Mutano olhava para cima enquanto Cyborg segurava a risada ao lado dele. Ravena aceitou não dá banho nele, mas disse que iria ficar para ver como Cyborg fazia. O metamorfo tentou convencer a namorada que isso não era preciso, mas ela disse que iria ficar e como Cyborg concordou que ela devia assistir para saber o que fazer na hora certa. Mutano estava emburrado enquanto a banheira enchi. Cyborg achou que seria melhor Mutano tomar banho na banheira até que as costelas estivesse cem por cento. Ravena estava sentada ao lado dele em uma cadeira. Ela estava se divertindo com o constrangimento dele, afinal, ele sempre foi sem vergonha com ela. Desde que eles passaram a ter relações sexuais, ele andava pelado na frente dela e sempre esquecia de levar as roupas para o banheiro.

– Bom, a água está pronta. – Cyborg disse chamando a atenção dos outros dois. – Rae, a primeira coisa que você tem que ter certeza é que a água está em uma temperatura legal. Depois tire a roupa dele assim. – disse mostrando o modo de tira-lo na cama sem incomoda-lo muito. – Como você pode fazer com que ele levite, fica mais fácil para você. – a empata apenas concordou com a cabeça. – A blusa ele consegue tirar se não estiver com dor. Não precisa ficar com vergonha, Verdinho. – Cyborg disse quando tirou toda a roupa do amigo e ele corou pelo modo com que a noivo olhou para ele. Essa era a primeira vez que ela via todas as feridas, o real motivo para ele não querer que ela desse banho nele. – Depois você o coloca na água. Ele consegue tomar banho sozinho.

Ravena assistiu Mutano passar sabão pelo corpo, mesmo estando de baixo d’água. Ela sabia que isso era importante para ele, mostra que podia fazer aquilo sozinho. Quando se deu por satisfeito, ele colocou o sabão de lado e pegou o shampoo. Ele lavou os cabelos e olhou para cima.

– Agora, você o leva para o chuveiro. – Cyborg disse pegando o amigo no colo e o sentando em uma cadeira que tinha de baixo do chuveiro. – E espera um pouco. Depois o tira. Eu o seco no quarto, mas você pode secar aqui, para você isso será mais fácil.

Depois de secar e mostra a Ravena como ela devia colocar a roupa no amigo, Cyborg saiu. Mutano estava em silêncio e foi assim que ele ficou durante todo o momento. Não disse nada. Ravena se aproximou dele e viu uma lágrima descer pelo seu olho esquerdo. Se sentindo a pior pessoa do mundo, ela se deitou ao lado dele e o abraçou.

– Eu me sinto um inútil. Não posso nem tomar banho sozinho. – ele disse escondendo a cabeça entre os cabelos dela.

– Isso é temporário. Mesmo que você não volte a andar. Depois que a torre sofre as modificações e você estiver melhor, vai aprender a tomar banho sozinho. – ela disse quando ele abriu a boca para retrucar. – Vai dá tudo certo.

– Ainda acho que você merece alguém melhor que eu.

– Nunca mais diga isso. – ela disse o beijando.

Eles poderiam ficar assim por muito tempo e teria ficado, se a porta não tivesse sido aberta e os outros tivesse entrado como Clarie ao lado deles e o homem que o prefeito tinha mandado para fazer as reformas. Era difícil saber quem estava mais corado. Ravena, Clarie ou o cara da reforma.

– Bom dia. – Mutano disse abraçando a cintura da namorada.

– Bom dia. – Clarie respondeu. – Sou Clarie. Vou ser sua fisioterapeuta. Sei que no começou pode ser chato, mas vamos tentar encontra um modo que seja mais divertido para você.

– Certo. – Mutano disse. – Ei, eu ganhei uma cadeira de rodas? – ele disse vendo a cadeira que Robin empurrava para dentro da sala.

– Não. Essa é do hospital. Mais tarde vamos escolher uma para você. Ou melhor, você vai. – Robin disse sorrindo para ele.

– Certo. – ele disse dando os ombros.

– Bom, vamos começar a ver o que vamos mudar na Torre. – Cyborg disse se afastando com Robin e o outro cara.

– Vamos começar aqui também. – Clarie disse indo até a cama.

As próximas horas passaram lentamente. Clarie examinou Mutano cuidadosamente. Ela fez alguns teste e viu os exames dele. Ravena ficou o tempo todo com o namorado, assim como Estelar que apesar de não entender o que estava acontecendo, ficou ao lado do amigo. Clarie ainda estava estudando os exames de Mutano, quando os outros entraram.

– E ai? – Cyborg perguntou se aproximando deles.

– Bom, eu o examinei e vi os exames. Não vou mentir para vocês. – Clarie disse olhando para eles, seus olhos parou em Mutano. – O trauma em sua coluna foi feio. Grave. Eu ainda não sei como você não quebrou a coluna, a única coisa que realmente sofreu foi uma pequena ruptura que dá para arrumar com uma cirurgia simples. O que aconteceu com você foi sério, mas isso não significa nada. Já vi pessoas com traumas mais graves voltarem a andar, e vi também pessoas com traumas mais simples não. Vamos fazer tudo o que pudemos. Vamos te ajudar. Bom, vamos começar pelo que importa. Quem aqui pode ajudar com os exercícios nos dias que eu não vou vim?

– Eu. – os outros quatros falaram juntos.

– Certo. – Clarie disse surpresa. – Eu vou ensinar vocês, mas nas primeiras semanas quero saber se posso vim todos os dias, assim você pega o jeito e seus amigos aprendem.

– Claro que pode. – Robin disse. – Vamos marca os horários.

– Tudo bem. – ela disse sorrindo. – Eu vou te ensinar a você a se sentar na cadeira, a sair dela e se deitar, já que caiu ao tentar isso.

Os outros riram quando Mutano corou.

– Você tinha mesmo que falar isso, né, Ravena?

– Qual é, Verdinho, você o maior tombo. Eu vi nas câmeras de segurança.

– E você veio vestido com um pijama dos ursinhos carinhosos. – ele disse fazendo o amigo calar a boca e ficar corado. – E podem ver nas câmeras.

– Ursinhos carinhosos? – Robin perguntou sem ar de tanto rir. – Sério?

– Estelar, que me deu. E eu uso os presentes que ela me dá.

– Eu estava cansado e peguei o primeiro que vi pela frente. – Ravena disse olhando para ele. – Não foi isso que você disse?

– Até você, Ravena?

A empata nada disse, apenas sorriu para ele. Clarie, que também estava rindo, voltou a explicar para Mutano como ele deveria sair da cama para a cadeira e da cadeira para a cama.