou, o choro já estava afetando sua voz.

–Só posso lamentar por você – Haden a soltou.

Beatriz começou a chorar convulsivamente. Haden também queria chorar, ele estava sendo um idiota com ela. Mas ele tinha que fazer aquilo. Era o único jeito. Haden virou-se para ir embora, mas a voz de Beatriz o fez parar.

–Você tinha uma promessa. Você ia ficar. E você está indo embora. O quão irônico isso é? – ela o encarou. – Eu não costumo criar futuros, não mais, mas para nós dois eu criei. Eu sonhava com isso. Era o que eu queria. Ter um lugar para chamar de lar. Só que não vai acontecer. Enfim, espero que seja feliz. Adeus, Haden. Eu... Eu amo você.

Haden virou-se para encara-la, mas Beatriz já tinha dado as costas para ele. Ela saiu correndo, chorando e Haden sussurrou:

–Não é um adeus, Beatriz. É um até breve.

Haden ajeitou a mochila nos ombros novamente, olhou uma última vez para o acampamento e atravessou a barreira mágica. Ele estava decidido. Levaria isso até o fim. Haden finalmente havia aceitado seu destino. Ele respirou fundo e seguiu adiante, sem medo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu achei triste ;-;, fiquei com pena da Bea. Bem, comentem.



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