Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 6
Stalker


Notas iniciais do capítulo

Estou atrasada dois dias, eu sei, era para eu postar ontem, mas... bem, a preguiça venceu shaushaushaushau Espero que gostem desse cap, eu particulamente adorei :3
Enjoy it ^^



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Eu estacionei a moto e desci, guardando a chave na minha bolsa. Eu tinha vindo para um lugar que sempre me deixava pensar, quando eu queria ficar longe de todos, e a praia em frente à casa de Steve não era suficiente. A quilômetros da cidade, meus pais tinham uma casa da época que morávamos aqui, e eu era a única a ainda usá-la, porque meus pais queriam vendê-la, mas eu não deixei. Essa casa era a única coisa que me lembra de quem eu era antes, e não me deixa cair aos pedaços novamente, e sempre que eu me sentia prestes a desmoronar, pegava um avião e vinha direto para cá, sem avisar a ninguém.

Eu sabia que, se eu não aparecesse em casa daqui a algumas horas, Steve provavelmente iria a loucura, e eu estava na esperança de que ele se lembrasse desse lugarzinho e me deixasse em paz. Ele me devia isso. Tudo aqui ficava ainda mais bonito quando estava coberto de neve. Eu suspirei aliviada quando a porta da casa se fechou atrás de mim. Apesar de estar com uma roupa quente, eu ainda tremia de frio. Deixei minha bolsa em cima do sofá e suspirei, olhando em volta. Já fazia algumas semanas que eu não vinha aqui, mas estava tudo do jeito que eu me lembrava, a não ser por alguns cantos com poeira.

Fiquei andando pela casa por um tempo, passando no meu quarto e pegando um casaco mais quente, porque iria sair de novo. Depois de trancar a casa, comecei a andar pela trilha coberta de neve que eu sabia que tinha ali. Eu cresci aqui. Conheço cada mínimo pedaço desse lugar de olhos fechados. Sorri quando cheguei aonde queria. Havia uma pequena ponte, sobre um lago, perto da casa. Eu adorava sentar ali e ficar olhando a água passar, e quando estava no verão, nadar. Eu me sentia... livre.

Andei lentamente sobre a aponte, até chegar no meio dela. Apoiei meus braços na parte de madeira e sorri, observando todas as árvores cobertas de neve ao meu redor, completamente sem folhas. Ao longe, eu conseguia ouvir pássaros piando e em baixo de mim a correnteza do rio que devia estar congelando. Funguei um pouquinho e fiquei nas pontas dos pés, tentando enxergar o rio abaixo de mim.

— Você morre se cair ai, sabe disso não? — ouvi uma voz masculina atrás de mim e escorreguei no gelo, caindo sentada no chão, com o cabelo na cara.

— O que diabos é isso? — esbravejei, tirando meu cabelo da cara, sujando-o de neve e encarando o deus com raiva — Virou um stalker agora é?

— Só avisei antes que você caísse — deu de ombros inocentemente, me encarando enquanto eu levantava do chão.

— Quem vai cair daqui vai ser você daqui a pouco — ataquei, tentando tirar a neve do meu cabelo — O que você está fazendo aqui?

— Observando — deu de ombros novamente, enquanto eu o encarava com raiva.

— Observando o que? A água? Eu te jogo nela se quiser, só pedir — respondi sorrindo como uma maníaca.

— Estou bem aqui, não será preciso — a ironia pingava de sua voz, o que só me deixava com mais raiva.

— Suma daqui Loki, não estou com paciência para você — reclamei, virando de costas para ele e voltando a olhar para frente, apertando com força o corrimão de madeira. Mas ele, como o bom babaca que é, simplesmente veio para o meu lado — Você é surdo, ou o que?

— Não obedeço ordens de ninguém — disse com uma superioridade que eu tive que revirar os olhos — E eu escuto muito bem, caso ainda tenha dúvida.

— Minha Santa Mãe do Céu! — exclamei, virando exaltada para ele — Eu devo ter jogado pedra em alguém na vida passada, só isso para ter que te aguentar. Porque você não me deixa em paz, sua Rena insistente?!

Ele só olhou para mim, com as mãos atrás das costas e um sorriso crescendo em seu rosto, mas mesmo assim continuou silencioso.

— Além de surdo, é mudo também... — resmunguei, me afastando dele alguns passos e voltando a apoiar meus braços na madeira. Eu ouvi uma risada baixa saindo dele, e estreitei os olhos — Está rindo do que?

— Nada que te interesse — respondeu arrogante, e eu bufei, virando minha cabeça para ele e o olhando dos pés à cabeça, começando a rir logo depois — O que foi, humana?

– Nada, deus — zombei, mordendo o lábio inferior, tentando parar de rir — É só que... você ainda usa uma saia.

— Isso não é uma saia — retrucou, franzindo as sobrancelhas, fazendo um vinco infantil aparecer na sua testa, dando um ar falso de inocência a ele.

– Sim, e isso não é uma calça — apontei para minha calça jeans, erguendo as sobrancelhas em deboche — Admita, isso é uma saia.

Não é uma saia — rosnou, e eu ri mais alto. Ele ficava engraçado quando estava irritado.

— Você parece uma criancinha mimada desse jeito sabia? — cheguei perto dele, fazendo um bico falso — O que foi, bebê? Seu pai não quis comprar um pirulito para você, é? Oh dó...

— Quem você acha que é para falar comigo desse jeito? — perguntou com a voz ameaçadora, me olhando como se estivesse realmente se segurando para não me jogar daquela ponte agora mesmo.

— Davina Grace Clairemont, muito... — fingi pensar melhor, estreitando os olhos — Deixa pra lá.

— Você não tem senso de perigo tem? — perguntou, me olhando pelo canto do olho, como se já soubesse a resposta, só queria ouvi-la saindo da minha boca.

— Não muito — admiti, balançando a cabeça negativamente. Ele assentiu levemente, como se já esperasse essa resposta — E você também não, afinal, voltou aqui depois de ter levado uma baita de uma surra...

— Isso foi pura sorte — falou, como se aquilo não fosse nada e eu o olhei incrédula – Humanos não são páreos para mim. E esses que vocês tanto consideram como... heróis, muito menos. O que aconteceu foi... pura sorte para eles.

— Uaaaaau... — falei, rindo em descrença — Você realmente tem um ego maior que o sol, não é?

Ele só me olhou, mas não falou nada e eu sorri. Já tinha me acostumado com pessoas que nem sempre respondiam minhas perguntas, apesar de eu sempre fazer perguntas. Até demais.

— Bem, já que você vai dar uma de mudo, e eu vim aqui para ficar sozinha, adeus Rena — falei, me afastando dele e me virando, só para dar de cara com outro Loki — Ah não, isso fode com a minha cabeça, magia não...

Ele riu baixinho atrás de mim, e a ilusão na minha frente sumiu, deixando um sorriso malicioso gravado na minha frente. Eu estava voltando a andar, quando me virei para ele de repente, com as sobrancelhas franzidas.

— Como você sabia que eu estava aqui? — perguntei, curiosa. Ele só aumentou o sorriso, mas continuo calado, demonstrando que se eu quisesse respostas, não era com ele que eu iria consegui-las — Parece que estou conversando com uma parede desse jeito, isso aqui está parecendo um monólogo poxa, fale alguma coisa!

— Acho que está na hora de você voltar, não? — perguntou, encarando a paisagem a sua frente, o sorriso desgraçado nunca saindo do seu rosto.

— Acho que está na hora de você me dizer o que quer aqui, não? — retruquei, cruzando meus braços e erguendo as sobrancelhas.

— Eu já te disse o que quero — falou vagarosamente, como se estivesse explicando uma matéria bem difícil para uma criança de três anos de idade.

— Bem, eu sou um pouco lerda querido, precisa ser um pouquinho mais específico do que só “você” — falei, ainda esperando uma resposta. Ele sorriu e olhou para baixo.

— Paciência é uma virtude, senhorita Clairemont... — falou, e eu revirei os olhos para meu sobrenome.

— Que eu particularmente não tenho, então que tal apressarmos um pouquinho as coisas? — sugeri, sorrindo docemente. Ele só continuou olhando para baixo, mas eu vi seu sorriso crescer mais ainda, como se isso fosse possível... Depois de um tempo, cheguei à conclusão de que ele realmente não iria responder e dei as costas para ele, pisando com força pelo gelo.

Nos vemos depois, Davina — ouvi ele falar atrás de mim, mas nem me dei ao trabalho de me virar, só continuei andando.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Qual é gente, me façam feliz '-' Eu preciso saber se vocês estão gostando ou não