O Herdeiro do Titã escrita por Rodrigo Kira


Capítulo 5
Conheço "Aquaman" e "Super Choque"


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoal! Como estão?
Nossa! Passou de cem visualizações! Hahaha! Que demais!
Bem, eu terminei de escrever o capítulo 10 e já comecei o 11 e, conforme prometido, aqui vai o próximo capítulo! Também já fiz uma das capas! Espero que vocês gostem, e nos vemos lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569463/chapter/5

Depois das “boas-vindas” dos outros campistas, peguei um prato e enchi de comida. Não percebi o quanto estava com fome. Me dirigi a mesa do chalé 11, lembrando que teria que ficar com os filhos de Hermes até ser reclamado. Ainda não era fácil aceitar essa coisa toda de “semideus”, mas fazer o quê?

Um toque no meu ombro me tirou dos pensamentos. Me virei para encarar um par de olhos verdes (mais claros que os meus), e um sorriso simpático. Um garoto de porte atlético e cabelos escuros, seguido por outro, louro e de óculos cor de bronze, veio me cumprimentar.

– E aí? – ele estendeu a mão. – Sou Percy Jackson, filho de Poseidon.

Meio hesitante, apertei a mão de Percy.

– Muito prazer.

– E eu sou Jason Grace, filho de Júpiter, a versão romana de Zeus – disse o garoto louro, de óculos.

– Romana? Quer dizer que há dois tipos de semideuses?

– Isso aí. – disse Percy. – Mas se você veio pra cá, é certeza que você é grego. Se fosse filho de um deus romano, teria sido levado para o Acampamento Júpiter, na Califórnia.

Que ótimo. Pela falta de um acampamento, agora eram dois. O excesso de informação pra digerir só me deixava com mais fome. Meu estômago devia ter roncado, porque Jason e Percy se entreolharam. Eu já ia voltar para a mesa do chalé 11, quando Percy me chamou.

– Ei, espera aí, David! Não quer sentar com a gente?

– Hein? Mas achei que não podíamos ficar nas mesas de outros chalés.

– Bom, tecnicamente, sim. Mas eu e Jason temos um tipo de... “permissão especial”, por sermos os únicos nos nossos chalés. E acho que Quíron não vai se importar se você se juntar a nós.

Antes que eu dissesse qualquer outra coisa, Jason me conduziu até a mesa. Me sentei ao lado de Percy, Jason à minha frente. Ao lado dele, só um garoto de cabelos escuros, com um anel de caveira, uma camiseta e jeans pretos. Mesmo com a luz inconstante da fogueira, ele parecia bastante pálido.

– David, este é Nico di Angelo, filho de Hades. – disse Percy.

Nico levantou a cabeça para me olhar e me pareceu que ele já tinha esquecido, há muito tempo, a ideia de uma boa noite de sono.

– Olá.

– O-oi, muito prazer.

– Não precisa ficar nervoso, cara. – disse Jason. – Essa cara de mau-humorado dele é só fachada.

– Cale a boca, Grace. – retrucou Nico.

Esboçei um riso (bastante forçado) e me preparei para comer, mas Percy me deteve.

– Calma aí. Antes temos que fazer uma oferenda aos deuses.

– Oferenda?

– Olha lá.

Percy apontou para a fogueira, onde vários campistas despejavam no fogo parte de suas refeições. Aquilo era tão estranho que era ridículo.

– Está dizendo que eu tenho que jogar a comida no fogo?

– Ninguém gosta de fazer isso. – disse Percy. – Mas acredite, os deuses ficam bastante incomodados quando esquecemos deles, em qualquer momento.

– Tente ver como uma forma de pedir ao seu pai ou mãe divina que te reclame logo. – disse Jason.

– Ou uma forma de evitar que os deuses cismem demais com a sua cara. – completou Nico.

Como que para dar o exemplo, os três se levantaram e foram até a fogueira, para fazer a oferenda. Eu os imitei, afinal ter um deus grego querendo te atormentar não pareceu um estilo de vida muito saudável. Resolvi seguir a ideia de Jason.

“Olha, não sei quem você é ou se está me ouvindo.”, pensei, olhando as brasas da fogueira. “Mas, se estiver, é só... sei lá... me avisar, tá bem? Isso aqui é pra você”. Depois de cremar um belo pedaço de carne assada, voltei com eles para a mesa e finalmente começamos a comer. A companhia dos três se mostrou bem mais agradável do que eu esperava. Percy me contou todas as aventuras e perigos que enfrentaram, desde que se descobriram como semideuses, enquanto bebia um copo do que parecia ser Coca-Cola azul. Fiquei bastante surpreso sobre como eles haviam passado por tudo aquilo e ainda estarem vivos, mas acho que o fato de eu estar vivo é que realmente os deixou chocados.

– Ainda não acredito que você sobreviveu no mundo mortal até os dezessete anos! – exclamou Percy. – A maioria de nós pode se considerar sortuda se vive até os dezesseis!

Ficamos conversando e rindo (principalmente quando Jason começou a controlar os ventos para que um pedaço de frango empanado fugisse do garfo de Nico) até o fim do jantar. Quando voltávamos para nossos chalés, duas garotas, uma loura e olhos cinzentos e outra de cabelos castanhos e pele (me pareceu) bronzeada, vieram abraçando Percy e Jason. Eu não precisava ser filho de Afrodite pra saber que havia dois casais na minha frente.

– Então... – disse a garota de cabelos castanhos. – Fazendo amizade com o garoto novo?

Eu dei um sorriso amarelo e acenei um “oi”.

– Pega leve. – disse Jason. – Ele ainda está desconfortável com essa coisa toda de semideus. David, essa é minha namorada Piper, filha de Afrodite.

– Essa é Annabeth, filha de Atena. – disse Percy.

– Muito prazer, David. – disse Piper.

– O prazer é meu. – eu disse apertando sua mão.

– Bem-vindo ao Acampamento Meio-Sangue. – falou Annabeth. – Se precisar de qualquer coisa, é só falar com a gente.

– Obrigado, vou sim.

– Melhor não inflar muito o ego dela, cara. – disse Percy, indicando Annabeth. – Como filha da deusa da sabedoria, ela adora bancar a sabichona.

– Calado, Cabeça de Alga.

Eu não consegui evitar. Começei a rir como uma criança, só parando quando percebi que ninguém mais estava rindo.

– O que é tão engraçado? – perguntou Piper.

– Nada, desculpe. – eu respondi. – É que, bom, toda essa coisa de “deuses gregos”, “semideuses”... passa uma ideia meio intimidadora, sabe? Mas todos aqui parecem... sei lá...

– Normais? – completou Annabeth.

– É... acho que sim.

– Há! Pode apostar que não somos. – disse Nico. – E se está achando tudo isso “normal”, é porque você é tão estranho quanto nós.

Se aquilo era pra ser uma provocação, não deu certo. Me pareceu mais que Nico havia dito que “é porque este é o mundo ao qual você pertence”, como se os fatos de eu ser órfão, disléxico e hiperativo fossem totalmente irrelevantes. Comecei a rir novamente e, dessa vez, Percy e os outros me acompanharam.

Cada um de nós foi para seu chalé. Quando voltei para a bagunça do chalé 11, o caos estava instaurado. Crianças e adolescentes correndo de um lado para o outro, rindo, conversando, jogando travesseiros e atirando elásticos uns nos outros. Acho que tinha visto Travis Stoll escondendo um monte de doces (que aposto que eram contrabando) embaixo das tábuas do assoalho.

Apesar do todo aquele tumulto, fui para o meu colchão e apaguei em dois minutos. Ainda tinha muita coisa que eu não estava entendendo, mas nunca me senti mais feliz. Talvez, aquele fosse mesmo o meu lugar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Querem dar uma sugestão pra melhorar a história? Comentem aí! Tá, eu sei que também não teve nenhuma ação nesse capítulo, mas como eu já disse, é pra deixar a história bem explicada. As coisas vão começar a esquentar um pouco no próximo capítulo e nos seguintes. Vou postar assim que terminar o capítulo 11!