Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 24
Capítulo 23




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O advogado dela entrou em contato no dia seguinte, às 8h em ponto, querendo marcar o encontro para o mais breve possível. Ele ainda tentou que o encontro fosse apenas com Gabe, apelando para o sentimentalismo barato. João, então, o inteirou sobre tudo o que havia acontecido, apesar de já pressentir que ele sabia.

Após uma rápida busca, veio com a má notícia:

“Rafael Garcia, um advogadinho porta de cadeia com uma ficha mais suja que pau de galinheiro. O cara é um sem vergonha.” Anunciou o rapaz, nervoso. “Essa garota conhece alguém que presta?”

“Já até imagino como está pagando os serviços dele.” Bufou Vicki, jogando a revista que lia longe. Logo depois, ela se levantou para vomitar. E foi assim que a família toda descobriu que havia mais um membro a caminho. E Jade se sentiu, porque sabia que todo aquele estresse não era bom para a cunhada no início da gestação.

A verdade é que Rafael Garcia era um ex-viciado. Filho de um vereador rico, bastante influente, havia passado por um processo de “desintoxicação” relâmpago e ingressado uma tradicional faculdade de direito no país. Coincidentemente, era um dos rapazes que estava com Bárbara na noite que Cobra e Jade a flagraram drogada.

Agora, era ele quem ajudaria Bárbara nessa palhaçada, como dizia Gael.

“Gente podre se atraí, meu filho, acredite em mim.”

O encontro, por fim, ficou marcado para o sábado, às 15h, em uma sorveteria próxima à academia. Com muito trabalho, convenceram todos que só João, na condição de advogado, estivesse presente. Era melhor não dar pano para a maluca da Bárbara.

“Que bom que vocês trouxeram a Lara e o Theo. Eu to feliz de toda a nossa família estar aqui.” Comentou Gabe, segurando a mãozinha da irmã.

“Você não precisa ficar preocupado, meu amor.” Prometeu Jade.

“É que, se ela ver o quanto eu sou feliz com a nossa família, talvez ela me deixe em paz. Não é?” Os pais se sensibilizaram com o pensamento puro e inocente da criança, que ainda acreditava que todos eram bons. Infelizmente aprenderia a verdade muito jovem.

“Vamos torcer para isso, Gabe.” João acalentou o sobrinho, bagunçando seu cabelo.

“Ela chegou.” Anunciou Cobra, vendo Bárbara vindo acompanhada de um rapaz loiro, alto, com um terno de marca. “E o advogado veio junto, claro.”

“Olá, pessoal, como vão?” Rafael foi o primeiro a falar, sorrindo. “Rafael Garcia.”

“João Duarte, advogado do casal. Prazer em conhecê-lo.” João sabia muito bem ser cínico, assim como o homem à sua frente. Coisas de advogado.

“Como vai, filho?” Bárbara se dirigiu à Gabe, que se enfiou mais nos braços da mãe, segurando Lara mais perto de si. “Jade, solte meu filho para que ele possa me abraçar.”

“Eu não estou segurando ele, Bárbara, ele que está me abraçando.” A bailarina se esforçava para manter a calma diante das provocações da atriz. “Filho, se você quiser, você pode abraçar a Bárbara.”

“Eu não quero, mamãe.” Ele murmurou, tímido.

“Tudo bem, Bárbara... O rapaz ainda está com vergonha, essas coisas levam tempo.” Rafael colocou a mão em seu ombro, carinhosamente. “Bom, vamos nos sentar? Ouvi que eles têm um ótimo sorvete aqui.”

“Tem que pegar um cadeirão para a Lara e o Theo, papai.” Lembrou Gabe, vendo os irmãozinhos se agitando no colo dos pais.

“Deixa que eu pego, carinha.” João acenou para o garçom, conhecido deles, que logo apanhou as duas cadeirinhas. O advogado o ajudou a acomodá-las ao lado da mesa, tudo sob o olhar atento de Bárbara e do advogado.

“Vamos pegar sorvete?” Propôs Rafael, batendo palmas com um sorriso falso.

“Se você não percebeu, nós estamos um pouco ocupados.” Cobra ressaltou, apontando as cadeirinhas, às quais afivelavam as crianças menores.

“Então vocês priorizam a atenção aos filhos biológicos de vocês do que ao Gabriel? Bom saber...” Bárbara destilou, sendo fuzilada pelo casal.

“Não, Bárbara, é que meus irmãozinhos ainda são pequeninhos. Aí a mamãe e o papai precisam ajudar eles a fazer tudo, como eles me ajudavam quando eu era pequeno.” Explicou Gabe, ajudando a acomodar Theo. “Ele está bem preso, papai?”

“Tá sim, campeão.” Cobra sorriu para o filho mais velho, se levantando. “Vamos pegar seu sorvete?”

“Quem convidou fui eu, Ricardo, então eu pego e pago o sorvete do nosso filho.” Avisou Bárbara, se levantando. Gabe agarrou mais a mão do pai, que suspirou.

“Vai com eles, amor.” Pediu Jade para o marido, que assentiu, lhe dando um selinho.

“Não é legal, Gabriel? É a primeira vez que você está a sós com o papai e a mamãe.” A antiga ruiva comentou, enquanto os três se afastavam em direção aos balcões. “Sua família de verdade.”

“Bárbara, não começa.” Pediu Cobra, vendo que o filho estava calado. “E então, filho... Vai querer sorvete do que?”

“Pode fazer aquele pote cheio de doces, papai?”

“Pode, mas sem exageros.”

“Quem está pagando sou eu, Ricardo, e eu digo que ele pode fazer o que quiser. A mamãe deixa, Gabe, fica à vontade.” Avisou a mãe biológica, um sorriso arteiro.

O lutador engoliu em seco, contando até 100. Foi com Gabe apanhar um potinho, e ele quis o azul. Junto de Bárbara, percorreram todo o caminho de freezers, pegando quatro bolas de sorvete. Depois, na parte de guloseimas, o menino se fartou com chocolates, caldas e granulados. Seu potinho quase vazava, e pesou bem mais do que normalmente.

“Gabriel, que pote é esse?” Jade ficou estarrecida, mas Cobra apenas negou com a cabeça.

“E como você fala para a Bárbara, Gabe?” Lembrou o pai, sentando ao seu lado.

“Obrigado, Bárbara.” Agradeceu o menino, com a boca já cheia de sorvete.

“De nada, meu amor. E pode me chamar de mãe, se quiser. Não é porque o Ricardo e a Jade ficam me tratando pelo nome, que você precisa tratar também.” Avisou a atriz, sorrindo.

“Eu prefiro Bárbara.” Ele deu de ombros, voltando ao sorvete.

“Eu vou pegar uma casquinha. Mano, Jade, querem alguma coisa?” Perguntou João, se levantando.

“Traz uma casquinha de sonho de valsa, por favor.” Pediu Jade. “Aí a gente divide. Pode ser, vagabundo?”

“Pode sim, dama.” Concordou Cobra, que limpava a boca de Gabe, toda melecada.

“Vou acompanhar você, João, pegar um para mim agora.” Bárbara se levantou, e o caçula Duarte bufou, saindo acompanhado por ela.

A mesa caiu em silêncio depois disso. Jade tentava entreter os gêmeos, enquanto Cobra roubava colheradas do sorvete de Gabe, que ria. Rafael observava tudo com um sorriso simpático, mas um olhar calculista.

“Gabe, você já foi até o Hopi Hari?” Perguntou o advogado, após um tempo. Jade e Cobra o encararam com os olhos em fenda, tentando entender o motivo daquilo.

“O que é o Hopi Hari?” Perguntou o menino.

“Ah, é um parque de diversões lá perto de São Paulo... É um dos maiores do mundo, sabia?” Os olhos do menino brilharam.

“E por que esse assunto agora?” Questionou Jade, já sabendo a resposta.

“Ah, é que eu consegui um passe para o final de semana que vem, mas não tenho como ir. Então ofereci para a Bárbara, e ela teve a ideia de levar o Gabriel. Sabe, um encontro entre mãe e filho.” Ele explicou inocentemente, e o casal engoliu o ódio. O filho, por outro lado, quicava no lugar.

“Posso ir, mamãe? Posso, papai?” Pediu ele, os olhos brilhando.

Eles fuzilaram o advogado, irritados com situação na qual ele os colocara.

“Mas é só para duas pessoas, Gabe. Só você e a sua mãe.” A animação do menino diminuiu diante daquela informação, mas era visível seu desejo latente de ir.

“Não tem problema.” João veio se aproximando, sorrindo. O irmão o encarou espantado, mas o mais novo piscou. “Esses mesmos ingressos que você ganhou, Rafael, eu também ganhei. Assim como minha esposa. E nós estávamos combinando com o Pedro e a Karina de irmos. Podemos fazer companhia para o Gabe e a Bárbara.”

“Você, a tia Vicki e os padrinhos?” A animação voltou à criança, que quicava no lugar. “Posso, mamãe?”

“Claro que sim, meu amor.” Jade sorriu larga, especialmente ao ver a raiva de Bárbara, que voltara a se sentar.

“Ótimo, então vamos combinar!” João comemorou, entregando a casquinha do casal e se dedicando a sua própria.

“Papai, onde é o banheiro?” Perguntou Gabe, fazendo careta.

“Eu falei para maneirar no doce.” Suspirou Cobra, se levantando e parando. “Ou melhor... Não foi você que disse que convidou ele, Bárbara? Por que não o acompanha ao banheiro?”

“Está se negando a cuidar dele?” Ela tentou escapar, vendo que o que viria não seria agradável.

“Claro que não... Mas se você quer fazer parte da vida dele, tem que aprender a cuidar dele em momentos assim.” Ele se defendeu, vendo o filho trançar as pernas. “E é melhor ir logo.”

“Claro.” Ela sorriu amarelo, se levantando e pegando o menino pela mão. Cobra tornou a sentar, dando uma lambida no sorvete na mão da esposa.

“Você é malvado, vagabundo.”

“Assim eu gamo, minha dama.” Ele riu, lhe dando um selinho e voltando a brincar com os filhos caçulas.


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Notas finais do capítulo

CHEGUEEEEI!!
Primeiro capítulo do ano, com trollagens para a Bárbara. amo meu casal, apenas.
E aí? Estão gostando? Espero que ainda estejam aqui HAHAHAHA
See you ;*