Casa de Boneca escrita por Angie


Capítulo 3
The Boyfriend House




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A noite já estava em profunda escuridão quando chegou ao condomínio onde Vitor morava. Pediu para que o porteiro interfonasse no apartamento e esperou sentada, descansando as pernas exaustas da corrida.
– Pode subir - disse o porteiro depois de no máximo um minuto.
– Obrigada. Boa noite - ela entrou e subiu. Subiu pelas escadas mesmo cansada, já que não gostava de elevadores.
Bateu na porta suavemente e foi aberta rapidamente. Vitor a abraçou fortemente assim que a viu.
– Aconteceu algo? - perguntou preocupado analisando-a.
– Não. Eu tô legal. Só não quero ficar em casa.
O apartamento do rapaz era pequeno, porém organizado. Tinha gesso no teto e as paredes eram de tom creme. Um sofá pequeno estava na sala da frente a uma televisão 38 polegadas instalada em um painel. Vitor só usava um dos quartos então no outro existia uma espécie de biblioteca particular que Melanie adorava.
– Você está realmente bem? - ele perguntou tocando a bochecha dela com o polegar. Ela maneou a cabeça positivamente com um pequeno murmúrio de “uhum”.
– Posso dormir aqui hoje? - ela perguntou colocando a mochila sobre a pequena mesa de vidro da sala de jantar.
– Claro - Vitor parecia surpreso com o pedido mas realmente aparentava gostar, e muito, da ideia - Seus pais sabem que você está aqui?
– Que se danem meus pais, Vitor - ela se jogou no sofá massageando as têmporas. Sua cabeça começava a doer - Você tem um analgésico?
Vitor balançou a cabeça insatisfeito e foi buscar o remédio. Melanie via o movimento da rua pelo vidro da varanda. Era incrivelmente bonito ver o mundo a 10 andares acima do chão. Era como se ali ela fosse grande e poderosa e não apenas uma adolescente impotente com mil e um problemas.
– Você está realmente bem? Como vai para o colégio amanhã? - Vitor voltou com um comprimido e um copo de água os entregando para ela.
– Vitor, querido - disse depois de tomar a cápsula - Vários outros garotos de 19 anos estariam amando a ideia de ter a namorada pedindo para dormir na casa deles. O que custa você aproveitar isso ao invés de fazer milhares de perguntas idiotas?
Vitor sentou ao lado dela acariciando seu joelho enquanto um pequeno sorriso brotava nos lábios dele. Melanie relaxou o corpo vendo que ele não faria mais perguntas. Encostou a cabeça no ombro do namorado ainda observando pelo vidro.
– Eu me preocupo porque você é uma adolescente terminando o primeiro ano do colegial e parece querer fugir de casa sempre que pode. Acha que não reparo na quantidade de tempo que fica naquele ateliê?
Melanie se encolheu sentindo um súbito mal estar como se alguém lhe tivesse atingido o estômago com um soco. Era verdade e não podia negar. Passava muito tempo evitando os problemas dentro de casa nem que para isso custasse um dia inteiro sem comer ou beber. Conheceu Vitor em uma de suas saídas para um lugar qualquer - que neste caso havia sido o grande Parque Ibirapuera. Melanie não costumava ir lá mas tinha resolvido ir no dia. Tinha se perdido e ele a ajudara. Vitor perguntara se ela tinha telefone e ela passou. Depois de algum tempo de namoro oficial ele a levou até a loja dos pais e ela se apaixonou pelo ateliê que agora era como uma segunda casa.
– Você nunca disse... Ao vivo - ela disse se aconchegando nele.
– Disse o que? - as mãos de Vitor brincavam com o cabelo escuro da menina fazendo pequenos caichinhos.
Ela se manteve quieta o que o fez suspirar frustrado. Melanie era sempre aberta e sorridente mas algumas vezes se encolhia como uma pequena tartaruga entrando em seu casco.
Vitor puxou seu rosto e beijou-a na bochecha, depois no queixo, no nariz, até finalmente beijar seus lábios. Melanie aprofundou o beijo enquanto as mãos de rapaz seguravam sua cintura a trazendo para seu colo.
As mãos de Melanie brincavam por entre os fios castanhos dele enquanto o beijo se tornava mais voraz.
Logo Melanie e Vitor estavam apenas em roupas íntimas, jogados no tapete um por cima do outro. Vitor se apoiava nos cotovelos para não esmagá-la sob o peso dele. Melanie brincava com os dedos na pele do peito do namorado sorrindo. Vitor infiltrou a mão por baixo do corpo dela abrindo seu sutiã e o tirando. Melanie mordeu o lábio o encarando.
– O que foi? - ele perguntou incerto. Não queria ir rápido demais até porque Melanie era mais nova. Era uma garota tão delicada quanto às bonecas que fazia e não queria ser indelicado ou rude com ela.
– Nada - disse depois de um longo suspiro - Só que... Ninguém nunca me viu assim. Não um garoto.
– Se não quiser... Tudo bem - ele disse roçando os lábios na bochecha dela. Melanie sentiu a pele arrepiar com o toque.
– Eu quero! - disse suavemente - Eu quero - disse mais baixo sentindo a mão dele descer pelo corpo dela, deslizando pela cintura e pelos quadris, pelas coxas...
– Quer mesmo? - perguntou infiltrando o dedão na calcinha dela, pedindo permissão para tirá-la.
– Quero - disse permitindo que ele a usasse como quisesse.

* * *

– Mel? - a voz soava doce perto do ouvido da menina fazendo-a sorrir. Vitor ainda a abraçava. Seu rosto estava apoiado no peitoral dele enquanto ele a puxava pela cintura para mais perto, deixando pele encostar em pele.
Os cabelos de Melanie formavam um halo negro em torno de sua cabeça quando ela o olhou. A mão de Vitor foi até o rosto dela afastando alguns fios sobre a face e foi retribuindo com um sorriso doce.
– Hmm...? - ela aconchegou o rosto nele ainda sorrindo. Vitor olhava para o teto pensativo antes de abrir os lábios e dizer:
– Eu te amo.
Melanie soltou um pequeno riso antes de abraçá-lo mais forte, entrelaçando os dedos das mãos nas costas dele. Ele ficou a olhando com curiosidade enquanto passava a mão nas costas dela.
– A gente precisou transar para você dizer que me ama - ela disse com um sorriso estampado no rosto que fez Vitor revirar os olhos.
– Minha mãe sempre me disse que não se deve dizer que ama uma mulher em vão - ele disse afundando o rosto nos cabelos dela - Mas tenho certeza que te amo. Eu te amo - disse mais uma vez como que para fixar as palavras na mente de Melanie.
– Eu também. Te amo - ela disse olhando para o teto também. Ele a apertou suavemente fazendo o sorriso se expandir em seus lábios.
– Mel? - ele chamou novamente fazendo-a olhar para ele. Vitor sorria sugestivamente. Melanie soltou um pequeno riso tímido - Sabe... Acho que a cama é bem mais confortável que o sofá e... Eu ainda tenho algumas camisinhas - ele arqueou uma das sobrancelhas e Melanie riu enquanto ele a pegava no colo a girando no ar numa breve brincadeira.
– Palhaço - sussurrou no ouvido dele enquanto ele a levava como se leva um bebê até seu berço.

* * *


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