Definição de Perfeição - Segunda Temporada escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 4
E de laranja com mamão


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Percebi que os capítulos que eu tava fazendo estavam ficando muito pequenos, então resolvi tomar vergonha na cara e escrever um que tivesse pelo menos mais que mil palavras. Aproveitem.



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Karina abriu os olhos na cama no dia seguinte. Estava sozinha na cama, mas o corpo nu estava cuidadosamente coberto para que nada aparecesse. Esticou-se para a cabeceira de Pedro e pegou o celular. Eram 11 horas da manhã. Já faltou à aula na faculdade. Ela teria que correr para dar sua aula, que começava ao meio-dia. Pulou da cama e vestiu o corpo nu com a blusa da academia e um short qualquer. Olhou no espelho do armário e viu o quão descabelada estava, mas decidiu ignorar.

Chegou na sala e encontrou Pedro tomando café da manhã com Tomtom. Chegou por trás dele e o abraçou, beijando sua cabeça.

– Oi, amor. Dormiu bem?

– Dormi sim. Mas tô indo logo pra academia.

– Pô, K, senta pra comer com aalunos, vai. - pediu Tomtom.

– Foi mal, Tomtom, mas já já eu tenho que dar minha aula na academia. Ó, prometo que manto com vocês, ok? Depois nós três assistimos um filme, que tal?

– Tá bom então.

– Pra ela tá bom mas pra mim não, K. Poxa, lancha com a gente.

– Pê, não vai rolar. Desculpa, mas cê tem que me dividir com os alunos. - disse Karina dando um beijo no rapaz e indo para a academia, à contragosto de Pedro.

– Ah, mas isso não vai ficar assim. Ela vai ver só. - disse Pedro, com um sorriso travesso no rosto.

– Não sei como vocês se aguentam.

– É... imagino quando a gente morar junto.

– Pera aí. Cês vão morar juntos?!

– Ih, pirralha, foi mal. Não era pra você saber ainda. Ó, segredo, hein?

– Pedro Ramos, quando você ia me contar isso?

– Desde quando tenho que te dar satisfação, Tomtom.

– Eu sou a presidente de todos os fã-clubes de Perina. Eu tenho que falar pras meninas que gostam da sua banda. Sou a informante-mor.

– Como assim? Tem fã-clubes da Galera da Ribalta direcionado só pra K e eu?

– Claro. Vocês são muito fofos juntos.

– Awn, brigado, pirralha. Agora vou lá tentar compor mais um pouco.

O rapaz foi ao quarto, pegou seu caderno de composições e seu violão e admirava a foto dos dois juntos, colada na parte de trás e sorria.

Ao chegar na academia, alguns de seus alunos já a esperavam, mas estavam distraídos demais conversando pra notar a presença da garota ali.

– Pô, aí, não basta a professora Karina ser toda bruta, ainda temos que esperar ela todo esse tempo? - disse Luís.

– Ah, cara, mas pelo menos ela é gostosinha. Que que muay thai não faz, né? - respondeu Hugo, rindo.

– Ai, vocês são ridículos - disse Alice, com um olhar de decepção.

– Ih, tá com inveja, Delice? Fica assim não que quando você crescer vai ser que nem ela. - disse Marcos, envolvendo seu ombro com os braços e sendo afastado logo em seguida.

– Yo! - gritou Karina, o que fez todos os seus alunos pularem e os garotos envergonharem-se. - Posso saber o que as menininhas estavam conversando?

– Nada não, fessora. - disse Hugo, evitando olhar nos olhos de K.

– Bora, gente! Formando um do lado do outro. Quer fofocar vai pro salão.

Depois dos alunos formarem e a professora passar a série de movimentos, a Esquentadinha percebeu que estava sendo observada por seu pai, na secretaria. Ele mantinha um sorriso e um olhar de orgulho, o que fez a lutadora sorrir. Gostava de saber que Gael orgulhava-se dela.

Mais alunos chegaram e Karina pôde finalmente armar as duplas. Selecionou os alunos mais experientes e os colocou em uma sessão de sparring no ringue e pediu para que os outros avaliassem. Um método simples de "veja e aprenda".

Decidiu dar uma lição em Hugo, que constantemente atrapalhava suas aulas.

– Otávio, desce daí. Hugo, equipa e sobe lá.

– Oi? - indagou-se o garoto.

– Tá surdo? Equipa e sobe lá pro sparring.

– Ô, fessora, eu vou tomar uma surra. Entrei faz só dois meses aqui. O Luís tá aqui já faz mais de um ano.

– Que bom, assim você melhora na marra. Bora, Hugo.

– Tá bom, foi mal.

Depois de equipar-se e subir, Hugo tomou a já esperada surra, enquanto Alice ria e cumprimentou a professora.

– Ok, agora pode descer, Hugo. José, sobe lá que você vai lutar contra...

– Eu! - disse uma voz atrás de K, seguida de passos apressados e um vulto pulando dentro do ringue. - O Pedro Colorado!

Todos os alunos riram, enquanto Karina não pôde fazer nada além de colocar a mão no rosto, com vergonha.

– Pê, que que cê tá fazendo aqui?

– Ora, como assim? Vim lutar. Bora, Zézinho, equipa.

– Quer mesmo fazer isso, Pedro?

– Claro.

– Primeiro VOCÊ tem que se equipar, seu retardado.

– Ah, é

– Desce aqui, vou te ajudar.

Enquanto passava as ataduras nas mãos do rapaz, Karina perguntou-o:

– Cê quer mesmo bater em um bando de adolescentes de 14 anos, Pê?

– Claro.

– Por que, gente?

– Pra te divertir. - disse o garoto, dando uma piscada para a garota e entrando no ringue, dando pulinhos enquanto chamava pelo aluno de Karina.

Quando José entrou, encontrou Pedro em uma posição ninja. O jovem estranhou mas decidiu tentar atacá-lo. Antes mesmo de acertar o guitarrista, Pedro jogou-se no ringue e começou a implorar por piedade pro garoto.

– Sério mesmo que veio até aqui só pra fazer brincadeira besta, ô Zé Graça? - perguntou Karina, dirigindo-se ao namorado.

– Na verdade, não. Só um minuto, mestre das lutas, vou falar com a professora de vocês. Esquentadinha, pega aquela sacola enquanto eu tiro essas paradas aqui. - disse o rapaz, retirando o equipamento do corpo.

Os alunos riram ao ouvirem o apelido carinhoso que Pedro dera a ela.

– Pera, eles são namorados? - perguntou Hugo, na dúvida.

– São sim. E são lindos juntos. - disse Alice, com os olhos brilhando.

– Ei, ele não é o guitarrista da Galera da Ribalta?

– É sim. É um gato também.

– Nossa, ele tem sorte. Sucesso, fãs e uma lutadora gostosa.

– Yo! - gritou Pedro mal-encarado para os alunos de Karina.

Quando a garota pegou a sacola, percebeu que dentro tinha 2 sanduíches e dois sucos.

– Que isso, Pê?

– Isso, Esquentadinha, é o nosso almoço.

– Mas Pedro, eu ainda tô trabalhando.

– Ah, é só mandar eles fazerem qualquer merda aí sequencialmente e a gente fica comendo. A academia é do teu pai, não podem te encher o saco.

Karina suspirou e passou mais uma série de atividades para os alunos. Estava incomodada com a falta de profissionalismo que estava exercendo, mas ela não resistia quando o Pedro armava essas coisas fofas.

– Pronto, agora deixa eu ver que que são esses troços... um misto e um suco? Só isso mesmo?

– Não é não. É um misto e um suco de mamão com laranja.

– E de laranja com mamão... - disse a garota sorrindo, fitando os olhos castanhos do garoto.

Isso a fez voltar no tempo. Lembrara-se de quando conheceu Pedro. O rapaz tinha acabado de mudar-se para a vizinhança e seus pais abriram o restaurante da família, o Perfeitão. Na época, a menina ainda gostava de Duca, um dos melhores lutadores de seu pai. Estava irritada pelo mestre não a deixar participar do exame de grau mas ao mesmo tempo estava toda boba com o fato de Duca elogiar o modo como ela lutava. Chegou ao Perfeitão e dissera:

– Cês tem misto?

Ao que o músico prontamente respondeu:

– Tem

– Tem suco?

– Também.

– Ah, mas tem suco de mamão com laranja?

– E de laranja com mamão.

– Me vê aí um misto e me vê dois sucos, por favor, tá? - disse Karina, suspirando irritada com a gracinha de Pedro.

– Não. - disse o rapaz, virando o corpo e vendo a lutadora, linda como sempre foi.

– Por que não?

– Ah, é que o restaurante não inaugurou ainda, mas pega um panfleto, volta na semana que vem. - disse Pedro, com um largo sorriso no rosto.

– Tá achando graça, mané?

– Tô. Esquentadinha, hein.

– Não, cê me chamou de quê? - perguntou Karina já perdendo o pouco de paciência que tinha.

– Esquentadinha.

– Cê quer morrer, moleque? - ameaçou a lutadora enquanto partia para aplicá-lo um clinch.

– Quem diria, hein, moleque? Que um dia eu ia namorar você. - disse a garota, voltando à realidade. - Sério que você lembrou do meu pedido?

– Claro. Só demorei a trazer.

– Ainda trouxe um misto a mais.

– Ah, não, esse é meu. - disse o rapaz pegando-o e dando uma bela mordida.

– Cê acredita que um dos sucos que eu pedi naquele dia era pro Duca?

– Nossa, que furada, hein.

– Pois é. Não sabia que a melhor pessoa com quem eu podia ficar estava pertinho de mim - disse K, enquanto puxava o garoto para junto de si.

– Claro. Com aquele golpe não tem como não estar perto.

Karina gargalhou após esse comentário. Adorava quando o rapaz fazia essas piadas bestas dele. Não tinha ninguém que a fazia sorrir como Pedro. E ele amava a fazer sorrir.

– Você tá cheio de surpresinhas, senhor Pedro. Posso saber o motivo?

– Bom, já que vamos dar um passo tão grande no relacionamento, achei uma boa a gente passar por essa sessão nostalgia. Falando nisso, Esquentadinha, quando a gente vai falar disso com a família?

– Que que cê acha de hoje à noite, num jantar no Perfeitão. Minha família e a sua. Topa?

– Claro. Ai, ai... te aturar não vai ser fácil...

– Ah, e acha que você é o senhor da bom convivência?

– Claro. Todo mundo ama minha companhia.

– Não tá se achando um pouquinho demais não, Lírio? - disse Karina rindo e relembrando do colega de teatro de sua irmã. O rapaz conseguiu realizar seu sonho e hoje em dia era galã de novela das oito, contracenando um casal logo com Bianca.

Ao perceber que seus alunos estavam prestando mais atenção nela conversando com Pedro do que fazendo alguma atividade, levantou-se e disse um clássico Gael:

– Bora galera, quem não morre não vê Deus! Trabalha, trabalha! Olha, Pê, tenho que coordenar a aula senão eles não fazem nada. A gente se vê no jantar, pode ser?

– Claro, K. Até mais tarde, ok?

– Tchau - despediu-se o casal com um beijo tenro, já sentindo falta dos lábios um do outro.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comente, dizendo o que achou ou fazendo alguma pergunta. Pode ser qualquer uma que tô respondendo.

SantoVittiDaKitKat: Vc acha que o pedro vai namorar com a Vicki depois que a k terminar com ele(por causa do acordo)?

Olha, na verdade nem terminar eu acho que vão. O que eu acho que vai rolar CASO a K descubra, vai ser que eles vão brigar, vão "terminar" e alguns dias depois, quando a K refletir e perceber que ele realmente ama ela e que não foi só pelo acordo, eles vão voltar.

Gente, divulga, mostra pra mãe pai, vizinho, recomenda, favorita. O apoio de vocês me faz muito feliz.



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