Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 7
Mess


Notas iniciais do capítulo

Hellou :3
Desculpem a demora, eu estou com um bloqueio criativo do capeta, que tá me irritando pra caramba, mas... Eu até que gostei desse cap, e espero que vocês gostem também ^^
Enjoy it



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Eu estava olhando a neve cair do lado de fora, sentada na minha cama e com a cabeça apoiada no vidro da janela. Eu já havia voltado para a casa de Steve fazia algumas horas, depois de ter passado em um restaurante qualquer e almoçado. Depois da conversa com Loki, eu tinha ficado vagando um pouco por perto da casa, e decidi voltar, antes que Steve começasse a arrancar os cabelos, uma coisa que ele já estava a ponto de fazer quando cheguei. Sem humor para aguentar ele, só falei que tinha ido para minha antiga casa e subi para meu quarto em silêncio.

Levantei da minha cama e decidi sair um pouco do quarto. Se eu ia mesmo ter que passar três meses com o loiro, eu teria que tentar ser legal. Só tentar. Eu estava abrindo a porta quando ouvi um barulho de algo se quebrando lá em baixo, e desci as escadas igual doida.

— Mas que diabos foi is... WOW! — berrei, quando escorreguei em alguma coisa molhada e caí de costas no chão. De novo — MAS QUE MERDA É ESSA, ROGERS?! — berrei para Steve, que agora me encarava assustado. Ele usava um boné azul e estava de... óculos?! — Porque você está de óculos?

— É um disfarce — ele falou, enquanto eu segurava no corrimão da escada para levantar, e olhava para baixo.

— E porque tem neve na sala? — chiei, subindo no primeiro degrau, minhas meias agora encharcadas. Olhei em volta e percebi que Bruce estava ali — Oh, ei Banner.

— Davina — cumprimentou, saindo da cozinha com um tablet em mãos — Vejo que você ainda continua aqui.

— Infelizmente — acrescentei, sem conseguir controlar minha língua. Ele riu baixinho e se sentou no sofá. Foi quando veio o Stark do corredor também com um tablet em mãos — O que é isso? Algum tipo de festa na qual não fui convidada?

— Mal-humorada como sempre, não é Clairemont? — Anthony comentou, se sentando – jogando – no sofá.

— Babaca como sempre, não é Stark? — devolvi, sorrindo falsamente, desviando meus olhos para Steve — Agora porque tem gelo na sala? E porque diabos você está de óculos? Não venha pra cima de mim com essa joça de disfarce, você está na droga da sua própria casa!

— Eu uso óculos — deu de ombros, fechando a porta de entrada, que eu ainda não tinha percebido que estava aberta. Olhei para ele em descrença.

— Você acha que eu nasci ontem ou o que? — perguntei grossa, erguendo minhas sobrancelhas, mas alguém me cortou antes que ele pudesse responder.

— Davina Clairemont — uma voz masculina soou do corredor e eu me virei de lado, vendo Nick Fury sair do corredor — Pelo jeito anda se metendo em problemas, ou não estaria aqui.

— Bem, nisso você tem razão – concordei sorrindo maliciosamente, desviando da poça de gelo no chão e indo até Steve — Agora, loiro, me responda: Porque. Tem. Gelo. Na. Porcaria. Da. Sala?!

— Esqueci a porta aberta — falou, e eu o encarei sem expressão.

— Acho que o gelo em que você ficou afetou seu cérebro — resmunguei, me desviando dele e indo até a cozinha. Que se dane o “ser legal”, isso nunca daria certo mesmo. Peguei uma latinha de refrigerante da geladeira e voltei pra sala — E aí, qual o motivo da festinha particular? — eu desconfiava, mas não iria falar nada.

— É um assunto que é melhor você ficar de fora, senhorita Clairemont — Fury avisou e eu coloquei a mão que não estava segurando a lata no coração, fingindo estar ofendida.

— Nossa, eu não tenho mais quinze anos não, ô tapa-olho — debochei, gargalhando de mim mesma logo depois e sem esperar uma resposta, saí da casa. Não havia realmente nada que eles pudessem falar lá que eu já não sabia, então... Por quê? Invés de ir para a praia como sempre faço, dou a volta na casa e vou para o outro lado, onde têm meio que um cais que dava para o mar, mas ficava a uns bons dois metros de altura do nível do mar — Loki, Loki, Loki... O que diabos você quer aqui... — resmunguei, chutando uma pedrinha presa na madeira, que quicou uma vez na água e depois afundou. Coloquei as mãos nos bolsos da frente da minha calça jeans e suspirei. Minha cabeça estava cansada de tanto pensar sobre o que ele queria aqui.

— Davina? — ouvi a voz grossa perguntar atrás de mim e me virei rapidamente, vendo um ser loiro e forte parado atrás de mim.

— Thor! – sorri, enquanto ele andava até mim — Bom te ver de novo.

— É bom te ver também baixinha — falou, me pegando em um abraço que me tirava o ar todas as vezes.

— Tudo bem — arfei, batendo de leve em seu ombro quando comecei a ficar sem ar — Já chega, Barbie Malibu.

Ele me colocou no chão e franziu as sobrancelhas, deixando um vinco infantil aparecer em sua testa. Era engraçado como ele e seu irmão eram tão iguais, mas ao mesmo tempo, tão diferentes – Você está bem? Não tive a chance de me despedir de você da última vez que vim para Midgard, e com o que aconteceu...

— Eu estou bem — a mentira já era tão costumeira, que saia facilmente dos meus lábios. Eu sempre fui uma ótima mentirosa, mas tinha melhorado cem por cento nesses dois anos.

— Você não parece bem — o vinco na sua testa se aprofundou e eu suspirei. Meus lábios podiam mentir, mas as olheiras no meu rosto, e meus olhos que, como minha mãe diz, “não brilham mais”, não podiam mentir.

— Eu vou ficar bem — um dia, completei mentalmente, me virando novamente para a água.

— Davina... — ele chamou, depois de um tempo em silêncio, e eu assenti levemente, falando silenciosamente que estava ouvindo — Posso te fazer uma pergunta que você pode achar meio... estranha?

— Hm... Pode? — soou como uma pergunta, mas eu ignorei. Coisa boa não vinha por ai...

— Você não vê Loki desde aquele dia... Não é? — perguntou tenso, e eu suspirei, ficando em silêncio. Eu não precisava falar para ele saber a resposta. Ouvi um suspiro cansado atrás de mim e abaixei um pouco minha cabeça — Você tem alguma ideia de onde ele esteja?

— Não — resmunguei irritada. Era isso que me importunava. Se eu soubesse onde ele estava, poderia acabar com isso de uma vez, mas eu não sei, e isso está me deixando louca — Pensei que vocês já estavam pesquisando isso...

— Eu sabia que tinha ouvido alguém descer as escadas — murmurou e eu ri baixinho — O que Loki queria com você?

Eu bufei irritada e afundei mais ainda as mãos nos bolsos da calça — Você conhece seu irmão. Você entende a mente dele, decifre suas falas, porque eu realmente estou cansada de tentar.

— Eu nunca consegui decifrar Loki – ele retrucou, e eu me virei um pouco para ele — Ele colocava um muro sempre que alguém tentava. Nem nossa mãe conseguiu entendê-lo por inteiro, mas ela foi a que chegou mais perto... E depois ele conheceu você.

Eu? — perguntei surpresa, virando minha cabeça para ele com as sobrancelhas erguidas.

— Nunca vi ele tão... obcecado com alguém. Principalmente uma humana —falou, e um arrepio gelado subiu pela minha espinha, enquanto eu me virava novamente para frente. Quando ele ia continuar, ouvimos alguém o chamar.

Ô Princesa Loira! Precisamos de você aqui! — a voz do Stark soava longe, mas ainda sim conseguimos ouvir. Thor suspirou atrás de mim e ouvi seus passos se afastando, e depois parando.

— Davina? — chamou, e eu me virei — Tome cuidado com Loki. Ele sabe enganar as pessoas, e o interesse que tem por você eu ainda não consegui distinguir se é bom ou ruim, mas não se deixe enganar. E principalmente: não confie nele.

Eu sorri — Não confio — ele devolveu o sorriso e voltou a andar, porque agora já ouvíamos a voz de Steve chamar ele ao longe. Me virei novamente e suspirei, sentando na madeira e abraçando meus joelhos.

~Narrador~

— Descobrimos onde ele está — Steve informou, já vestido com seu uniforme de Capitão América, assim que o deus colocou os pés na casa.

— Onde? – Thor perguntou tenso. Saber que seu irmão estava “batendo papo” – como os humanos falavam – com Davina o tinha deixado mais tenso que antes. Apesar de tudo, Thor ainda confiava que Loki não faria nenhum mal a ela. Pelo menos ele esperava por isso.

— Em um armazém abandonado perto da Filadélfia — Banner respondeu, mexendo em seu tablet. Ele estava terminando de configurar as coisas — Podemos ir? — perguntou, e todos assentiram, enquanto Nick Fury saia da cozinha, terminando de desligar o celular.

— Acabei de comunicar a agente Romanoff e o agente Barton. Eles estão a caminho, e vão os esperar a alguns quilômetros daqui, para não causar alarde — comunicou, encarando a todos na sala, que se encaravam ansiosos, mas também tensos.

— Ou seja, para que a nossa pequena mal-humorada não desconfie de nada — Stark resumiu, enquanto saia pela porta da frente, com todos seguindo para fora. O deus mordeu sua língua para não falar que ela já sabia de tudo, e até mais que eles. Confiava nela que podia cuidar disso sozinha, sem precisar preocupar ninguém. Assim que Stark saiu, sua armadura veio voando e se juntou no seu corpo. Quando estava tudo pronto, eles começaram a andar onde ao longe já viam o avião os esperando.

Enquanto isso, a garota de olhos verdes esmeralda olhava distraidamente o mar calma, não condizendo nenhum pouco com como ela estava por dentro. Ela se levantou quando suas pernas já começavam a ficar dormentes e andou até ficar na ponta do cais. Mais um passo e ela cairia, mas ela só olhava para o mar azul cristalino que mostrava seu reflexo. Seu cabelo estava bagunçado e cheio de nós, e seus olhos estavam tão verdes que quase puxavam para o castanho. Eles dizem que os olhos são as portas para a alma, mas Davina era a prova viva de que isso estava errado. Seus olhos eram iguais espelhos. Refletiam tudo, mas não deixavam escapar nada.

Ela estava tão distraída que nem ouvi o homem chegando por suas costas — Apreciando a vista? — perguntou ironicamente, colocando a mão no ombro da garota, que pulou de susto e acabou caindo para trás, direto na água. Alguns segundos depois ela apareceu na superfície.

— MAS QUE DIABOS É ISSO AGORA?! ‘TÁ TODO MUNDO FAZENDO UM CÔPLO CONTRA MIM HOJE É?! — urrou irritada, tirando o cabelo da cara e encarando o deus de olhos quase tão verdes quanto os seus — ISSO AQUI ESTÁ MAIS GELADO QUE UM FREEZER SABIA, SEU IDIOTA?!

— Você que se assusta fácil — deu de ombros, observando a garota nadar até voltar à terra firme, e marchar tremendo de raiva e frio até o deus.

Você que se assusta fácil – o imitou, fervendo de raiva, e parando a centímetros do deus — Dá próxima vez que algum de nós dois jogar alguém de algum lugar, vai ser eu te jogando DA PORCARIA DE UM PENHASCO!

— Não entendo qual a necessidade de gritar — Loki provocou, fazendo a garota rosnar e levantar o braço para tascar um tapa na cara do deus, mas ele tinha reflexos mais rápidos e segurou seu braço no ar — É feio bater nos outros, senhorita Clairemont.

— E É FEIO EMPURRAR OS OUTROS NA PORRA DO MAR! — respondeu histérica, tentando soltar o braço do aperto do deus. Não chegava a machucar, mas definitivamente apertava o suficiente para ela não conseguir se soltar — Me solta seu Puxador de Trenó ambulante! Está quase no Natal, você não devia estar, sei lá, ajudando o Papai Noel?

— Quem? — o deus perguntou confuso, fazendo a garota urrar de raiva, e finalmente conseguir se livrar da mão dele, mas ainda assim apontou o dedo em sua cara.

— Dá próxima vez que encostar um dedo em mim, seu ajudante de Papai Noel, você vai se ver comigo. Você pode ser um deus, mas eu tenho mais truques do que pode imaginar — ameaçou, dando as costas a ele e voltando igual um raio para a casa, deixando Loki parado no cais, com um sorriso largo no rosto, e um brilho que ninguém poderia achar bom em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Gente, a fic tem 30 acompanhamentos e no máximo 4 comentários por capitulo ,-, please, comentem