Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 18
Capítulo 17




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“Amor, o Gabe veio me falar de novo sobre a tal fã sua que está pedindo para tirar fotos com ele. Você nunca viu essa mulher mesmo?” Jade perguntou para o marido quando estavam na cama. Os filhos já dormiam, exaustos após passarem o dia com os avós, e o casal se preparava para dormir. Desde o dia em que a dançarina havia saído com o filho, algumas semanas já haviam se passado.

“Ele me falou dela outro dia também. E eu estou pensando em colocar um segurança para ele, porque essa mulher está me deixando preocupado. Ela está em todos os locais onde eu vou com o Gabe, e sempre consegue se aproximar dele nos segundos em que eu não estou olhando. E ele diz que ela só diz oi e pede para tirar uma foto.”

“Você já olhou o Instagram?”

“Eu estou sempre de olho, o João já usou todos os truques dele também... Nada. Nenhum fã clube, meu ou do Gabe, tem qualquer foto que eu não tenha conhecimento de ter sido feita. Ou essa pessoa só quer as fotos para ela, ou é alguém com más intenções.”

“Conversa com o Wallace amanhã, pede para ele designar algum dos rapazes da empresa para acompanhar o Gabe.” Pediu a mulher, nervosa.

“Vou fazer isso, dama, não se preocupe. Mas mudando de assunto... Mudando de assunto um pouco, o João me ligou hoje. Pediu para eu ir até o escritório dele amanhã.” Contou o lutador, se referindo ao irmão caçula, que havia se formado em direito e hoje era seu advogado particular.

“Algum problema?”

“Não sei, mas ele pediu para nós dois irmos. Provavelmente outra daquelas propostas para estrelar alguma propaganda. Você sabe que ter meu irmão como advogado e a esposa dele como assessora de imprensa dá nessas. Eles adoram fazer um drama e um suspense.”

“A ideia de a Vicki fazer jornalismo para ser sua assessora foi sua. Quem mandou querer manter as coisas em família?”

“Sabe o quê? Cansei de conversar, sabe? Tive duas entrevistas hoje, além de uma reunião com patrocinador... To afim de algo mais... Legal?”

“Controle-se, vagabundo, nossos filhos estão dormindo no quarto ao lado.” Jade riu, enquanto o marido se colocava por cima dela.

“É só fazermos silêncio, minha dama... Acho que você consegue.”

“Eu vou te dar uns tapas se você continuar com isso, Ricardo.”

“Menos papo e mais ação, minha linda... Logo algum dos bebês acorda.”

~C&J~

Na manhã seguinte, com todos devidamente vestidos e alimentados, a família Gardel-Duarte seguiu para o escritório/casa de João e Vicki. Trabalhando exclusivamente para o lutador, o casal não precisava de um escritório separado da residência.

“Olha só, meus pestinhas favoritos no mundo.” Vicki os saudou com um sorriso, enquanto Gabe se atirava sobre ela.

“Oi tia Vicki. Sabia que meu dente está mole?”

“Mas já? Você tem quanto, três anos?”

“Seis, tia Vicki. Já sou um menino crescido.”

“Claro que sim, meu amor. Agora entrem, entrem... O João está esperando vocês dois lá dentro. Eu fico aqui com os pestinhas.”

“Não é você que quer conversar com a gente?”

“Ah, não... Se entenda com o seu irmão.”

Após acomodarem os filhos na companhia da tia, o casal seguiu para o escritório/biblioteca, onde encontraram João imerso em documentos, com o semblante preocupado.

“Esquisito, chegamos.” Jade chamou sua atenção. Ele riu de leve, mas parecia preocupado.

“Algo errado, cara?” Cobra questionou o irmão, sentando nas cadeiras à sua frente.

“Cara, você acredita em fantasmas?”

“Que droga de pergunta é essa, João? Você nos chamou aqui para debater o sobrenatural?”

“Não, meu caro, isso está longe de ser sobrenatural. Está mais para carma, ou algo assim.” Garantiu o advogado, massageando as têmporas. “Você se lembra de uma tal Bárbara Borges?”

“Como?” Jade e Cobra disseram juntos, suas vozes ecoando pelo cômodo. “A Ruiva?”

“Essa mesma. Aquela que, por acaso, é a mãe biológica do garotinho que está na sala ao lado. E que, por acaso, agora resolveu vir atrás dele.”

“Do que é que você está falando?” Cobra rosnou, enquanto Jade começou a arfar.

“Acho que eu to passando mal.”

“Foi exatamente assim que eu reagi quando a droga do promotor me ligou. Como você é figura conhecida, famosa, ele quis ser discreto. Disse que algumas semanas atrás, a Bárbara apareceu acompanhada de uma assistente social. Se apresentou e disse que era mãe biológica do Gabe, levou uma cópia da documentação...”

“Mas a vara da família tem todos os papéis da adoção.”

“Sim, e eles tem a informação de que ela foi procurada e não foi encontrada durante o processo de adoção. O grande problema é que ela passou três anos e meio internada em uma clínica de reabilitação. Não tinha nada de documentação, mal conseguia lembrar o próprio nome...”

“E o que nós temos a ver com isso?” Guinchou Jade, nervosa.

“Ela recebeu alta faz 14 meses, e essa assistente social, Rita Oliveira, já estava atrás de toda a documentação necessária. Ela está pedindo a restituição da maternidade.”

“Ela não tem esse direito, João. Ela assinou os documentos abrindo mão de qualquer direito sobre o meu filho.”

“Sim, Jade, eu sei, e a justiça também sabe. Porém, eles vieram com exames, com laudos...”

“Que provaram que ela é uma viciada e o tipo de pessoa que não deve ter contato com o Gabriel.” Cobra ressaltou.

“Essa é a nossa opinião, Cobra, mas os laudos dizem outra coisa... Bipolaridade, controlada por remédios; depressão, que gerou a procura e o abuso por substâncias. Uma gravidez indesejada na juventude, durante à época em que estava envolvida com substâncias ilegais, sem o apoio dos pais ou do namorado... E a lista continua.”

“João, nada disso faz sentido.”

“Para nós que conhecemos a história de perto, amor... Acho que a assistente que nos acompanhava na época já se aposentou, ou foi promovida, sei lá. Ninguém deve saber os detalhes dessa história, só o que está nos registros.”

“Que é o básico da lei. E a Ruiva e a Rita foram espertas... Elas entraram com a documentação perante a juíza Carmen Santos.”

“Quem?”

“Ela é uma juíza famosa da vara de família. Tiraram a filha dela quando ela ainda era uma estudante. A menina tinha cinco anos, ela estava endividada por conta da faculdade, acabou se envolvendo em uns negócios errados... O pai da menina, um ex-namorado, era filho de médico, rico, recém-casado com uma moça de família conhecida. Já viram a história. Ela se formou em direito, fez seu caminho depressa e logo se tornou juíza. Mas logo, vocês já imaginam... A filha já tinha 16 anos quando ela conseguiu que revissem o processo, mal lembrava dela e chamava a madrasta de mãe.” Contou João, com pesar.

“Filha da puta, sem vergonha... E deixam uma mulher dessas ser juíza?” Cobra parecia indignado.

“São poucos casos como os de vocês, Cobra. Normalmente, são casos como os delas, que ela ajuda a resolver. Ela tem uma taxa de aprovação de 95% por cento. Aquele deputado que tentou tirar o neto da mãe, implantou um monte de provas falsas... Ela que resolveu o caso.”

“E você acha que ela vai nos escutar? Sabe, ouvir nossa versão da história?” Perguntou Jade.

“Saberemos amanhã... O promotor convocou vocês dois para prestar depoimento. Eles querem tentar um acordo, sem ter que ir a um julgamento com a Carmen. Se formos ao julgamento, teremos testemunhas, possível exposição...”

“Se chegarmos a um acordo, pouparemos o Gabe de passar por isso?”

“Acho difícil, cara... De todo o jeito, eles vão querer conversar com ele sobre como é a vida dele com vocês, esse tipo de coisa. E o acordo ou o julgamento vão acabar trazendo a Ruiva à tona na vida dele, e isso será o mais complicado.”

“Mas, se nós explicarmos, se contarmos o que aconteceu de verdade...” Perguntou Jade.

“De um jeito ou de outro, eu acho difícil darem a guarda completa para ela. Vocês contando ou não, eles entendendo ou não... Acho que é bem provável que ela passe a ter o direito de ver o Gabe periodicamente.”

“Isso não é justo, João. Você não pode deixar isso acontecer!”

“Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance, Jade, isso eu te prometo. Mas eu estou tentando ser o mais realista possível com vocês. Eu revi todos os papéis que me mandaram, pesquisei casos, pesquisei a juíza... Eu quero que vocês mantenham a esperança, mas que já tenham uma noção de no que estamos nos metendo.”

“E o que podemos fazer, mano? Levar o pai, a mãe, as meninas...”

“A opinião de terceiros só vai contar se formos para sessão com a juíza. Aí nós poderemos escolher testemunhas que reforcem o nosso lado.”

“Então o melhor para nós é ir para julgamento, certo? Para endossar nosso lado.”

“Não, Cobra, não é... Se formos cara a cara com a Carmen, ela vai puxar a sardinha para a Ruiva. Em um acordo, nós já temos a vantagem.”

“E o que nos resta?”

“Se preparar para amanhã. Vocês tem que permanecer calmos e centrados, para não se desviarem ou se contradizerem. Vocês não devem tentar atacar a Ruiva em momento nenhum, vocês tem que ser superiores à ela. Eu vou estar com vocês, só mantenham a calma, está bem?”

“Ok, manter a calma, não se desviar ou contradizer... Certo, tudo bem.”

“E mais importante... Vocês vão precisar conversar com o Gabe. De um jeito ou de outro, em breve, virão atrás do Gabe. E é bom que ele saiba o que está acontecendo; porque, do contrário, isso pode pegar mal para vocês.”

Não se demoraram muito mais, logo já estavam na sala apanhando os filhos. Vicki abraçou Jade, compreensiva e solidária, e prometeu pegar os três amanhã, quando fosse com João encontrar com o casal.

“Eu levo eles para a casa dos seus pais. E se vocês quiserem deixar isso quieto por hora, eu não comento nada.” Ela prometeu enquanto se despediam.

Gabe saiu saltitando à frente dos pais, que carregavam os caçulas. As três crianças pareciam alheias aos clima tenso e a angustia que o casal partilhava, os gêmeos rindo das palhaçadas do irmão mais velho.

“Gabriel?” Alguém chamou o menino, que virou na direção. Ao ver quem era, correu até os pais, que estavam pasmados.

“Mamãe, papai, é ela... A moça que fica me pedindo para tirar fotos com ela.” Sussurrou ele, abraçado com o pai, que estava ajoelhado ao seu lado.

“Você?” Sussurrou Jade, abraçando o filho com o braço livre.

“Quem é ela?” Perguntou Gabe. A mulher se abaixou à sua frente, sorrindo.

“Meu nome é Bárbara, Gabriel... E eu sou a sua mãe.”


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Notas finais do capítulo

É SÓ TIRO, PORRADA E BOMBA. RUIVA VOLTOU CAUSANDO NAS PARADAS DE SUCESSO, SEGURA A EMOÇÃO GALERA. E aí, o que acharam? Gostaram do capítulo? Ficou legal? E o que vem por aí?
Comentem para eu saber o que estão achaaaando.
See you ;*
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