Cold Heart Novel escrita por Riyuuki


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

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— Não fique com vergonha, somos homens! – Disse Danilo.

— Não Danilo, eu fico muito sem graça. – Disse eu sem me levantar da cama e olhando para o lado enquanto ele olhava para mim.

— Juro que serei rápido! Vai Julien, mostre seu corpo, imagine que isso é uma academia e eu vou avaliar seu físico. Eu vou apenas ser profissional e analisar o seu corpo para desenhar.

Um grande defeito meu é sempre me render quando alguém pede algo para mim quando insiste o máximo que podem sem me deixar para onde fugir, para não parecer grosseiro eu acabo aceitando, faço isso porque não aguento ouvir a pessoa insistir até me irritar.

— Está bem... – Disse tirando minha bolsa do ombro.

Danilo se aproximou e olhou para mim como uma gorda olhava para um bolo na padaria, pegou na barra da minha camiseta e puxou para cima devagar me olhando com a boca meio aberta, com brilho nos olhos. Levantei meus braços e ele puxou toda minha camiseta e jogou-a na cama do lado da minha bolsa.

— Seu corpo é lindo, bem estruturado. – Ele colocou as duas mãos em mim, uma no meu peito e outra na minha barriga, me arrepiei com aqueles toques e não protestei. – Que pele macia... Parece seda.

Danilo me virou de costas e continuou passando a mão em mim me deixando mais arrepiado.

— Seu corpo parece mais delicado do que das mulheres. – Danilo me virou para frente, ele estava mais perto de mim, suas mãos que continuavam me alisando foram para trás da minha cintura, ele se abaixou um pouco e seu rosto chegava mais perto do meu me fazendo sentir seu hálito quente, seus olhos brilhando não deixavam de olhar para os meus. Quando nossos lábios quase se tocaram eu me virei e saí atordoado de seus braços, peguei a camiseta e coloquei em meu corpo.

— Eu preciso ir embora. – Peguei rapidamente a minha bolsa, coloquei em meu ombro e saí do quarto às pressas. – Tchau Danilo.

— Julien! – Chamou ele, mas continuei andando.

Ele quase me beijou, meu rosto ruborizou mais ainda, fui para o meu quarto e lavei meu rosto no banheiro com água fria. Minhas bochechas ficaram incrivelmente rosadas quando me olhei no espelho. Desde aquele desenho de um homem posando para ele já estava claro para mim que Danilo era bi ou gay, se ele estava tentando me beijar quer dizer que ele tem atração por mim. Eu estava estranhamente confuso, não sei se isso era bom ou era ruim, pelo lado bom Danilo era bonito, atraente, faz meu tipo, mas isso não quer dizer que eu poderia ter uma chance com ele, nem ao menos sei o que pensa a mãe dele que é minha amiga. Apenas sabia de uma coisa, o clima será esquisito quando eu visitá-lo de novo.

A tão esperada noite chegou, estava muito ansioso para sair com meus dois amigos, será um melhor meio de esquecer aquele ocorrido de cedo que não sai da minha cabeça. Eu estava usando uma das minhas camisetas favoritas, uma mistura de roxo, preto e cinza, com uma calça preta e justa, tênis preto, várias pulseiras, anéis prateados. Arrumei meu cabelo, coloquei bastante perfume. Eram 20:00 horas, ainda faltava muito para o meu amigo chegar, desci para esperar na sala. Meu pai e meus irmãos estavam assistindo TV, sentei ao lado deles.

— Vai sair de novo? – Pergunta meu pai.

— Sim, toda sexta eu saio!

— Eu não quero que traga ninguém para dormir no seu quarto! – Avisou meu pai frio. – Não quero você chegando tarde e nem dormindo na casa dos outros.

— Eu sou maior de idade já pai. – Reclamei.

— Enquanto morar embaixo do meu teto, você faz o que eu mando.

— Ok, eu vou voltar cedo. – Respondi com um olhar torto.

— Você vai aonde? – Ele continuou com o interrogatório.

— Eu vou sair com o Rodrigo...

— Em que lugar vocês irão?

— Nós ainda vamos ver... – Menti.

— Ai de você se eu descobrir que você está mexendo com droga...

— Que isso pai? De onde tirou essa ideia, é claro que não. – Disse perplexo.

— Esse seu amigo não anda mexendo com essas coisas?

— Ele nunca mexeu com isso. – Eu estava ficando de saco cheio daquela conversa, meu pai sempre procurava algum defeito em meus amigos ou arrumava algum motivo para discutir comigo.

— Aquele seu amigo esquisito que se veste de preto parece que mexe.

— Chega pai, você não conhece meus amigos para ficar falando deles desse jeito! – Respondi alto demais.

— Porque agora deu de gritar com seu pai? Aprendeu com seus novos amiguinhos a ser malcriado? Quer ficar trancado no seu quarto hoje? – Disse meu pai com raiva, Maggie saiu assustada da sala e subiu para o seu quarto.

— Então arrume uma corda para me amarrar porque hoje eu vou sair e ninguém vai me impedir! – Me levantei, peguei minha jaqueta de couro preto e saí de casa com raiva, não pude evitar bater a porta. Liguei para o meu amigo e continuei andando naquela rua iluminada com luzes laranja.

— Julien? – Disse Rodrigo.

— Rodrigo, eu vou esperar aqui no supermercado perto de casa, não quero esperar em casa porque acabei de brigar com meu pai.

— Ah Ju. Não se preocupe eu vou te pegar agora mesmo.

— Não quero te atrapalhar.

— Imagina, não atrapalha nada. Espera só um minutinho que passo aí.

— Obrigado.

Desliguei o celular e fiquei mexendo na minha rede social enquanto esperava meu amigo sentado na escada da entrada do supermercado. Passou dois caras assobiando para mim me chamando de gracinha, ignorei e não tirei os olhos do meu celular. Ouvi uma buzina do carro, ignorei porque poderia ser outro engraçadinho tentando chamar minha atenção. Ouço novamente a buzina.

— Ju!

Olhei para frente e vi quem estava buzinando era o Rodrigo.

— Ah, desculpe Ro. Eu pensei que estavam me assediando. – Disse me aproximando e entrando pela porta da frente.

— Isso que dá ser bonito. – Rimos. – Você não devia ter esperado aqui, é muito perigoso! – Disse ele mudando sua expressão.

— Desculpe... – Disse entrando no carro. – Quando brigo com meu pai, faço as coisas sem pensar. A única coisa que eu quero é evitar de discutir com meu pai e sair de perto.

— Entendo, mas tenha cuidado e não ande sozinho por aí de novo.

— Ok mamãe. – Brinquei.

— Estou falando sério.

–Ok, ok. – Disse sem graça.

— Então vamos ao bar agora? – Indagou Rodrigo.

— Michel já está lá nos esperando?

— Por enquanto não, ele combinou de nos encontrar as 21:00, mas por enquanto podemos ir lá ficar conversando.

— Então ok.

Rodrigo estacionou no mesmo lugar de sempre a alguns metros longe do bar.

Esse bar é bastante conhecido na cidade e frequentado pela maioria dos gays, lésbicas e bissexuais da cidade. Também frequentado por drags que fazem suas performances no pequeno palco que tem dentro do estabelecimento, o bar é parecido com um restaurante, com mesas e cadeiras de madeira, balcão de mármore, a decoração de hoje estava com as cores da bandeira gay e os garçons eram bonitos e bastante disputados. Não posso esquecer que esse lugar tem bastantes seguranças em casos de homofobia ou brigas, eles também são bastante disputados porque qual gay não gosta de um homem sério e fardado?

Rodrigo e eu entramos e cumprimentamos algumas pessoas conhecidas e colegas que já estava há mais tempo no local e sentamos em uma mesa.

— O que houve? – Indagou Rodrigo.

— Meu pai de novo, ele estava inspirado hoje para me provocar... – Disse apoiando minha testa na mão e brincando com guardanapo na mesa.

— Ju, sei que está sendo difícil para você, mas você já pensou em morar sozinho? Você tem dinheiro o suficiente para comprar um simples apartamento. – Perguntou Rodrigo.

— Você não sabe o quanto eu desejo isso... Mas tudo me impede... Minha mãe em coma, meus irmão, minha faculdade... Não sei qual vai ser meu destino se eu continuar assim por mais tempo... – Disse com tom de desespero.

— Não diga isso Ju. Olha, nós pensaremos em um jeito de te ajudar a superar isso. – Rodrigo apoiou sua mão na minha. – Apenas relaxe e se acalme, viemos hoje aqui para se divertir. Vamos aproveitar a noite, isso vai te fazer bem!

— Você tem razão. Melhor esquecer um pouco os problemas.

— Vamos pedir uma coisa leve para beber. – Disse Rodrigo chamando a atenção do garçom. – Eu não posso beber muito.

— Oi. – Virei para o lado, quem chamou minha atenção foi uma garota de batom super vermelho, de cabelos lisos e escuros, tinha um piercing no nariz, olhos exageradamente pintados com delineador. – Qual é o seu nome?

— Olá, é Julien. – Respondi.

— Eu sou Jéssica. Meu amigo quer ficar com você.

— Ah éh? E quem éh. – Ela apontou para um garoto que estava olhando para nós, era um garoto bonitinho, alto, magro e tomava sua taça com um olhar sexy.

— Ah desculpe Jéssica, eu já tenho namorado. – Respondi.

— Que pena. Então eu vou falar para ele. – Ela riu e voltou para o seu amigo.

— E seu namorado é muito ciumento? – Perguntou Rodrigo me provocando.

Balancei minha cabeça de desaprovação para ele e um garçom apareceu na nossa mesa.

— O que meus belos rapazes desejam?

— Eu quero um adios muchachos. – Pediu Rodrigo.

— Eu quero um mountain melter. – Pedi.

— Opa, já quer começar forte? – Indagou meu amigo.

— Sim, essa noite está precisando.

— Não vai exagerar hein!

— Fique tranquilo, sou bem comportado.

Conversamos mais um pouco e bebemos nosso drinque devagar por meia hora.

— Micheel! – Disse eu me levantando com uma leve tontura.

Rodrigo virou se levantou e Michel veio até nós e nos abraçou, ele estava um pouco mais alto que nós, seu cabelo um pouco mais curto que antes, mais arrepiados para os lados, seus olhos pintados com lápis e delineador preto estavam bastante destacados, usava roupas pretas com tachas, anéis, pulseiras como sempre. Estava com algumas tatuagens novas no pescoço e piercing na orelha, seu olhar estava mais sério e sexy, sua personalidade ficou muito mais gótica e chamativa.

— Eu estava morrendo de saudades de vocês! – Disse Michel enquanto me abraçava forte.

— Você está muito lindo! – Disse eu.

— Que saudades do meu punk favorito! – Disse Rodrigo agora abraçando Michel.

— Vocês que estão mais lindos ainda! – Disse ele.

Michel sentou com a gente e pediu um Martine para o garçom.

— Eu soube o que aconteceu com sua mãe... Sinto muito Julien. – Disse Michel olhando sério para mim.

— Foi uma fatalidade, mas a vida continua né? Eu sei que ela vai acordar logo. – Disse eu bebendo mais um gole da minha bebida.

— Isso aí Julien. – Disse Rodrigo levantando sua taça. – Está namorando Michelzinho? Pegou algum boy onde você morava? – Rodrigo adorava provocar Michel com apelidos que ele odiava.

— Michelzinho o cassete. – Disse Michel brincando. – Não, onde eu estava só tinha homem babaca viciados em sexo. Uma vez eu fiquei com um cara que fazia meu tipo, mas no meio do nosso sexo ele estava me machucando, eu pedi para ir com calma, mas ele estava desesperado parecendo um animal, não aguentei mais e dei um soco na cara dele que saiu com um olho roxo.

— Sério? – Exclamou Rodrigo quase engasgando.

— Está brincando. – Complementei começando a rir. – E depois?

— Peguei minhas roupas, mandei ele se fuder e fui embora. – Disse Michel bebendo um gole de sua bebida.

— Ele não disse nada? – Perguntou Rodrigo.

— Ele ainda queria alguma coisa comigo, mas não dei bola e ameacei-o se continuar me enchendo.

— Você não mudou mesmo. – Disse Rodrigo rindo alto. – Mas tem que doer mesmo...

— Aquele cara estava quase me estuprando, pouco importava para ele se eu estava gostando. – Disse Michel tomando um gole da sua bebida com cara feia.

— Fez o certo Michel. – Disse eu.

— E vocês? Estão namorando? – Indagou Michel.

— Eu ainda não achei alguém para ter um relacionamento. – Bufou Rodrigo. – Quem sabe hoje eu consigo achar?

Michel olhou para mim e fingi atenção para a minha taça.

— E você Julien?

— Não, eu não estou namorando.

— Tem pelo menos alguém que está interessado?

— Ele tem um monte de pretendentes que estão interessados nele, mas Ju dispensa todos. – Disse Rodrigo.

— Ah é? Você é muito exigente? – Perguntou Michel me provocando.

— Não... É que não quero um relacionamento agora... – Disse eu.

Pensei no que Rodrigo falou, era verdade que tenho muitos pretendentes, será que todos os homens que conheço tem uma atração por mim? Pensei no Danilo, meu vizinho, será verdade que ele também está interessado em mim? Pelo menos o Johnson eu posso dizer que é o único amigo que posso dizer que não quer nada comigo, apenas minha amizade.

— Até um cara loiro, gostosão de cabelo ondulado ele dispensou. – Disse Rodrigo me olhando com olhar de deboche.

— Ele é apenas um amigo e é heterossexual. – Disse em defesa.

— Se ele quisesse alguma coisa com você, também iria dispensá-lo? – Indagou Rodrigo.

— Eu não permitiria, porque ele acabou de se casar e ama a esposa. Ele é apenas um amigo...

— Eu não sei como eu aguentaria ser apenas amigo de um cara tão bonito como ele. – Comentou ele.

— O garoto que quer ficar com você chegou. – Disse para o Rodrigo.

Vinícius estava com seus amigos, os mesmos que estavam conversando com ele na faculdade, dois rapazes e mais três garotas. Os seis se aproximaram da nossa mesa e uma garota que ele conhecia cumprimentou-o, Rodrigo que se levantou e beijou no rosto dela.

— Esses são meus amigos Julien e Michel. Michel voltou da cidade hoje. – Disse Rodrigo para eles.

— Muito prazer. – Disse eu para eles com um sorriso enquanto Michel apenas olhava-os com um rosto sério e desinteressado e voltava sua atenção na sua taça.

— Essa é Jenny, minha colega de sala. – Disse Rodrigo apontando para uma garota ruiva, com sardas, usava vestido curto que ajustava bastante bem em seu corpo magro.

— Prazer Jenny. – Disse eu.

— Nos apresente seus amigos. – Pediu Rodrigo.

— Essa é Carla. – Disse Jenny apontando para uma garota baixinha, gordinha de cabelo liso e vestia uma camiseta e calça jeans. – Esse é Leandro. – Apontou para um garoto mais alto de todos, magro e tinha um jeito de malandro.

— Eaí, beleza? – Disse Leandro.

— Tudo tranquilo. – Respondi, Rodrigo abafou uma risadinha.

— Essa é Sabrina. – Apontou para uma garota bronzeada de sorriso gentil que olhava para gente. Seu cabelo era parecido com a da Carla, mas as pontas estavam rebeldes dando um charme na garota. – Esse é Fábio, chamamos de Fabinho. – Apontou para um garoto mais baixo de todos, tinha um jeito afeminado e parecia bastante empolgado. – E por último, aquele lá do fundo é o Vinícius.

— Muito prazer Vinícius. – Disse Rodrigo todo manhoso.

Vinícius estava atrás do grupo com um óculo escuro, quando tirou ficou olhando para o Rodrigo o tempo todo.

— Gente, vou sentar ali com o Rodrigo um pouco, volto daqui a pouco. – Disse Rodrigo para nós pegando na mão do rapaz e levando-o até uma mesa longe de nós.

— Vocês se importam de nós juntarmos com vocês? – Perguntou Jenny.

— Não, fique a vontade. – Disse eu.

A mesa em que estávamos era de três pessoas, mas eles sentaram nas mesas perto de nós e ficaram conversando entre si.

— Como está indo a sua vida Julien? – Indagou Michel.

— Vai mais ou menos, meu pai está cada dia mais insuportável e meus irmãos não me ajudam. Estou vivendo com uma culpa enorme por causa da minha mãe. – Confessei.

— Culpa? O que quer dizer com isso? – Perguntou Michel.

— Michel, isso que vou contar só o Rodrigo sabe, não posso contar para mais ninguém porque meu pai me proibiu. – Dei uma pequena pausa, olhei em volta e a galera que juntou conosco estavam conversando entre si. – Meu pai mandou dizer para todo mundo que a causa do coma da minha mãe foi acidente de carro, mas na verdade foi suicídio... Ela tentou se matar com remédios. – Disse eu sem precisar sussurrar porque o local estava com uma música animada tocando no fundo, muitas conversas altas e entrando mais pessoas.

— Antes de ela tentar se matar, eu falei para os meus pais que sou gay... – Prossegui. – Você entende o que estou dizendo?

— Entendo... Eu não esperava isso de sua mãe, eu pensei que ela entenderia... Ela demonstrou algum sinal de homofobia?

— Nunca, quando nós entrávamos nesse assunto ela sempre foi gentil e nunca pensou maldade, no dia que eu me assumi ela ficou surpresa e não falamos mais sobre isso. Quando meu pai voltou do hospital, ele me disse que depois que me assumi e saí de casa, minha mãe ficou histérica, não aceitava de jeito nenhum e não queria viver tendo um filho como eu... – Olhei para o copo.

Eu mesmo me surpreendi por contar tudo isso tão naturamente e sem chorar... Talvez seja a presença de todos? Minha vontade de soltar todos os meus desabafos de uma vez? Ou não estou mais me sentindo tão sensível?

— Por isso que não estou querendo ficar com ninguém! Pelo menos não por enquanto. – Prossegui.

— Eu te entendo Ju. Agora que voltei, pode contar comigo quando quiser. – Disse Michel sorrindo para mim.

— Obrigado. Estou muito feliz por ter você aqui de volta. – Disse pegando em sua mão e ele apertou. – Porque você foi embora?

— Depois de conto, aqui não é um bom lugar para falar sobre isso. – Disse ele.

— Vocês estão namorando? – Perguntou o garoto que se chama Fábio.

— Não, ele é como um irmão para mim. – Disse eu para ele.

Algumas pessoas que vieram com o Vinícius conversaram comigo assim como o Fábio que me pareceu muito engraçado e gentil, Michel ficava um pouco desconfortável com eles, ele realmente não mudou nada desde o colegial. Alguns rapazes tentaram ficar comigo, mas eu os dispenso como sempre e Michel fazia a mesma coisa quando pediam para ficar com ele.

— Aqui não tem nenhum cara que me faz meu tipo... Mas hoje eu não estou com vontade de ficar com ninguém. – Disse Michel pegando um cigarro e acendendo com seu isqueiro preto.

— Com licença. – Disse o Garçom que nos atendeu. – Aqui não é permitido fumar.

Michel mostrou uma careta de desgosto e apagou o cigarro no guardanapo de papel que estava em cima da mesa, o garçom agradeceu e saiu.

— Que chato. – Resmungou.

— Eu não sabia que você fumava. – Disse.

— Pessoas mudam meu amigo! – Disse Michel guardando seu maço de cigarros no bolso.

Rodrigo estava se divertindo muito com o Vinícius, rindo toda vez que ele abria a boca. A música do bar tocava ao som de Lady Gaga enquanto várias pessoas cantavam juntos e alegres como se a cantora estivesse lá. Ouve tumulto de pessoas gritando uhuu para dois rapazes que estava se beijando. Pedimos mais algumas bebidas fracas, Michel e eu ficamos conversando um pouco sobre como tudo mudou desde que ele foi embora, Rodrigo veio até nós.

— Gente, que tal comemorarmos a volta do Michel? – Disse ele.

— Mas a gente já não está comemorando? – Indaguei.

— Ah, aqui está muito parado. Eu pensei em irmos para a balada Scarlet essa noite. O Vinícius e os amigos deles irão.

— Não sei Rodrigo, meu pai já me encheu o saco e disse que tenho que voltar cedo para casa. Estou até esperando pegar ele me esperando na sala pronto pra me atacar. – Meus amigos riram.

— Algum dia você vai ter que lutar contra ele, você já está bem velhinho para ter medo do papai brigar. – Disse Rodrigo com a sobrancelha esquerda abaixada e a direita levantada.

— Você está certo. – Dei uma risadinha. – Mas não estou com vontade de ir na balada.

— Ah vamos Ju. Deixa de ser chato. – Reclamou Rodrigo. – Me ajuda a convencê-lo Michel.

— Uma balada seria uma boa para essa noite, pelo menos para agitar e esquecer os problemas. Se você não quiser ir, não iremos te obrigar, Julien. – Disse Michel.

— Ah Michel, você não está ajudando muito, eu quero nós três juntos! Por favor Julien! – Insistiu Rodrigo sentando ao meu lado.

Suspirei fundo.

— Está bem. Mas alguém vai ter que me levar para casa, vocês sabem que não tenho carro e nem fudendo vou ligar para o meu pai me buscar.

— Fica tranquilo que eu vou só para se divertir e se você quiser ir embora, eu te levo. – Disse Michel.

— Oba! Pessoal, nós vamos! – Disse Rodrigo para o grupo que estava do lado.

— Legal! Daqui a pouco a gente vai porque vamos terminar de beber nosso drinque. – Disse a ruiva.

— Sem pressa! – Disse Rodrigo se levantando e sentando ao lado do Vinícius que colocou o braço em cima de sua nuca.

— O ruim é que vai ter um monte de gente que vai querer ficar comigo, na balada é pior que aqui. – Confessei para o Michel.

— Vou ficar do seu lado e dispenso-os para você. – Disse Michel.

— Porque você está sendo tão legal comigo? Olha que você nem gostava de mim quando nos conhecemos.

— Mentira, eu sempre gostei de você.

— Que mentira. E não vem puxar meu saco não porque você não faz meu tipo.

— Ah que pena! – Disse Michel brincando. – Mas só por isso, não vou deixar nenhum cara roubar você de mim!

— Para que você está me deixando se graça. – Michel adorava brincar comigo assim.

Todos nos levantamos, pagamos nossas contas, os amigos de Vinícius foram no carro em que eles vieram e combinamos de nos encontrar na balada mais tarde. Eu e meus amigos saímos juntos do bar até o carro do Rodrigo.

— Antes de a gente irmos, eu quero fazer um make no Ju. – Disse Rodrigo parado.

— Make em mim? – Perguntei.

— O que acha Michel? De a gente passar um lápis de olho nele com algum delineador, igual ao seu? Acho que o Ju vai ficar mais bonito ainda.

— Você tem razão Rodrigo. – Disse Michel me olhando com a mão no queixo me avaliando. – Vamos no meu carro que eu tenho lá.

— Gente, não precisa! – Eles me ignoraram e continuaram andando até o carro do Michel.

Chegamos no Hatch Compacto cinza do Michel.

— Que lindo seu carro! – Elogiou Rodrigo.

Michel abriu a porta da frente, acendeu a luz entrou no banco de carona da frente pedindo para mim sentar no banco de motorista.

— Sério gente, não precisa de maquiagem. Estou bem assim...

— Vem logo Julien! – Pediu Michel impaciente segurando o lápis preto e pronto para passar em mim.

Sentei no banco e fiquei de frente para ele com um pouco de dificuldade.

— Você tem alergia? – Perguntou Michel.

— Não.

— Tente não piscar muito.

Michel passou o lápis com naturalidade, como se estivesse bastante acostumado ao fazer isso.

— Para de piscar Ju! – Pediu ele.

— Estou tentando. – Disse eu rindo.

— O que acha Rodrigo? – Rodrigo se sentou no banco de trás e me viu.

— Acho melhor passar mais forte!

— Também acho. – Michel passou o lápis de novo e meu olho piscava loucamente. – Relaxa que estou quase terminando.

Michel terminou. Pegou o delineador e o rímel.

— Acha mesmo necessário? – Perguntei.

— Vai ficar lindo Ju. – Disse Rodrigo.

— Fecha os olhos. – Pediu Michel. – Uau que cílios enormes. Pronto, o que acha Ro?

— Ahh, ficou lindo! Os caras da balada não vão resistir.

— Ah não, eu quero evitar chamar atenção... Tira Michel.

— Tah louco? Ficou muito bonito. Vamos que estão esperando a gente. – Disse Rodrigo. – Vamos no meu carro Ju. – Eu saí do carro.

Entrei no carro do meu amigo, sentei no banco de carona da frente enquanto Rodrigo sentava no do motorista. Ele parou e ficou me olhando.

— O que foi? – Perguntei.

— Você ficou muito lindo. Sem dúvidas você é o mais bonito de nós três.

— Vamos logo. – Disse eu envergonhado.

Rodrigo riu, deu partida e Michel nos seguiu com o seu carro.

FIM DO CAPÍTULO 05

Continua...


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